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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 22, Número: 1, Publicado: 2000
  • Femina, RBGO e o ano 2000 Editorial

  • Diagnóstico do oligoâmnio pela ultra-sonografia: uso de diferentes medidas do maior bolsão comparadas ao ILA Trabalhos Originais

    Perrotti, Maria Regina Machado; Cecatti, José Guilherme; Bricola Filho, Milton; Andrade, Kleber Cursino de; Santos, Fernanda Fioravanti Azank dos

    Resumo em Português:

    Objetivo: comparar a capacidade de diagnosticar oligoâmnio pela ultra-sonografia por meio de diferentes valores do maior bolsão de líquido amniótico, em comparação ao índice de líquido amniótico (ILA), em gestantes normais, de 36 a 42 semanas de gestação. Métodos: realizou-se um estudo descritivo de validação de método diagnóstico, incluindo 875 gestantes normais. Mediante um exame ultra-sonográfico obstétrico de rotina, foi feita a medida do maior bolsão de líquido amniótico para o diagnóstico de oligoâmnio, utilizando como padrão-ouro o índice de líquido amniótico. Os dados foram analisados por meio do cálculo da sensibilidade e da especificidade da medida do maior bolsão de líquido amniótico, utilizando os diferentes pontos de corte de 10, 20 e 30 mm, em comparação aos valores normais do índice de líquido amniótico determinados pelos percentis 2,5 e 10 nas respectivas idades gestacionais. Resultados: a medida do maior bolsão de líquido amniótico apresenta baixa sensibilidade para diagnosticar oligoâmnio quando se adotam os pontos de corte 10 e 20 mm, e boa sensibilidade e especificidade quando se adota 30 mm, quando comparadas às medidas do índice de líquido amniótico nos percentis 2,5 e 10 da curva normal. A sensibilidade e especificidade da medida do maior bolsão são melhores, quando se adota o ponto de corte de 30 mm para diagnosticar oligoâmnio em comparação ao percentil 2,5. Conclusões: a capacidade de diagnosticar oligoâmnio pela medida do maior bolsão é satisfatória apenas com o ponto de corte em 30 mm.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to compare the capacity of diagnosing oligohy-dramnios by ultrasound using different measures of the maximum pool depth of amniotic fluid in comparison to the amniotic fluid index among normal pregnant women from the 36th to the 42nd week of gestation. Methods: a descriptive study of diagnostic validity was perfomed, on 875 normal pregnant women who were studied through routine obstetric ultrasound examinations, including the measure of the maximum pool depth for the diagnosis of oligohydramnios, using the amniotic fluid index as the gold standard. The data were analyzed through sensitivity and specificity of the maximum pool depth of amniotic fluid using 10, 20 and 30 mm cut-offs, in comparison to the amniotic fluid index values of the normal curve in percentiles 2.5 and 10 for different gestational ages. Results: the maximum pool depth had a poor sensitivity to diagnose oligohydramnios when 10 and 20 mm were used as cut-offs, and good sensitivity and specificity when 30 mm was used, in comparison to the amniotic fluid values in percentiles 2.5 and 10. The best sensitivity and specificity of the maximum pool depth were when found using a 30 mm cut-off in comparison to 2.5 percentile to diagnose oligohydramnios. Conclusions: the capacity to diagnose oligohydramnios by the measure of the maximum pool depth is satisfactory only with the cut-off of 30 mm
  • É seguro não utilizar sulfato de magnésio nas pacientes com pré-eclâmpsia? Trabalhos Originais

    Ramos, José Geraldo Lopes; Costa, Sérgio Martins; Francisco, Mara Alexandra; Almeida, Andrea Garcia de; Machado, Marta Franco; Borowski, Claudia

    Resumo em Português:

    Objetivo: determinar a capacidade do sulfato de magnésio na prevenção da eclâmpsia em um grupo de gestantes com pré-eclâmpsia. Métodos: estudo caso-controle em 489 gestantes com o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) internadas no HCPA no período de janeiro de 1990 a janeiro de 1997. Para a aferição dos dados, as gestantes foram divididas em dois grupos: as que fizeram uso de sulfato de magnésio (grupo I) e as que não fizeram uso do sulfato de magnésio (grupo II). Todas as pacientes foram manejadas de acordo com o protocolo do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HCPA para tratamento de gestantes com HAS. Foram aferidas as seguintes variáveis: idade materna, raça, número de convulsões, número de convulsões em gestantes com uso de sulfato de magnésio, tempo de uso de sulfato de magnésio antes e após o parto, mortalidade materna; necessidade de internação em UTI, necessidade de ventilação assistida, e tempo de internação após o parto. Os dados foram avaliados por meio do pacote estatístico Epi-Info 6.0 com análise multivariada. A principal medida foi o uso de sulfato de magnésio. Resultados: não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos de usuárias ou não de sulfato de magnésio quanto à idade materna, idade gestacional ou raça. As gestantes que receberam MgSO4 apresentaram médias de pressões diastólica e sistólica significativamente maiores. O grupo de usuárias de sulfato de magnésio teve maior tempo de internação hospitalar e mais necessidade de internação em UTI. A necessidade de uso de respirador artificial e o índice de morte materna foram semelhantes nos dois grupos. Vinte e duas pacientes das 353 gestantes apresentaram uma ou mais convulsões antes da internação. Seis gestantes (27,3%) apresentaram um ou dois novos episódios de convulsão e nenhuma paciente apresentou três ou mais convulsões após o uso sulfato de MgSO4. Conclusões: os resultados do estudo sugerem que as convulsões eclâmpticas podem ser evitadas pela utilização profilática rotineira do sulfato de magnésio.Deve ser considerada uma medida arriscada e indefensável, sob o ponto de vista ético, a decisão de não-utilização profilática do sulfato de magnésio em pacientes pré-eclâmpticas que estejam em trabalho de parto, ou que apresentem sinais clínicos de iminência de convulsão.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to determine magnesium sulfate effectiveness to prevent eclamptic seizures in pregnant women diagnosed with preeclampsia. Methods: a case-control study involving 489 pregnant patients admitted to the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) with the diagnosis of hypertension between January 1990 and January 1997. The patients were divided into two groups: those who received magnesium sulfate (Group I) and those who did not (Group II). All patients were treated according to the hospital's standard protocol for the treatment of hypertensive pregnant women. The following variables were assessed: maternal age, race, number of seizures, number of seizures in patients receiving magnesium sulfate, period of magnesium sulfate administration, before and after delivery, maternal mortality, need of ICU care, need of mechanical ventilation and length of hospital stay after delivery. Data were assessed with Epi-Info 6.0 statistical package, using multivariate analysis. The main outcome measure was magnesium sulfate use. Results: no differences were found between the two groups in terms of maternal age, race or gestational age. Women who received magnesium sulfate had a higher mean systolic and diastolic blood pressure. Women in the intervention group had a longer hospital stay and a greater need of ICU care. Need of mechanical ventilation and maternal mortality were similar in the two groups. Twenty-two out of 353 women had one or more seizures before admission to the hospital. Six women (27.3%) had one or two additional seizures after magnesium sulfate administration. No subjects had three or more seizures after receiving magnesium sulfate. Conclusion: the results show that eclamptic seizures can be prevented by routine prophylactic magnesium sulfate administration.
  • Complicações da gestação e do parto como fatores de risco de óbito perinatal Trabalhos Originais

    Cunha, Alfredo de Almeida; Reis, Aldo Franklin Ferreira; Luz, Thales Pontes; Torres, Tania Zdenka Guillén de

    Resumo em Português:

    Objetivo: avaliar as complicações clínicas da gestação e as complicações do parto como fatores de risco de óbito perinatal. Metodologia - Pacientes: os casos (óbitos perinatais) foram identificados a partir de 3.031 partos assistidos em maternidade de nível terciário (Hospital da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, PMERJ). Após cada caso foram selecionados 3 controles de forma seqüencial. Métodos: o delineamento foi de caso-controle aninhado. Casos (n = 82) foram óbitos perinatais com mínimo de 28 semanas de idade gestacional ou 1.000 g de peso. Controles (n = 246) foram recém-nascidos vivos até uma semana de vida. A variável dependente foi óbito perinatal (28 sem - 7 dias de nascido). Foram variáveis independentes (fatores de risco): idade gestacional, peso do recém-nascido, complicações da gravidez e complicações do parto. A análise foi feita em três etapas: univariada, estratificada e multivariada (regressão logística). Resultados: foi observada uma razão de chances de 4,21 para as complicações da gravidez e de 5,26 para as complicações do parto. O peso do recém-nascido mostrou OR = 0,999 por grama acima de 1.000 g. A idade gestacional mostrou OR = 0,729 por semana acima de 28. Conclusões: as complicações da gravidez e as complicações do parto são fatores de risco para óbito perinatal. A idade gestacional e o peso do recém-nascido comportaram-se como fatores de proteção para o óbito perinatal.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to evaluate gestational and delivery complications as risk factors for perinatal death. Methodology - Patients: the cases (perinatal deaths) were identified among a total of 3,031 deliveries from the maternity of the Rio de Janeiro State Military Police. Methods: the study design was a nested case-control one. Cases (n = 82) were perinatal deaths with a minimum gestational age of 28 weeks or a weight of 1,000 g. Controls (n = 246) were live babies for the first week of life. The analysis was made in three steps: univariate, stratified and multivariate (logistic regression). Results: the gestational complications showed an odds ratio of 4.21 and the delivery complications, 5.26. The newborn weight showed an OR = 0.999 per gram over 1,000 g weight. The gestational age showed an OR = 0.729 per week of gestation over 28 weeks. Conclusions: the gestational complications and the delivery complications were important risk factors for perinatal death. The gestational age and the weight of the newborn were important protective factors.
  • Subnotificação da mortalidade materna em Campinas: 1992 a 1994 Trabalhos Originais

    Parpinelli, Mary Angela; Faúndes, Aníbal; Cecatti, José Guilherme; Surita, Fernanda Garanhani de Castro; Pereira, Belmiro Gonçalves; Passini Júnior, Renato; Amaral, Eliana

    Resumo em Português:

    Objetivos: identificar e investigar a subnotificação da mortalidade materna, a partir das declarações de óbito (DO) com causa presumível para morte materna em mulheres de 10 a 49 anos, residentes em Campinas, São Paulo, no período de 1992 a 1994. Métodos: foram selecionadas, dentre as 1032 DO de mulheres com idade entre 10 e 49 anos, 216 cuja causa de morte era associada à gravidez declarada ou presumível. Procedeu-se então à busca ativa da causa materna em prontuários clínicos, serviço de verificação de óbito e domicílios. Resultados: foram identificados oito casos adicionais de morte materna dentre as 204 DO com causa materna presumível, o que correspondeu a uma subnotificação de 40% ou a um fator de correção de 1,67 sobre a RMM "oficial". A principal causa de óbito com subnotificação (71,5% ou 5/7 casos) correspondeu a complicações infecciosas do aborto, seguida pela morte materna obstétrica indireta (66,6% ou 2/3 casos). Conclusões: a DO não pode ser considerada como única fonte para identificação da morte materna, sendo necessária a investigação complementar das causas presumíveis. A falta de legislação local, além dos aspectos religiosos e sociais, pode estar influindo na omissão do aborto como causa de morte materna.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to identify and quantify the underreporting of maternal mortality, from death certificates (DC) in Campinas, São Paulo, from 1992 to 1994. Methods: a total of 216 DC whose causes of death were maternal (declared and/or presumed) were selected among the 1032 DC of 10 to 49-year-old women. A complementary investigation was performed on hospital records, at the death verifying units, and in households. Results: eight additional maternal deaths were identified among the 204 DC with presumed maternal death. This corresponded to an underreporting rate of 40% or to a correction factor of 1.67 for the official MMR. The first cause of underreporting was abortion (71.5% or 05/07) and indirect maternal deaths represented the second cause (66.6% or 02/03). Conclusions: the death certificate cannot be considered the only source to identify maternal death. Complementary investigation of the presumable causes of maternal death should be performed. Legislation, social and religious factors might influence the underreporting of abortion as the cause of maternal death.
  • Efeitos do tamoxifeno e dos estrogênios conjugados no epitélio mamário de ratas em estro permanente Trabalhos Originais

    Silva, Benedito Borges da; Gebrim, Luiz Henrique; Simões, Manuel de Jesus; Baracat, Edmund Chada; Lima, Geraldo Rodrigues de

    Resumo em Português:

    Objetivo: avaliar as alterações morfológicas e morfométricas produzidas pelo tamoxifeno e pelos estrogênios conjugados no epitélio mamário de ratas em estro permanente. Métodos: foram utilizadas 33 ratas adultas, induzidas a estro permanente com 1,25 mg de propionato de testosterona e divididas ao acaso em três grupos: GI -- que receberam apenas água, servindo como controle (n = 12); GII -- tratadas com 500 mig de tamoxifeno diariamente (n = 10); GIII -- tratadas com 30 mig de estrogênios conjugados ao dia (n = 11). O primeiro par mamário abdômino-inguinal dos animais foi extirpado e processado para estudo morfológico e morfométrico. Os dados foram analisados estatisticamente pela análise de variância por postos de Kruskal-Wallis (p < 0,05). Resultados: o estudo morfológico revelou sinais de atrofia epitelial e o estudo morfométrico exibiu redução estatisticamente significante do número médio de ductos e alvéolos nos grupos II (10,1 e 1,9, respectivamente) e III (11,1 e 3,5, respectivamente) em relação ao grupo I (25,0 e 6,6, respectivamente). Não houve diferença estatística entre os grupos II e III. Conclusões: os resultados deste estudo indicam que tanto o tamoxifeno como os estrogênios conjugados, nas doses e no tempo utilizado, produziram atrofia no epitélio mamário de ratas em estro permanente.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to evaluate the morphologic and morphometric alterations produced by tamoxifen and conjugated estrogens in the mammary epithelium of rats in persistent estrus. Methods: thirty-three adult female rats in persistent estrus induced with 1.25 mg testosterone propionate were divided at random into three groups: GI -- which received only water, control group (n = 12); GII -- treated with 500 mug tamoxifen daily (n = 10); GIII -- treated with 30 mug conjugated estrogens per day (n = 11). The first inguinal-abdominal pair of mammary glands of the animals was extirpated and processed for morphologic and morphometric study. Data were analyzed statistically by the Kruskal-Wallis rank analysis of variance (p < 0.05). Results: the morphologic study revealed signs of epithelial atrophy and the morphometric study showed a statistically significant reduction in the mean number of ducts and alveoli in groups II (10.1 and 1.9, respectively) and III (11.1 and 3.5, respectively) compared to group I (25.0 and 6.6, respectively). There was no significant difference between groups II and III. Conclusions: the results of this study indicate that tamoxifen as well as conjugated estrogens at the tested doses produced mammary epithelial atrophy in rats in persistent estrus.
  • Aspectos clínicos e metabólicos de mulheres na pós-menopausa tratadas com tibolona Trabalhos Originais

    Wehba, Salim; Machado, Rogério Bonassi; Fernandes, César Eduardo; Ferreira, José Arnaldo Souza; Melo, Nilson Roberto de; Aldrighi, José Mendes; Baracat, Edmund Chada

    Resumo em Português:

    Objetivos: analisar a repercussão da tibolona sobre os sintomas do climatério e sobre algumas variáveis clínicas e metabólicas. Métodos: foram avaliadas 34 pacientes na pós-menopausa que foram submetidas ao tratamento com tibolona na dose de 2,5 mg/dia por 48 semanas. Foram analisados os seguintes parâmetros: peso, pressão arterial e perfis lipídico e lipoprotéico, representados pelos níveis de colesterol total, HDL-c, LDL-c, VLDL-c e triglicerídeos. Resultados: melhora relevante da sintomatologia do climatério foi demonstrada por decréscimo significativo do índice menopausal de Kupperman (p<0.001) e da freqüência média das ondas de calor (p<0.001). Estes efeitos foram observados já no primeiro mês de tratamento, mantendo-se até o final do estudo. Houve decréscimo significante nos níveis de colesterol total, triglicerídeos e VLDL-c (p<0.001). Os níveis de LDL-c apresentaram discreta redução (não-significante). Os níveis de HDL-c mostraram decréscimo significante na 24ª semana de tratamento, mas retornaram aos níveis basais na 48ª semana. Não foram observadas modificações significantes no peso e pressão arterial. Os efeitos colaterais relatados incluíram sangramento vaginal, náusea e edema, todos temporários e de intensidade leve. Conclusão: a tibolona representa uma opção para o tratamento dos sintomas climatéricos em mulheres na pós-menopausa, sem alterações relevantes no perfil lipídico e lipoprotéico.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to evaluate the effects of tibolone on climacteric symptoms and clinical and metabolic variables. Methods: thirty-four postmenopausal women were treated orally with 2.5 mg tibolone daily for 48 weeks and evaluated as to climacteric complaints, clinical aspects such as weight and blood pressure and lipid profile (total cholesterol, HDL-c, LDL-c, VLDL-c and triglycerides). Results: a significant improvement of climacteric complaints was demonstrated by a significant decrease in the Kupperman index (p<0.001) and the mean number of hot flushes (p<0.001) from the first month of treatment onwards. There was a significant decrease in total cholesterol, triglycerides and VLDL-c (p<0.001). The LDL-c levels presented a slight decrease (not significant). The HDL-c levels showed a significant decrease at week 24. However these levels returned to baseline levels at week 48. With regard to the vital signs no change in body weight and blood pressure was measured. The side effects were mild and temporary, vaginal bleeding, nausea and edema being the most common. Conclusion: tibolone may be considered a safe and efficient option to treat climacteric symptoms in postmenopausal women without significant impact on lipid profile.
  • Comparação dos resultados do tratamento cirúrgico da incontinência urinária de esforço por três diferentes técnicas cirúrgicas Trabalhos Originais

    Ramos, José Geraldo Lopes; Xavier, Nilton Leite; Nácul, Andrea Prestes; Zucatto, Ângela Erguy; Hentschel, Eduardo Lange

    Resumo em Português:

    Objetivo: analisar a prevalência de recidivas de incontinência urinária de esforço (IUE) tratada com diferentes técnicas cirúrgicas após pelo menos 2 anos de seguimento. Pacientes e Métodos: avaliamos 55 pacientes com diagnóstico de IUE que submeteram-se à cirurgia para sua correção no Serviço de Ginecologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no período de 1992 a 1996. O seguimento pós-cirúrgico nesse Serviço foi superior a 2 anos. As pacientes foram divididas em 3 grupos conforme a técnica cirúrgica empregada: Kelly-Kennedy (n = 24), Burch (n = 23) e Marshall-Marchetti-Krantz (n = 8). Resultados: não foram encontradas diferenças significativas quanto ao tempo de recidiva, idade na época da cirurgia e da recidiva, estado menopausal, uso de terapia de reposição hormonal (TRH), número de gestações e antecedentes de parto via vaginal. O número de casos com perineoplastia posterior foi maior no grupo de cirurgia de Kelly-Kennedy, sem, contudo, influir na recidiva. O grupo de cirurgia de Burch apresentou um tempo de menopausa maior quando da cirurgia (p<0,05). Conclusão: a taxa de recidiva com emprego das técnicas de Kelly-Kennedy, Burch e Marshall-Marchetti-Krantz foi respectivamente 29,2, 39,1 e 50%, não diferindo do ponto de vista estatístico. A pesquisa de modificadores de risco para a incontinência urinária genuína não foi estatisticamente diferente nos três grupos estudados. Observou-se, contudo, que a totalidade das pacientes com cirurgia prévia recidivaram.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to analyze the prevalence of genuine urinary incontinence (GUI) recurrence, after at least two years of follow-up, in different surgical techniques used for its correction. Patients and Methods: fifty-five patients with diagnosis of GUI, submitted to surgery for its repair at the Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre from 1992 to 1996 and whose post-surgical follow-up was superior to 2 years were divided into three groups according to the surgical approach: Kelly-Kennedy (n = 24), Burch (n = 23) and Marshall-Marchetti-Krantz (n = 8). Results: there were no differences regarding recurrence rate, age at surgery and at recurrence time, estrogen therapy, number of pregnancies and vaginal delivery (p>0.05). Although posterior perineoplasty was more prevalent in the Kelly-Kennedy group, it did not influence the recurrence rate. The group submitted to the Burch approach had more years of menopause at the time of surgery. Conclusion: the recurrence rates of urinary incontinence comparing the three different techniques (Kelly-Kennedy, Burch and Marshall-Marchetti-Krantz) were, respectively, 29.2, 39.1 and 50%, which did not differ statistically. Considering the potential confusional bias for urinary stress incontinence, they did not differ among the groups. Nevertheless, we noticed that all women who had previous surgery presented recurrence of incontinence.
  • Métodos de tratamento utilizados na incontinência urinária de esforço genuína: um estudo comparativo entre cinesioterapia e eletroestimulação endovaginal Trabalhos Originais

    Bernardes, Nicole O.; Péres, Flávia R.; Souza, Elza L.B.L.; Souza, Oswaldo L.

    Resumo em Português:

    Objetivos: comparar pacientes portadoras de incontinência urinária de esforço genuína (IUEG) que se submeteram a um protocolo de cinesioterapia para reforço perineal àquelas que se submeteram a eletroestimulação endovaginal (EEEV). O objetivo foi traçar uma conduta de tratamento fisioterápico mais adequada para tal enfermidade. Métodos: foram selecionadas 14 pacientes portadoras de IUEG, com idade entre 31 e 64 anos, sendo divididas em dois grupos de 7 mulheres cada. Cada grupo foi submetido a um dos protocolos de tratamento ambulatorial diário durante 10 dias consecutivos. As pacientes foram avaliadas e reavaliadas por somente uma fisioterapeuta. Para as análises estatísticas foram utilizados testes não-paramétricos. Resultados: todas pacientes obtiveram uma melhora parcial ou total da IUEG com 10 sessões fisioterápicas consecutivas, considerando os critérios objetivos e subjetivos de avaliação. Conclusão: tanto a cinesioterapia quanto a EEEV se mostraram efetivas no tratamento da IUEG, porém, a cinesioterapia para reforço perineal apresentou uma tendência para ser o tratamento de escolha.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to compare patients with genuine stress incontinence (GSI) who were submitted to a pelvic floor exercise program (PFEP) with those who were submitted to a pelvic floor electrical stimulation (PFES). Methods: fourteen GSI patients, with age between 31-64 years, participated in the study. They were divided into two groups of 7 each. PFEP or PFES was performed for 10 days. The women were evaluated at the first consultation and reevaluated after the ten-day treatment by only one physical therapist. For the statistical analysis nonparametric tests were used. Results: all had a partial or a total improvement of the GSI after the treatment, considering the subjective and objective analysis of the research. Conclusion: both PFEP and PFES showed to be effective to treat GSI, although PFEP showed a tendency to be the better treatment.
  • Nível plasmático de tamoxifeno e resposta tumoral de pacientes com câncer avançado de mama Resumos De Teses

    Matthes, Ângelo do Carmo Silva
  • Efeito de uma ação educativa sobre a conduta dos profissionais de saúde da rede de atenção primária em relação às doenças de transmissão sexual Resumos De Teses

    Fernandes, Arlete Maria dos Santos
  • Predição da acidose no nascimento em gestações com diástole zero ou reversa à dopplervelocimetria das artérias umbilicais Resumos De Teses

    Francisco, Rossana Pulcinelli Vieira
  • Mamografia, ultra-sonografia e ressonância magnética na avaliação da ruptura de próteses mamárias de silicone em pacientes assintomáticas: achados com correlação cirúrgica Resumos De Teses

    Scaranelo, Anabel Medeiros
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