Porta-enxertos na produção e qualidade de frutos da videira ‘Niagara Rosada’

Angelotti-Mendonça, Jéssika; Moura, Mara Fernandes; Scarpare Filho, João Alexio; Vedoato, Bruna Thaís Ferracioli; Tecchio, Marco Antonio

Resumo

No Brasil, os viticultores têm trocado os porta-enxertos tradicionalmente utilizados por aqueles que conferem maior vigor à copa. O porta-enxeto altera a distribuição da fertilidade de gemas distribuídas nos ramos de videira e a expressão da mesma em produtividade. Portanto, essa alteração pode alterar o comprimento ideal de ramo no momento da poda. Diante disso, neste estudo, foram avaliadas a fertilidade de gemas, a produtividade e a qualidade da uva ‘Niagara Rosada’ enxertada em porta-enxertos: ‘IAC 766’, ‘IAC 572’, ‘IAC 313’, ‘IAC 571-6’ e ‘Riparia do Traviu’, sendo o porta-enxerto ‘IAC 766’ o mais utilizado no Estado de São Paulo, atualmente . As avaliações foram realizadas ao longo de três safras. Duas avaliações foram realizadas na temporada tradicional brasileira, e uma poda foi realizada no verão brasileiro, denominada “temporã” ou safrinha. Nos ciclos de produção tradicionais, a fertilidade de gemas foi avaliada da primeira à quarta gema, em 2014, e à quinta em 2015. No ciclo de produção de segunda safra ou temporã, a fertilidade de gemas foi avaliada a partir da quinta até a oitava gema. A produtividade e a qualidade dos frutos também foram avaliados ao longo dos três ciclos de produção. A elevada variabilidade dos resultados de fertilidade de gema de ‘Niagara Rosada’, combinada com estes porta-enxertos, mostraram que esta característica foi mais afetada pelas condições ambientais e características genéticas da variedade copa do que pelos porta-enxertos estudados. Não se observou efeito de porta-enxertos na produtividade e na qualidade de ‘Niagara Rosada’. Foram detectadas variações isoladas, e estas não são suficientes para confirmar a influência de porta-enxertos na variedade copa Niagara Rosada. Embora não tenha sido observado qualquer efeito dos porta-enxertos na fertilidade de gemas, na produtividade e na qualidade dos frutos, nas condições estudadas, todos os porta-enxertos são recomendados para cultivo de ‘Niagara Rosada’.

Termos para indexação
Vitis labrusca L.; uva; fertilidade de gemas

[TFN0201] ^*
Means followed by the different lowercase in row and uppercase in column, differ significantly at P = 0.05 by Tukey’s multiple range test.

Rootstock	Parents	Vigour	Disease Resistance	Affinity
'Riparia do Traviu'	Vitis riparia x (V. rupestris x V. cordifolia)	Low	Antracnose: suscetível; Phylloxera: high	Niagara Rosada
'IAC 313' or 'Tropical'	'Golia' [(Vitis vinifera L. x V. riparia) x V. rupestris] x Vitis cinerea	High	Phylloxera: high; Nematodes: high	Italia and mutations, RedGlobe, Centenial Seedless, Niagara Rosada, Isabel
'IAC 572' or 'Jales'	Vitis caribaea x '101-14' (V. riparia x V. rupestris)	High	Antracnose: baixa; Mildew: high Phylloxera: high; Nematode: high	Italia and mutations, RedGlobe, Centenial Seedless, Niagara Rosada
'IAC 571-6' or 'Jundiaí'	Vitis caribaea x 'Pirovano 57' ['Bicane' x 'Poeta Matabon']	High	Nematode: high; Earth-pearl: tolerant; phylloxera: high	Niagara Rosada e Patricia
'IAC 766' or 'Campinas'	'Riparia do Traviu' x Vitis caribaea	Medium	Antracnose: media; Mildew: high; phylloxera: high; Nematode: high	Italia and mutations, RedGlobe, Centenial Seedless, Niagara Rosada, Isabel, Festival, Sultanina

Rootstock	NIP
Rootstock	1^st	2^nd	3^rd	4^th	5^th
Ripária do Traviú	1.58 a A	1.52 ab A	1.23 bc A	1.13 c AB	1.02 c AB
IAC 313	1.42 a A	1.40 a A	1.12 ab A	0.96 b B	1.23 ab A
IAC 572	1.52 a A	1.25 ab AB	1.13 b A	1.24 ab AB	1.14 b AB
IAC 571-6	1.33 a A	1.04 a B	1.22 a A	1.21 a AB	1.12 a AB
IAC 766	1.38 a A	1.35 a A	1.11ab A	1.33 a A	0.87 b B

Rootstock	NIP*	PBN^ns	NCB^ns
July 2014
Ripária do Traviú	1.30 a	1.29	1.9
IAC 313	1.23 ab	1.38	1.9
IAC 572	1.26 ab	2.70	1.9
IAC 571-6	1.19 b	1.23	1.8
IAC 766	1.21 ab	0.92	1.9
LSD	0.099	2.802	0.190
P value	0.0281	0.4756	0.3759
February 2015 ^ns
Ripária do Traviú	0.96	0.00 a	1.9
IAC 313	1.08	0.87 a	2.1
IAC 572	1.05	9.42 b	2.0
IAC 571-6	0.87	1.25 a	1.9
IAC 766	1.04	4.87 ab	2.0
LSD	0.370	7.338	0.164
P value	0.4302	0.0077	0.0728
August 2015 ^ns
Ripária do Traviú	1.00	1.52	1.64
IAC 313	1.12	1.54	1.77
IAC 572	0.94	1.43	1.58
IAC 571-6	1.08	1.26	1.70
IAC 766	1.22	0.53	1.64
LSD	0.282	2.33	0.337
P value	0.0621	0.5881	0.4850

Node position	NIP*	PBN^ns	NCB^ns
July 2014
1	1.45 a	-	-
2	1.32 a	1.92	1.83
3	1.16 b	1.46	1.93
4	1.18 b	1.17	1.86
5	1.08 b	1.46	1.88
LSD	0.034	1.613	1.136
P value	0.000	0.7892	0.2623
February 2015
5	0.99	-	-
6	1.04	1.87 a	1.97
7	0.99	2.48 ab	1.98
8	0.97	4.09 b	2.02
LSD	0.234	2.151	0.070
P value	0.8863	0.0546	0.2298
August 2015
1	0.90 b	-	-
2	1.15 ab	1.08	1.61
3	1.22 a	0.84	1.74
4	0.94 b	1.85	1.64
LSD	0.204	0.939	0.147
P value	0.0014	0.0503	0.0912

Rootstock	BN ^ns	Fruit yield	BM (g) ^ns	PM (g) ^ns	BC ^ns	SS*
Rootstock	BN ^ns	(kg plant^-1) ^ns	BM (g) ^ns	PM (g) ^ns	BC ^ns	SS*
July 2014
Ripária do Traviú	1.12	1.57	176.20	3.61	67.09	17.95 a
IAC 313	1.35	2.01	186.45	1.01	66.65	16.88 b
IAC 572	1.30	1.28	192.70	4.33	73.27	16.68 b
IAC 571-6	1.44	1.88	204.85	4.24	76.05	17.40 ab
IAC 766	1.22	1.24	204.50	4.15	75.56	17.20 ab
LSD	0.564	0.974	52.138	1.345	19.555	0.999
P value	0.4694	0.019	0.3930	0.4958	0.3991	0.0132
February 2015
Ripária do Traviú	0.88	0.90	202.10	13.13	40.00	14.26
IAC 313	1.17	0.95	193.56	13.80	43.50	14.54
IAC 572	0.99	0.67	182.83	13.04	42.80	11.93
IAC 571-6	1.35	0.68	170.65	12.11	38.60	13.90
IAC 766	0.93	0.79	178.40	12.26	36.70	14.55
LSD	0.699	0.579	70.795	5.372	16.917	3.581
P value	0.2335	0.4333	0.6520	0.8483	0.6876	0.1718
August 2015
Ripária do Traviú	0.96	1.66 a	226.14	6.24	45.35	13.49
IAC 313	0.87	1.63 a	205.44	6.00	43.55	13.53
IAC 572	0.80	0.83 b	186.68	5.25	42.51	13.67
IAC 571-6	1.11	1.16 ab	200.09	5.85	39.85	14.2
IAC 766	0.78	1.48 a	227.10	7.58	50.25	13.76
LSD	0.586	0.623	80.960	2.900	20.054	1.989
P value	0.3951	0.0050	0.4740	0.1962	0.5713	0.7988