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Duração da manobra de Valsalva durante o período expulsivo do parto: repercussões maternas e nas condições neonatais de nascimento

OBJETIVOS: O presente estudo de corte transversal teve como objetivo avaliar os efeitos da Manobra de Valsalva (MV) e sua duração no equilíbrio ácido-básico fetal e nas repercussões maternas durante o período expulsivo do parto, após instrução respiratória padronizada. MÉTODOS: Uma amostra de conveniência em gestantes de baixo risco (n=33, média de idade 22,5±3.7 anos e idade gestacional 38.1±1.12 semanas) e seus neonatos foi avaliada durante o período expulsivo do parto vaginal. O treinamento consistiu em recomendações padronizadas para respiração, incluindo MV prolongadas associadas ao puxo. Os desfechos maternos incluíram o uso da manobra de pressão para o fundo do útero, episiotomia, trauma perineal e postura. Os desfechos neonatais incluíram análise dos gases sanguíneos do cordão umbilical e valores de Apgar. Os dados foram analisados por meio do teste exato de Fisher, teste qui-quadrado e Coeficiente de Correlação de Pearson. RESULTADOS: Nenhum dos desfechos maternos foi associado com a duração da MV. No entanto, em relação aos desfechos neonatais, o aumento da duração da MV foi associado com redução do pH venoso umbilical (r=-0,40; p=0,020) e excesso de base (r=-0.42; p=0.014) e com o excesso de base arterial (r=-0,36; p=0,043). O tempo do período expulsivo do parto foi negativamente associado com o pH venoso e arterial. CONCLUSÕES: A duração da MV durante esse período do parto interfere negativamente no equilíbrio ácido-básico fetal e potencialmente no bem-estar do neonato. Esses resultados fornecem suporte para a necessidade de os fisioterapeutas considerarem estratégias de orientações respiratórias para o puxo durante o trabalho de parto para minimizar potenciais riscos para a mãe e o neonato.

Manobra de Valsalva; puxo; parto; cordão umbilical


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