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Avaliação Quantitativa dos Lisossomos no Epitélio Glandular da Cápsula do Endometrioma e no Epitélio do Endométrio de Pacientes com e sem Endometriose

Resumo de Tese

Avaliação Quantitativa dos Lisossomos no Epitélio Glandular da Cápsula do Endometrioma e no Epitélio do Endométrio de Pacientes com e sem Endometriose

Autor: Eduardo Vieira von Adamek

Orientador: Prof. Dr. Vilmon de Freitas

Co-orientador: Prof. Dr. Manuel de Jesus Simões

Dissertação apresentada à Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina - para obtenção do Título de Mestre em Ginecologia, no dia 19 de julho de 2001.

Introdução: A endometriose é conceituada como uma doença não neoplásica, onde tecido semelhante ao endométrio é encontrado fora da cavidade uterina, mimetizando sua estrutura histológica e função. Sendo assim, apresenta semelhanças com a mucosa do útero, tanto nos aspectos morfológico e imunológico como no estrutural, no que diz respeito à hormônio-dependência. A lesão mais típica da endometriose é o endometrioma que é uma formação cística, ovariana, repleta de líquido espesso e achocolatado, rodeada por cápsula densa e fibrosa. Nesta cápsula apresenta epitélio com estruturas semelhantes ao endométrio. A endometriose é uma doença hormônio-dependente que atinge mulheres no menacme, sendo que o seu caráter endócrino já foi comprovado por vários autores. A estrogênio-dependência de um tecido, pode ser estudada de maneira direta, pela verificação dos receptores hormonais in situ ou indiretamente, como pela análise dos lisossomos. Os lisossomos são organelas presentes no citoplasma da maioria das células animais e representam o maior componente do sistema vacuolar citoplasmático, ao lado do complexo de Golgi e dos retículos endoplasmáticos. É considerado um marcador da atividade estrogênica, visto que Freitas (1987) desvelou haver hormônio-dependência desta organela nas tubas uterinas humanas, sendo o estrogênio estimulador e a progesterona inibidora de sua proliferação.

Objetivos: O lisossomo é um verdadeiro marcador da atividade estrogênica e como o endometrioma não responde bem à terapia medicamentosa, propusemo-nos a quantificar os lisossomos presentes no epitélio glandular da cápsula do endometrioma e no epitélio do endométrio de pacientes com e sem endometriose.

Pacientes e Métodos: Analisamos o número de lisossomos no epitélio glandular do endométrio e na cápsula do endometrioma de mulheres portadoras de algia pélvica ou infertilidade, por meio de identificação histoquímica da fosfatase ácida presente nesta organela. Selecionamos 11 pacientes pertencentes à mesma faixa etária que, após vídeo-laparoscopia, foram divididas em dois grupos: um sem endometriose (GI), e outro com a doença (GII), que foi dividido em dois subgrupos: IIa (endométrio) e IIb (endometrioma). Os grupos eram homogêneos em relação à idade, paridade e fase do ciclo menstrual.

Resultados: Verificamos que o número de lisossomos no epitélio glandular do endométrio tópico das pacientes com endometrioma foi significantemente maior do que o do grupo sem endometriose, supondo-se haver, portanto, diferença no seu metabolismo. Notamos também que o número de lisossomos presentes no endométrio tópico das pacientes com endometrioma foi significantemente maior do que no epitélio glandular da cápsula do endometrioma. Isto mostra haver menor atividade da ação estrogênica no endometrioma, o que poderia explicar a sua menor resposta às várias modalidades de hormonioterapia antiestrogênica atualmente utilizadas.

Palavras-chave: Endométrio. Endometrioma. Endometriose.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Jun 2003
  • Data do Fascículo
    Out 2001
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