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Alteração Hemodinâmica Fetal, Frente ao Estímulo Vibroacústico, Avaliada através do Método Doppler, ao longo da Gestação

Resumo de Tese

Alteração Hemodinâmica Fetal, Frente ao Estímulo Vibroacústico, Avaliada através do Método Doppler, ao longo da Gestação

Autora: Ana Cristina Pinheiro Fernandes Araujo

Orientador: Prof. Dr. Francisco Mauad Filho

Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo em 17 abril de 2000.

Com o intuito de avaliar as possíveis repercussões hemodinâmicas, em nível da artéria cerebral média fetal, após o estímulo sonoro ao longo da gestação, foram analisadas noventa e seis gestantes, consideradas clinicamente normais, atendidas na Clínica Obstétrica (Ambulatório de Pré-Natal) do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, na Escola de Ultra-Sonografia e Reciclagem Médica de Ribeirão Preto e na Maternidade Escola Januário Cicco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Analisou-se a artéria cerebral média por meio do método Doppler, ao longo da gravidez, a partir da 26a semana de gestação, até a 40a semana. Compararam-se os resultados obtidos antes e após um estímulo vibroacústico, aplicado durante aproximadamente três a cinco segundos, com uma buzina da marca Kobo. Para análise estatística dos resultados, utilizou-se o teste não paramétrico de Wilcoxon, com nível de significância de (p<0,05), e ainda os testes de Kruskal-Wallis, e comparações múltiplas de Dunn. Na análise dos resultados, observou-se diferença, estatisticamente significativa, no índice de resistência da artéria cerebral média, nos fetos a partir da 34a semana até a 40a semana (neste último grupo houve diferença apenas naquelas com apresentação fetal não insinuada). No grupo de pacientes com idade gestacional entre a 34a e a 36a semana e 36a e a 38a semana, o índice de resistência mostrou diferença (p<0,01), e no grupo a termo com apresentação fetal não-insinuada (p<0,0068). Nos demais grupos, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa. Para o índice de pulsatilidade observou-se diferença, estatisticamente significativa, apenas no grupo de gestantes entre a 36a e a 38a semana de gestação. Avaliou-se, ainda, o efeito da idade gestacional sobre os índices de pulsatilidade e resistência, registrando-se diferença em pelo menos dois desses grupos (teste de Kruskal-Wallis). Aplicando-se o teste de comparações múltiplas de Dunn, encontrou-se diferença significativa entre as medianas de ambos os índices entre a 28a a 30a semana e 38a a 40a semana gestacionais. Percebeu-se que o índice de resistência apresenta uma curva decrescente ao longo da gestação. As alterações vasculares do cérebro fetal estão diretamente relacionadas a estímulos físicos. Ante tais repercussões na hemodinâmica vascular cerebral fetal, pôde-se concluir que as alterações do exame Doppler em resposta ao estímulo vibroacústico ocorrem após a 34a semana, idade em que provavelmente ocorre maturidade neurológica, e que se reflete sobre os mecanismos adaptativos do feto. Constatou-se que esse altera a reatividade vascular não só em estados de hipóxia, mas também como resposta a estímulos físicos externos. A pesquisa desperta novos interesses na área científica, uma vez que estabelece comportamento em fetos hígidos.

Palavras-chave: Vitalidade fetal. Dopplervelocimetria. Gravidez normal.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Jun 2003
  • Data do Fascículo
    Jun 2001
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