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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 24, Número: 9, Publicado: 2002
  • Tocoginecologista: O Médico da Mulher Editorial

  • Citologia Hormonal do Trato Urinário Baixo e da Vagina de Mulheres na Pós-menopausa, antes e durante Estrogenioterapia Oral e Transdérmica Trabalhos Originais

    Lustosa, Áurea Belas; Girão, Manoel João Batista Castello; Sartori, Marair Gracio Ferreira; Baracat, Edmund Chada; Lima, Geraldo Rodrigues de

    Resumo em Português:

    Objetivo: avaliar a ação dos estrogênios por via oral ou transdérmica nas células do trato urinário baixo e da vagina, em mulheres menopausadas. Métodos: foram incluídas 25 mulheres na pós-menopausa, nas quais se estudaram os efeitos citológicos da terapia de reposição hormonal estrogênica, por via oral e por via transdérmica, sobre as células da vagina e do sedimento urinário. As pacientes foram distribuídas aleatoriamente em 2 grupos: Grupo I, constituído por 14 mulheres que receberam 0,625 mg de estrogênio conjugado eqüino associado a 5 mg de acetato de medroxiprogesterona, por via oral, diariamente sem intervalo por três meses, e Grupo II, formado por 11 mulheres que fizeram uso de 17-beta-estradiol matricial na dose de 50 mig, por via transdérmica, semanalmente, associado a 5 mg de acetato de medroxiprogesterona diariamente por três meses. As amostras urinárias foram obtidas do jato inicial da primeira urina da manhã, após asseio dos genitais, em frascos estéreis fornecidos pelo laboratório. A urina foi centrifugada e o esfregaço realizado a partir do sedimento urinário. Os esfregaços da vagina e do sedimento urinário foram imediatamente fixados em álcool absoluto e corados pelo método de Shorr. Resultados: observou-se que nas pacientes que utilizaram a via oral, houve maturação das células da vagina (o índice se elevou de 45,4 a 65,5 com dois meses de tratamento, permanecendo praticamente constante (62,0) a seguir. Quanto às células urinárias, não houve variação do valor de maturação (56,4 antes da medicação e 60,4 no final do período). Ao examinarmos tanto as células da urina quanto da vagina de pacientes que utilizaram a via transdérmica, notou-se que houve resposta satisfatória. Conclusão: com estes resultados podemos sugerir que os estrogênios, quando administrados por via transdérmica, estão associados à resposta satisfatória quanto ao trofismo tanto na vagina quanto na uretra. No entanto, quando se utiliza a via oral, nem sempre este resultado pode ser observado.

    Resumo em Inglês:

    Objective: to study the effects of oral or transdermal estrogen replacement on the lower urinary tract and vagina in postmenopausal women. Methods: we studied 25 postmenopausal women evaluating the oral or transdermic estrogen replacement effects on the vaginal cells and urinary sediment during 3 months. The patients were randomly distributed into 2 groups: Group I, n = 14, treated orally with 0.625 mg equine conjugated estrogen plus 5 mg medroxyprogesterone acetate, daily for 3 months; Group II, n = 11, treated transdermally with 50 mug 17-ß-estradiol, once a week, plus 5 mg medroxyprogesterone. Daily, for 3 months, urinary samples were collected from the first miction in the morning after urogenital antisepsis into sterile tubes. The sample was centrifuged and the sediment was smeared. Vaginal and urinary smears were then fixed in absoluted alcohol and stained by the method of Shorr. Results: the patients who used the oral route presented maturation of the vaginal cells (from 45.4 to 65.5% after 2 months of treatment, maintaing 62% afterwards) but this did not occur with urinary cells (56.4 before treatment versus 60.4% at the end of the period). The transdermal route promoted maturation of vaginal and urinary cells. Conclusion: we have concluded that transdermal estrogens have satisfactory effects both on vaginal and urethral sites. However, with the oral route we did not find the expected results in the urinary tract in all cases.
  • Validade dos Métodos Clínico e Ecográfico para o Diagnóstico de Adenomiose Trabalhos Originais

    Cabral Júnior, Sérgio Fernandes; Costa, Hélio de Lima Fernandes; Araújo, Etevaldo Leite de; Andrade, Rosângela Pontes de; Cabral, Simone Angélica Leite de Carvalho Silva

    Resumo em Português:

    Objetivos: determinar a sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo de um método clínico e da ultra-sonografia no diagnóstico da adenomiose. Métodos: foi realizado estudo transversal do tipo validação de método diagnóstico incluindo 95 mulheres no menacme submetidas a histerectomia por diversas indicações. O diagnóstico clínico foi estabelecido em mulheres acima de 40 anos, dois ou mais filhos, com desvio menstrual para mais associado a dismenorréia. O diagnóstico ecográfico foi firmado pelo achado de, no mínimo, uma área mal delimitada de textura miometrial anormal hiper ou hipoecoíca, heterogênea ou cística. O critério histopatológico, considerado padrão-ouro, consistiu de achado de glândulas e estroma endometrial a 2,5 cm ou mais da junção endomiometrial. Resultados: o método clínico apresentou sensibilidade de 68,2%, especificidade de 78,1%, valor preditivo positivo de 48,4% e valor preditivo negativo de 89,1%. Para o método ecográfico esses valores foram de, respectivamente, 45,5%, 84,9%, 47,6% e 83,8%. A razão de verosimilhança foi de 3,11 para o método clínico e 3,03 para o método ecográfico. Considerando apenas os casos positivos para ambos os métodos concomitantemente, a sensibilidade não ultrapassou 30%, mas a especificidade aproximou-se de 100%. Considerando-se os casos positivos em um dos dois métodos ou em ambos, a sensibilidade atingiu 86% e a especificidade a 60%. Conclusões: o método ecográfico não foi superior ao método clínico no diagnóstico de adenomiose.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to evaluate the sensitivity, specificity, positive and negative predictive values of a clinical and an ecographic method for adenomyosis diagnosis. Methods: a transversal study of validation of the diagnostic method was done, including 95 women in menacme submitted to hysterectomy for various causes. Adenomyosis was diagnosed through a clinical method in women aged 40 years or older, with 2 or more deliveries, increased menstrual bleeding associated with dysmenorrhea. The ecographic diagnosis was established if at least one myometrial ill defined area of abnormal ecotexture was found, which could be hypoechoic, hyperchoic, heterogeneous or cystic. Gold standard was histopathology, defined as the finding of endometrial glands or stroma more than 2.5 cm above the endomiometrial junction. Results: the clinical method had 68.2% sensitivity, 78.1% specificity, 48.4% positive predictive value and 89.1% negative predictive value. For the echographic method this figures were, respectively, 45.5%, 84.9%, 47.6% and 83.8%. Likelihood ratio was 3.11 for the clinical and 3.03 for the echographic method. Considering only those simultaneously positive cases by both methods, sensitivity was below 30% and specificity was near 100%. Considering all positive cases by one or the other method or concomitanty by both, the sensitivity reached 86% and specificity was 60%. Conclusion: the echographic method was not better than the clinical for the diagnosis of adenomyosis.
  • Câncer de Mama Associado à Gravidez: Um Estudo Caso/Controle Trabalhos Originais

    Mottola Junior, Juvenal; Berrettini Junior, Anastasio; Mazzoccato, Cídia; Laginha, Fábio; Fernandes, César Eduardo; Marques, José Antonio

    Resumo em Português:

    Objetivo:relatar série de 15 casos de câncer de mama associado à gravidez e comparar com um grupo controle de pacientes jovens com carcinoma ductal invasivo da mama, avaliando o estadiamento clínico, o comprometimento linfonodal axilar, o grau nuclear, o grau histológico e os receptores hormonais de estrógeno e progesterona. Métodos: foi realizado estudo retrospectivo de 15 casos de pacientes com câncer de mama associado à gravidez, atendidas no setor de Mastologia do Centro de Referência da Saúde da Mulher, Hospital Pérola Byington, em São Paulo, durante o período de setembro de 1996 a abril de 2001, designando como base principal do estudo a avaliação do estadiamento clínico, a época do diagnóstico e o comprometimento axilar. Também, foram analisados a faixa etária, paridade, tipo histológico, tratamento realizado, características histológicas quanto ao grau nuclear e grau histológico, e a presença de receptores hormonais nos tumores diagnosticados. Comparou-se este grupo com um grupo controle de pacientes jovens com câncer de mama. Resultados: verificou-se que 7 pacientes com câncer de mama associado à gravidez (46,7%) encontravam-se com doença localmente avançada (estádio clínico IIIA e IIIB) e 3 pacientes (20%) apresentavam doença disseminada no momento do diagnóstico. As pacientes apresentaram em média 2,4 linfonodos axilares comprometidos, sendo que apenas uma paciente (6,6%) não apresentava comprometimento linfonodal axilar. Com relação à época do diagnóstico, 40% dos cânceres foram diagnosticados durante a lactação, 46,7% durante o terceiro trimestre e 13,3% no segundo trimestre. Comparou-se este grupo de pacientes grávidas com um grupo controle de pacientes, com a mesma média etária, não grávidas, portadoras de carcinoma invasivo de mama analisando o estadiamento clínico, o comprometimento linfonodal axilar, grau nuclear, grau histológico e os receptores hormonais de estrógeno e progesterona. Houve diferença estatisticamente significante (p=0,0022) para o estadiamento clínico e para o comprometimento linfonodal axilar (p=0,0017),não havendo diferença estatisticamente significativa para os demais parâmetros analisados. Conclusão: o câncer de mama associado à gravidez mantém-se como neoplasia de mau prognóstico, não havendo diferença quando se compara com pacientes não grávidas para a mesma média de faixa etária, sendo que o fator determinante na sobrevida é o estádio clínico avançado no momento do diagnóstico.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to report 15 breast cancer cases associated with pregnancy and to compare to a control group with breast ductal infiltrating carcinoma, evaluating clinical staging, metastatic axillary lymph node involvement, histopathologic aspects related to nuclear grade, histology grade and estrogen and progesterone hormonal receptors. Method: a retrospective study of 15 cases of patients with breast cancer associated with pregnancy, attended at Mastology Department in the Woman Health Reference Center, Pérola Byington Hospital, São Paulo, was done between September 1996 and April 2001. The evaluation of clinical staging, time of diagnosis and involved axillary lymph nodes was the main study basis. Also age, parity, histologic type, applied treatment, histologic characteristics regarding nuclear grade and histologic grade and the presence of hormonal receptors in the tumors were analyzed. Results: we observed that 7 patients (46.7%) presented a locally advanced breast cancer (clinical stage IIIA and IIIB) and that 3 patients (20%) presented a disseminated disease at the moment of diagnosis. The patients presented on average 2.4 involved axillary lymph nodes and in only one patient the lymph nodes were free of disease (6.6%). Regarding time of diagnosis, 40% of the tumors were diagnosed during the lactational period, 46.7% during the second trimester and 13.3% during the third trimester. The pregnant patients were compared to a control group of non-pregnant patients in the same age range, all of them with infiltrating breast carcinoma, and clinical staging, axillary lymph node involvement, nuclear grade, histologic grade and estrogen and progesterone hormonal receptors were evaluated. There was a statistically significant difference (p=0.0022) regarding clinical staging and axillary lymph node involvement (p=0.0017), and no statistically significant difference as concerns the remaining parameters. Conclusion: breast cancer associated with pregnancy is a neoplasia with a bad prognosis. There is no difference when comparing pregnant patients with non-pregnant patients in the same age range, the advanced clinical staging at the moment of diagnosis being the determinant factor for survival.
  • Cardiotocografia Anteparto e Prognóstico Perinatal em Gestações Complicadas pelo Diabete: Influência do Controle Metabólico Materno Trabalhos Originais

    Mascaro, Moacyr Sanches; Calderon, Iracema de Mattos Paranhos; Costa, Roberto Antonio de Araujo; Maestá, Izildinha; Bossolan, Graziela; Rudge, Marilza Vieira Cunha

    Resumo em Português:

    Objetivo: relacionar a qualidade do controle metabólico com os resultados da cardiotocografia (CTG) anteparto e avaliar sua capacidade preditiva no prognóstico perinatal de gestações associadas ao diabete. Pacientes e Métodos: estudo retrospectivo de 125 gestantes, portadoras de diabete gestacional ou clínico, no qual se relacionou a última CTG anteparto (intervalo máximo de 48 horas) à qualidade do controle metabólico materno e aos resultados perinatais. A qualidade do controle metabólico foi definida pela média glicêmica do dia do exame (MGd) e da gestação (MG) e pelo comportamento da requisição de insulina (R/insulina). Para os resultados perinatais foram analisados os índices de Apgar de 1º e 5º minuto, a classificação peso/idade gestacional, o tempo de internação, a necessidade de cuidados de UTI e a ocorrência de óbito neonatal (ONN) precoce. A capacidade diagnóstica da CTG anteparto foi avaliada pelos índices de sensibilidade, especificidade e valor preditivo positivo e negativo. Resultados: a MGd adequada (<120 mg/dL) associou-se a 2,9% dos resultados de CTG anteparto alterados e a inadequada ( > ou = 120 mg/dL), a 26,1% (p<0,005). A MG mantida inadequada se relacionou a 13,7% de CTG anteparto alterada e a adequada, a apenas 2,7% (p<0,005). O comportamento da requisição de insulina não interferiu nos resultados da CTG anteparto. Os índices de Apgar de 1º e 5º minuto, a necessidade de cuidados de UTI e a ocorrência de ONN precoce não dependeram do último traçado da CTG anteparto. O exame diferenciou o tempo de internação dos recém-nascidos: quando normal, 46,4% tiveram alta hospitalar até o 3º dia de vida e, quando alterado, 62,5% deles ficaram internados por mais de sete dias. Conclusões: os resultados alterados da última CTG anteparto relacionaram-se com níveis inadequados de MG, diária e da gestação, e não dependeram da R/insulina. O resultado normal da CTG anteparto foi adequado para garantir a saúde neonatal. Ao contrário, os resultados alterados indicaram risco de complicações nos filhos de mães diabéticas.

    Resumo em Inglês:

    Background: the antepartum nonstress test (NST) is the most commonly used test to evaluate fetal well-being in pregnancies complicated by diabetes, its results being related to the quality of maternal metabolic control and perinatal prognosis. Purpose: to relate the quality of metabolic control to the results of the NST and to evaluate its predictive capacity for the perinatal prognosis of pregnancies associated with diabetes. Patients and Methods: this is a retrospective study of 125 pregnant women with gestational or clinical diabetes in which the last NST (maximum interval of 48 h) was related to the quality of maternal metabolic control and perinatal results. Quality of metabolic control was defined by the glycemic mean on the test day (GMd), glycemic mean during pregnancy (GM), and behavior of insulin requirement (Insulin/R). For the perinatal results, the following parameters were evaluated: the 1st and 5th min Apgar scores, the gestational weight/age classification, the length of hospitalization, the use of neonatal ICU, and the occurrence of early neonatal death. Diagnostic capacity of the NST in relation to the perinatal results was evaluated by sensitivity and specificity values, positive predictive value, and negative predictive value. Results: the adequate GMd (<120 mg/dL) on the test day showed that 2.9% of the NST results were abnormal; for inadequate GM (<FONT FACE=Symbol>³</FONT>120 mg/dL), 26.1% (p<0.005). Maintained inadequate GM during pregnancy was related to 13.7% abnormal NST; that adequate to only 2.7% (p<0.005). Insulin requirement behavior did not interfere with the NST. The 1st and 5th min Apgar scores, use of ICU, and occurrence of neonatal death did not depend on the last NST result. This test influenced the length of newborn hospitalization: when normal, 46.4% were discharged on up to the 3rd day after birth; when abnormal, 62.5% were discharged after the 7th day of birth. Conclusions: the abnormal results of the last antepartum NST correlated with inadequate MG levels (daily and during pregnancy) and did not depend on insulin/R. Normal NST was effective to ensure neonatal health. In contrast, abnormal results were related to longer hospitalization and risk for complications in diabetic mothers’ newborns.
  • Rastreamento Antenatal da Síndrome de Down Utilizando Parâmetros Ultra-sonográficos Trabalhos Originais

    Bunduki, Victor; Ruano, Rodrigo; Peralta, Cleisson Fábio Andrioli; Miguelez, Javier; Carvalho, Mário Burlachinni de; Yoshizaki, Carlos Tadashi; Zugaib, Marcelo

    Resumo em Português:

    Objetivo: avaliar o valor de parâmetros ultra-sonográficos para o diagnóstico da síndrome de Down fetal (T21), com a finalidade de permitir sua aplicação na prática clínica rotineira. Métodos: estudo do tipo coorte transversal prospectivo, utilizando múltiplos parâmetros ultra-sonográficos para predição da T21. Foram avaliados 1662 exames ultra-sonográficos no estudo de coorte e outros 289 exames como amostra diferencial para testar a curva de normalidade, de outubro de 1993 a novembro de 2000. A análise estatística se baseou no cálculo das variabilidades intra e interoperadores, na construção das curvas de normalidade dos parâmetros e provas de validação destas, nos cálculos de sensibilidade, especificidade, risco relativo, razão de probabilidade e dos valores preditivos pós-teste. Resultados: entre os 1662 casos do estudo, ocorreram 22 casos (1,32%) de fetos com T21. As curvas de normalidades foram construídas para os parâmetros espessura nucal, relação fêmur/pé e comprimento dos ossos próprios do nariz, sendo que a pelve renal obedeceu a distribuição semiquantitativa e o nível de corte estabelecido foi de 4,0 mm. Os valores de sensibilidade, especificidade, taxa de falso-positivos, risco relativo e razão de probabilidade para espessura da prega nucal acima do percentil 95 foram respectivamente 54,5%, 95,2%, 4,9%, 20,2 e 11. Para medida dos ossos próprios do nariz abaixo do percentil 5, os valores obtidos foram 59,0%, 90,1%, 9,0%, 13,4 e 6,5. Para a relação fêmur/pé abaixo do percentil 5, 45,5%, 84,4%, 15,6%, 3,7 e 2,6. Para a presença de bacinete >4,0 mm, 36,4%, 89,2%, 10,9%, 4,5 e 3,4. Para a ausência da falange média do quinto dedo, 22,7%, 98,1%, 1,9%, 13,2 e 11,9. Para a presença de anomalias estruturais, 31,8%, 98,7%, 1,3%, 27,2 e 24,8. A partir do cálculo da razão de probabilidade e da incidência de T21 nas diversas idades maternas, construiu-se tabela para risco pós-teste dos parâmetros ultra-sonográficos estudados. Conclusões: foram estabelecidas as curvas de normalidade e os índices para cálculo de risco populacional da síndrome de Down fetal utilizando diferentes idades maternas e os fatores multiplicadores por nós propostos. Não foi possível estabelecer curva de normalidade para o parâmetro medida da pelve renal, pois seus resultados tiveram comportamento semiquantitativo, tendo sido, portanto, analisados por faixa de normalidade.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to appraise the value of ultrasonographic parameters for the diagnosis of fetal Down syndrome (T21), in order to permit its use in routine clinical practice. Methods: this is a prospective cohort study using various ultrasonographic parameters for the prediction of T21. A total of 1662 scans were evaluated in the cohort study and 289 examinations were analyzed as a differential sample to test the normality curve from October 1993 to November 2000. The statistical analysis was based on the calculation of intra- and interobserver variations, the construction of normality curves for the studied parameters, as well as their validity tests, and the calculation of sensitivity, specificity, relative risk, likelyhood ratio and posttest predictive values. Results: among 1662 cases, 22 fetuses (1.32%) with T21 were identified. The normality curves were built for nucal fold thickness, femur/foot ratio and nasal bone length. Renal pelvis had a semiquantitative distribution and the proposed cutoff level was 4.0 mm. Sensitivity, specificity, false positive rate, relative risk and likelyhood ratio for nucal fold measurements above the 95th percentile were 54.5%, 95.2%, 4.9%, 20.2 and 11, respectively. For nasal bone measurements below the 5th percentile, 59.0%, 90.1%, 9.0%, 13.4 and 6.5. For femur/foot ratio below the 5th percentile, 45.5%, 84.4%, 15.6%, 3.7 and 2,6. For renal pelvis greater than 4.0 mm, 36.4%, 89.2%, 10.9%, 4.5 and 3.4. For absent fifth finger middle phalanx, 22.7%, 98.1%, 1.9%, 13.2 and 11.9. For the presence of major malformations, 31.8%, 98.7%, 1.3%, 27.2 and 24,8. After calculating the probability rates and the incidence of T21 in different maternal ages, a table for posttest risk using ultrasonographic parameters was set up. Conclusions: normality curves and indices for the assessment of risk for fetal Down syndrome on a population basis were established by the utilization of different maternal ages and by multiplying factors proposed by the authors. It was not possible to establish a normality curve for renal pelvis measurements, because of their semiquantitative distribution.
  • A Adolescente Grávida: Alguns Indicadores Sociais Trabalhos Originais

    Yazlle, Marta Edna Holanda Diógenes; Mendes, Maria Célia; Patta, Maristela Carbol; Rocha, Juan Stuardo Yazlle; Azevedo, George Dantas de; Marcolin, Alessandra Cristina

    Resumo em Português:

    Objetivos: conhecer o número e tipo de partos, categoria de internação, ocupação e diagnósticos obstétricos entre adolescentes de 12 a 19 anos no município de Ribeirão Preto, SP, no período de janeiro de 1992 a dezembro de 1996. Métodos: foram analisadas as informações relacionadas à internação, obtidas das folhas de altas hospitalares, no Centro de Processamento de Dados Hospitalares (CPDH). Para processar as informações, foram utilizados o Sistema Epi-Info 6.04a-processador de texto, banco de dados e estatística para epidemiologia, produzido pelo Centers of Disease Control and Prevention (Atlanta, GA, USA) e o Dbase IV. A associação entre as variáveis foi testada pelo chi² com nível de significância de 5%. Os parâmetros analisados foram: tipo e número de partos, categoria de internação, ocupação e diagnósticos obstétricos. Resultados: no período estudado ocorreram 42.969 partos, dentre os quais 7.134 (16,6%) corresponderam aos partos de adolescentes. No decorrer dos anos, houve aumento no número de partos nesta faixa etária, passando de 1.225 partos em 1992 para 1.538 em 1996. Foram relatados partos a partir dos 12 anos, havendo elevação gradual deste número, principalmente depois dos 14 anos, quando houve crescimento de 104,2% para os partos nesta idade, 48,8% aos 15 anos, 36,1% aos 16 anos, 14,0% aos 17 anos, 52,8% aos 18 anos e, praticamente, não houve aumento entre aquelas com 19 anos de idade. Na categoria de internação do sistema único de saúde (SUS) foi registrado o maior número de partos (5.709); na categoria pré-pagamento ocorreram 1.277 partos e na categoria particular registraram-se 148 partos. Com relação à ocupação, 14,1% das pacientes pertenciam à população economicamente ativa e 85,8% estavam fora da população economicamente ativa. A porcentagem de partos normais foi de 59,2%, de partos fórcipe foi 5,6% e cesariana foi de 35,2%. Os diagnósticos obstétricos mais freqüentes foram: problemas do feto ou placenta que afetam a conduta materna (7,9%), desproporção feto-pélvica (6,0%), problemas com cavidade amniótica e membranas (5,0%), hipertensão complicando o parto e puerpério (3,5%) e trabalho de parto prematuro ou falso (3,4%). Conclusão: a maioria dos partos foi normal, ocorrendo com mais freqüência no final da adolescência, principalmente entre aquelas pertencentes à categoria de internação SUS. Houve predomínio de adolescentes não inseridas na população economicamente ativa. Por ocasião da resolução da gestação foram diagnosticadas algumas complicações obstétricas.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: the objective of the present study was to determine the number and type of deliveries, category of admission to the hospital, occupation and obstetrical diagnosis for adolescents from the municipality of Ribeirão Preto, from January 1992 to December 1996. Methods: the information obtained from hospital discharge forms was analyzed at the Hospital Data Processing Center. The 6.04a-text processor Epi-Info System, a data bank and statistics for epidemiology produced by the Centers of Disease Control and Prevention (Atlanta, GA, USA), and Dbase IV were used to process the information. The association between variables was tested by the chi² test, with the level of significance set at 5%. The analyzed parameters were: number and type of delivery, category of hospital admission, occupation and obstetric diagnosis. Results: a total of 42,969 deliveries occurred during the study period, among which 7,134 (16.6%) corresponded to adolescent deliveries. An increase in the number of deliveries by girls in this age range occurred over the years, from 1,225 in 1992 to 1,538 in 1996. Deliveries were reported starting from 12 years of age, with a gradual increase in this number, especially after 14 years of age, when a 104.2% increase occurred for deliveries at this age, followed by 48.8% at 15 years, 36.1% at 16 years, 14.0% at 17 years, 52.8% at 18 years, and with practically no increase among 19-year-old girls. The highest number of deliveries (5,709) was recorded for the unified health system category of admission, followed by 1,277 deliveries for the prepaid category and 148 deliveries for the private category. With respect to occupation, 14.1% of the patients belonged to the economically active population, while 85.8% did not. Of the total deliveries, 59.2% were normal, 5.6% were forceps deliveries, and 35.2% were cesarean sections. The most frequent obstetrical diagnoses were: problems of fetus or placenta affecting maternal management (7.9%), fetus-pelvis disproportion (6.0%), problems with the amniotic cavity and membranes (5.0%), hypertension complicating delivery and puerperium (3.5%), and premature or false labor (3.4%). Conclusions: most deliveries were normal and occurred more frequently at the end of adolescence, especially among girls belonging to the unified health system. There was a predominance of adolescents not belonging to the economically active population. Some obstetrical complications were diagnosed at the time of resolution of pregnancy.
  • Fatores de Risco para Natimortalidade em um Hospital Universitário da Região Sul do Brasil Trabalhos Originais

    Vardanega, Kátia; De Lorenzi, Dino Roberto Soares; Spiandorello, Wilson Paloshi; Zapparoli, Maíra Fernandez

    Resumo em Português:

    Objetivo: estudar a influência da assistência pré-natal e de fatores materno-fetais nas taxas de natimortalidade de um hospital universitário da região sul do Brasil. Métodos: estudo caso-controle de 61 casos de natimortos ocorridos antes do início do trabalho de parto no Hospital Geral da Universidade de Caxias do Sul, RS, entre março de 1998 e junho de 2001. Os controles (n=224) foram selecionados aleatoriamente entre os fetos nascidos vivos no mesmo período. A análise da qualidade da atenção pré-natal baseou-se nos critérios estabelecidos pelo Programa de Humanização do Parto e Nascimento do Ministério da Saúde (PNHPN, 2000). Para avaliar possíveis fatores de risco de natimortalidade foi utilizado o odds ratio (OR). Eventuais fatores de confusão foram avaliados por meio de regressão logística. Resultados: observou-se maior prevalência de prematuridade entre os casos de natimortos (idade gestacional média de 31,7+4,7 vs 38,6+0,9 semanas). O peso médio entre os natimortos foi de 1.705 g (+837 g) e de 3.080 g (+576 g) entre os controles. Acompanhamento pré-natal foi referido por 81,5% das mães dos natimortos e 91,6% do grupo controle. A análise inicial revelou associação de três fatores com o evento da natimortalidade: a atenção pré-natal inadequada quanto ao número de consultas médicas e solicitação de exames complementares básicos (43,6 vs 23,4%), a história prévia de natimortalidade (6,6 vs 0,9%) e a idade materna (27+7,9 anos vs 24+6,4 anos). Todavia, após o ajustamento desses resultados pela regressão logística, apenas a idade materna manteve associação significativa com o óbito fetal. Conclusões: no presente estudo, a idade materna foi o fator mais fortemente associado com a natimortalidade.

    Resumo em Inglês:

    Purpose: to study the influence of the prenatal care, fetal and maternal factors on the stillbirth rates of a university hospital from the south of Brazil. Methods :a case-control study of the cases of stillbirth occurred before the beginning of labor, from March 1998 to June 2001, at the Hospital Geral of Caxias do Sul University. The controls were selected among live newborns. The analysis of the quality of the prenatal care was based on the criteria established by the Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento of the Brazilian Health Ministry (2000). To evaluate possible risk factors for stillbirth we used the odds ratio (OR). Other confounding factors were evaluated by logistic regression. Results: preterm delivery was more prevalent in the cases of stillbirth (31.7+4.7 vs 38.6+0.9). The average birth weight among the stillborns was 1,705 g (+837 g), while in the controls it was 3,080 g (+576 g). Prenatal care was observed in 81.5% of the stillbirths and in 91.6% of the control group. The initial analysis showed that three factors were associated with stillbirth: inadequate prenatal care (43.6 vs 23.4%), history of previous stillbirth (6.6 vs 0.9%) and maternal age (27+7.9 years vs 24+6.4 years). Nevertheless, after adjustment of these variables through logistic regression, only the maternal age maintained its association with the stillbirth rates. Conclusions: in the present study, the strongest factor associated with the occurrence of stillbirth was the increase in maternal age.
  • Tumor de Brenner Benigno e Maligno na mesma Paciente: Relato de Caso Relato De Caso

    Chambô Filho, Antônio; Chambô, Danielle; Borges, Fabio Leal Laignier; Cintra, Luiz Calice; Scardini, Rolney

    Resumo em Português:

    Na grande maioria das vezes, o tumor de Brenner é pequeno, unilateral e benigno. Seu diagnóstico só pode ser confirmado após o exame anatomopatológico, que microscopicamente apresenta ninhos ou colunas de células epiteliais de transição numa matriz fibromatosa. As células epiteliais apresentam sulco longitudinal característico de "grão de café" e podem apresentar transformação carcinomatosa. É descrito o caso de paciente menopausada com sangramento vaginal, com massa abdominal palpável, submetida a tratamento cirúrgico, com diagnóstico histopatológico de tumor de Brenner bilateral, sendo maligno de um lado e benigno do outro. Atualmente está com 3 anos de sobrevida, sem sinais de recorrência da doença após tratamento cirúrgico exclusivo.

    Resumo em Inglês:

    Brenner's tumor is small, unilateral and benign. Its diagnosis can only be confirmed by the anatomomicopathological examination, that on microscopy presents nests or columns of transition epithelial cells in a fibromatous matrix. The epithelial cells present a characteristic longitudinal "coffee bean" furrow and can undergo carcinomatous transformation. We present a case of a menopausal patient with vaginal bleeding, and a palpable abdominal mass. She was submitted to surgical treatment (total hysterectomy, bilateral oophorectomy and omentectomy) with the histopathological diagnosis of Brenner's bilateral tumor, being malignant on one side and benign on the other. After surgical treatment she is now alive for three years and free of disease.
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