RESUMO
O presente artigo tem por objetivo discutir o nascimento da moderna teoria literária, considerando a Escola Formal como ponto de partida da constituição dos estudos literários como disciplina autônoma. Os primeiros movimentos dos teóricos do Formalismo buscaram compor um corpo conceitual próprio e entender o fenômeno literário como algo emancipado de categorias da sociologia, da filosofia ou da psicologia. Tal esforço produziu resultados originais, mas também gerou impasses que estão na base da crise da teoria literária nos anos 1970 e 1980, momento em que emergem as chamadas pós-teorias, que trouxeram para o centro das atenções elementos extra-literários (gênero, política, perspectiva decolonial). Este artigo argumenta que tais impasses se tornaram evidentes já nos primeiros momentos da Escola Formal, quando ela precisou confrontar sua construção teórica com a prática da crítica literária. Ambas as esferas, ao mesmo tempo em que se retroalimentam, explicitavam as deficiências e limites de cada uma.
PALVRAS-CHAVE:
crítica literária; teoria literária; formalismo russo; pós-teoria