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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 27, Número: 12, Publicado: 2005
  • A monitorização da hipóxia fetal nas gestações complicadas pelo diabete Editorial

    Rudge, Marilza Vieira Cunha; Calderon, Iracema de Mattos Paranhos
  • Cardiotocografia computadorizada em gestações complicadas pelo diabete melito pré-gestacional: padrões da freqüência cardíaca em fetos grandes para a idade gestacional Artigos Originais

    Nomura, Roseli Mieko Yamamoto; Costa, Verbênia Nunes; Sakamoto, Kathia; Maganha, Carlos Alberto; Miyadahira, Seizo; Zugaib, Marcelo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: verificar os padrões da freqüência cardíaca de fetos grandes para a idade gestacional (GIG), em gestantes com diabete melito pré-gestacional. MÉTODOS: sessenta e quatro gestantes diabéticas pré-gestacionais foram avaliadas semanalmente quanto à vitalidade fetal. Os critérios de inclusão foram: diagnóstico pré-gestacional de diabetes melito, gestação única, feto vivo, ausência de anomalia fetal e cardiotocografia computadorizada realizada na 37ª semana. Os critérios de exclusão foram: diagnóstico pós-natal de anomalia fetal e parto não realizado na instituição. Os padrões da freqüência cardíaca fetal (FCF) foram investigados pela cardiotocografia computadorizada (Sistema-8002 Sonicaid). Os parâmetros foram analisados de acordo com a classificação pela adequação do peso do recém-nascido em GIG (acima do percentil 90 para a idade gestacional). Os parâmetros cardiotocográficos incluíram: FCF basal, acelerações, episódios de alta variação, episódios de baixa variação e variação de curto prazo. RESULTADOS: do total, 42 pacientes preencheram os critérios propostos. Houve 10 recém-nascidos GIG (23,8%). A cardiotocografia apresentou resultado normal em todos os casos. As acelerações da FCF (superiores a 15 bpm) estavam presentes em 7 (70%) dos casos GIG e em 29 (90,6%) dos casos não GIG (p=0,135). A freqüência dessas acelerações foi maior no grupo não GIG (1,5±1,3 acelerações/10 min) quando comparado ao grupo GIG (0,8±0,9 acelerações/10 min, p=0,04, teste de Mann-Whitney). Os episódios de alta variação foram detectados em todos os casos. A média da variação nesses episódios foi diferente no grupo GIG (16,2±2,5 bpm) quando comparado ao não GIG (19,7±4,2 bpm, p=0,02, teste de Mann-Whitney). CONCLUSÕES: os padrões da FCF verificados em fetos não GIG (maior freqüência de acelerações e a maior variação da FCF em episódios de alta variação) refletem parâmetros comumente analisados pela cardiotocografia tradicional na higidez fetal. Esse fato sugere a existência de padrões indicativos de melhor condição de oxigenação dos fetos menos comprometidos pelos efeitos do diabetes na gravidez.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to verify the fetal heart rate (FHR) patterns of large for gestational age (LGA) fetuses in pregnancies at term complicated by pregestational diabetes. METHODS: fetal surveillance was performed weekly in 64 fetuses of mothers with pregestational diabetes. Inclusion criteria were: diagnosis of pregestational diabetes mellitus, single pregnancy, alive fetus, absence of fetal anomalies, and computerized cardiotocography performed at the 37th week of gestation. Exclusion criteria included: postnatal diagnosis of fetal anomalies and delivery not performed at the local hospital. The FHR patterns were studied with computerized cardiotocography and the parameters were analyzed according to a fetal weight as LGA (birth weight above percentile 90). The cardiotocography parameters included: basal FHR, episodes of high variation, episodes of low variation, and short-term variation. RESULTS: forty-two patients fulfilled the proposed criteria. Ten (23.8%) newborns were LGA. Normal criteria were met in all performed examinations. FHR accelerations (above 15 bpm) were present in 7 (70%) LGA cases and in 29 (90.6%) non-LGA (p=0.135). Accelerations were more frequent in the non-LGA group (1.5±1.3 accelerations/10 min) when compared to LGA group (0.8±0.9 accelerations/10min, p=0.04, Mann-Whitney test). The high variation episodes were detected in all cases. The mean FHR variation in these episodes was different in the LGA group (16.2±2.5 bpm) when compared to the non-LGA group (19.7±4.2 bpm, p=0.02, Mann-Whitney test). CONCLUSION: the FHR patterns of non-LGA (higher frequency of accelerations and higher FHR variation in the high variation episodes) reflect parameters commonly analyzed by traditional cardiotocography of a healthy fetus. This fact appears to confirm the patterns of better oxygen supply to the fetuses less compromised by diabetes in pregnancy.
  • Infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas e transmissão vertical em gestantes de estado da Região Centro-Oeste do Brasil Artigos Originais

    Figueiró-Filho, Ernesto Antonio; Lopes, Alessandro Henrique Antunes; Senefonte, Flávio Renato de Almeida; Souza Júnior, Virgilio Gonçalves de; Botelho, Carlos Augusto; Duarte, Geraldo

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: avaliar a prevalência, características epidemiológicas (idade e procedência) e a taxa de transmissão vertical da infecção pelo HTLV I/II em gestantes submetidas à triagem pré-natal de acordo com o Programa de Proteção à Gestante do Estado de Mato Grosso do Sul. MÉTODOS: estudo descritivo transversal que incluiu 32.512 gestantes submetidas à triagem pré-natal no período de novembro de 2002 a outubro de 2003. Todas as gestantes da amostra foram submetidas aos testes sorológicos pelo método ELISA para o diagnóstico da infecção pelo HTLV, sendo os casos positivos confirmados pelos métodos Western blot e/ou PCR. O diagnóstico neonatal de infecção congênita foi realizado pela pesquisa de anticorpos anti-HTLV I/II confirmados por Western blot e PCR. A relação entre as variáveis (idade e procedência) foi avaliada pelo teste do chi2, em tabelas de dupla entrada, considerando p<0,05 para rejeição das hipóteses de nulidade (não existência da associação entre a idade materna e infecção pelo HTLV I/II e associação entre procedência e positividade para a infecção pelo HTLV I/II.). RESULTADOS: encontrou-se prevalência de 0,1% de gestantes infectadas pelo HTLV I/II (37) dentre as 32.512 pacientes triadas. A média de idade das gestantes infectadas pelo HTLV foi de 25,4±6,4 anos, sendo que houve predomínio de pacientes procedentes do interior do estado (78,4%). Não houve associação da idade com faixa etária materna e procedência. Apenas 8 (21,6% da amostra) recém-nascidos foram avaliados quanto à presença da infecção congênita pelo HTLV I/II, todos com infecção congênita confirmada. Apenas 1 recém-nascido (9%) recebeu amamentação natural. CONCLUSÕES: a prevalência da infecção pelo HTLV I/II em gestantes sul-matogrossenses foi menor que os valores encontrados em estudos com gestantes de países endêmicos. No entanto, esteve próximo às taxas encontradas em países considerados não endêmicos e em alguns estudos brasileiros. A transmissão vertical ocorreu em 100% da amostra avaliada, mesmo a amamentação sendo proscrita. Verificou-se a necessidade de aprimorar o seguimento das gestantes e seus recém-nascidos no estado, uma vez que a minoria dos recém-nascidos foram investigados quanto à ocorrência de transmissão vertical do HTLV.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the prevalence, epidemiological profile (age and origin) and vertical transmission rate of HTLV I/II infection in pregnant women screened by the Pregnant Protection Program of the State of Mato Grosso do Sul Brazil. METHODS: it is a descriptive and transversal study of 32,512 pregnant women submitted to a prenatal screening from November 2002 to October 2003. HTLV I/II infection was diagnosed in all pregnant women by ELISA, confirmed by Western blot and PCR. Congenital HTLV infection was investigated by ELISA test, Western blot and PCR performed on the child's blood sample. The associations between data (age, origin and HTLV infection) were statistically analyzed by the chi2 test considering p<0.05 to reject the null hypothesis. RESULTS: a prevalence of 0.1% (37) 0.1% HTLV I/II among 32,512 pregnant women was found. The mean age of the infected women was 25.4 ± 6.4 years, and 78.4% of them were from other areas than the capital. There was no association between maternal age and the patients' origin and infection. In all the eight evaluated newborns, which represented 21.6% of the sample, HTLV I/II serum antibodies were found. Only one newborn infant was breast-fed. CONCLUSIONS : HTLV I/II prevalence among pregnant women of the State of Mato Grosso do Sul Brazil was lower than the rates reported by endemic HTLV countries. This rate was almost the same as that described for non-endemic areas and in some Brazilian reports. The vertical transmission rate of HTLV I/II was 100%, in spite of breast-feeding having been proscribed. Improving the follow-up of the pregnant women and their newborns in the State is mandatory, since only a few infants were investigated.
  • Influência do uso de anticoncepcionais hormonais orais sobre o número de células de Langerhans em mulheres com captura híbrida negativa para papilomavírus humano Artigos Originais

    Uchimura, Nelson Shozo; Ribalta, Julisa Chamorro Lascasas; Focchi, José; Baracat, Edmund Chada; Uchimura, Taqueco Teruya

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: estudar a influência do uso de anticoncepcionais orais (AO) sobre o número de células de Langerhans em mulheres sem infecção cervical por papilomavírus humano (HPV). MÉTODOS: foram incluídas trinta mulheres com alterações citológicas e biópsia dirigida pela colposcopia com amostras de colo uterino sem sinais de infecção por HPV. A ausência de DNA de HPV foi confirmada pela captura híbrida. As células de Langerhans foram identificadas pela reação de imuno-histoquímica com uso de antígenos anti-S100. As células visualizadas em microscopia de luz foram contadas utilizando o software Cytoviewer. Para análise estatística utilizou-se o teste não paramétrico de soma das ordens de Wilcoxon. RESULTADOS: a média do número de células de Langerhans em mulheres usuárias de AO foi de 320,7/mm² e em não usuárias 190,7/mm², não sendo esta diferença significante. Na camada intermediária do epitélio cervical observou-se tendência ao aumento dessas células, com as médias 192,1/mm² para usuárias e 93,4/mm² para não usuárias de AO (p=0,05). CONCLUSÕES: no presente estudo não se observou diferença significativa no total de células de Langerhans entre as usuárias e não usuárias de AO, porém, na camada intermediária do epitélio observou-se tendência ao aumento no número dessas células entre as usuárias de AO. Este resultado sugere que os AO podem induzir alterações no número das células de Langerhans, considerando porém o limitado número de casos, este achado não pode ser confirmado.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to study the influence of the use of oral contraceptives (OC) on the number of Langerhans' cells in women without cervical infection by human papillomavirus (HPV). METHODS: thirty women who presented abnormal cervical cytology and colposcopy-guided biopsy with samples of uterine cervix negative for HPV were selected. The absence of HPV DNA was confirmed by hybrid capture. Langerhans' cells were identified by immunohistochemistry using anti-S100 antigens. The cells visualized in light microscopy were counted using the Cytoviewer software. The nonparametric Wilcoxon rank sum test was employed for statistical analysis. RESULTS: the average number of Langerhans' cells in OC users was 320.7/mm² and in non-users 190.7/mm², this difference being statistically nonsignificant. In the intermediary layer of the cervical epithelium a tendency towards the increase of these cells was observed, with the averages 192.1/mm² for OC users and 93.4/mm² for non-users (p=0.05). CONCLUSIONS: the present study reports a tendency towards the increase in the number of the Langerhans' cells among OC users. This result suggests the OC may induce alterations in the number of Langerhans' cells, but considering the limited number of cases, more studies should be developed for a definitive conclusion.
  • Prevalência de distúrbios do sono na pós-menopausa Artigos Originais

    Campos, Helena Hachul de; Bittencourt, Lia Rita Azeredo; Haidar, Mauro Abi; Tufik, Sérgio; Baracat, Edmund Chada

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a prevalência das queixas de distúrbios do sono pela polissonografia em amostra de mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS: foram selecionadas 33 mulheres na pós-menopausa com média de idade de 56 anos, índice de massa corporal médio de 27, tempo de pós-menopausa de 7,7 anos e índice de Kupperman de 17. Adotaram-se os seguintes critérios de inclusão: idade entre 50 e 65anos, no mínimo um ano de amenorréia e FSH plasmático superior ou igual a 30 mU/mL, sem uso de terapia hormonal prévia e exames laboratoriais normais. Foram excluídas as pacientes com doenças clínicas graves e/ou descompensadas, suspeita de câncer de endométrio e/ou mama; índice de massa corporal maior ou igual a 30 e uso de hipnóticos. As pacientes responderam a questionário específico contendo perguntas sobre as características do sono e foram submetidas a polissonografia completa durante uma noite inteira. Foram calculadas separadamente as freqüências em porcentagens das queixas de sono e dos diagnósticos polissonográficos. RESULTADOS: a prevalência de insônia subjetiva foi 61%, sendo que na polissonografia foi de 83%. A queixa de apnéia foi registrada em 23% e, na polissonografia, em 27%. A prevalência subjetiva de movimentos periódicos de pernas foi de 45% e a objetiva foi de 27%. CONCLUSÃO: houve alta prevalência de distúrbios do sono na pós-menopausa, em especial de insônia, apnéia e de movimentos periódicos das pernas. Nesta fase da vida, ocorre piora da qualidade do sono.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the prevalence of reported sleep disturbances through polysomnographic recording (PSG) in a sample of postmenopausal women. METHODS: thirty-three postmenopausal women with a mean age of 56 years, a mean body mass index (BMI) of 27 kg/m², with 7.7 years of recognized postmenopausal period, and a mean Kupperman index of 17, were selected. The inclusion criteria were: age range from 50 to 65 years, at least one year of amenorrhea and an FSH which equaled or exceeded 30 mU/ml; they should not be undergoing hormone therapy, and should display normal laboratory test results. The patients with severe clinical diseases and/or decompensated were excluded; also the ones with suspicion of carcinoma of endometrium and/or breast cancer, a BMI over 30 kg/m² and those who ingested hypnotic drugs. The patients followed a routine climacteric check-up, answered a questionnaire about sleep and underwent an all-night PSG recording. Frequencies in percentage of emerging sleep complaints based on the questionnaire and those pertaining to PSG diagnosis were then calculated separately. RESULTS: the subjective prevalence of insomnia was 61% against 83% in the PSG recordings. The prevalence of apnea reported was 23% against 27% in the PSG. The subjective restless legs syndrome prevalence was 45%, and the objective, 27%. CONCLUSION: there was a high prevalence of sleep disturbances in postmenopausal patients, specially insomnia, apnea and restless legs.
  • Depressão e ansiedade nos cuidadores de mulheres em fase terminal de câncer de mama e ginecológico Artigos Originais

    Rezende, Vera Lucia; Derchain, Sophie Françoise Mauricette; Botega, Neury José; Sarian, Luis Otávio; Vial, Daniela Landulfo; Morais, Sirlei Siani

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a freqüencia de ansiedade e depressão em cuidadores principais de mulheres em fase terminal de câncer de mama ou genital. MÉTODOS: para este estudo de corte transversal foram incluídos 133 cuidadores de pacientes sem possibilidades curativas, internadas no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, entre agosto de 2002 e maio de 2004. Das pacientes incluídas, 71 apresentavam câncer de mama e 62, câncer ginecológico. Foi aplicada a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão e realizada entrevista para obter outras informações como idade, sexo, religião, parentesco com a paciente, profissão, se cuidava de outras pessoas, se a rotina dele mudou e se outras pessoas ajudavam a cuidar da paciente. Utilizou-se a regressão logística para cálculo do odds ratio (OR) e seus respectivos intervalos de confiança (IC), para avaliar a relação entre os diagnósticos de ansiedade e depressão entre os cuidadores informais. Para a análise múltipla foi considerado o critério de seleção de variáveis passo a passo. RESULTADOS: observou-se que 43% das pacientes indicaram como cuidador principal a filha e 24% o marido. A maioria dos cuidadores tinha idade superior a 35 anos (63%), 68% eram do sexo feminino, 59% estavam desempregados ou aposentados, 47% cuidavam de outra pessoa e 84% referiram mudança na rotina pelo fato de cuidar. A ansiedade foi detectada em 99 cuidadores principais (74,4%) e a depressão em 71 (53,4%), sendo estes estados fortemente relacionados entre si (OR=5,6; IC 95%: 2,2 a 15,9). Na análise bivariada, o marido apresentou menos ansiedade e, após regressão logística, apenas o fato de ser homem esteve relacionado com menor ansiedade. CONCLUSÃO: o processo de cuidar de paciente na fase terminal levou a altas taxas de ansiedade e depressão. Os homens e maridos despontaram neste estudo como cuidadores menos ansiosos.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the frequency of anxiety and depression in main caretakers of patients with terminal breast or gynecological cancer. METHODS: for this cross-sectional study, 133 informal caretakers of terminally-ill breast and gynecologic cancer patients were included. Patients were hospitalized for palliative care in the Oncology Clinic of the "Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Campinas, Brasil) from August 2002 to May 2004. Seventy-one of the patients had breast cancer and 62 had gynecological malignancies. Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD) was applied to these informal caretakers, in order to detect anxiety and depression, and they were also interviewed to provide additional information regarding their age, gender, religion, relation to patient, current occupation, if they cared for other people, whether their routine had changed and whether other people helped them to care for the patient. Logistic regression was used to calculate the odds ratio (OR) and its confidence interval (CI), used to assess the relationship between the diagnoses of anxiety and depression among the informal caretakers. For multiple analyses, the stepwise criterion for variable selection was used. RESULTS: 43% percent of the patients identified their daughters as their main caretaker, and 24%, their husbands. Most of the caretakers were over 35 years old (63%), 68% were female, 59% were unemployed, 47% cared for another person and 84% referred that his/her routine had changed because of caring. Anxiety was detected in 99 caretakers (74.4%) and depression in 71 (53.4%). Anxiety and depression were strongly correlated (odds ratio 5.6; 95% confidence interval 2.2 to 15.9). Bivariate analysis disclosed that the patients' husbands were less affected by depression, but multivariate analysis revealed that only the fact of being male was related to a lower prevalence of anxiety. CONCLUSION: caring for terminally-ill cancer patients led to high prevalence of anxiety and depression. Only men and the patients' husbands were found to have a lower prevalence of anxiety.
  • Estadiamento cirúrgico do câncer de colo de útero localmente avançado Artigos Originais

    Marana, Heitor Ricardo Cosiski; Reis, Francisco José Cândido dos; Andrade, Jurandyr Moreira de; Poli, Omero Benedito; Tiezzi, Daniel Guimarães; Zola, Fábio Eduardo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: verificar em que proporção o estadiamento cirúrgico difere do estadiamento clínico entre casos com carcinoma avançado do colo do útero e a porcentagem de casos com gânglios para-aórticos positivos neste grupo de pacientes. MÉTODOS: estudo prospectivo descritivo no qual foram incluídas 36 pacientes com diagnóstico histológico de carcinoma de colo de útero considerados localmente avançados (estadios IB2, IIB, IIIAeB e IVA). Foram submetidas a estadiamento clinico conforme as recomendações da FIGO. Todas eram candidatas ao tratamento com quimioterapia neoadjuvante. A idade variou de 40 a 73 anos, com média de 56,2±7,9 anos. O procedimento constou de linfadenectomia pélvica seguida de linfadenectomia para-aórtica se os linfonodos pélvicos fossem positivos ao exame intra-operatório. A abordagem da cavidade e linfadenectomia foram efetuados por via laparotômica ou laparoscópica, indicados aleatoriamente. Os casos foram comparados individualmente e para cada estadiamento clínico foram estabelecidos os respectivos achados cirúrgicos que foram considerados o padrão-ouro. RESULTADOS: na fase de estadiamento clínico (EC) 7 casos foram classificados como IB2 (tumores com mais de 4 cm), 22 casos como EC II e 7 casos ECIII. A avaliação cirúrgica modificou o estadiamento clínico da seguinte foram: em seis casos o estadio foi diminuído, e em 13 casos os achados levaram à elevação do estadio. Houve concordância em apenas 18 casos (50%). Em seis casos (16,9%) os linfonodos para-aórticos estavam comprometidos. CONCLUSÕES: o estadiamento clínico do carcinoma de colo de útero localmente avançado é incorreto em proporção alta dos casos. Esta divergência levaria a indicação de tratamento excessivo em alguns casos, mas cerca de um quarto das pacientes com gânglios para-aórticos positivos não seria adequadamente tratado com o tratamento padrão atual radioterapia com quimiossensibilização que é dirigida ao controle locorregional da doença na pelve.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to assess to what extent the surgical staging differs from the clinical staging among cases of advanced uterine cervix carcinoma, and also to assess the percentage of cases with positive para-aortic ganglia in this group of patients. METHODS: this is a descriptive prospective study in which 36 patients with histological diagnosis of uterine cervix carcinoma considered locally advanced were included (stages IB2, IIB, IIIA and B, and IVA). The cases were submitted to clinical staging, according to FIGO criteria. All patients were to be treated with neoadjuvant chemotherapy. Age ranged from 40 to 73 years, with a mean of 56.2±7.9. The procedure started with pelvic lymphadenectomy followed by para-aortic lymphadenectomy, in case the pelvic lymph nodes were positive on surgical examination. Examination of the abdominal cavity and lymphadenectomy were done either through laparotomy or laparoscopy, chosen at random. In each case, the clinical staging was compared to the surgical staging, considered the gold standard. RESULTS: in the clinical staging (CS), 7 cases were classified as IB2 (tumors larger than 4 cm), 22 cases as CSII and 7 cases as CSIII. The surgical assessment changed the clinical staging as follows: the stage was decreased in six cases, and increased in 13. There was agreement only in 18 cases (50%). The para-aortic lymph nodes were affected in six cases. CONCLUSIONS: clinical staging of locally advanced uterine cervix carcinoma is incorrect in most of the cases. Such inconsistency may lead to excessive treatment in some cases, but about one fourth of the patients with positive para-aortic ganglia would not be adequately treated with the current standard treatment radiotherapy with chemosensitization, which aims at the local regional control of the pelvic disease.
  • Citomegalovirose congênita: relato de caso Relato De Caso

    Azevedo, Patrícia de Fátima; Souza, Alex Sandro Rolland de; Noronha Neto, Carlos; Lima, Marcelo Marques de Souza; Cardoso, Alexandre Silva; Porto, Ana Maria Feitosa

    Resumo em Português:

    A citomegalovirose congênita sintomática é entidade clínica de grande importância devido a sua vasta sintomatologia fetal. No Brasil, o diagnóstico intra-útero é ainda pouco realizado, apesar do grande arsenal propedêutico. Relatamos um caso de citomegalovirose congênita grave com hepatoesplenomegalia, agenesia parcial do vérmix cerebelar, calcificações intracranianas, placentomegalia, aumento da ecogenicidade intestinal e renal, cardiomegalia, hipoplasia pulmonar, derrame pericárdico e ascite. A ressonância nuclear magnética fetal foi utilizada para confirmação dos achados ultra-sonográficos. A amniocentese foi realizada para análise do líquido amniótico por meio da PCR, sendo evidenciado resultado positivo. O óbito fetal foi constatado na 31ª semana de gestação, sendo confirmados os achados através da citopatologia e estudo anatomopatológico do natimorto. O arsenal propedêutico existente, na atualidade, para diagnóstico intra-útero da citomegalovirose congênita é de grande importância para confirmação diagnóstica e determinação do prognóstico fetal.

    Resumo em Inglês:

    Congenital cytomegalovirus infection is an important clinical entity, due to its sonographic symptomatology. In Brazil, in utero diagnosis is not accomplished despite the improvements in diagnostic methods. We report a congenital infection including: splenomegaly and hepatomegaly, hypoplasia of the cerebellar vermis, intracranial calcifications, hyperechoic kidneys, hyperechoic bowel, cardiomegaly, lung hypoplasia, ascites, and pericardial effusion. Fetal magnetic resonance imaging confirmed the sonographic findings. Amniocentesis was performed for cytomegalovirus PCR in amniotic fluid, which confirmed fetal infection. Fetal loss occurred in the 31st week of pregnancy. Necropsy studies confirmed the sonographic findings. The diagnostic methods have been useful to confirm congenital cytomegalovirus infection and to establish fetal outcome.
  • Reprodução assistida como causa de morbidade materna e perinatal Revisão

    Silva, João Luiz Pinto e; Bahamondes, Luis

    Resumo em Português:

    OBJETVOS: realizar revisão bibliográfica do impacto das técnicas de fertilização assistida e reprodução assistida (RA) na morbidade materna e perinatal. MÉTODOS: foram pesquisadas fontes bibliográficas pelo SCI e MEDLINE, com o intuito de identificar o maior número de estudos relacionados com os termos: fertilização in vitro, reprodução assistida, técnicas reprodutivas, combinadas com morbidade e com mortalidade materna, perinatal e neonatal. RESULTADOS: a literatura permite concluir que o maior problema de morbidade materna relaciona-se à ocorrência de maior número de gravidezes múltiplas, destacando-se em alguns estudos a maior freqüência de hipertensão induzida pela gravidez e diabetes gestacional. A ocorrência de maior número de gravidezes múltiplas aumenta consideravelmente as complicações maternas, fetais e dos recém-nascidos. Recomenda-se um pré-natal diferenciado, de enfoque multidisciplinar para otimizar resultados. Há evidências de maior número de malformações congênitas. Discutem-se as características especiais deste grupo de mulheres e das diferentes técnicas de RA, particularmente a ICSI, na etiologia dos defeitos congênitos, embora não existam diferenças claras entre os procedimentos. Algumas meta-análises recentes mostraram que o número de malformações congênitas em crianças nascidas por ICSI é maior do que entre as nascidas espontaneamente, mas não mais freqüentes que as nascidas por outras técnicas de RA. Não existe consenso se este fato é decorrente do procedimento per se, da manipulação dos gametas, da indução da ovulação ou do fato de que estes casais são inférteis e do tempo que levam para engravidar. Existem poucos estudos que avaliaram de modo consistente, sistemático e prolongado a evolução perinatal de crianças nascidas mediante a utilização de embriões congelados. CONCLUSÕES: em relação às malformações fetais há, definitivamente, maior número entre as originadas de RA, que entre as crianças concebidas naturalmente, com RR de 1,4 a 2,0 (IC 95%: 1,3-2,7). Não há tempo e registro suficientes para analisar os resultados originados de gravidezes com embriões congelados. Não é claro se os achados devem-se às características dos casais que se submetem a estes procedimentos, ou às peculiariedades de cada método. Muitos dos problemas relacionados à morbidade materna e perinatal devem-se ao significativo número de gravidezes múltiplas originadas de RA.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to carry out a literature review to evaluate the impact of assisted reproductive techniques (ART) on maternal and perinatal morbidity. METHODS: specialized data bases such as SCI and MEDLINE were used to identify studies related to the terms: "in vitro fertilization", "assisted reproduction" and "reproductive techniques" in combination with "morbidity", "maternal mortality", "perinatal mortality", and "neonatal mortality". RESULTS: data from published studies allow us to conclude that maternal morbidity is related to an increase in the number of multiple pregnancies. In addition, some studies have reported an increased incidence of pregnancy-induced hypertension and gestational diabetes. Specialized multidisciplinary prenatal care has been recommended to obtain optimal results. An increase in the number of multiple pregnancies considerably increases maternal, fetal and neonatal complications. There is also evidence of an increase in congenital malformations. The particular characteristics of this group of women and the different techniques of assisted reproduction, particularly ICSI, in the etiology of congenital defects were discussed, but no clear differences have been established between the various procedures. Some recent metanalyses show that the number of fetal malformations in infants born as a result of ICSI is greater than in spontaneously conceived infants, but not more frequent than in those born as a result of other ART. There is no consensus regarding whether this fact is a result of the procedure itself, of manipulation of the gametes, ovulation induction, if it is due to the fact that these couples are infertile or a result of the time they take to become pregnant. Few studies have carried out a prolonged, consistent and systematic evaluation of the perinatal evolution of infants born following the use of frozen embryos. CONCLUSIONS: with respect to fetal malformations, there is definitely a higher incidence rate among infants born as a result of ART compared to those conceived naturally (RR: 1.4-2.0; 95% CI: 1.3-2.7). Insufficient time and data do not yet permit analysis of the outcome of pregnancies resulting from the use of frozen embryos. It is not clear whether these findings are due to the characteristics of the couples who are submitted to these procedures or to the peculiarities of each method. Many of the problems related to maternal and perinatal morbidity are due to the significant number of multiple pregnancies originating from ART. More studies are required in order to clarify these aspects of human reproduction.
  • Estratégias que reduzem a transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana tipo 1 Revisão

    Duarte, Geraldo; Quintana, Silvana Maria; El Beitune, Patricia

    Resumo em Português:

    O conhecimento dos fatores ou situações que influenciam a transmissão vertical (TV) do vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) levou à adoção de estratégias com redução de taxas ao longo dos anos: de 40% para menos de 3% na atualidade. Um dos maiores avanços foi o uso profilático da zidovudina (AZT), administrada durante o pré-natal (via oral), no período anteparto (via endovenosa) e ao recém-nascido (via oral). Esta intervenção reduz a TV do HIV-1 em 68%, fazendo com que seja considerada a estratégia isolada de maior efetividade. Na seqüência cronológica dos avanços, observou-se que a carga viral elevada é o principal indicador do risco para esta forma de transmissão. Como o AZT não reduz a carga viral e não consegue controlar a taxa residual observada na TV do HIV-1, a utilização dos esquemas profiláticos utilizando três anti-retrovirais foi objetivamente impulsionada. Completando o ciclo das estratégias obstétricas de maior impacto na redução da TV do HIV-1 está a cesárea eletiva, cuja efetividade está ligada à observação dos critérios de sua indicação: carga viral aferida após a 34ª semana de gravidez apresentando contagem maior que 1000 cópias/ml, gestação com mais de 38 semanas confirmada por ultra-sonografia, membranas corioamnióticas íntegras e fora de trabalho de parto. Nos casos em que a via de parto tem indicação obstétrica, deve ser lembrado que a corioamniorrexe prolongada, manobras invasivas sobre o feto, parto instrumentalizado e a episiotomia são situações que devem ser evitadas. Das intervenções pós-natais consideradas importantes para a redução da TV do HIV-1 são apontadas a recepção pediátrica (deve ser efetivada por profissional treinado evitando microtraumatismos de mucosa nas manobras aspirativas), utilização do AZT neonatal (por período de seis semanas) e a amamentação artificial. Especial atenção deve ser dispensada às orientações para as nutrizes para evitar a infecção aguda pelo HIV-1 neste período, o que aumenta sobremaneira as taxas de TV desse vírus.

    Resumo em Inglês:

    Knowledge about the factors or situations that influence the vertical transmission (VT) of human immunodeficiency type 1 (HIV-1) has led to the implementation of strategies which have promoted a rate decline along the years, from 40% to less than 3% nowadays. One of the major advances in the area has been the prophylactic administration of zidovudine (AZT), in the prenatal phase (oral route), in the predelivery phase (intravenous route) and to the newborn (oral route). This intervention may reduce HIV-1 VT 68%, thus being the most effective isolated strategy used so far. In the chronological sequence of advances, it has been observed that a high viral load is the main risk indicator for this type of transmission. As AZT does not reduce the viral load and does not control the residual rate observed in HIV-1 VT, the use of prophylactic schemes using three antiretroviral drugs has been encouraged. Elective caesarean section completes the range of obstetric strategies with major impact on the reduction of HIV-1 VT. Its effectiveness is linked to the observation of the criteria for its indication: viral load assessed after the 34th week of pregnancy with levels over 1000 copies/mL, gestation over 38 weeks confirmed by ultrasonography, intact chorioamniotic membranes, and performed before labor has started. In cases where normal delivery is indicated, it should be remembered that prolonged chorioamniorrhexis, invasive manipulation of the fetus, delivery with instruments and episiotomy are situations to be avoided. Among the postnatal interventions considered important for the reduction of HIV-1 VT are: pediatric reception (this should be done by trained professionals, avoiding microtraumas in the mucosa during the sucking maneuvers, use of neonatal AZT (for a period of six weeks) and bottle feeding. Special attention should be given to the orientation for the mother, in order to prevent acute infection by HIV-1 in this period, what would markedly increase virus VT rate.
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