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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 28, Número: 6, Publicado: 2006
  • Rastreamento do câncer de mama no Brasil Editorial

    Gebrim, Luiz Henrique; Quadros, Luis Gerk de Azevedo
  • Fatores maternos e resultados perinatais no descolamento prematuro da placenta: comparação entre dois períodos Artigos Originais

    Nomura, Roseli Mieko Yamamoto; Cabar, Fabio Roberto; Machado, Tânia Regina Schupp; Martins, Aparecido Nakano; Ruocco, Rosa Maria de Souza Aveiro; Zugaib, Marcelo

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: comparar o perfil dos fatores maternos, aspectos clínicos e os resultados perinatais no descolamento prematuro da placenta (DPP), em dois períodos. MÉTODOS: avaliação retrospectiva dos casos de DPP ocorridos entre 01 de janeiro de 1994 e 31 de dezembro de 1997 (período 94-97), e entre 1 de abril de 2001 e 31 de março de 2005 (período 01-05), em gestações únicas com peso do recém-nascido superior a 500 g e idade gestacional acima da 20ª semana. Foram analisados os fatores: idade materna, cor, antecedentes obstétricos, pré-natal, rotura prematura de membranas, intercorrências clínicas e/ou obstétricas, sangramento, tônus uterino, malformação fetal, tipo de parto, hemoâmnio e complicações maternas (histerectomia, atonia uterina, CIVD, insuficiência renal aguda e morte materna), e os resultados perinatais. RESULTADOS: no período 94-97, foram realizados 7692 partos e o DPP ocorreu em 0,78% (60 casos), e, no período 01-05, foram 8644 partos com 0,59% (51 casos) de DPP (sem diferença significativa). Observou-se diferença significativa entre os períodos 94-97 e 01-05 em relação à média do número de gestações (3,5±2,4 e 2,6±1,8; p=0,04), não realização de pré-natal (13,3 e 2,0%; p=0,03) e intercorrências maternas (38,3 e 64,7%; p=0,01). Não foram observadas diferenças significativas quanto ao sangramento, à alteração no tônus e aos resultados perinatais, entre os períodos, verificando-se apenas maior proporção de hemoâmnio no período 94-97 que no 01-05 (28,3 e 11,8%, p=0,03). CONCLUSÕES: apesar dos avanços da obstetrícia, as complicações maternas e os resultados perinatais foram semelhantes nos períodos analisados. A gravidade e a imprevisibilidade do fenômeno alertam para a prevenção e controle adequados diante dos fatores associados ao DPP, na abordagem desta doença.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to compare the maternal factors, clinical aspects and perinatal results in placental abruption during two periods. METHODS: retrospective analysis of placental abruption cases that occurred from January 1, 1994 through December 31, 1997 (period 94-97), and from April 4, 2001 through March 3, 2005 (period 01-05), in singleton delivery with birthweight higher than 500 g and after 20 weeks of gestation. The following factors were analyzed: maternal age, previous obstetric history, prenatal care, premature rupture of membranes, obstetric and/or clinical intercurrent events, vaginal bleeding, uterine tonus, fetal anomaly, mode of delivery, hemoamnion and maternal complication (hysterectomy, uterine atony, disseminated intravascular coagulation, acute renal failure, and maternal death), and the perinatal results. RESULTS: the rate of placental abruption was 0.78% (60 cases) in the period 94-97 (n=7692 deliveries), and 0.59% (51 cases) in the period 01-05 (n=8644 deliveries), without significant difference. A significant difference was observed between the periods 94-97 and 01-05 regarding mean number of previous gestations (3.5±2.4 and 2.6±1.8, p=0.04), patients without prenatal care (13.3 and 2.0%, p=0.03) and maternal intercurrences (38.3 and 64.7%, p=0.01). No significant difference was observed related to vaginal bleeding, tonus abnormalities and perinatal results, between the periods, but a higher proportion of hemoamnion in 94-97 was found when compared to 01-05 (28.3 and 11.8%, p=0.03). CONCLUSIONS: in spite of obstetrical advances, maternal complications and perinatal results were similar in the analyzed periods. The severity and the unexpected results emphasize the importance of prevention and adequate control of associated factors, when this pathology is approached.
  • Baixa escolaridade como fator limitante para o combate à anemia entre gestantes Artigos Originais

    Vitolo, Márcia Regina; Boscaini, Camile; Bortolini, Gisele Ane

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: avaliar o impacto sobre os níveis de hemoglobina entre gestantes submetidas à suplementação com sulfato ferroso e orientações alimentares. MÉTODOS: foram avaliadas 197 gestantes acompanhadas no pré-natal de uma unidade de saúde. O grupo intervenção foi composto por 105 gestantes com idade gestacional inicial entre a 14ª e a 20ª semana de gravidez, as quais receberam prescrição de 60 mg de ferro elementar por dia, por meio de sulfato ferroso, orientações alimentares e dosagem de hemoglobina realizada com fotômetro portátil. A partir de 34 semanas gestacionais esse grupo foi reavaliado quanto à hemoglobina e realizado consumo alimentar de freqüência semiquantitativo. O grupo controle foi avaliado transversalmente e era formado por 92 gestantes com idade gestacional superior a 34 semanas. Considerou-se anemia quando a hemoglobina foi inferior a 11 g/dL As gestantes de ambos os grupos foram pesadas e medidas, sendo o diagnóstico nutricional determinado pelo IMC pré-gestacional. Foi realizada análise multivariada por meio de regressão logística utilizando modelo hierárquico. RESULTADOS: a prevalência de anemia ao final do terceiro trimestre, no grupo intervenção, foi de 31,6%, e no grupo controle, 26,1% (p=0,43). O uso do suplemento de ferro foi referido por 65% das gestantes do grupo intervenção, sendo que 67,7% interromperam o uso em algum momento. Os motivos principais foram: esquecimento (43,2%) e enjôo e/ou vômito (27,2%). Gestantes com escolaridade inferior a 8 anos de estudo apresentaram 3 vezes mais risco na ocorrência de anemia no terceiro trimestre. CONCLUSÕES: o uso de sulfato ferroso não mostrou-se associado à menor prevalência de anemia. Os resultados sugerem que são necessárias mudanças estruturais nas condições socioeconômicas para se modificar o quadro atual quanto à anemia ferropriva.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the impact of supplementary ferrous sulfate and dietary counseling on hemoglobin levels in pregnant women. METHODS: a total of 197 pregnant women were evaluated during antenatal care at a health center. The treatment group consisted of 105 women who were prescribed 60 mg dietary iron per day, received dietary counseling and had hemoglobin measured by a portable photometer between the 14th and 20th week of pregnancy. The treatment group was reevaluated according to hemoglobin levels and food intake by a semiquantitative food frequency questionnaire after the 34th week of pregnancy. The control group consisted of 92 women in a cross-sectional study, at no less than 34 weeks of pregnancy. Hemoglobin was analyzed by a portable photometer and anemia was defined concentrations of less than 11 g/dL. All pregnant women had their weight and height measured. Hierarchical logistic regression model was developed for the multivariate analysis. RESULTS: prevalence of anemia at the end of the third trimester was 31.6% in the treatment group and 26.1% in the control group (p=0.43). Use of the prescribed supplement was reported by 65% of women in the treatment group, of which 67.7% interrupted the treatment at some point. Principal reasons for interrupting treatment were forgetting (43.2%) and nausea or vomiting (27.2%). Risk of anemia in the third trimester was three times higher in women with less than 8 years of schooling. CONCLUSIONS: use of ferrous sulfate was not shown to be associated with lower prevalence of anemia. The results suggest that structural changes in socioeconomic conditions are needed in order to alter the current situation regarding iron deficiency anemia.
  • Repercussões do tabagismo na ultra-sonografia da placenta e a doplervelocimetria útero-placentária Artigos Originais

    Saraiva Filho, Sebastião José; Moron, Antonio Fernandes; Bailão, Luiz Antonio; Rizzi, Maria Christina dos Santos; Nakamura, Mary Uchyiama

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar as repercussões ultra-sonográficas do tabagismo materno na placenta, com ênfase no seu grau de maturação (calcificação), e correlacionar estes achados com o padrão hemodinâmico útero-placentário com uso da doplervelocimetria das artérias uterinas e umbilicais. MÉTODOS: estudo prospectivo do tipo coorte envolvendo 244 gestantes, sendo 210 não-fumantes e 34 fumantes. Cada paciente submeteu-se a quatro exames ecográficos sendo o primeiro até a 16ª semana, para datar a gestação. Subseqüentemente, na 28ª, 32ª e 36ª semana, foram efetivadas novas ultra-sonografias para biometria fetal, avaliação da ecotextura placentária e estudo doplerfluxométrico das artérias uterinas e umbilicais. O achado ultra-sonográfico de placenta grau III antes da 36ª semana foi considerado como calcificação precoce. Para análise estatística foram aplicados os testes do chi2 e o exato de Fisher na avaliação comparativa dos graus placentários, e o teste de Mann-Whitney para o índice de resistência das artérias uterinas e umbilicais. RESULTADOS: não foram observadas diferenças significantes na freqüência de placenta grau III e no índice de resistência das artérias uterinas entre as fumantes e não fumantes, nas diferentes idades gestacionais. O índice de resistência da artéria umbilical na 32ª semana foi significantemente maior nas tabagistas (0,64 versus 0,61, p<0,05). CONCLUSÕES: não se evidenciou associação do tabagismo com aceleração da maturação placentária. Neste estudo o vício de fumar esteve associado a alterações vasculares da circulação útero-placentária apenas na 32ª semana de gravidez.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: the study the effects of maternal cigarette smoking during pregnancy on placental maturation (calcifications) and the placental-uterine circulation, evaluated through umbilical and uterine Doppler. METHODS: prospective cohort study involving 244 pregnant women, 210 of them non-smokers and 34 smokers. Participants were submitted to four serial sonograms. The first was performed up to the 16th week of pregnancy to determine gestational age, and the other three at 28, 32 and 36 weeks for fetal biometry, evaluation of placental texture and Doppler studies of the uterine and umbilical arteries. Premature placental calcification was defined as grade III before 36 weeks. The chi2 and Fisher exact tests were used to compare placental grading, and the Mann-Whitney test to evaluate the resistance index of uterine and umbilical arteries. RESULTS: the frequency of grade III placenta and the resistance of the uterine arteries did not differ significantly between smokers and non-smokers, at all gestational ages. Umbilical artery Doppler was significantly higher in smokers than in non-smokers at 32 weeks. CONCLUSIONS: no association was found between cigarette smoking and premature placental calcification. Smoking was associated with increased umbilical artery resistance at 32 weeks.
  • Associação entre a contagem de linfócitos T CD4+ e a gravidade da neoplasia intra-epitelial cervical diagnosticada pela histopatologia em mulheres infectadas pelo HIV Artigos Originais

    Zimmermmann, Juliana Barroso; Melo, Victor Hugo; Castro, Lúcia Porto Fonseca de; Alves, Márcio José Martins; Zimmermmann, Sebastião Guerra; Del Castillo, Dora Mendez

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a associação entre a contagem de linfócitos T CD4+ e a gravidade da neoplasia intra-epitelial cervical em pacientes HIV positivas. MÉTODOS: estudo transversal no qual foram incluídas 87 pacientes infectadas pelo HIV, confirmado por testes sorológicos prévios. Todas eram portadoras do HPV cervical, diagnosticado por meio da reação em cadeia da polimerase. Foram realizados anamnese, exame físico e colposcopia de todas em pacientes. A biópsia do colo uterino foi realizada quando indicada pelo exame colposcópico. Os resultados histopatológicos foram classificados com neoplasia intra-epitelial de baixo grau (NIC I) ou de alto grau (NIC II e II). A associação entre a contagem de linfócitos T CD4+ e a gravidade da lesão foi verificada por meio da comparação de médias utilizando a análise da variância (ANOVA). RESULTADOS: entre as 60 pacientes biopsiadas foram encontrados 24 casos (40,0%) com NIC I, oito (13,3%) NIC II, três (5%) NIC III, 14 (23,3%) pacientes somente com cervicite crônica e 11 (18,3%) apresentando efeito citopático produzido pelo HPV, mas sem perda da polaridade celular. Isso equivale a 35 mulheres com lesão intra-epitelial de baixo grau (NIC I + HPV) (58,3%) e 11 (18,3%) com lesão intra-epitelial de alto grau (NIC II + NIC III). A associação entre a média da contagem de linfócitos T CD4+ e a gravidade da lesão intra-epitelial cervical não foi significativa (p=0,901). CONCLUSÕES: não houve associação entre a contagem de linfócitos T CD4+ e a gravidade da lesão intra-epitelial do colo uterino, diagnosticada pelo exame histopatológico.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate association between CD4+ cell count and cervical intraepithelial lesion severity in HIV-infected women. METHODS: cross-sectional study of 87 HIV-infected patients which were confirmed by previous serologic examinations. All had cervical HPV diagnosed by polymerase chain reaction (PCR). All patients underwent anamnesis, physical examinations and colposcopy. Cervix biopsy was performed when indicated by colposcopical examination. Histopathological results followed Richart's classification, adapted by Wright, and CD4+ cell count and cervical intraepithelial lesion severity association was analysed by comparison of means using analysis using analysis of variance (ANOVA). RESULTS: among 60 biopsied women 24 were found (40.0%) with CIN I, eight (13.3%) with CIN II, three (5%) with CIN III, 14 (23.3%) with chronic cervicitis and 11 with cytopathic effect of HPV, without cell polarity loss. This corresponds to 35 (58.3%) women with intraepithelial lesion of low grade (CIN I + HPV) and 11 (18.3%) with intraepithelial lesion of high grade (CIN II + CIN III). There was no significant association between CD4+ cell count mean and cervical intraepithelial lesion severity (p=0.901). CONCLUSIONS: there was no association between CD4+ cell count and cervical intraepithelial lesion severity diagnosed by histopathological examination.
  • Comparações entre os índices de qualidade de vida em mulheres com incontinência urinária submetidas ou não ao tratamento cirúrgico Artigos Originais

    Auge, Antonio Pedro; Zucchi, Carla Monteiro; Costa, Fernanda Moretzsohn Portella da; Nunes, Karina; Cunha, Lívia Porto de Medeiros; Silva, Paula Voltarelli Franco da; Ramos, Tatiana Umeta

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: analisar o impacto da incontinência urinária sobre a qualidade de vida de mulheres submetidas ou não ao tratamento cirúrgico. MÉTODOS: sessenta mulheres com incontinência urinária de esforço foram entrevistadas e divididas em dois grupos classificados como: grupo S-CIR, incluindo 30 mulheres ainda não submetidas ao tratamento cirúrgico para incontinência urinária e grupo C-CIR, incluindo 30 mulheres já submetidas à cirurgia. Os escores obtidos após o somatório dos pontos atribuídos a cada questão do questionário foram comparados entre os dois grupos. O número de pacientes que mostraram comprometimento na qualidade de vida devido a sintomas específicos da incontinência foi também comparado. Os resultados foram analisados pelo teste de variância e pelo teste chi2, quando aplicáveis. RESULTADOS: sintomas, limitações e preocupações relacionadas à incontinência urinária exerceram impacto negativo na qualidade de vida das pacientes do grupo S-CIR. O comprometimento durante exercícios físicos, atividades domésticas e atividades diárias no trabalho foi o aspecto afetado mais relevante nas pacientes do grupo S-CIR, assim como também relataram mais cansaço, constrangimento e nervosismo em demasia. Perda de urina durante o esforço, seguida por forte desejo de urinar, foram também aspectos significativamente relevantes quando os grupos foram comparados. CONCLUSÕES: o estudo permitiu a identificação e a quantificação dos transtornos na qualidade de vida decorrentes da incontinência urinária e demonstrou que estes transtornos tornam-se menos importantes ou até mesmo desaparecem em mulheres submetidas à cirurgia.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to analyze the impact of urinary incontinence on women's quality of life, submitted or not to surgical treatment. METHODS: sixty women with urinary incontinence during stress were interviewed and divided into two groups classified as: S-CIR group, including 30 women not yet submitted to specific surgical treatment for urinary incontinence, and C-CIR group, including 30 women who had already undergone surgery. The scores obtained after the addition of values attributed to each question of the questionnaires were compared between the two groups. The number of patients who showed any impairment on quality of life due to specific symptoms of incontinence was also compared between groups. Data were analyzed by the variance test and the chi-square test, when applicable. RESULTS: symptoms, limitations and concerns related to urinary incontinence exhibited a strong negative impact on quality of life in patients from the S-CIR group. Impairment during physical exercises, domestic activities and daily working activities was the most important affected aspect in patients of the S-CIR group. Furtherimore, patients of the S-CIR group reported more fatigue, embarrassment, and excessive nervousness. Urine loss during stress followed by urgency were also significantly relevant aspects when groups were compared. CONCLUSIONS: the study allowed the identification and quantification of the derangements of quality of life due to urinary incontinence and demonstrated that these derangements either become less important or even disappear in women submitted to surgery.
  • Estresse e ansiedade em mulheres inférteis Artigos Originais

    Moreira, Simone da Nóbrega Tomaz; Melo, Carmen Oliveira Medeiros; Tomaz, Geraldez; Azevedo, George Dantas de

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a freqüência de estresse e níveis de ansiedade em mulheres inférteis, de forma a obter subsídios para uma orientação psicológica específica. MÉTODOS: estudo transversal envolvendo 152 mulheres inférteis (média de idade 30,3±5,4anos), e 150 controles saudáveis (25,7±7,9 anos). Todas as voluntárias foram avaliadas com a aplicação do Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp e Inventário de Ansiedade Traço-Estado. As variáveis dependentes foram: freqüência de estresse e escores de ansiedade (estado e traço). A análise estatística compreendeu a utilização dos testes chi2 e Mann-Whitney, além de regressão logística para testar associações entre as variáveis dependentes e fatores de risco considerados. O nível de significância adotado foi de 5%. RESULTADOS: a freqüência de estresse foi maior no grupo infertilidade em relação ao grupo controle (61,8 e 36,0%, respectivamente), no entanto, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos com relação às fases do estresse e tipo de sintomatologia predominante. Em relação à ansiedade, não houve diferenças significativas entre os grupos infertilidade e controle quanto às medianas dos escores de estado (39,5 e 41,0, respectivamente) e traço (44,0 e 42,0, respectivamente) de ansiedade. No grupo infertilidade, os fatores de risco associados significativamente com estresse ou ansiedade foram: desconhecimento do fator causal, fase de investigação diagnóstica e ausência de filhos advindos de outros casamentos. CONCLUSÕES: as mulheres inférteis estão mais vulneráveis ao estresse, no entanto, são capazes de responder aos eventos estressores de forma adaptativa, sem comprometimentos mais sérios nas áreas física e psicológica.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to assess the frequency of stress and anxiety levels in infertile women, in order to obtain data for specific psychological intervention. METHODS: a cross-sectional study involving 152 infertile (mean age 30.3±5.4 years), and 150 healthy control women (25.7±7.9 years). All patients were evaluated with the Lipp's Inventory of Stress Symptoms and the State-Trait Anxiety Inventory. Considered dependent variables were: stress frequency and anxiety scores (state and trait). Statistical analysis was performed by the chi2 and Mann-Whitney tests, and logistical regression to test associations between response variables and considered risk factors. Statistical significance was defined as p<0.05. RESULTS: the stress was more frequent in the infertile group than in the control group (61.8 and 36.0%, respectively); however, no significant differences were observed between groups in relation to stress phases and predominant symptoms. With respect to anxiety, there were no significant differences between infertile and control groups as to median state scores (39.5 and 41.0, respectively) and anxiety trait scores (44.0 and 42.0, respectively). Factors significantly associated with greater risk for high anxiety scores in the infertile group were: unawareness of the causal factor, diagnostic phase investigation, and lack of children from other marriages. CONCLUSIONS: it can be concluded that infertile women are more vulnerable to stress; however, they are capable of adapting themselves to stressful events without serious physical or psychological compromise.
  • Preservação de fertilidade Revisão

    Rosa e Silva, Ana Carolina Japur de Sá

    Resumo em Português:

    Com a evolução dos recursos terapêuticos e o aumento das taxas de sobrevida dos pacientes oncológicos, as repercussões tardias destas terapias, que antes eram infreqüentes, hoje assumem um papel importante quando se fala em qualidade de vida. Dentre estas complicações tardias está a perda da função ovariana. Segundo as recomendações da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology) recentemente publicadas, os métodos comprovadamente eficazes para preservação da fertilidade feminina disponíveis hoje são: o congelamento de embriões, a cirurgia ginecológica conservadora e a ooforopexia para os casos de radioterapia localizada. Todas as demais técnicas existentes, tais como a supressão ovariana medicamentosa e a criopreservação de tecido ovariano e de oócitos, embora apresentem resultados promissores, ainda são consideradas experimentais. A escolha da melhor técnica para preservação de fertilidade aplicável em cada caso vai depender da idade da paciente, do tipo de tratamento, da existência ou não de parceiro com quem deseje constituir prole, do tempo disponível até o início da quimioterapia e do potencial do câncer em produzir metástase ovariana. Neste artigo as técnicas disponíveis e experimentais para a preservação da fertilidade são revisadas e discutidas.

    Resumo em Inglês:

    As therapeutic approaches for oncologic diseases are being improved and an increase in the survival rates are being achieved, long-term complications of these therapies, initially infrequent, assume these days an important place when considering life quality. Among the long term repercussions appears the premature ovarian failure. According to the recommendations of the American Society of Clinical Oncology recently published, the only procedures available nowadays considered to be effective for female fertility preservation are: embryo cryopreservation, conservative gynecological surgery and oophoropexy in cases of local radiotherapy. All the other proposed techniques, surch as: ovarian suppression and oocyte and ovarian tissue cryopreservation, although present promising results, are still considered as experimental options. The best choice for fertility preservation in each specific case depends on patient's age, type of treatment, existence of a partner, time available until chemo- or radiotherapy beginning, and the ovarian metastatic potential of the tumor. In the present manuscript, the available and experimental techniques for fertility preservation are revised and discussed.
  • Câncer de mama em mulheres no Maranhão: estudo de sobrevida no Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) em São Luís - MA (1998-2004) Resumo De Tese

    Silva, Dulcelena Ferreira
  • Efeito analgésico da estimulação elétrica nervosa transcutânea na dor pélvica de mulheres com endometriose pélvica Resumo De Tese

    Telles, Edmara Rita
  • Estudo da eficácia da videolaparoscopia na avaliação de pacientes com endometriose pélvica Resumo De Tese

    Almeida Filho, Dilermando Pereira de
  • O efeito da deambulação na fase ativa do trabalho de parto Resumo De Tese

    Mamede, Fabiana Villela
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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