EDITORIAL
É evidente que o pesquisador precisa publicar seus trabalhos em boas revistas, com seleto corpo de assessores e editores, onde inegavelmente se insere a nossa Revista Brasileira de Fruticultura, e cumprimentamos os nossos 840 assessores, pilares fundamentais da posição conquistada. Desse modo, agradecemos a toda a comunidade científica que nos tem prestigiado,seguros de que todos estamos na busca permanente da qualidade. Queremos, nesta ocasião, discutir outro aspecto da publicação, ou seja, a relacionada à difusão de conhecimentos.
A divulgação da pesquisa agronômica no Brasil, em nossa opinião, precisa ser repensada, pois temos observado:
• Como Editor da RBF, desde 1998, e preocupado com esta questão, temos procurado motivar aqueles que têm seus trabalhos aprovados pela RBF, para que redijam uma informação mais jornalística, para ser divulgada "on line" no portal de fruticultura, www.todafruta.com.br, em cuja coordenação atuamos. É com pesar que temos recebido, no máximo, 10-15 % de retorno, além da resposta de alguns colegas: não vou escrever, pois não tenho interesse neste formato.
Apesar desta dificuldade, todos aqueles que nos têm atendido, recebem alto retorno às informações veiculadas, ou seja, cerca de 50-100 consultas por artigo divulgado.
• Na Unesp de Jaboticabal, onde atuamos como professor de fruticultura desde 1968, temos um grande volume de informações disponíveis em trabalhos de iniciação científica, dissertações, teses, trabalhos científicos publicados nos mais diferentes periódicos, que, por terem de atender às exigências acadêmicas, não recebem tratamento jornalístico, o que dificulta sua divulgação.
Quando comentado com outros colegas, tem-se a costumeira resposta:
• A Universidade só valoriza os trabalhos publicados em revistas com política seletiva de seus artigos, com seleto corpo de assessores, não se preocupando e, muitas vezes, não dando a devida importância a essa forma de divulgação.
A situação descrita faz com que se tenha falta de popularização do conhecimento já gerado pela pesquisa, nos diferentes institutos, universidades, produtores, etc. Isto leva à não-utilização de um volume muito valioso de informações para o sistema produtivo.
Melhorando-se a divulgação daquilo que já foi produzido, além da maior possibilidade de sua utilização pelos interessados, ter-se-ia a possibilidade de se estabelecer, em cada curso de Agronomia, uma central de atendimento aos diversos segmentos da cadeia produtiva, que seriam recebidos por grupos de trabalho constituídos por alunos, devidamente orientados por professores e apoiados em literatura condensada e de fácil e rápida consulta, na busca de soluções para os problemas apresentados. Com isso, a pesquisa também receberia retorno, pois seria levada a elaborar projetos mais dedicados às atividades produtivas, em seu dia-a-dia.
Esta possibilidade torna imperioso que, na avaliação docente, as atividades ligadas à divulgação técnica sejam contempladas, reconhecidas e devidamente valorizadas.
Vale a pena continuar sonhando...
Prof. Carlos Ruggiero
Editor-Chefe
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
05 Abr 2013 -
Data do Fascículo
Ago 2006
