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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 39, Número: 6, Publicado: 2017
  • Progressive Resistance Training as Complementary Therapy for Polycystic Ovarian Syndrome Editorial

    Kogure, Gislaine Satyko; Reis, Rosana Maria dos
  • Potential Drug Interactions and Drug Risk during Pregnancy and Breastfeeding: An Observational Study in a Women’s Health Intensive Care Unit Original Article

    Ferracini, Amanda Canato; Rodrigues, Aline Teotonio; Visacri, Marília Berlofa; Stahlschmidt, Rebeca; Silva, Nice Maria Oliveira da; Surita, Fernanda Garanhani; Mazzola, Priscila Gava

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução No ciclo gravídico-puerperal, as mulheres podem desenvolver complicações que necessitam de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim, é necessária uma atenção especial à farmacoterapia, particularmente às interações medicamentosas potenciais (IMPs) e ao risco dos medicamentos para o feto e o recémnascido. Objetivo Determinar o perfil das IMPs e o risco potencial dos medicamentos utilizados durante a gravidez e a amamentação entre as mulheres internadas em UTI. Métodos Foi realizado um corte transversal e prospectivo, observacional, incluindo mulheres grávidas e lactantes internadas na UTI do Hospital da Mulher de uma universidade de Campinas durante um ano. Bases de dados online foram usadas para identificar e classificar as IMPs e o potencial risco de uso de medicamentos durante a gravidez e a amamentação. Resultados Foram avaliadas 305 prescrições de 58 mulheres, 31 grávidas e 27 lactantes, e 284 (91%) prescrições apresentaram IMPs, sendo que 175 combinações diferentes de IMPs foram identificadas nas prescrições, e não foram observados efeitos nocivos pelo uso concomitante dos medicamentos na prática clínica. Um total de 26 (1,4%) IMPs foram classificadas como contraindicadas. Foram identificados 15 (13,8%) medicamentos prescritos com risco D, e 2 (1,8%) com risco X para mulheres grávidas, e foram identificados 4 (4,9%) medicamentos prescritos como de alto risco para as mulheres que estavam amamentando. Conclusões Este estudo demonstra que há uma alta incidência de IMPs nas prescrições. A maioria dos medicamentos utilizados por mulheres grávidas e lactantes em UTI não apresentou sérios riscos para o feto e o recém-nascido, mas às vezes são necessários medicamentos categorizados como risco D ou X.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction In the pregnancy-puerperal cycle, women may develop complications that require admission to the Intensive Care Unit (ICU). Thus, special attention to pharmacotherapy is necessary, particularly to potential drug interactions (PDIs) and to the effect of the drugs on the fetus and newborn. Objective The aim of this study was to determine the profile of PDIs and the potential risk of drugs used during pregnancy and breastfeeding among patients admitted to the ICU. Methods We conducted an observational, cross-sectional and prospective study, including pregnant and breastfeeding women admitted to the ICU at the Women’s Hospital of a university in the city of Campinas, Brazil, for one year. Online databases were used to identify and classify the PDIs and the potential risk of the drugs used during pregnancy and breastfeeding. Results We evaluated 305 prescriptions of 58 women, 31 pregnant and 27 breastfeeding, and 284 (91%) prescriptions presented PDIs. A total of 175 different combinations of PDIs were identified in the prescriptions, and adverse effects caused by the simultaneous use of drugs were not actually observed in the clinical practice. A total of 26 (1.4%) PDIs were classified as contraindicated. We identified 15 (13.8%) drugs prescribed with risk D, and 2 (1.8%) with risk X for pregnant women, as well as 4 (4.9%) drugs prescribed with high risk for breastfeeding women. Conclusions This study demonstrates that there is a high incidence of PDIs in prescriptions. Most drugs used by pregnant and breastfeeding women at the ICU did not present serious risks to their fetus and newborns, but sometimes drugs with risk D or X are necessary in the course of the treatment.
  • Syphilis in Pregnancy and Congenital Syphilis: Reality in a Portuguese Central University Hospital Original Article

    Magalhães, Magda; Basto, Lígia; Areia, Ana Luísa; Franco, Sofia; Malheiro, Maria Eugénia; Afonso, Maria Eulália; Moura, Paulo

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar a vigilância materno-fetal e o acompanhamento de crianças em risco de sífilis congênita (SC). Métodos Estudo de coorte retrospetivo desenvolvido num hospital terciário de referência, cujo principal critério de inclusão foi a presença de serologia positiva para sífilis. O estudo incluiu todas as grávidas admitidas no nosso Hospital entre janeiro de 2004 e dezembro de 2013. Os recém-nascidos foram classificados de acordo com a probabilidade de infeção, com base nas recomendações do Centers for Disease Control and Prevention. Resultados Entre as 27 gravidezes em risco de SC, 48,2% (n = 13) tiveram diagnóstico durante o 1° trimestre; a idade gestacional média no final do tratamento foi de 28 semanas. Em 44,4% (n = 12) das mulheres, o tratamento foi considerado inadequado. Em 30,8% dos casos (n = 8) houve algum evento adverso da gravidez, dos quais 5 foram adequadamente tratados. Em dois dos casos (7,7%) a SC foi provada ou considerada como altamente provável, 10 (38,5%) com SC provável, 12 (46,1%) com SC pouco provável, e 2 (7,7%) com SC improvável. Nos lactentes, o tratamento foi bem sucedido, com exceção de um caso de neurossífilis. Conclusão Este estudo visa realçar muitas das dificuldades/preocupações encontradas na vigilância materno-neonatal dos casos com diagnóstico de sífilis. ublinhamos, não só, a importância de se assegurar a deteção precoce de infeção como forma de se garantir o tratamento atempado, mas também, uma adequada adesão à vigilância/ tratamento, através de uma rede mais eficiente entre as diferentes instituições envolvidas no acompanhamento das grávidas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Purpose To evaluate maternal-fetal surveillance and follow-up of infants at risk for congenital syphilis (CS). Methods Retrospective cohort study in a Portuguese Tertiary Referral Hospital. The main inclusion criterion was a positive syphilis serology. The study included all pregnant women that delivered in our hospital between January 2004 and December 2013. The neonates were classified according to their probability of infection based on the Centers for Disease Control and Prevention guidelines. Results Among the 27 pregnancies at risk for CS, 48.2% (n = 13) of the women had a diagnosis during the 1st trimester, and the median gestational age at the end of the treatment was 28 weeks. Inadequate treatment was noted in 44.4% (n = 12) of the women. Adverse pregnancy outcomes were observed in 30.8% of the cases (n = 8), 5 of which had been adequately treated. We found 2 (7.7%) cases with “proven or highly probable CS,” 10 (38.5%) with “possible CS,” 12 (46.1%) with “less likely CS,” and 2 (7.7%) with “unlikely CS.”Among the infants, the treatment was successful, except for 1 neurosyphilis case. Conclusion This study highlights many of the difficulties/concerns encountered in the maternal-neonatal management of syphilis. We highlight the importance of assuring the early detection of the infection as a way of guaranteeing the timely treatment, as well as a good compliance to the treatment and follow-up through a more efficient pregnant women surveillance network.
  • Combined Effect of the PGR + 331C > T, CYP17A1 -34A > G and CYP19A1 1531G > A Polymorphisms on the Risk of Developing Endometriosis Original Article

    Cardoso, Jéssica Vilarinho; Machado, Daniel Escorsim; Ferrari, Renato; Silva, Mayara Calixto da; Berardo, Plínio Tostes; Perini, Jamila Alessandra

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar a magnitude de associação de polimorfismos nos genes PGR, CYP17A1 e CYP19A1 no desenvolvimento da endometriose. Métodos Este é um estudo retrospectivo do tipo caso-controle, envolvendo 161 mulheres com endometriose (casos) e 179 controles. Os polimorfismos foram genotipados pela reação em cadeia da polimerase em tempo real utilizando o sistema TaqMan. A associação dos polimorfismos estudados com a endometriose foi avaliada pela regressão logística multivariada. Resultados As pacientes com endometriose eram significativamente mais jovens do que os controles (36,0±7,3 versus 38,0±8,5, respectivamente, p = 0,023), apresentaram um índice de massa corporal menor (26,3±4,8 versus 27,9±5,7, respectivamente, p = 0,006), maior tempo médio de duração do fluxo menstrual (7,4±4,9 versus 6,1±4,4 dias, respectivamente, p = 0,03) e menor tempo médio do intervalo entre as menstruações (25,2±9,6 versus 27,5±11,1 dias, respectivamente, p = 0,05). Uma maior prevalência dos sintomas de dismenorreia, dispareunia, dor pélvica crônica, infertilidade, alterações intestinais e urinárias foi observada no grupo casos comparado ao grupo controle. O tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico definitivo de endometriose foi de 5,2±6,9 anos. Comparando os dois grupos, não foram observadas diferenças significativas nas frequências alélicas e genotípicas dos polimorfismos PGR + 331C > T, CYP17A1 -34A > G e CYP19A1 1531G > A, e nem considerando os sintomas, a classificação e o estadiamento da endometriose. O genótipo combinado PGR + 331TT/CYP17A1 -34AA/CYP19A11531AA está associado positivamente com a endometriose (razão de possibilidades [RP] = 1,72; intervalo de confiança de 95% [IC95%] = 1,09-2,72). Conclusões A análise combinada dos polimorfismos PGR-CYP17A1-CYP19A1 sugere uma interação gene-gene na susceptibilidade à endometriose. Estes resultados podem contribuir para a identificação de biomarcadores para o diagnóstico e/ou prognóstico da doença, assim como de possíveis alvos moleculares para um tratamento individualizado.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Purpose To evaluate the magnitude of the association of the polymorphisms of the genes PGR, CYP17A1 and CYP19A1 in the development of endometriosis. Methods This is a retrospective case-control study involving 161 women with endometriosis (cases) and 179 controls. The polymorphisms were genotyped by real-time polymerase chain reaction using the TaqMan system. The association of the polymorphisms with endometriosis was evaluated using the multivariate logistic regression. Results The endometriosis patients were significantly younger than the controls (36.0±7.3 versus 38.0±8.5 respectively, p = 0.023), and they had a lower body mass index (26.3±4.8 versus 27.9±5.7 respectively, p = 0.006), higher average duration of the menstrual flow (7.4±4.9 versus 6.1±4.4 days respectively, p = 0.03), and lower average time intervals between menstrual periods (25.2±9.6 versus 27.5±11.1 days respectively, p = 0.05). A higher prevalence of symptoms of dysmenorrhea, dyspareunia, chronic pelvic pain, infertility and intestinal or urinary changes was observed in the case group when compared with the control group. The interval between the onset of symptoms and the definitive diagnosis of endometriosis was 5.2±6.9 years. When comparing both groups, significant differences were not observed in the allelic and genotypic frequencies of the polymorphisms PGR + 331C > T, CYP17A1 -34A > G and CYP19A1 1531G > A, even when considering the symptoms, classification and stage of the endometriosis. The combined genotype PGR + 331TT/CYP17A1 -34AA/CYP19A11531AA is positively associated with endometriosis (odds ratio [OR] = 1.72; 95% confidence interval [95%CI] = 1.09-2.72). Conclusions The combined analysis of the polymorphisms PGR-CYP17A1-CYP19A1 suggests a gene-gene interaction in the susceptibility to endometriosis. These results may contribute to the identification of biomarkers for the diagnosis and/or prognosis of the disease and of possible molecular targets for individualized treatments.
  • What do Infertile Women Think about Oocyte Reception, Oocyte Donation, and Child Adoption? Original Article

    Straehl, Juliana; Lara, Lúcia Alves da Silva; Sá, Marcos Felipe Silva de; Reis, Rosana Maria; Rosa-e-Silva, Ana Carolina Japur de Sá

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Não se sabe ao certo o que os casais inférteis acham sobre doação de óvulos por terceiros e adoção, condições estas que podem ser interpretadas como um encerramento definitivo das opções disponíveis para concepção. Este estudo teve como objetivo determinar a aceitação da doação de oócitos, ovo recepção e adoção de crianças por mulheres inférteis submetidas a tratamento de reprodução assistida (RA). Métodos Sessenta e nove mulheres em tratamento para infertilidade e submetidas a procedimentos de RA foram incluídas neste estudo transversal. Elas foram avaliadas por meio de questionários semiestruturados administrados durante a indução da ovulação em um ciclo de tratamento. Resultados O estado civil, religião, escolaridade, ocupação, tipo de infertilidade, idade, duração da infertilidade, número de ciclos de RA anteriores, o número médio de oócitos por ciclo e de embriões por ciclo médio não tiveram influência sobre a aceitação da doação ou da recepção de oócitos. Mais de 90% das mulheres acha que o tema “adoção” deve ser discutido durante o tratamento de RA, porém preferem discutir este tema com psicólogos, e não com médicos. As mulheres com ocupações foram mais predispostas a considerar a adoção. Conclusão As opiniões destas pacientes sobre estas questões parecem ser baseadas em conceitos pessoais e valores éticos, religiosos e morais. As mulheres preferiam discutir a adopção com psicólogos, em vez de médicos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Purpose The views of infertile couples regarding oocyte donation by third parties and adoption are unknown, as these may be interpreted as a final closure of the available options for conception. This study aimed to determine the acceptance of oocyte donation, oocyte reception, and child adoption of infertile women who submitted to assisted reproductive technology (ART) treatment Methods Sixty-nine women who were under treatment for infertility and submitted to ART procedures were included in this cross-sectional study. They were evaluated using semi-structured questionnaires administered during ovulation induction in a treatment cycle. Marital status, religion, years of schooling, occupation, type of infertility, age, duration of infertility, number of previous ART cycles, mean oocyte number per cycle, and mean number of embryos per cycle had no influence on a woman’s acceptance of oocyte donation or oocyte reception. Results More than 90% of the patients thought that the subject of “adoption” should be brought up during their ART treatments, although they preferred to discuss this topic with psychologists, not doctors. Women with occupations were more willing to consider adoption. Conclusion The opinions of these patients on these issues seem to be based on personal concepts and ethical, religious, and moral values. Women preferred to discuss adoption with psychologists rather than doctors.
  • Evaluation of the p16 and Ki-67 Biomarkers as Predictors of the Recurrence of Premalignant Cervical Cancer Lesions after LEEP Conization Original Article

    Leite, Paulo Macêdo de Oliveira; Tafuri, Luciene; Costa, Maria Zélia de Oliveira; Lima, Maria Inês de Miranda; Simões, Renata Toscano

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar as positividades dos biomarcadores p16 e Ki-67 em lesões de baixo grau (BG) ou de alto grau (AG), e relacioná-las com os fatores de risco e com a recidiva dessas lesões. Métodos Estudo retrospectivo caso-controle, com 86 pacientes com lesões de BG e AG, submetidas à conização por cirurgia de alta frequência entre 1999 e 2004. O grupo de controle foi constituído de 69 mulheres sem recidivas, e o grupo de estudo, de 17 pacientes que recidivaram. Todas as pacientes foram acompanhadas durante dois anos após a cirurgia, com controle a cada seis meses, incluindo citologia e colposcopia. As peças provenientes de cirurgia de alta frequência (CAF) foram submetidas a imunohistoquímica para p16 e Ki-67. A análise estatística foi realizada com o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, IBM-SPSS, Inc., Chicago, IL, EUA), com p significante quando < 0,05. Resultados Isoladamente ou em conjunto, p16 e Ki-67 não se relacionaram com as recidivas quando analisados na totalidade dos casos. Entretanto, avaliando especificamente as lesões de AG, a positividade (2+ e 3 + ) do conjunto p16/Ki-67 foi relacionada com recidiva (0,010). No mais, p16, isoladamente, foi também mais expresso nas lesões de AG (2+ e 3 + , p= 0,018), mas sem relação com recidiva. Conclusão Quando testadas na totalidade dos casos, as proteínas p16 e Ki-67, separadas ou em conjunto, se mostraram ineficientes como marcadores primários de recidiva de lesões precursoras. Entretanto, quando avaliadas somente no grupo diagnóstico prévio de lesão de AG, as expressões das proteínas p16 e p16/Ki-67 têm relação com a recidiva, e podem ser úteis no acompanhamento desses casos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate the expressions of biomarkers p16 and Ki-67 in low-grade (LG) or high-grade (HG) lesions, and to relate them to risk factors and the recurrence of these lesions. Methods A retrospective case-control study of 86 patients with LG and HG lesions who underwent a loop electrosurgical excision procedure (LEEP) between 1999 and 2004. The control group was composed of 69 women with no recurrence, and the study group, of 17 patients with recurrence. All patients were followed-up over a two-year period after surgery, and screened every six months, including cytology and colposcopy. Biopsy samples collected from LEEP were submitted to immunohistochemical analysis for p16 and Ki-67. The statistical analysis was performed using the Statistical Package for the Social Sciences software (SPSS, IBM-SPSS, Inc., Chicago, IL, US), with a significant p < 0.05. Results The biomarkers p16 and Ki-67, separately or combined, showed no relation to recurrence on the total analysis. However, evaluating specifically HG lesions, the positive expression (2+ and 3 + ) of p16/Ki-67 was associated with recurrence (0.010). In addition, p16 isolated was also more expressive in HG lesions (2+ and 3 + , p= 0.018), but it was unrelated to recurrence. Conclusion Proteins p16 and Ki-67, both isolated and combined, are not reliable primary markers for the recurrence of cervical lesions in the majority of LG lesions. However, analyzing only the group with prior diagnosis of HG lesions, the expressions of p16 and of p16/Ki-67 were associated with recurrence, and they may be useful in monitoring these cases.
  • Long-Acting Reversible Contraception Review

    Machado, Rogerio Bonassi; Monteiro, Ilza Maria Urbano; Magalhães, Jarbas; Guazzelli, Cristina Aparecida Falbo; Brito, Milena Bastos; Finotti, Marta Franco; Lubianca, Jaqueline Neves; Sakamoto, Luis Carlos; Franceschini, Silvio Antonio

    Resumo em Português:

    Resumo A gravidez não planejada representa importante problema de saúde pública tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento. Embora a redução das taxas dessas gestações requeira abordagens multifatoriais, o aumento no acesso aos métodos contraceptivos de longa ação pode contribuir de forma expressiva na mudança desse cenário. No Brasil, os ginecologistas e obstetras têm papel fundamental no aconselhamento contraceptivo, sendo decisivos na escolha dos métodos reversíveis de longa ação, caracterizados pelos dispositivos intrauterinos (DIUs) e pelo implante anticoncepcional. A grande abrangência decorrente do pequeno número de situações que contraindicam os métodos de longa ação deve ser enfatizada no aconselhamento contraceptivo de rotina. Por outro lado, os ginecologistas e obstetras devem se adaptar às técnicas de inserção dos métodos de longa ação, bem como se engajar na facilitação de condições para o acesso a esses contraceptivos por meio do sistema de saúde pública e privada no Brasil. Este estudo, parte do projeto denominado “Diretrizes e Recomendações FEBRASGO”, tem por objetivo revisar as principais características dos contraceptivos de longa ação, além de considerar de forma crítica o panorama atual e as perspectivas futuras, visando melhorar o acesso a esses métodos, com recomendações práticas de interesse na rotina do ginecologista e obstetra.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Unwanted pregnancy is a major public health problem both in developed and developing countries. Although the reduction in the rates of these pregnancies requires multifactorial approaches, increasing access to long-acting contraceptive methods can contribute significantly to change this scenario. In Brazil, gynecologists and obstetricians play a key role in contraceptive counseling, being decisive in the choice of long-acting reversible methods, characterized by intrauterine devices (IUDs) and the contraceptive implant. The vast scope due to the reduced number of situations to indicate long-acting methods should be emphasized in routine contraceptive counseling. On the other hand, gynecologists and obstetricians should adapt the techniques of insertion of long-acting methods, and engage in facilitating conditions to access these contraceptives through public and private health systems in Brazil. This study is part of a project called Diretrizes e Recomendações FEBRASGO (Guidelines and Recommendations of the FEBRASGO - Brazilian Federation of Gynecology and Obstetrics Associations from the Portuguese acronym). It aims to review the main characteristics of long-acting contraceptives and critically consider the current situation and future prospects to improve access to these methods, proposing practical recommendations of interest in the routine of gynecologists and obstetricians.
  • Prenatal Diagnosis of Galen Vein Aneurysm Using Ultrasonography and Magnetic Resonance Imaging and Perinatal and LongTerm Neurological Outcomes: A Case Series Case Report

    Pires, Pedro; Martins, Larisse de Brito Aurélio; Pires, Norma Maria Tenório Brito; Werner, Heron; Ferreira, Adilson Cunha; Araujo, Edward

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Descrever o diagnóstico pré-natal de uma série de casos de aneurisma de veia de Galeno (AVG) por meio de ultrassonografia e ressonância magnética (RM), bem como os resultados pós-natais e acompanhamento até 4 anos de vida. Métodos Realizou-se um estudo retrospectivo longitudinal com análise de banco de dados de sete casos de diagnóstico pré-natal de AVG em dois serviços brasileiros entre fevereiro de 2000 e maio de 2012. Foram avaliados a idade gestacional ao diagnóstico, dimensões do AVG na ultrassonografia, alterações fetais associadas, achados da ecocardiografia fetal, idade gestacional ao parto, tipo de parto, peso ao nascimento, índice de Apgar no 1° e 5° minutos, resultados neonatais, e sobrevida com acompanhamento até 4 anos de idade. Perinatais Resultados A idade gestacional média±desvio-padrão ao diagnóstico pré-natal do AVG pela ultrassonografia foi de 25±4,9 semanas. O comprimento médio do AVG foi 3,2±0,4 cm. A idade gestacional média ao nascimento foi 37,5±0,7 semanas, sendo que, em 85,7% dos casos (6/7) o parto foi cesáreo. O peso médio ao nascimento foi de 3.070±240,4 gramas. A sobrevida total foi de 42,8% (4/7), com três óbitos neonatais. Dos quatro sobreviventes, três apresentaram desenvolvimento neuropsicomotor normal até a idade de 4 anos, sendo que apenas um apresentou sequelas neurológicas graves. Ultrassonografia e RM apresentaram achados semelhantes nos sete casos. Conclusões O AVG está associado à elevada taxa de óbito neonatal, sendo, portanto, fundamental o seu diagnóstico pré-natal precoce para aconselhamento dos pais e seguimento em serviço terciário.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To describe the prenatal diagnosis of Galen vein aneurysm (GVA) based on ultrasonography and magnetic resonance imaging (MRI) in a series of cases, as well as its postnatal outcomes and follow-up until 4 years of age. Methods A retrospective longitudinal study was performed, analyzing a database comprising seven cases of prenatal diagnosis of GVA at two Brazilian institutions from February of 2000 to May of 2012. The following data were evaluated: gestational age at diagnosis, GVA dimensions on ultrasonography, associated fetal changes, findings on fetal echocardiography, gestational age at delivery, type of delivery, birth weight, Apgar score at the 1st and 5th minutes, neonatal outcomes, and survival with follow-up until 4 years of age. Results The mean gestational age ± standard deviation on the prenatal diagnosis of GVA based on ultrasonography was 25±4.9 weeks. The mean length of GVA was 3.2±0.4 cm. The mean gestational age at birth was 37.5±0.7 weeks, and a cesarean section was performed in 85.7% of the cases (6/7). The mean birth weight was 3,070±240.4 g. The total survival rate was 42.8% (4/7), with three neonatal deaths. Of the four survivors, three presented with normal neuropsychomotor development until 4 years of age and only one showed serious neurological sequelae. Ultrasonography and MRI showed similar findings for all seven cases. Conclusions Galen Vein Aneurysm is associated with a high neonatal death rate. Therefore, its prenatal diagnosis is essential for parent counseling and follow-up at tertiary care institutions.
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