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Influência do método de preparação na baixa eficácia de produtos fitoterápicos: o exemplo do João da Costa e Associações

Plantas medicinais nativas do Brasil foram usadas por décadas pelas indústrias farmacêuticas nacionais para criar seus produtos. Neste estudo, foi investigado o produto João da Costa e Associações® (JCA) comercializado por mais de trinta anos para o tratamento de dismenorréia e outros problemas relacionados à saúde da mulher. JCA é preparado pela decocção de Himatanthus lancifolius (Muell. Arg.) Woodson (Apocynaceae), Chondodendron platyphyllum Miers (Menispermaceae), Gossypium herbaceum L. (Malvaceae), Rosmarinus officinalis L. (Lamiaceae) e Echites peltata (Apocynaceae), seguido de adição de açúcar. A eficácia de JCA foi verificada por meio da avaliação da atividade antinociceptiva. Já a composição química foi determinada por analises em HPLC/ DAD. Uma fraca inibição da segunda fase da nocicepção foi observada no teste da formalina, indicando uma ação semelhante aos antiinflamatórios esteroidais e não esteroidais. Apesar de ser preparado pela decocção de cinco plantas, a análise no HPLC apresentou somente dois picos, e nenhum deles correspondeu aos componentes observados nos extratos etanólicos preparados com as mesmas plantas. Os resultados sugerem que o método de preparação de JCA promove a perda dos componentes químicos das plantas e interfere consideravelmente na eficácia do produto.

espécies nativas; produto comercial; Himatanthus lancifolius; Chondodendron platyphyllum; Gossypium herbaceum; Echites peltata


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