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Direcionando a prática da Fisioterapia com as principais prioridades de Saúde no Brasil: uma "chamada para ação" no século XXI

INTRODUÇÃO: O presente artigo é uma "chamada para ação" aos fisioterapeutas no século XXI, com especial atenção às necessidades dos brasileiros. Em comparação com a prática baseada em evidências, com o apoio do uso de determinadas intervenções, a prática em uso pela sociedade contemporânea considerando as prioridades de Saúde se mostra atrasada nas últimas décadas. "O Primeiro Encontro de Fisioterapia em Saúde Global", realizado no Congresso Mundial da Confederação Mundial de Fisioterapia (WCPT), em 2007, no Canadá, enfatizou a discrepância entre as tendências globais da prática atual e as definições contemporâneas da fisioterapia (que agrupa palavras como saúde, bem estar, qualidade de vida, promoção de saúde e prevenção); as principais prioridades de Saúde nas regiões do WCPT; a proporção de fisioterapeutas trabalhando nestas áreas de prioridade e a proporção de cursos de graduação profissional dedicados a tais áreas. No século XX, a profissão visava alinhamento com as necessidades sociais, como por exemplo, as guerras mundiais e a epidemia de poliomielite. Nos últimos 50 anos, predominaram as condições relacionadas ao estilo de vida, incluindo doença cardíaca isquêmica, doenças relacionadas ao fumo, hipertensão, acidente vascular cerebral, obesidade, diabetes e câncer. Apesar da marcante mudança de padrão de doenças contagiosas para doenças não contagiosas no último século, a inclusão do perfil das condições de estilo de vida na prática profissional permanece baixo e desproporcional à real necessidade. Isto é particularmente notável quando os dados inequívocos da literatura são considerados, apoiando a relação custo-benefício das intervenções não invasivas (principalmente educação em Saúde e exercícios) tanto em curto quanto em longo-prazo, considerando a prevenção, "cura" e cuidados. Freqüentemente, os desfechos destas intervenções simples e baratas no estilo de vida são superiores aos medicamentos e às cirurgias, que são amplamente utilizados para mitigar sinais e sintomas e que não atingem diretamente as causas de tais condições. Para capacitar os fisioterapeutas na abordagem do estilo de vida e para diminuir o grande fardo social e econômico destas condições, fazemos aqui diversas recomendações baseadas em evidências que podem ser imediatamente incluídas na prática diária, visando a redução da morbidade e mortalidade. Através da incorporação sistemática destas medidas na prática, os fisioterapeutas podem tornar possível o uso mais eficiente do tempo e do conhecimento dos médicos e cirurgiões. CONCLUSÕES: Propõem-se que a comunidade brasileira de fisioterapia deva ter uma posição estratégica com a finalidade de se tornar modelo e líder das prioridades globais de Saúde.

prática baseada em evidências; hipertensão; doença cardíaca isquêmica; condições do estilo de vida; obesidade; diabetes tipo 2


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