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Renovando as Capacidades de Inovação da Subsidiária por Meio do Design Flexível, da Ambidestria Contextual e da Integração Externa

Resumo

Objetivo

O objetivo principal deste artigo é mostrar que, para renovar capacidades estáticas de inovação, a subsidiária requer a construção de um projeto flexível para apoiar a inovação de exploitation-exploration e a integração externa como fonte de novo conhecimento.

Referencial teórico

Combinamos estrutura organizacional, inovação organizacional, ambidestria contextual e teoria de redes para investigar de que forma as capacidades de inovação podem ser construídas em subsidiárias estrangeiras que operam no Brasil.

Metodologia

Os dados foram coletados de subsidiárias estrangeiras instaladas no Brasil por meio de uma pesquisa com 289 respondentes válidos. Usamos a técnica PLS-SEM para testar relacionamentos envolvendo estrutura flexível, ambidestria contextual, integração externa e recursos de inovação para executar um modelo moderado-mediado.

Resultados

As evidências indicam que a estrutura flexível, a ambidestria contextual como capacidade dinâmica e a integração externa são elementos relevantes para renovar as capacidades de inovação da subsidiária. Os resultados sugerem que a integração externa é uma fonte de conhecimento crucial, dependendo da confiança e do compromisso em nível da rede. A alta integração externa permite que a subsidiária alcance níveis otimizados de exploration e exploitation, ajudando na renovação de capacidades de inovação.

Implicações práticas e sociais da pesquisa

Oferecemos aos gestores informações sobre o desenvolvimento e a renovação de capacidades de inovação, criando um design flexível que facilita a aquisição de recursos de rede exclusivos e permite a ambidestria contextual como uma capacidade dinâmica para reconfigurar e transformar capacidades de inovação.

Contribuições

O artigo contribui para a gestão estratégica e a visão baseada em capacidade da literatura de subsidiárias de multinacionais. Apresentamos o construto estrutura organizacional flexível que combina a teoria da estrutura organizacional e as características da inovação organizacional. Mostramos que um design flexível é essencial para construir uma rede local confiável e implementar a ambidestria contextual como capacidade dinâmica para renovar as capacidades de inovação das subsidiárias.

Palavras-chave:
Estrutura organizacional; inovação organizacional; ambidestria contextual; integração externa; capacidades de inovação

Abstract

Purpose

The primary purpose of this paper is to show that to renew static innovative capabilities, a subsidiary needs to have a flexible design to support exploitation-exploration innovation and external embeddedness as a source of new knowledge.

Theoretical framework

We combine organizational structure, organizational innovation, contextual ambidexterity, and network theory to investigate how innovative capabilities can be built in foreign subsidiaries operating in Brazil.

Design/methodology/approach

Data were collected from foreign subsidiaries installed in Brazil through a survey of 289 valid respondents. We used the PLS-SEM technique to test relationships involving flexible structure, contextual ambidexterity, external embeddedness, and innovative capabilities to run a moderate-mediate model.

Findings

The evidence indicates that a flexible structure, contextual ambidexterity as a dynamic capability, and external embeddedness are relevant elements for renewing a subsidiary’s innovative capabilities. The findings suggest that external embeddedness is a crucial knowledge source, depending on the trust and commitment at the network level. High external embeddedness enables the subsidiary to achieve optimized levels of exploration and exploitation, helping in the renewal of innovative capabilities.

Practical & social implications of research

We provide managers with information on developing and renewing innovative capabilities by creating a flexible design that facilitates the acquisition of unique network resources and allows contextual ambidexterity as a dynamic capability to reconfigure and transform innovative capabilities.

Originality/value

The article contributes to the strategic management and capability-based view of MNE subsidiaries literature. We introduce the construct of a flexible organizational structure, which combines organizational structure theory and organizational innovation characteristics. We show that a flexible design is essential to build a trustful local network and implement contextual ambidexterity as a dynamic capability to renew innovative subsidiary capabilities.

Keywords:
Organizational structure; organizational innovation; contextual ambidexterity; external embeddedness; innovative capabilities

1 Introdução

As subsidiárias de multinacionais enfrentam ambientes cada vez mais turbulentos e acirrados na concorrência local e global, levando-as a se concentrarem na inovação, por meio da qual buscam obter uma vantagem competitiva. As capacidades de inovação são estáticas (Helfat & Peteraf, 2003Helfat, C. E., & Peteraf, M. A. (2003). The dynamic resource‐based view: Capability lifecycles. Strategic Management Journal, 24(10), 997-1010. http://dx.doi.org/10.1002/smj.332.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.332...
), no entanto, elas requerem capacidades dinâmicas (Teece, 2007Teece, D. J. (2007). Explicating dynamic capabilities: The nature and microfoundations of sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, 28(13), 1319-1350. http://dx.doi.org/10.1002/smj.640.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.640...
) para que as capacidades estáticas sejam ajustadas e desenvolvidas (Rothaermel & Hess, 2007Rothaermel, F. T., & Hess, A. M. (2007). Building dynamic capabilities: Innovation driven by individual-, firm-, and network-level effects. Organization Science, 18(6), 898-921. http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1070.0291.
http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1070.0291...
) e se adaptem aos ambientes de mudança. As capacidades dinâmicas são atividades gerenciais por meio das quais os gestores transformam suas capacidades estáticas (Teece, 2007Teece, D. J. (2007). Explicating dynamic capabilities: The nature and microfoundations of sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, 28(13), 1319-1350. http://dx.doi.org/10.1002/smj.640.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.640...
). Um exemplo dessas capacidades dinâmicas é a ambidestria organizacional, que é o exploitation-exploration simultâneo da atividade de inovação (Birkinshaw et al., 2016Birkinshaw, J., Zimmermann, A., & Raisch, S. (2016). How do firms adapt to discontinuous change? Bridging the dynamic capabilities and ambidexterity perspectives. California Management Review, 58(4), 36-58. http://dx.doi.org/10.1525/cmr.2016.58.4.36.
http://dx.doi.org/10.1525/cmr.2016.58.4....
; O’Reilly & Tushman, 2008O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2008). Ambidexterity as a dynamic capability: Resolving the innovator’s dilemma. Research in Organizational Behavior, 28, 185-206. http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06...
), que pode ser usada no desenvolvimento da capacidade de inovação de uma organização (Bessant & Tidd, 2015Bessant, J., & Tidd, J. (2015). Innovation and entrepreneurship (3rd ed.). John Wiley & Sons.). A ambidestria organizacional, então, pode ser vista como antecedente da capacidade inovadora de uma subsidiária de uma multinacional.

No entanto, não está claro de que forma uma subsidiária alcança o desenvolvimento da ambidestria organizacional – que pode ser usada para desenvolver capacidade de inovação. Uma provável razão para isso é que a pesquisa conceitualiza principalmente a ambidestria organizacional como antecedente e limita-se ao foco nos fatores pelos quais as subsidiárias desenvolvem a ambidestria organizacional. Alguns estudos sugerem que a estrutura organizacional pode ser um fator crucial para determinar de que forma uma organização desenvolve a ambidestria (Kortmann, 2012Kortmann, S. (2012).The relationship between organizational structure and organizational ambidexterity: A comparison between manufacturing and service firms. Gabler Verlag/Springer Fachmedien Wiesbaden. https://doi.org/10.1007/978-3-8349-3630-1.
https://doi.org/10.1007/978-3-8349-3630-...
). No entanto, novamente, não está claro quais tipos de estruturas e quais fatores contingentes podem fortalecer ou enfraquecer a relação estrutura organizacional-ambidestria.

Para tanto, buscamos examinar a relação entre as estruturas organizacionais, a ambidestria organizacional e as capacidades de inovação da subsidiária. Argumentamos que um design organizacional flexível incentivará a ambidestria organizacional. Além disso, assumimos que a ambidestria organizacional é um antecedente das capacidades de inovação subsidiárias. Em outras palavras, assumimos que a inovação em uma empresa é resultado de capacidades operacionais (capacidades de inovação subsidiárias) reconfiguradas e mantidas por capacidades dinâmicas (ambidestria organizacional). Assim, a questão que move a pesquisa é: quais condições são necessárias para uma subsidiária desenvolver capacidades renováveis ​​inovadoras por meio de estruturas organizacionais flexíveis?

Nós nos concentramos no design organizacional por meio de dois elementos organizacionais críticos, configuração interna e integração externa. O novo conhecimento vem das oportunidades no ambiente externo, mais especificamente da rede externa da subsidiária. Argumentamos que o desenvolvimento de integração externa (EE) é uma fonte de conhecimento diferenciado para tarefas de exploitation e exploration, ajudando a renovar capacidade de inovação (Vahlne & Jonsson, 2017Vahlne, J. E., & Jonsson, A. (2017). Ambidexterity as a dynamic capability in the globalization of the multinational business enterprise (MBE): Case studies of AB Volvo and IKEA. International Business Review, 26(1), 57-70. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2016.05.006.
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). Assim, testamos a integração externa, isto é, a relação entre a subsidiária e atores externos, como moderador na estrutura organizacional e na relação de ambidestria organizacional.

Da mesma forma, argumentamos que a subsidiária precisa de uma estrutura organizacional flexível (FOS) para desenvolver e manter suas capacidades. A FOS empresta elementos da teoria da estrutura organizacional (Burton & Obel, 2018Burton, R. M., & Obel, B. (2018). The science of organizational design: Fit between structure and coordination. Journal of Organization Design, 7(1), 1-13. http://dx.doi.org/10.1186/s41469-018-0029-2.
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; Burns & Stalker, 1961Burns, T., & Stalker, G. M. (1961). The management of innovation. Tavistock.; Lawrence & Lorsch, 1967Lawrence, P. R., & Lorsch, J. W. (1967). Organization and environment: Managing differentiation and integration. Harvard University.) e da inovação organizacional (Damanpour & Aravind, 2012Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-3747...
; Vaccaro et al., 2012Vaccaro, I. G., Jansen, J. J., Van Den Bosch, F. A., & Volberda, H. W. (2012). Management innovation and leadership: The moderating role of organizational size. Journal of Management Studies, 49(1), 28-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00976.x.
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). A estrutura organizacional refere-se aos estudos seminais de Burns e Stalker (1961)Burns, T., & Stalker, G. M. (1961). The management of innovation. Tavistock. e Lawrence e Lorsch (1967)Lawrence, P. R., & Lorsch, J. W. (1967). Organization and environment: Managing differentiation and integration. Harvard University., identificando organizações inovadoras e não inovadoras, estruturas orgânicas e mecanicistas. A inovação organizacional trata das mudanças na estrutura organizacional, nas regras, nos sistemas de gestão e no uso efetivo dos recursos (Damanpour & Aravind, 2012Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
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; Vaccaro et al., 2012Vaccaro, I. G., Jansen, J. J., Van Den Bosch, F. A., & Volberda, H. W. (2012). Management innovation and leadership: The moderating role of organizational size. Journal of Management Studies, 49(1), 28-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00976.x.
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). A FOS é flexível o suficiente para estimular mudanças nas regras e procedimentos, funções, sistemas de gestão, comunicação e estrutura organizacional adaptável às demandas internas e externas (Damanpour & Aravind, 2012Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
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; Vaccaro et al., 2012Vaccaro, I. G., Jansen, J. J., Van Den Bosch, F. A., & Volberda, H. W. (2012). Management innovation and leadership: The moderating role of organizational size. Journal of Management Studies, 49(1), 28-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00976.x.
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).

Nosso estudo considera a ambidestria contextual (CAMB) como uma capacidade dinâmica, a integração externa (EE) como fonte de conhecimento e a FOS como um fator crítico no desenvolvimento e renovação das capacidades de inovação da subsidiária (SIC). Conceitualizamos e testamos um modelo de mediação moderado, em que a CAMB medeia a relação entre a FOS e a SIC, e a integração externa modera a FOS e a CAMB.

Identificamos várias contribuições que ampliaram o conhecimento atual da teoria organizacional. Primeiramente, identificamos um antecedente da ambidestria organizacional como design organizacional flexível no contexto de subsidiárias de multinacionais e contribuímos para a pesquisa da teoria organizacional. Em segundo lugar, utilizamos uma técnica de análise condicional de processos (modelo moderado-mediado), ainda rara na literatura de gestão estratégica e teoria organizacional, identificando uma contingência à relação estrutura-ambidestria como integração externa. Terceiro, fazemos uma síntese de várias correntes de pesquisa. Inclui capacidades dinâmicas (DC), ambidestria contextual (CAMB), capacidade de inovação, design organizacional e redes de negócios que mostram que as subsidiárias exigem capacidades dinâmicas para alcançar o exploitation-exploration simultâneo e o conhecimento adquirido da rede local (Lessard et al., 2016Lessard, D., Teece, D. J., & Leih, S. (2016). The dynamic capabilities of Meta‐multinationals. Global Strategy Journal, 6(3), 211-224. http://dx.doi.org/10.1002/gsj.1126.
http://dx.doi.org/10.1002/gsj.1126...
). Por fim, oferecemos implicações para a teoria e a prática gerencial e, em particular, para os gestores, sugerimos o papel da integração externa para aprimorar as capacidades de inovação de suas subsidiárias. Embora uma estrutura organizacional flexível seja essencial para criar capacidade de inovação (Kortmann, 2012Kortmann, S. (2012).The relationship between organizational structure and organizational ambidexterity: A comparison between manufacturing and service firms. Gabler Verlag/Springer Fachmedien Wiesbaden. https://doi.org/10.1007/978-3-8349-3630-1.
https://doi.org/10.1007/978-3-8349-3630-...
), a ambidestria contextual e a integração externa são centrais na renovação das capacidades de inovação.

2 Referencial teórico e hipóteses

Partimos da teoria das capacidades organizacionais, destacando o papel das capacidades operacionais e dinâmicas e da ambidestria contextual como capacidade dinâmica. Em seguida, detalhamos a fundamentação teórica que sustenta este estudo e as hipóteses correspondentes em sete subseções, a seguir.

2.1 Capacidades organizacionais

Helfat e Peteraf (2003)Helfat, C. E., & Peteraf, M. A. (2003). The dynamic resource‐based view: Capability lifecycles. Strategic Management Journal, 24(10), 997-1010. http://dx.doi.org/10.1002/smj.332.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.332...
definem capacidades organizacionais (OC) como “a habilidade de uma organização de realizar um conjunto coordenado de tarefas, utilizando recursos organizacionais, para alcançar um resultado específico” (p. 999). Winter (2003)Winter, S. G. (2003). Understanding dynamic capabilities. Strategic Management Journal, 24(10), 991-995. http://dx.doi.org/10.1002/smj.318.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.318...
e Danneels (2008)Danneels, E. (2008). Organizational antecedents of second‐order competences. Strategic Management Journal, 29(5), 519-543. http://dx.doi.org/10.1002/smj.684.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.684...
argumentaram que existem capacidades ordinárias (também conhecidas como operacionais ou funcionais) e capacidades dinâmicas (DC). As primeiras são capacidades estáticas que exigem que capacidades dinâmicas sejam desenvolvidas, alteradas e reconfiguradas para adaptar a subsidiária às mudanças ambientais (Wu & Vahlne, 2020Wu, J., & Vahlne, J. E. (2020). Dynamic capabilities of emerging market multinational enterprises and the Uppsala model. Asian Business & Management. http://dx.doi.org/10.1057/s41291-020-00111-5.
http://dx.doi.org/10.1057/s41291-020-001...
). A capacidade de inovação da subsidiária (SIC) é uma capacidade comum que precisa de capacidades dinâmicas para ser renovada. Assim, definimos a SIC como uma capacidade organizacional que utiliza os recursos e conhecimentos organizacionais existentes em tarefas de exploitation. Este último pode modificar capacidades comuns, reconfigurando e transformando recursos e capacidades existentes e novos (O’Reilly & Tushman, 2013O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2013). Organizational ambidexterity: Past, present, and future. The Academy of Management Perspectives, 27(4), 324-338. http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025.
http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025...
), permitindo que a empresa inove (Teece, 2007Teece, D. J. (2007). Explicating dynamic capabilities: The nature and microfoundations of sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, 28(13), 1319-1350. http://dx.doi.org/10.1002/smj.640.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.640...
, p. 1344).

Embora a definição de capacidades dinâmicas esteja longe de ser um consenso (Birkinshaw et al., 2016Birkinshaw, J., Zimmermann, A., & Raisch, S. (2016). How do firms adapt to discontinuous change? Bridging the dynamic capabilities and ambidexterity perspectives. California Management Review, 58(4), 36-58. http://dx.doi.org/10.1525/cmr.2016.58.4.36.
http://dx.doi.org/10.1525/cmr.2016.58.4....
), adotamos a definição de Wang e Ahmed (2007)Wang, C. L., & Ahmed, P. K. (2007). Dynamic capabilities: A review and research agenda. International Journal of Management Reviews, 9(1), 31-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1468-2370.2007.00201.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1468-2370.20...
, que ofereceu uma definição abrangente. Nesse sentido, focamos no elemento central das DC, ou seja, a reconfiguração e renovação das capacidades organizacionais, de acordo com os estudos de Tuzovic et al. (2018)Tuzovic, S., Wirtz, J., & Heracleous, L. (2018). How do innovators stay innovative? A longitudinal case analysis. Journal of Services Marketing, 32(1), 35-45. http://dx.doi.org/10.1108/JSM-02-2017-0052.
http://dx.doi.org/10.1108/JSM-02-2017-00...
e O’Reilly e Tushman (2008)O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2008). Ambidexterity as a dynamic capability: Resolving the innovator’s dilemma. Research in Organizational Behavior, 28, 185-206. http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06...
. Esses autores argumentam que a ambidestria é um tipo específico de capacidade dinâmica e é uma DC significativa no processo de inovação. Assim, as DC são definidas como a “orientação comportamental para integrar, reconfigurar, renovar e recriar continuamente seus recursos e capacidades, com foco na atualização e reconstrução de suas capacidades centrais de acordo com o ambiente dinâmico e em mudança para obter e sustentar a vantagem competitiva” (O’Reilly & Tushman, 2008O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2008). Ambidexterity as a dynamic capability: Resolving the innovator’s dilemma. Research in Organizational Behavior, 28, 185-206. http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06...
, p. 35).

2.2 Estruturas organizacionais flexíveis e capacidade inovadora da subsidiária

As organizações podem usar diferentes designs dependendo de sua estratégia e contexto (Campanella et al., 2020Campanella, F., Del Giudice, M., Thrassou, A., & Vrontis, D. (2020). Ambidextrous organizations in the banking sector: An empirical verification of banks’ performance and conceptual development. International Journal of Human Resource Management, 31(2), 272-302. http://dx.doi.org/10.1080/09585192.2016.1239122.
http://dx.doi.org/10.1080/09585192.2016....
) para construir capacidade de inovação, essenciais para o progresso e a existência da empresa em ambientes em mudança (Wang & Ahmed, 2007Wang, C. L., & Ahmed, P. K. (2007). Dynamic capabilities: A review and research agenda. International Journal of Management Reviews, 9(1), 31-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1468-2370.2007.00201.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1468-2370.20...
). Conceituamos a estrutura organizacional flexível (FOS) como design organizacional para gerenciar ambientes internos e externos em mudança. A FOS combina estrutura organizacional e abordagens de inovação organizacional. A literatura sobre estrutura organizacional remonta seus passos aos estudos de Burns e Stalker (1961)Burns, T., & Stalker, G. M. (1961). The management of innovation. Tavistock. e Lawrence e Lorsch (1967)Lawrence, P. R., & Lorsch, J. W. (1967). Organization and environment: Managing differentiation and integration. Harvard University. na definição de estruturas mecanicistas (hierárquicas) e orgânicas (não hierárquicas). Uma estrutura mecanicista apresenta tomada de decisão centralizada e formalizada, comunicação vertical deficiente e rotinas rígidas (Teece et al., 2016Teece, D. J., Peteraf, M., & Leih, S. (2016). Dynamic capabilities and organizational agility: Risk, uncertainty, and strategy in the innovation economy. California Management Review, 58(4), 13-35. http://dx.doi.org/10.1525/cmr.2016.58.4.13.
http://dx.doi.org/10.1525/cmr.2016.58.4....
); no entanto, é eficiente e apropriado para ambientes estáveis ​​e inovação contínua. Por outro lado, a estrutura orgânica é descentralizada, caracterizada por hierarquia fraca, baixa formalização, regras frouxas, baixo desempenho e inovação radical (Sine et al., 2006Sine, W. D., Mitsuhashi, H., & Kirsch, D. A. (2006). Revisiting burns and stalker: Formal structure and new venture performance in emerging economic sectors. Academy of Management Journal, 49(1), 121-132. http://dx.doi.org/10.5465/amj.2006.20785590.
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). A FOS requer características de estruturas mecanicistas e orgânicas para alcançar controle, eficiência, tomada de decisão descentralizada, experimentação e inovação organizacional. Na perspectiva da inovação organizacional, a FOS apoia a renovação de regras, tarefas, sistemas de gestão, comunicação e estrutura organizacional (Damanpour & Aravind, 2012Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
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; Vaccaro et al., 2012Vaccaro, I. G., Jansen, J. J., Van Den Bosch, F. A., & Volberda, H. W. (2012). Management innovation and leadership: The moderating role of organizational size. Journal of Management Studies, 49(1), 28-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00976.x.
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), criando uma configuração interna adaptável ao ambiente de mudanças (internas e externas). Os recursos de FOS acima são vitais para a subsidiária desenvolver ambientes internos e externos propícios ao desenvolvimento e ajuste de sua capacidade de inovação, intrinsecamente estáticas. Assim, levantamos a seguinte hipótese:

H1: A estrutura flexível da subsidiária está positivamente associada às capacidades de inovação.

2.3 Estruturas organizacionais flexíveis e ambidestria contextual

Duncan (1976)Duncan, R. B. (1976). The ambidextrous organization: Designing dual structures for innovation. The Management of Organization, 1(1), 167-188. foi o primeiro a sugerir a ambidestria organizacional, defendendo a necessidade da empresa de implantar dois tipos de estruturas organizacionais conflitantes para apoiar a inovação e enfrentar ambientes de mudança, ou seja, mecanicista e orgânico (Burns & Stalker, 1961Burns, T., & Stalker, G. M. (1961). The management of innovation. Tavistock.; Csaszar, 2013Csaszar, F. A. (2013). An efficient frontier in organization design: Organizational structure as a determinant of exploration and exploitation. Organization Science, 24(4), 1083-1101. http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1120.0784.
http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1120.0784...
). Nesse sentido, Tushman e Nadler (1986)Tushman, M., & Nadler, D. (1986). Organizing for innovation. California Management Review, 28(3), 74-92. http://dx.doi.org/10.2307/41165203.
http://dx.doi.org/10.2307/41165203...
, com base na crescente competição local e global, anteciparam a ideia de organizações ambidestras, argumentando que “as organizações podem obter vantagem competitiva apenas gerenciando efetivamente para hoje e, ao mesmo tempo, criando inovação para amanhã” (p. 92). Os autores argumentam que a estrutura organizacional é um fator central para alcançar os benefícios das atividades inovadoras. No entanto, para lidar com os ambientes em mudança de hoje, a estrutura organizacional deve ser flexível o suficiente para apoiar os gestores a renovar rapidamente as regras e procedimentos, sistemas de comunicação e gestão, e a própria estrutura organizacional para facilitar a inovação (Burns & Stalker, 1961Burns, T., & Stalker, G. M. (1961). The management of innovation. Tavistock.; Lawrence & Lorsch, 1967Lawrence, P. R., & Lorsch, J. W. (1967). Organization and environment: Managing differentiation and integration. Harvard University.; Vaccaro et al., 2012Vaccaro, I. G., Jansen, J. J., Van Den Bosch, F. A., & Volberda, H. W. (2012). Management innovation and leadership: The moderating role of organizational size. Journal of Management Studies, 49(1), 28-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00976.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.20...
). Esse novo desenho organizacional (FOS) está em consonância com os estudos de Damanpour e Aravind (2012)Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-3747...
, Csaszar (2013)Csaszar, F. A. (2013). An efficient frontier in organization design: Organizational structure as a determinant of exploration and exploitation. Organization Science, 24(4), 1083-1101. http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1120.0784.
http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1120.0784...
e Atuahene-Gima (2005)Atuahene-Gima, K. (2005). Resolving the capability–rigidity paradox in new product innovation. Journal of Marketing, 69(4), 61-83. http://dx.doi.org/10.1509/jmkg.2005.69.4.61.
http://dx.doi.org/10.1509/jmkg.2005.69.4...
, que sugerem que existe uma estreita relação entre estrutura organizacional e inovação por exploitation-exploration.

A ambidestria contextual e estrutural são duas abordagens de ambidestria mais investigadas (O’Reilly & Tushman, 2013O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2013). Organizational ambidexterity: Past, present, and future. The Academy of Management Perspectives, 27(4), 324-338. http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025.
http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025...
). O’Reilly e Tushman (2013)O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2013). Organizational ambidexterity: Past, present, and future. The Academy of Management Perspectives, 27(4), 324-338. http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025.
http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025...
definiram a ambidestria como a capacidade da subsidiária de equilibrar atividades conflitantes, a busca simultânea por eficiência, controle e melhoria incremental (exploitation/estrutura mecanicista), bem como adaptabilidade à flexibilidade e inovação descontínua (exploration/estrutura orgânica). Embora as organizações possam implementar a ambidestria estrutural ou contextual, sugerimos que a ambidestria contextual é adequada para estudar as subsidiárias estrangeiras que operam no Brasil, uma vez que geralmente são subsidiárias de pequeno e médio portes com estruturas únicas, o que facilita a construção de um contexto de suporte que permite integração vertical e horizontal, e a alocação e adaptação de recursos a ambientes em mudança (Fourné et al., 2019Fourné, S. P., Rosenbusch, N., Heyden, M. L., & Jansen, J. J. (2019). Structural and contextual approaches to ambidexterity: A meta-analysis of organizational and environmental contingencies. European Management Journal, 37(5), 564-576. http://dx.doi.org/10.1016/j.emj.2019.04.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.emj.2019.04....
). Uma estrutura flexível que ajuda o exploitation simultâneo e a inovação de exploration (Foss et al., 2015Foss, N. J., Lyngsie, J., & Zahra, S. A. (2015). Organizational design correlates of entrepreneurship: The roles of decentralization and formalization for opportunity discovery and realization. Strategic Organization, 13(1), 32-60. http://dx.doi.org/10.1177/1476127014561944.
http://dx.doi.org/10.1177/14761270145619...
) é benéfica para a subsidiária, pois ajuda a renovar suas capacidades de inovação. Assim, levantamos a seguinte hipótese:

H2a: A estrutura flexível da subsidiária está positivamente associada à ambidestria contextual.

2.4 Integração externa, ambidestria contextual e estrutura flexível

Conforme definido por Andersson et al. (2005)Andersson, U., Björkman, I., & Forsgren, M. (2005). Managing subsidiary knowledge creation: The effect of control mechanisms on subsidiary local embeddedness. International Business Review, 14(5), 521-538. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2005.07.001.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2005...
, a integração em uma rede é “uma relação caracterizada por um alto grau de adaptação mútua e de longo prazo em termos de investimentos específicos da relação” (p. 103). A literatura mostra que a pesquisa de redes de negócios internacionais muitas vezes se concentra no aprofundamento da integração estrutural e relacional (Gulati, 1998Gulati, R. (1998). Alliances and networks. Strategic Management Journal, 19(4), 293-317. http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1097-0266(199804)19:4<293::AID-SMJ982>3.0.CO;2-M.
http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1097-026...
). Adotamos a integração relacional e sugerimos que a confiança e o comprometimento facilitam o acesso a informações, conhecimento e tecnologia únicos e diferenciados (Hansen, 1999Hansen, M. T. (1999). The search-transfer problem: The role of weak ties in sharing knowledge across organization subunits. Administrative Science Quarterly, 44(1), 82-111. http://dx.doi.org/10.2307/2667032.
http://dx.doi.org/10.2307/2667032...
; Gulati, 1998Gulati, R. (1998). Alliances and networks. Strategic Management Journal, 19(4), 293-317. http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1097-0266(199804)19:4<293::AID-SMJ982>3.0.CO;2-M.
http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1097-026...
), que chamamos de integração externa (EE). De fato, uma rede confiável pode fornecer continuamente à subsidiária novos conhecimentos para inovação (Alinaghian et al., 2020Alinaghian, L., Kim, Y., & Srai, J. (2020). A relational embeddedness perspective on dynamic capabilities: A grounded investigation of buyer-supplier routines. Industrial Marketing Management, 85, 110-125. http://dx.doi.org/10.1016/j.indmarman.2019.10.003.
http://dx.doi.org/10.1016/j.indmarman.20...
), o que é necessário para a inovação de exploitation-exploration. Assim, fica clara a relação conhecimento e inovação (Kogut, 1988Kogut, B. (1988). Joint ventures: Theoretical and empirical perspectives. Strategic Management Journal, 9(4), 319-332. http://dx.doi.org/10.1002/smj.4250090403.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.4250090403...
), em que o conhecimento é considerado um importante fator antecedente da inovação.

A ambidestria contextual e a estrutura flexível compõem o desenho organizacional da subsidiária que permite a renovação de capacidade de inovação. A estrutura flexível facilita a inovação por meio de atividades de exploration-exploration (Damanpour & Aravind, 2012Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-3747...
) e sustenta laços interorganizacionais de confiança para adquirir conhecimento único e diferenciado (Schöllhammer & Gibb, 2019Schöllhammer, S., & Gibb, S. (2019). Collectively innovating; modelling responsible exposure in heterarchical organisations. International Journal of Innovation Science, 12(1), 127-141. http://dx.doi.org/10.1108/IJIS-03-2019-0023.
http://dx.doi.org/10.1108/IJIS-03-2019-0...
). Dependendo da força dos laços (Granovetter, 1983Granovetter, M. (1983). The strength of weak ties: A network theory revisited. Sociological Theory, 1, 201-213. http://dx.doi.org/10.2307/202051.
http://dx.doi.org/10.2307/202051...
), fortes ou fracos, a subsidiária pode ter mais ou menos acesso ao conhecimento único (Dahlander et al., 2016Dahlander, L., O’Mahony, S., & Gann, D. M. (2016). One foot in, one foot out: How does individuals’ external search breadth affect innovation outcomes? Strategic Management Journal, 37(2), 280-302. http://dx.doi.org/10.1002/smj.2342.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.2342...
). Laços fortes baseados na confiança são mecanismos eficientes para acessar conhecimento valioso (Kadushin, 2012Kadushin, C. (2012). Understanding social networks: Theories, concepts, and findings. Oxford University Press Inc.), enquanto laços fracos estendem os braços da rede para conhecimentos mais diversificados, mas comuns (Kadushin, 2012Kadushin, C. (2012). Understanding social networks: Theories, concepts, and findings. Oxford University Press Inc.).

Espera-se que a integração externa mude a influência da estrutura organizacional na ambidestria contextual, dependendo da força dos laços entre os atores da rede (Granovetter, 1993Granovetter, M. (1993). The nature of economic relationships. In R. Swedberg (Ed.), Explorations in economic sociology (pp. 3-41). Russell Sage Foundation.; Gulati, 1998Gulati, R. (1998). Alliances and networks. Strategic Management Journal, 19(4), 293-317. http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1097-0266(199804)19:4<293::AID-SMJ982>3.0.CO;2-M.
http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1097-026...
). Isso sugere que a integração externa modera a relação entre estrutura flexível e ambidestria contextual. Assim, levantamos a seguinte hipótese:

H2b: A integração externa modera positivamente a relação entre a estrutura flexível e a ambidestria contextual.

2.5 Capacidade de inovação da subsidiária e ambidestria contextual

As capacidades de inovação da subsidiária (SIC) são estáticas (Helfat & Winter, 2011Helfat, C. E., & Winter, S. G. (2011). Untangling dynamic and operational capabilities: Strategy for the (n) ever‐changing world. Strategic Management Journal, 32(11), 1243-1250. http://dx.doi.org/10.1002/smj.955.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.955...
), e para lidar com ambientes em mudança, elas precisam ser reconfiguradas e desenvolvidas por capacidades dinâmicas (DC) (Bessant & Tidd, 2015Bessant, J., & Tidd, J. (2015). Innovation and entrepreneurship (3rd ed.). John Wiley & Sons.). Parashar e Singh (2005)Parashar, M., & Singh, S. K. (2005). Innovation capability. IIMB Management Review, 17(4), 115-123. argumentam que as capacidades dinâmicas renovam as capacidades de inovação. Rothaermel e Hess (2007)Rothaermel, F. T., & Hess, A. M. (2007). Building dynamic capabilities: Innovation driven by individual-, firm-, and network-level effects. Organization Science, 18(6), 898-921. http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1070.0291.
http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1070.0291...
e Teece (2007)Teece, D. J. (2007). Explicating dynamic capabilities: The nature and microfoundations of sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, 28(13), 1319-1350. http://dx.doi.org/10.1002/smj.640.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.640...
também afirmaram que as capacidades dinâmicas permitem que a organização se adapte às mudanças por meio da inovação. De acordo com O’Reilly e Tushman, (2008O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2008). Ambidexterity as a dynamic capability: Resolving the innovator’s dilemma. Research in Organizational Behavior, 28, 185-206. http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06...
, 2013O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2013). Organizational ambidexterity: Past, present, and future. The Academy of Management Perspectives, 27(4), 324-338. http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025.
http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025...
), a ambidestria organizacional é a capacidade específica de uma empresa que permite à organização reconfigurar e transformar novos conhecimentos, recursos e capacidades.

Assumimos a ambidestria contextual como uma capacidade dinâmica que pode renovar as capacidades de inovação da subsidiária por meio de atividades de exploitation-exploration (O’Reilly & Tushman, 2008O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2008). Ambidexterity as a dynamic capability: Resolving the innovator’s dilemma. Research in Organizational Behavior, 28, 185-206. http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06...
). O exploration está relacionado à busca, variação, tomada de risco, experimentação, flexibilidade, descoberta e inovação radical, enquanto o exploitation se refere ao refinamento, escolha, produção, eficiência, seleção, implementação, execução e inovação incremental (Rogbeer et al., 2014Rogbeer, S., Almahendra, R., & Ambos, B. (2014). Open-Innovation effectiveness: When does the macro design of alliance portfolios matter? Journal of International Management, 20(4), 464-477. http://dx.doi.org/10.1016/j.intman.2014.09.003.
http://dx.doi.org/10.1016/j.intman.2014....
).

O exploration e o exploitation são considerados atividades conflitantes (Rogbeer et al., 2014Rogbeer, S., Almahendra, R., & Ambos, B. (2014). Open-Innovation effectiveness: When does the macro design of alliance portfolios matter? Journal of International Management, 20(4), 464-477. http://dx.doi.org/10.1016/j.intman.2014.09.003.
http://dx.doi.org/10.1016/j.intman.2014....
) que requerem estruturas duais especializadas, uma para o exploitation e outra para o exploration, denominada ambidestria estrutural (O’Reilly & Tushman, 2008O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2008). Ambidexterity as a dynamic capability: Resolving the innovator’s dilemma. Research in Organizational Behavior, 28, 185-206. http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06...
). No entanto, alguns pesquisadores argumentam que o exploitation e o exploration podem coexistir, uma vez que a subsidiária pode criar um contexto de suporte sustentado por uma estrutura organizacional flexível que estimula os indivíduos a dividir livremente seu tempo entre demandas simultâneas de exploitation e de exploration em uma única estrutura organizacional chamada de ambidestria contextual (Haveli et al., 2015Haveli, M. Y., Carmeli, A., & Brueller, N. (2015). Ambidexterity in human resource management. Human Resource Management, 54(1), 223-238.; Gibson & Birkinshaw, 2004Gibson, C., & Birkinshaw, J. (2004). Contextual determinants of organizational ambidexterity. Academy of Management Journal, 47(2), 209-226.). Isso significa que a ambidestria contextual e as capacidades de inovação da subsidiária estão intimamente conectadas. Assim, propomos a seguinte hipótese:

H3a: A ambidestria contextual está positivamente associada às capacidades de inovação da subsidiária.

2.6 Estruturas flexíveis, ambidestria contextual e capacidade de inovação

Estudiosos como Schöllhammer e Gibb (2019)Schöllhammer, S., & Gibb, S. (2019). Collectively innovating; modelling responsible exposure in heterarchical organisations. International Journal of Innovation Science, 12(1), 127-141. http://dx.doi.org/10.1108/IJIS-03-2019-0023.
http://dx.doi.org/10.1108/IJIS-03-2019-0...
e Damanpour e Aravind (2012)Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-3747...
observaram que as organizações mudaram gradualmente para estruturas mais flexíveis para transformar recursos, tecnologia e capacidades existentes e novos. Assim, as subsidiárias devem implementar estruturas ágeis e flexíveis que combinem características de estruturas mecanicista-orgânicas (Escrig et al., 2020Escrig, E. D., Broch, F. F., Alcamí, R. L., & Gomez, R. C. (2020). How to enhance radical innovation? The importance of organizational design and generative learning. Review of Managerial Science, 14(5), 1101-1122. http://dx.doi.org/10.1007/s11846-019-00326-7.
http://dx.doi.org/10.1007/s11846-019-003...
). A estrutura organizacional flexível (FOS) possibilita rotinas de renovação, modifica funções e estruturas de comunicação e emprega diversos sistemas de gestão para melhorar o controle, a eficiência e a inovação (Vaccaro et al., 2012Vaccaro, I. G., Jansen, J. J., Van Den Bosch, F. A., & Volberda, H. W. (2012). Management innovation and leadership: The moderating role of organizational size. Journal of Management Studies, 49(1), 28-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00976.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.20...
).

Tushman e O’Reilly (1996)Tushman, M. L., & O’Reilly 3rd, C. A. (1996). Ambidextrous organizations: Managing evolutionary and revolutionary change. California Management Review, 38(4), 8-29. http://dx.doi.org/10.2307/41165852.
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definem a ambidestria em termos de inovação como “a capacidade de buscar simultaneamente inovação incremental e descontínua e a mudança resulta da hospedagem de múltiplas estruturas, processos e culturas contraditórias dentro da mesma empresa” (p. 24). Isso sugere que a estrutura da empresa é dual constituída por unidades separadas para o exploitation (estrutura hierárquica) e o exploration (estrutura não hierárquica). Por outro lado, na proposta de Gibson e Birkinshaw (2004)Gibson, C., & Birkinshaw, J. (2004). Contextual determinants of organizational ambidexterity. Academy of Management Journal, 47(2), 209-226., uma única estrutura pode lidar com as atividades de exploitation e de exploration da ambidestria contextual. Segundo os autores, uma única estrutura fornece alojamento para tarefas de exploitation e de exploration simultâneas, uma vez que a alta administração desenvolve um contexto de suporte que inclui a FOS para ajudar no exploration e no exploitation simultâneos e renovar as capacidades de inovação. De fato, a ambidestria contextual é uma capacidade dinâmica que pode renovar capacidades estáticas (Helfat & Winter, 2011Helfat, C. E., & Winter, S. G. (2011). Untangling dynamic and operational capabilities: Strategy for the (n) ever‐changing world. Strategic Management Journal, 32(11), 1243-1250. http://dx.doi.org/10.1002/smj.955.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.955...
). A literatura recente mostra estudos utilizando a ambidestria contextual como mediadora nos níveis micro e macro (Gibson & Birkinshaw, 2004Gibson, C., & Birkinshaw, J. (2004). Contextual determinants of organizational ambidexterity. Academy of Management Journal, 47(2), 209-226.; Muhammad et al., 2021Muhammad, F., Ikram, A., Jafri, S. K., & Naveed, K. (2021). Product innovations through ambidextrous organizational culture with mediating effect of contextual ambidexterity: An empirical study of it and telecom firms. Journal of Open Innovation: Technology, Market, and Complexity, 7(1), 9. http://dx.doi.org/10.3390/joitmc7010009.
http://dx.doi.org/10.3390/joitmc7010009...
). Assim, propomos a seguinte hipótese:

H3b: A ambidestria contextual medeia a associação entre a estrutura flexível e as capacidades de inovação da subsidiária.

2.7 Estrutura conceitual e hipóteses

A Figura 1 mostra um quadro e hipóteses moderado-mediado. Indica que a ambidestria contextual (CAMB) medeia a relação entre a estrutura organizacional flexível (FOS) e as capacidades de inovação da subsidiária (SIC). A CAMB é uma capacidade dinâmica (DC) que permite a renovação da SIC. Sugerimos a integração externa (EE) como fonte de novos conhecimentos que moderam a relação entre a FOS e a CAMB.

Figura 1
Estrutura conceitual e hipóteses

3 Metodologia

Nosso universo de subsidiárias estrangeiras no Brasil é resultado de um mailing de diferentes fontes de informação (revistas, rankings) das 1.000 subsidiárias estrangeiras mais significativas em termos de vendas operando no Brasil (posteriormente reduzidas para 972 contatos válidos) de diversos segmentos, como indústria, comércio e serviços. Após o descarte dos dados ausentes, a amostra final foi composta por 289 respondentes (vide DADOS COMPLEMENTARES 2 – Dados da empresa). Essas subsidiárias são principalmente unidades de pequeno e médio portes (93%) e algumas subsidiárias de grande porte (7%). Utilizou-se um questionário online baseado em pesquisadores bem citados e respondido pelos gestores responsáveis ​​das subsidiárias. O modo de entrada foi predominantemente por meio de fusões e aquisições, seguido por alianças e investimentos greenfield. Os países de origem que participaram do estudo são europeus (74%), norte-americanos (17%), asiáticos (5%) e sul-americanos (4%) (vide DADOS COMPLEMENTARES 2 – Dados da empresa).

As questões do Apêndice APÊNDICE – Questionário Estrutura organizacional flexível (FOS) nos últimos três anos Autores Regras e procedimentos foram renovados. Vaccaro et al. (2012) As tarefas e as funções de nossos funcionários foram modificadas. Novos sistemas de gestão foram implementados. A política de remuneração foi reestruturada. A comunicação dentro e entre os departamentos foi reorganizada. A estrutura organizacional foi aprimorada. Integração externa (EE). Sobre parceiros externos da rede de negócios (fornecedores, distribuidores, outsourcing) nos últimos três anos Autores Hallin et al. (2011) Kingshott (2006) Investiu mais no relacionamento com os principais parceiros. Mantém um relacionamento de longo prazo com os principais parceiros. É vital manter o relacionamento com os principais parceiros. Os principais parceiros são leais. Os principais parceiros são honestos e confiáveis. Adquiriu mais confiança dos principais parceiros. A confiança mútua ajudou o relacionamento com os principais parceiros. Os principais parceiros cumprem as promessas feitas. Ambidestria contextual (CAMB) nos últimos três anos Autores Exploration He & Wong (2004) Abriu novos mercados. Expandiu tipos de produtos. Entrou em novas áreas tecnológicas. Exploitation Melhorou a qualidade do produto. Melhorou a flexibilidade da produção. Reduziu o custo da produção. Melhor rendimento ou redução do consumo de matéria-prima. Capacidade de inovação da subsidiária (SIC) nos últimos três anos Autores Produtos frequentemente fornecidos de maior qualidade em comparação com os principais concorrentes. Isaac et al. (2019) Andersson et al. (2014) Desenvolveu novos produtos. Desenvolveu novas práticas. Os recursos primários foram alocados para desenvolver linhas de produtos diversificadas. Os dados complementares deste estudo estão disponíveis online em: https://doi.org/10.7910/DVN/N07AS7 mostram os construtos e estudiosos envolvidos. Estrutura organizacional flexível dá enfoque a uma estrutura organizacional que permite que a subsidiária se adapte às mudanças ambientais (adaptado de Vaccaro et al., 2012Vaccaro, I. G., Jansen, J. J., Van Den Bosch, F. A., & Volberda, H. W. (2012). Management innovation and leadership: The moderating role of organizational size. Journal of Management Studies, 49(1), 28-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00976.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.20...
). A integração externa explora como a subsidiária melhora seus laços interorganizacionais (Hallin et al., 2011Hallin, C., Holm, U., & Sharma, D. (2011). Embeddedness of innovation receivers in the multinational corporation: Effects on business performance. International Business Review, 20(3), 362-373. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2010.09.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2010...
; Kingshott, 2006Kingshott, R. P. J. (2006). The impact of psychological contracts upon trust and commitment within supplier–Buyer relationships: A social exchange view. Industrial Marketing Management, 35(6), 724-739. http://dx.doi.org/10.1016/j.indmarman.2005.06.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.indmarman.20...
). A ambidestria contextual envolve atividades de exploitation e exploration (He & Wong, 2004He, Z. L., & Wong, P. K. (2004). Exploration vs. exploitation: An empirical test of the ambidexterity hypothesis. Organization Science, 15(4), 481-494. http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1040.0078.
http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1040.0078...
) e as capacidades de inovação da subsidiária medem as atividades inovadoras (Andersson et al., 2014Andersson, U., Dellestrand, H., & Pedersen, T. (2014). The contribution of local environments to competence creation in multinational enterprises. Long Range Planning, 47(1-2), 87-99. http://dx.doi.org/10.1016/j.lrp.2013.10.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.lrp.2013.10....
) (vide DADOS COMPLEMENTARES 3 – Questionário).

Realizamos um teste de normalidade dos dados para definir a técnica multivariada mais adequada para nosso estudo, calculando a assimetria e a curtose. Os valores de assimetria e curtose foram (-1,1) e (1,8), respectivamente, representando uma curva ligeiramente não normal. No entanto, valores de assimetria entre -2 e +2 e curtose próximo a 2 são considerados aceitáveis ​​(Hair et al., 2022Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Sage Publications.). De acordo com Hair et al. (2022)Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Sage Publications., “as propriedades estatísticas da PLS-SEM fornecem estimativas de modelo muito robustas com dados que têm propriedades distributivas normais e não normais” (p. 27), uma vez que a PLS-SEM geralmente não faz suposições sobre as distribuições de dados. No entanto, é importante confirmar que os dados não estão muito longe do normal. De acordo com Henseler et al. (2016)Henseler, J., Hubona, G., & Ray, P. A. (2016). Using PLS path modeling in new technology research: Updated guidelines. Industrial Management & Data Systems, 116(1), 2-20. http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-09-2015-0382.
http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-09-2015-0...
, Souzabido e Silva (2019)Souzabido, D., & Silva, D. (2019). Smartpls 3: Specification, estimation, evaluation and reporting. Administração: Ensino e Pesquisa–RAEP, 20(2), 465-514. https://link.gale.com/apps/doc/A600448544/IFME?u=anon~277825d&sid=googleScholar&xid=5bc272b6
https://link.gale.com/apps/doc/A60044854...
e Hair et al. (2020)Hair Jr, J. F., Howard, M. C., & Nitzl, C. (2020). Assessing measurement model quality in PLS-SEM using confirmatory composite analysis. Journal of Business Research, 109, 101-110. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2019.11.069.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2019...
, a PLS utiliza uma técnica não paramétrica, denominada bootstrapping, que consiste em tomar a amostra original como um universo e amostrá-la repetidamente, obtendo uma distribuição “normal”. A amostra bootstrap permite os coeficientes estimados da PLS-SEM e testes de significância (Henseler et al., 2009Henseler, J., Ringle, C. M., & Sinkovics, R. R. (2009). The use of partial least squares path modeling in international marketing. In R. R. Sinkovics & P. N. Ghauri (eds.), New challenges to international marketing. Emerald Group Publishing Limited. http://dx.doi.org/10.1108/S1474-7979(2009)0000020014.
http://dx.doi.org/10.1108/S1474-7979(200...
). Usamos o SmartPLS 3 (Ringle et al., 2015Ringle, C. M., Wende, S., & Becker, J. M. (2015). SmartPLS 3. SmartPLS GmbH. http://www. smartpls.com.
http://www. ...
), um quadrado mínimo parcial (PLS) que permite modelos de regressão múltipla (SEM), para testar a estrutura de processo condicional proposta (Figura 1) (vide DADOS COMPLEMENTARES 1 – Configurações).

3.1 Modelos de métrica

A estrutura conceitual foi modelada no SmartPLS 3, adotando modelagem estrutural reflexiva (DADOS COMPLEMENTARES 4 – Banco de dados). O tamanho da amostra de 289 respondentes válidos é maior que a quantidade mínima de 77, calculada pelo software G*Power 3.1.9.2. A avaliação das métricas do modelo segue duas etapas: análise fatorial confirmatória (CFA), avaliação do modelo conceitual por meio do algoritmo PLS/resultados de bootstrapping e o ajuste global por meio da raiz quadrada média dos resíduos padronizados (SRMR). Normalmente, a CFA é comumente aplicada em estudos CB-SEM e raramente em PLS-SEM (Henseler, 2018Henseler, J. (2018). Partial least squares path modeling: Quo Vadis? Quality & Quantity, 52(1), 1-8. http://dx.doi.org/10.1007/s11135-018-0689-6.
http://dx.doi.org/10.1007/s11135-018-068...
). As avaliações de confiabilidade e validade de ambas as etapas são apresentadas nas subseções 3.1.1, 3.1.2, 4.1 e 4.2.

3.1.1 Etapa 1 – Avaliação de análise fatorial confirmatória

De acordo com Hair et al. (2020)Hair Jr, J. F., Howard, M. C., & Nitzl, C. (2020). Assessing measurement model quality in PLS-SEM using confirmatory composite analysis. Journal of Business Research, 109, 101-110. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2019.11.069.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2019...
, a CFA permite “melhorar a confiabilidade de itens e escalas, identificar e fornecer uma indicação de itens que precisam ser revisados ou, em alguns casos, eliminados para validade de conteúdo, facilitar a obtenção de validade convergente e validade discriminante”. A CFA requer um modelo saturado que corresponda à ligação de todos os LVs, ou seja, todos os construtos podem ser correlacionados livremente. Definimos PLS-CFA para o esquema de ponderação de fatores e um nível de significância de 0,05 bicaudal.

O modelo de medição mostra que todos os indicadores de carregamento estão acima de 0,708, exceto dois indicadores com valores em torno de 0,600 (SIC 1 e 5), mas ainda assim aceitáveis (Hair et al., 2022Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Sage Publications.), indicando confiabilidade satisfatória do item (vide DADOS COMPLEMENTARES – CFA).

A confiabilidade da consistência interna examina a confiabilidade composta, o alfa de Cronbach ou um valor entre ambos. Os valores estão abaixo de 0,95, indicando confiabilidade de consistência interna aceitável (Henseler, 2018Henseler, J. (2018). Partial least squares path modeling: Quo Vadis? Quality & Quantity, 52(1), 1-8. http://dx.doi.org/10.1007/s11135-018-0689-6.
http://dx.doi.org/10.1007/s11135-018-068...
). A validade convergente é avaliada pela variância média extraída (AVE) para cada construto e deve ser igual ou superior a 0,50. Todos os valores da AVE estão acima de 0,50, indicando uma validade convergente aceitável (vide DADOS COMPLEMENTARES – CFA).

O modelo estrutural avalia a validade discriminante por meio da razão HTMT. Todos os valores estão abaixo de 0,90, indicando validade discriminante aceitável (Henseler et al., 2015Henseler, J., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2015). A new criterion for assessing discriminant validity in variance-based structural equation modeling. Journal of the Academy of Marketing Science, 43(1), 115-135. http://dx.doi.org/10.1007/s11747-014-0403-8.
http://dx.doi.org/10.1007/s11747-014-040...
). Além disso, todos os coeficientes de caminho do modelo saturado são significativos, com valores de p abaixo de 0,1% e t acima de 1,96 (vide DADOS COMPLEMENTARES – CFA).

3.1.2 Etapa 2 (avaliação do modelo conceitual) – Confiabilidade e validade

A Tabela 1 mostra que os valores de alfa de Cronbach e confiabilidade composta estão abaixo de 0,95 (Henseler, 2018Henseler, J. (2018). Partial least squares path modeling: Quo Vadis? Quality & Quantity, 52(1), 1-8. http://dx.doi.org/10.1007/s11135-018-0689-6.
http://dx.doi.org/10.1007/s11135-018-068...
), indicando um alto nível de confiabilidade de consistência interna.

Tabela 1
Alfa de Cronbach, confiabilidade composta e AVE

Como utilizamos um modelo reflexivo, a validade convergente avalia a AVE e as cargas externas. Os valores da AVE são superiores a 0,50, e todas as cargas externas são superiores a 0,70, indicando confiabilidade adequada do indicador e confiabilidade convergente (vide DADOS COMPLEMENTARES 1 – Confiabilidade).

A Tabela 2 apresenta os valores de validade discriminante obtidos para os critérios Fornell e Larcker (1981)Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Structural equation models with unobservable variables and measurement error: Algebra and statistics. JMR, Journal of Marketing Research, 18(3), 382-388. http://dx.doi.org/10.1177/002224378101800313.
http://dx.doi.org/10.1177/00222437810180...
e HTMT, que atendem aos limites de corte (Hair et al., 2022Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Sage Publications.). De acordo com Henseler et al. (2015)Henseler, J., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2015). A new criterion for assessing discriminant validity in variance-based structural equation modeling. Journal of the Academy of Marketing Science, 43(1), 115-135. http://dx.doi.org/10.1007/s11747-014-0403-8.
http://dx.doi.org/10.1007/s11747-014-040...
, na PLS-SEM, o critério da razão hetero traço-mono traço das correlações (HTMT) é mais consistente do que Fornell e Larcker (1981)Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Structural equation models with unobservable variables and measurement error: Algebra and statistics. JMR, Journal of Marketing Research, 18(3), 382-388. http://dx.doi.org/10.1177/002224378101800313.
http://dx.doi.org/10.1177/00222437810180...
(vide DADOS COMPLEMENTARES 1 – Relação HTMT).

Tabela 2
Validade discriminante – Fornell e Larcker (1981)Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Structural equation models with unobservable variables and measurement error: Algebra and statistics. JMR, Journal of Marketing Research, 18(3), 382-388. http://dx.doi.org/10.1177/002224378101800313.
http://dx.doi.org/10.1177/00222437810180...
e HTMT

Todas as questões foram respondidas para os mesmos 289 respondentes, de modo que a confiabilidade interna pode eventualmente ser comprometida, resultando em viés de método comum. Usamos o teste de metas divididas (Steinke & Kopp, 2020Steinke, A., & Kopp, B. (2020). RELEX: An excel-based software tool for sampling split-half reliability coefficients. Methods in Psychology, 2, 100023. http://dx.doi.org/10.1016/j.metip.2020.100023.
http://dx.doi.org/10.1016/j.metip.2020.1...
) para complementar a medição da confiabilidade da consistência interna. Executamos o RELEX, uma ferramenta de software baseada em Excel para amostragem de confiabilidade dividida ao meio, examinando 10.000 iterações. 95% dos coeficientes de confiabilidade amostrados estão entre ρSC = 0,86 e ρSC = 0,95, com um coeficiente de confiabilidade mediano de ρSC = 0,92, mostrando uma alta correlação e confiabilidade de consistência interna (vide DADOS COMPLEMENTARES 5 – RELEX).

Finalmente, Henseler et al. (2016)Henseler, J., Hubona, G., & Ray, P. A. (2016). Using PLS path modeling in new technology research: Updated guidelines. Industrial Management & Data Systems, 116(1), 2-20. http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-09-2015-0382.
http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-09-2015-0...
afirmam “que, atualmente, o único critério de ajuste de modelo aproximado implementado para modelagem de caminho PLS é a raiz quadrada média residual padronizada (SRMR)” (p. 9). Alguns estudiosos propuseram um valor de corte de 0,08 para SRMR (Cho et al., 2020Cho, G., Hwang, H., Sarstedt, M., & Ringle, C. M. (2020). Cutoff criteria for overall model fit indexes in generalized structured component analysis. Journal of Marketing Analytics, 8(4), 189-202. http://dx.doi.org/10.1057/s41270-020-00089-1.
http://dx.doi.org/10.1057/s41270-020-000...
; Henseler et al., 2016Henseler, J., Hubona, G., & Ray, P. A. (2016). Using PLS path modeling in new technology research: Updated guidelines. Industrial Management & Data Systems, 116(1), 2-20. http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-09-2015-0382.
http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-09-2015-0...
). Obtivemos o valor de SRMR de 0,064, indicando que o ajuste geral é aceitável (vide DADOS COMPLEMENTARES – SRMR).

4 Resultados

O modelo estrutural envolve a capacidade preditiva do modelo e as relações entre os construtos. Um modelo reflexivo avalia a colinearidade interna, R-quadrado, f-quadrado, Q-quadrado e a significância e tamanho dos coeficientes de caminho.

Os valores do VIF interno são inferiores a 1,2, indicando colinearidade desprezível (vide DADOS COMPLEMENTARES 1 – VIF interno). Seguindo a proposta de Cohen (2013)Cohen, J. (2013). Statistical power analysis for the behavioral sciences (2nd ed.). Routledge. http://dx.doi.org/10.4324/9780203771587.
http://dx.doi.org/10.4324/9780203771587...
, o efeito total da estrutura flexível, ambidestria contextual e integração na SIC explicam substancialmente sua variabilidade (47%), enquanto a variância da ambidestria contextual é explicada (30%) pelo efeito indireto da estrutura sobre e o efeito moderador da EE.

De acordo com Hair et al. (2022)Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Sage Publications., para avaliar o modelo de qualidade também devem ser avaliados o tamanho do efeito (f2 ) e Q2 (Tabela 3). Como Chin (1998)Chin, W. W. (1998). The partial least squares approach for structural equation modeling. In G. A. Marcoulides (Ed.),Methodology for business and management. Modern methods for business research (pp. 295-336). Lawrence Erlbaum Associates Publishers. e Cohen (2013)Cohen, J. (2013). Statistical power analysis for the behavioral sciences (2nd ed.). Routledge. http://dx.doi.org/10.4324/9780203771587.
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afirmaram, f2 mede a força de cada preditor em explicar as variáveis ​​endógenas. Assim, valores de f2 de 0,02, 0,15 e 0,35 representam efeitos fracos, moderados e substanciais. A Tabela 3 indica que o valor de f-quadrado para ambidestria contextual apresenta um efeito substancial na SIC (0,434), enquanto a FOS está tendo um impacto médio na SIC (0,136) (vide DADOS COMPLEMENTARES 1 – R2 e F2). Chin (1998)Chin, W. W. (1998). The partial least squares approach for structural equation modeling. In G. A. Marcoulides (Ed.),Methodology for business and management. Modern methods for business research (pp. 295-336). Lawrence Erlbaum Associates Publishers. sugere que o Q-quadrado avalia a relevância preditiva. Para uma boa relevância preditiva, os valores de Q2 devem ser superiores a zero. Como os valores de Q2 são significativamente maiores que “zero”, uma boa preditividade do modelo foi alcançada.

Tabela 3
Valores de R-quadrado, F-quadrado e Q-quadrado

Valores de coeficiente de caminho acima de 0,20 são geralmente significativos (Hair et al., 2022Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Sage Publications.); no entanto, devem ser avaliados estatisticamente através da estatística t e do erro de probabilidade (valor p). A Tabela 4 mostra que os coeficientes de caminho, estatística t, valores p e hipóteses H1, H2a e H3a são significativos (p < 0,01%). A hipótese H2b (-0,123) corresponde a um efeito moderador da EE entre FOS e CAMB e é estatisticamente significativa (t=3,345; p < 0,1%; -0,192, -0,049) (vide DADOS COMPLEMENTARES 1 – Estatística).

Tabela 4
Coeficientes de caminho, efeitos totais, estatísticas-t e valores-p

4.1 Análise de efeitos de mediação

A literatura recente introduziu novos procedimentos para avaliar o efeito mediador (Hair et al. 2022Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Sage Publications., p. 233; Nitzl et al. 2016Nitzl, C., Roldan, J. L., & Cepeda, G. (2016). Mediation analysis in partial least squares path modeling: Helping researchers discuss more sophisticated models. Industrial Management & Data Systems, 116(9), 1849-1864. http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-07-2015-0302.
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, p. 7). Primeiro, deve determinar se o produto p 2 .p 3 é significativo. Em segundo lugar, o sinal e a significância estatística de p 1 devem ser analisados se o produto de p 2 .p 3 for significativo. Terceiro, se ambos são significativos e possuem o mesmo sinal configura-se uma mediação parcial complementar.

A Tabela 5 mostra os valores mediadores de CAMB caracterizando uma mediação parcial de CAMB entre FOS e SIC (Nitzl et al., 2016Nitzl, C., Roldan, J. L., & Cepeda, G. (2016). Mediation analysis in partial least squares path modeling: Helping researchers discuss more sophisticated models. Industrial Management & Data Systems, 116(9), 1849-1864. http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-07-2015-0302.
http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-07-2015-0...
). A pesquisa (Hair et al., 2022Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Sage Publications.; Zhao et al., 2010Zhao, X., Lynch Jr, J. G., & Chen, Q. (2010). Reconsidering Baron and Kenny: Myths and truths about mediation analysis. The Journal of Consumer Research, 37(2), 197-206. http://dx.doi.org/10.1086/651257.
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) recomenda o uso da VAF para avaliar a mediação parcial (20% - 80%).

Tabela 5
Efeitos indiretos específicos via planilha de bootstrapping

O valor de VAF para os caminhos FOS→CAMB→SIC e FOS→SIC é de 24% indicando a mediação parcial da ambidestria contextual, de acordo com o procedimento de Nitzl et al. (2016)Nitzl, C., Roldan, J. L., & Cepeda, G. (2016). Mediation analysis in partial least squares path modeling: Helping researchers discuss more sophisticated models. Industrial Management & Data Systems, 116(9), 1849-1864. http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-07-2015-0302.
http://dx.doi.org/10.1108/IMDS-07-2015-0...
(vide DADOS COMPLEMENTARES 1 – Efeitos indiretos).

4.2 Análise de processo condicional (efeito de mediação moderado)

A moderação da integração externa ocorre na primeira etapa da mediação da ambidestria contextual (Edwards & Lambert, 2007Edwards, J. R., & Lambert, L. S. (2007). Methods for integrating moderation and mediation: A general analytical framework using moderated path analysis. Psychological Methods, 12(1), 1-22. http://dx.doi.org/10.1037/1082-989X.12.1.1. PMid:17402809.
http://dx.doi.org/10.1037/1082-989X.12.1...
), constituindo um modelo de processo condicional (Figura 1) (Hayes, 2015Hayes, A. F. (2015). An index and test of linear moderated mediation. Multivariate Behavioral Research, 50(1), 1-22. http://dx.doi.org/10.1080/00273171.2014.962683. PMid:26609740.
http://dx.doi.org/10.1080/00273171.2014....
). O efeito mediador depende dos valores do moderador (Edwards & Lambert, 2007Edwards, J. R., & Lambert, L. S. (2007). Methods for integrating moderation and mediation: A general analytical framework using moderated path analysis. Psychological Methods, 12(1), 1-22. http://dx.doi.org/10.1037/1082-989X.12.1.1. PMid:17402809.
http://dx.doi.org/10.1037/1082-989X.12.1...
, p. 6; Hayes, 2015Hayes, A. F. (2015). An index and test of linear moderated mediation. Multivariate Behavioral Research, 50(1), 1-22. http://dx.doi.org/10.1080/00273171.2014.962683. PMid:26609740.
http://dx.doi.org/10.1080/00273171.2014....
, p. 2). Consistente com a proposta de Muller et al. (2005)Muller, D., Judd, C., & Yzerbyt, V. (2005). When moderation is mediated and mediation is moderated. Journal of Personality and Social Psychology, 89(6), 852-863. http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.89.6.852. PMid:16393020.
http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.89.6...
, o processo condicional ocorre quando o efeito moderador da EE modera significativamente pelo menos um caminho do processo causal (Figura 1). A Tabela 6 mostra que o efeito moderador é significativo (t = 3,345; p = 0,1%); consequentemente, a integração externa é estatisticamente um moderador.

Tabela 6
Efeito moderador de integração externa

Traçar a regressão linear facilita a análise e pode explicar o significado do valor negativo do efeito moderador da EE (-0,123). A literatura de moderação recomenda o uso de um teste de inclinação simples (Figura 2) para interpretar o efeito moderador (Gardner et al., 2017Gardner, R. G., Harris, T. B., Li, N., Kirkman, B. L., & Mathieu, J. E. (2017). Understanding “it depends” in organizational research: A theory-based taxonomy, review, and future research agenda concerning interactive and quadratic relationships. Organizational Research Methods, 20(4), 610-638. http://dx.doi.org/10.1177/1094428117708856.
http://dx.doi.org/10.1177/10944281177088...
; Hayes, 2015Hayes, A. F. (2015). An index and test of linear moderated mediation. Multivariate Behavioral Research, 50(1), 1-22. http://dx.doi.org/10.1080/00273171.2014.962683. PMid:26609740.
http://dx.doi.org/10.1080/00273171.2014....
). A Figura 2 foi construída com base em três critérios. Primeiro, a estrutura organizacional flexível (FOS) é uma variável contínua plotada linearmente em uma escala de 1 a 10 e nomeada nas extremidades como alta e baixa eficácia. A alta eficácia da FOS significa que a subsidiária implantou com sucesso uma estrutura flexível que se adapta diretamente às mudanças internas e externas. A baixa eficácia da FOS resulta em problemas da subsidiária em se adaptar às mudanças.

Figura 2
Efeito moderador da integração externa alta e baixa

Em segundo lugar, a integração externa (EE) é categorizada como EE alta e baixa (Cohen et al., 2014Cohen, P., West, S. G., & Aiken, L. S. (2014). Applied multiple regression/Correlation analysis for the behavioral sciences. Psychology Press. http://dx.doi.org/10.4324/9781410606266.
http://dx.doi.org/10.4324/9781410606266...
). EE alta representa sucesso na aquisição de conhecimento confiável e valioso por meio de relacionamentos interorganizacionais confiáveis. EE baixa denota que a subsidiária não conseguiu construir vínculos de confiança, levando a dificuldades de acesso ao conhecimento diferenciado. Terceiro, a ambidestria contextual também é uma variável contínua em uma escala de 1 a 10 e é rotulada como otimizada e não otimizada nas extremidades. Uma pontuação alta de exploration-exploitation representa que a subsidiária alcançou um equilíbrio de exploration-exploitation otimizado. Um nível de exploration-exploitation equilibrado, mas não otimizado, pode enfraquecer os resultados da ambidestria contextual, ou seja, a renovação da capacidade de inovação. Graficamente, a EE é calculada usando um desvio padrão acima da média (EE alta) e um desvio padrão abaixo da média (EE baixa) (Cohen et al., 2014Cohen, P., West, S. G., & Aiken, L. S. (2014). Applied multiple regression/Correlation analysis for the behavioral sciences. Psychology Press. http://dx.doi.org/10.4324/9781410606266.
http://dx.doi.org/10.4324/9781410606266...
) (vide DADOS COMPLEMENTARES 1 – Inclinações).

A Figura 2 sugere que a EE modera a relação positiva entre FOS e CAMB, fortalecendo (sinérgico) e acentuando o efeito da interação à medida que a EE aumenta (Gardner et al., 2017Gardner, R. G., Harris, T. B., Li, N., Kirkman, B. L., & Mathieu, J. E. (2017). Understanding “it depends” in organizational research: A theory-based taxonomy, review, and future research agenda concerning interactive and quadratic relationships. Organizational Research Methods, 20(4), 610-638. http://dx.doi.org/10.1177/1094428117708856.
http://dx.doi.org/10.1177/10944281177088...
). Para EE baixa, a CAMB é mais sensível às variações de eficácia da FOS (maior inclinação), ao passo que, para EE alta, há menor influência da FOS na CAMB devido à sua inclinação próxima a uma horizontal.

5 Discussão

Os resultados respondem à pergunta de pesquisa “Quais condições são necessárias para uma subsidiária desenvolver recursos renováveis inovadores por meio de projetos flexíveis?” e sustentam as cinco hipóteses. Uma estrutura organizacional flexível (FOS) é fundamental para renovar as capacidades de inovação (Kortmann, 2012Kortmann, S. (2012).The relationship between organizational structure and organizational ambidexterity: A comparison between manufacturing and service firms. Gabler Verlag/Springer Fachmedien Wiesbaden. https://doi.org/10.1007/978-3-8349-3630-1.
https://doi.org/10.1007/978-3-8349-3630-...
). De fato, a FOS pode apoiar a regeneração de regras, tarefas, sistemas de gestão e comunicação (Damanpour & Aravind, 2012Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
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), ajustáveis às mudanças ambientais, o que significa que as capacidades renováveis inovadoras permitem ajustar o ambiente interno e responder ou mesmo moldar o ambiente externo. (Teece, 2009Teece, D. J. (2009). Dynamic capabilities and strategic management: Organizing for innovation and growth. Oxford University Press on Demand.).

Adicionalmente, para renovar suas capacidades de inovação, a subsidiária necessita de capacidades dinâmicas para aproveitar (exploit) os recursos existentes e simultaneamente explorar (explore) novos conhecimentos (ambidestria contextual) (O’Reilly & Tushman, 2013O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2013). Organizational ambidexterity: Past, present, and future. The Academy of Management Perspectives, 27(4), 324-338. http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025.
http://dx.doi.org/10.5465/amp.2013.0025...
; Parashar & Singh, 2005Parashar, M., & Singh, S. K. (2005). Innovation capability. IIMB Management Review, 17(4), 115-123.), corroborando a hipótese H3a. Portanto, mostramos que uma estrutura organizacional flexível está positivamente relacionada com capacidade de inovação e ambidestria contextual, suportando as hipóteses H1 e H2a (Tabelas 4 e 5).

Além disso, o conhecimento pode ficar rapidamente desatualizado em ambientes dinâmicos, e uma rede local confiável é uma fonte confiável que pode fornecer continuamente conhecimento novo diferenciado (Alinaghian et al., 2020Alinaghian, L., Kim, Y., & Srai, J. (2020). A relational embeddedness perspective on dynamic capabilities: A grounded investigation of buyer-supplier routines. Industrial Marketing Management, 85, 110-125. http://dx.doi.org/10.1016/j.indmarman.2019.10.003.
http://dx.doi.org/10.1016/j.indmarman.20...
). Os resultados indicam que a ambidestria contextual medeia parcialmente a relação entre estrutura flexível e capacidade de inovação (H3b), enquanto a integração externa como fonte de conhecimento confiável modera a relação entre estrutura flexível e ambidestria contextual (H2b). Esses achados validam o processo condicional proposto (modelo de mediação moderada – Figura 1) (Hayes, 2015Hayes, A. F. (2015). An index and test of linear moderated mediation. Multivariate Behavioral Research, 50(1), 1-22. http://dx.doi.org/10.1080/00273171.2014.962683. PMid:26609740.
http://dx.doi.org/10.1080/00273171.2014....
, 2022Hayes, A. F. (2022). Introduction to mediation, moderation, and conditional process analysis: A regression-based approach (3rd ed.). The Guilford Press.).

Destacamos algumas contribuições, teóricas e gerenciais, que ampliaram a recente pesquisa em gestão estratégica, negócios internacionais e teorias organizacionais. Primeiramente, no contexto de subsidiárias de multinacionais, detectamos que uma estrutura flexível é um importante antecedente de ambidestria organizacional, especificamente em empresas com estruturas únicas, uma vez que a subsidiária precisa gerenciar os conflitos que surgem das atividades simultâneas de exploitation-exploration (Gibson & Birkinshaw, 2004Gibson, C., & Birkinshaw, J. (2004). Contextual determinants of organizational ambidexterity. Academy of Management Journal, 47(2), 209-226.). Uma estrutura organizacional flexível combina características da estrutura organizacional tradicional, mecanicista e orgânica (Burns & Stalker, 1961Burns, T., & Stalker, G. M. (1961). The management of innovation. Tavistock.; Lawrence & Lorsch, 1967Lawrence, P. R., & Lorsch, J. W. (1967). Organization and environment: Managing differentiation and integration. Harvard University.) e inovação organizacional (Damanpour & Aravind, 2012Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
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). A FOS ajuda a alcançar o equilíbrio simultâneo entre exploitation e exploration apoiando mudanças rápidas em regras, procedimentos, sistemas de gestão e processos de inovação (Damanpour & Aravind, 2012Damanpour, F., & Aravind, D. (2012). Organizational structure and innovation revisited: From organic to ambidextrous structure. In M. D. Mumford (Ed.), Handbook of organizational creativity (pp. 483-513). Academic Press. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374714-3.00019-7.
http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-3747...
; Vaccaro et al., 2012Vaccaro, I. G., Jansen, J. J., Van Den Bosch, F. A., & Volberda, H. W. (2012). Management innovation and leadership: The moderating role of organizational size. Journal of Management Studies, 49(1), 28-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00976.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.20...
).

Em segundo lugar, utilizamos uma técnica de análise de processos condicionais (Hayes, 2022Hayes, A. F. (2022). Introduction to mediation, moderation, and conditional process analysis: A regression-based approach (3rd ed.). The Guilford Press.), a integração analítica da análise de mediação e moderação, técnica utilizada nas correntes de pesquisa comportamental e psicológica. A análise condicional de processos é uma técnica metodológica adequada para estudos envolvendo relações complexas de diversas variáveis que funcionam em consonância (Edwards & Lambert, 2007Edwards, J. R., & Lambert, L. S. (2007). Methods for integrating moderation and mediation: A general analytical framework using moderated path analysis. Psychological Methods, 12(1), 1-22. http://dx.doi.org/10.1037/1082-989X.12.1.1. PMid:17402809.
http://dx.doi.org/10.1037/1082-989X.12.1...
), como observado em estudos recentes de pesquisa em teoria organizacional. Nosso estudo ilustra a utilidade da análise de processo condicional na avaliação concomitante da mediação de ambidestria contextual entre estrutura flexível e capacidade de inovação e moderação de integração externa entre estrutura flexível e ambidestria.

Terceiro, contribuímos para a literatura de gestão estratégica, negócios internacionais e teoria organizacional sintetizando vários fluxos de pesquisa, incluindo capacidades dinâmicas, ambidestria contextual, capacidade de inovação, design organizacional e literatura de rede. Mostramos que as subsidiárias requerem capacidades dinâmicas para alcançar o exploitation-exploration simultâneo e equilibrado, aplicando o conhecimento obtido da rede externa (Lessard et al., 2016Lessard, D., Teece, D. J., & Leih, S. (2016). The dynamic capabilities of Meta‐multinationals. Global Strategy Journal, 6(3), 211-224. http://dx.doi.org/10.1002/gsj.1126.
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).

Por último, oferecemos implicações para a prática de gestão. Os altos gestores devem buscar a eficácia da estrutura flexível, altos níveis de integração externa e atividades de exploitation e exploration otimizadas. Assim, a questão crítica para os gestores de topo é criar uma rede local confiável e comprometida para obter recursos exclusivos e diferenciados por meio de altos níveis de integração externa (EE). Ao atingir EE alta, independentemente de atingir qualquer nível de eficácia flexível (alta ou baixa), a subsidiária alcançará um equilíbrio otimizado de exploitation-exploration (ambidestria contextual), facilitando a renovação de suas capacidades de inovação (Figura 2). No entanto, no caso de alcançar baixa integração externa (rede de baixa confiança), os gestores devem buscar uma estrutura altamente eficaz investindo seus esforços na renovação de rotinas e práticas, introduzindo benefícios, melhorando a comunicação e ajustando a estrutura para responder às mudanças ambientais. No entanto, conforme observado nos achados, uma pequena janela na baixa inclinação da EE (Figura 2) permite o exploration-exploitation otimizado. Valores baixos de EE abaixo dessa janela levam a um equilíbrio de exploration-exploitation não otimizado, comprometendo a renovação de recursos inovadores.

6 Considerações finais, limitações e estudos futuros

O artigo mostra a importância de designs flexíveis e recursos dinâmicos para explicar recursos renováveis inovadores. Projetos flexíveis incluem ambidestria contextual, combinam teoria de estrutura organizacional tradicional e inovação organizacional e fornecem novos conhecimentos à inovação por meio do desenvolvimento de uma rede local confiável. Destacamos o papel da capacidade dinâmica e da ambidestria contextual para criar novos conhecimentos e capacidades para renovar capacidade de inovação.

A limitação primária refere-se à utilização de um estudo transversal. Considerando que ambientes dinâmicos podem mudar significativamente ao longo do tempo, é importante desenvolver estudos longitudinais para avaliar de que forma as subsidiárias respondem às mudanças ambientais. Em segundo lugar, a amostra e a pesquisa ficaram restritas ao ponto de vista do ator da equipe de gestão. Assim, a aplicação do instrumento de pesquisa aos atores da rede, fonte primária de conhecimento, enriqueceria a análise.

Nosso estudo se concentrou em projetos flexíveis e ambidestria contextual como uma capacidade dinâmica de acesso a conhecimento confiável da rede local para renovar as capacidades de inovação da subsidiária. No entanto, a eficácia desse processo depende de que forma os indivíduos das subsidiárias, de que forma o CEO, a alta e média gerência e os funcionários, orquestram os recursos e sistemas gerenciais existentes e novos que orientam os indivíduos em suas atividades. Portanto, sugerimos para agenda futura que estudiosos também investiguem a influência de indivíduos, práticas de gestão de recursos humanos (HRMP) (rotinas, sistemas gerenciais, benefícios) e cultura corporativa na renovação de capacidade de inovação. Adicionalmente, propomos examinar de que forma os diferentes níveis de volatilidade ambiental, incerteza, complexidade e ambiguidade (VUCA) influenciam a operacionalidade das estratégias subsidiárias. Usando os microfundamentos das capacidades dinâmicas, detecção, apreensão e transformação, a subsidiária pode manter a competitividade, aprimorando, combinando, protegendo e reconfigurando os ativos intangíveis e tangíveis de uma empresa (Teece, 2007Teece, D. J. (2007). Explicating dynamic capabilities: The nature and microfoundations of sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, 28(13), 1319-1350. http://dx.doi.org/10.1002/smj.640.
http://dx.doi.org/10.1002/smj.640...
), ou seja, melhorando as atividades de exploration e exploitation (ambidestria contextual). O uso da análise multinível (O’Reilly & Tushman, 2008O’Reilly 3rd, C. A., & Tushman, M. L. (2008). Ambidexterity as a dynamic capability: Resolving the innovator’s dilemma. Research in Organizational Behavior, 28, 185-206. http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.riob.2008.06...
; Simsek et al., 2009Simsek, Z., Heavey, C., Veiga, J. F., & Souder, D. (2009). A typology for aligning organizational ambidexterity’s conceptualizations, antecedents, and outcomes. Journal of Management Studies, 46(5), 864-894. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2009.00841.x.
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) permite que os pesquisadores examinem ao mesmo tempo o nível micro (indivíduos, HRMP) e o nível macro (cultura, design organizacional, ambiente) da organização.

APÊNDICE – Questionário

Estrutura organizacional flexível (FOS) nos últimos três anos Autores
Regras e procedimentos foram renovados. Vaccaro et al. (2012)Vaccaro, I. G., Jansen, J. J., Van Den Bosch, F. A., & Volberda, H. W. (2012). Management innovation and leadership: The moderating role of organizational size. Journal of Management Studies, 49(1), 28-51. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.2010.00976.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-6486.20...
As tarefas e as funções de nossos funcionários foram modificadas.
Novos sistemas de gestão foram implementados.
A política de remuneração foi reestruturada.
A comunicação dentro e entre os departamentos foi reorganizada.
A estrutura organizacional foi aprimorada.
Integração externa (EE). Sobre parceiros externos da rede de negócios (fornecedores, distribuidores, outsourcing) nos últimos três anos Autores
Hallin et al. (2011)Hallin, C., Holm, U., & Sharma, D. (2011). Embeddedness of innovation receivers in the multinational corporation: Effects on business performance. International Business Review, 20(3), 362-373. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2010.09.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2010...

Kingshott (2006)Kingshott, R. P. J. (2006). The impact of psychological contracts upon trust and commitment within supplier–Buyer relationships: A social exchange view. Industrial Marketing Management, 35(6), 724-739. http://dx.doi.org/10.1016/j.indmarman.2005.06.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.indmarman.20...
Investiu mais no relacionamento com os principais parceiros.
Mantém um relacionamento de longo prazo com os principais parceiros.
É vital manter o relacionamento com os principais parceiros.
Os principais parceiros são leais.
Os principais parceiros são honestos e confiáveis.
Adquiriu mais confiança dos principais parceiros.
A confiança mútua ajudou o relacionamento com os principais parceiros.
Os principais parceiros cumprem as promessas feitas.
Ambidestria contextual (CAMB) nos últimos três anos Autores
Exploration He & Wong (2004)He, Z. L., & Wong, P. K. (2004). Exploration vs. exploitation: An empirical test of the ambidexterity hypothesis. Organization Science, 15(4), 481-494. http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1040.0078.
http://dx.doi.org/10.1287/orsc.1040.0078...
Abriu novos mercados.
Expandiu tipos de produtos.
Entrou em novas áreas tecnológicas.
Exploitation
Melhorou a qualidade do produto.
Melhorou a flexibilidade da produção.
Reduziu o custo da produção.
Melhor rendimento ou redução do consumo de matéria-prima.
Capacidade de inovação da subsidiária (SIC) nos últimos três anos Autores
Produtos frequentemente fornecidos de maior qualidade em comparação com os principais concorrentes. Isaac et al. (2019)Isaac, V. R., Borini, F. M., Raziq, M. M., & Benito, G. R. (2019). From local to global innovation: The role of subsidiaries’ external relational embeddedness in an emerging market. International Business Review, 28(4), 638-646. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2018.12.009.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2018...

Andersson et al. (2014)Andersson, U., Dellestrand, H., & Pedersen, T. (2014). The contribution of local environments to competence creation in multinational enterprises. Long Range Planning, 47(1-2), 87-99. http://dx.doi.org/10.1016/j.lrp.2013.10.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.lrp.2013.10....
Desenvolveu novos produtos.
Desenvolveu novas práticas.
Os recursos primários foram alocados para desenvolver linhas de produtos diversificadas.

Os dados complementares deste estudo estão disponíveis online em: https://doi.org/10.7910/DVN/N07AS7

  • Processo de avaliação: Double Blind Review
  • Esse artigo possui dados abertos
  • Como citar: Barcelos, E. J. B. V., Amatucci, M., Borini, F. M., & Raziq, M. M. (2022). Renovando as capacidades de inovação da subsidiária por meio do design flexível, da ambidestria contextual e da integração externa. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 24(3), p. 556-573. https://doi.org/10.7819/rbgn.v24i3.4188
  • Agências de fomento:

    Não há agências de fomento a informar.
  • Ciência Aberta: Barcelos, Eduardo, 2021, "Replication Data for: RBGN", https://doi.org/10.7910/DVN/N07AS7, Harvard Dataverse, V2, UNF:6:ilZA3pzsAnXYqV69I9k6+Q== [fileUNF].
  • Análise de plágio: A RBGN realiza análise de plágio em todos os seus artigos no momento da submissão e após a aprovação do manuscrito por meio da ferramenta iThenticate.

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Editor responsável:

Prof. Juan Torres

Revisores:

Jesus Juyumaya; Marcio Machado

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Out 2022
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2022

Histórico

  • Recebido
    24 Jan 2021
  • Aceito
    23 Jun 2022
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