No Brasil, a produção de peras apresenta a mesma situação incipiente dos últimos 15 anos, devido principalmente à baixa tecnologia de produção. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento, o desenvolvimento e a produção das cultivares de pereira Cascatense, Tenra e Hosui enxertadas sobre o porta-enxerto marmeleiro 'CPP', utilizando como interenxerto a pereira 'FT'. O experimento foi conduzido em Guarapuava, Paraná, por cinco ciclos produtivos. As pereiras foram plantadas em setembro de 2004, espaçadas em 1,0 x 4,0 m (2.500 plantas ha-1), conduzidas em sistema de líder central modificado, em espaldeira com quatro fios, irrigação por gotejamento e sistema de produção orgânica. As seguintes variáveis foram avaliadas: brotação, florescimento, produtividade, massa dos frutos, teor de sólidos solúveis, acidez titulável, firmeza da polpa, área da copa por planta e por hectare, e diâmetro do tronco. A pereira cv. Tenra foi superior na maioria dos anos para a produção de frutos e, consequentemente, apresentou a maior produtividade acumulada no período (51,6 t ha-1), seguida pelas cultivares Cascatense (39,7 t ha-1) e Hosui (18,7 t ha-1). Todas as cultivares de pera apresentaram características físico-químicas adequadas para comercialização, com média mínima de teor de sólidos solúveis de 11,0% na colheita. A máxima área de copa por hectare foi atingida pela cv. Cascatense (3.063,2 m²) e considerada insuficiente para se obter alta produtividade. Estes resultados indicam a necessidade de estudos com maiores densidades de plantio e outros sistemas de condução, buscando otimizar o volume da copa. Um dos maiores fatores limitantes da produção de peras orgânicas foi a incidência do cancro da pereira causada por Botriosphaeria dothidea, mais frequentemente severo em pereiras cv. Hosui.
Pyrus spp.; Cydonia oblonga; agroecologia; fenologia; frutas de clima temperado
