Acessibilidade / Reportar erro

EDITORIAL

Médico. Atividade Sublime?

Com a mudança do Governo Federal voltou, com determinação, o debate sobre a premente necessidade de reformas garantindo a governabilidade e a sobrevivência da nação. No bojo das modificações sobressaem a Reforma do Sistema Previdenciário e de Aposentadorias.

Pelos estudos e cálculos dos especialistas não mais pode o país conviver com o número, sempre crescente, de um lado de aposentados e no lado oposto, sempre minguando, do diminuto contingente de pessoas que efetivamente contribuem para a manutenção do Instituto da Aposentadoria.

Apaixonadas querelas surgiram, e ainda muito se farão presentes, na simples suposição de redução de vencimentos por algumas classes integrantes dos poderes da União.

Inevitável a ponderação! Qual seria o estipêndio justo para as numerosas classes laborativas deste país? Todos são iguais perante a Lei. Todas as atividades e profissões são dignas e merecedoras de respeito e justa remuneração sem distinção de classes, raças, religião ou outras. Como porém pagar salário igual para profissões tão desiguais?

Algumas atividades para serem exercidas não demandam qualquer preparo, ou mínimo, para o bom desempenho. Outras exigem muitos anos de estudo, de tirocínio e permanente atualização sob pena de regressão e inaptidão para o exercício da mesma.

Alguns poucos segmentos, "de visu", mostraram-se avessos a mudanças se condicionadas com perdas sob alegação de função relevante ou dedicação integral. Muitas categorias foram excluídas.

E a profissão de médico? Demanda ela estudo e dedicação? No séqüito da resposta, obviamente afirmativa, lembramos que o exercício profissional é tão, ou mais relevante, que qualquer outro em qualquer ponto do Universo. Além da dedicação e atualização diuturnas, lidam os médicos com objeto relevante? Sim. O que? A vida. Existe algo mais valioso que a vida? Lembramos a citação de André Malraux: "A vida humana não tem preço, porém, não tem preço uma vida humana".

Cogita-se de aposentadoria. E de remuneração? De há muito médicos e professores, de maneira universal, são preteridos e ignorados em suas reivindicações justíssimas de salários dignos.

Esperamos que estas mudanças que se anunciam prementes sirvam para restabelecimento de justiça salarial no país. Acreditamos que médicos e professores sejam categorias relevantes na Sociedade, sem menosprezo das outras, e de há muito aviltadas pelos vencimentos pagos por todos os governos.

A Diretoria

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Maio 2003
  • Data do Fascículo
    Fev 2003
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: editorial.office@febrasgo.org.br