Experimentos específicos de modelagem numérica foram conduzidos para complementar diagnósticos empíricos realizados anteriormente dos mecanismos da circulação que relacionam anomalias na temperatura das águas superficiais do Pacífico equatorial em janeiro com as chuvas subsequentes em março-abril no Nordeste. Um gradiente térmico fraco (no sentido norte) no Atlântico favorece a uma posição mais meridional do cavado de baixa pressão, controlado hidrostaticamente, dentro do qual se encontra a Zona de Convergência Inter-Tropical (ITCZ), que é a principal fonte de chuvas para o norte do Nordeste. Além disso, águas anomalamente mais quentes no Pacífico equatorial em janeiro tendem a ser seguidas por secas no Nordeste. Pesquisas de caracter diagnóstico e de modelagem tem buscado estabelecer a causalidade nesta cadeia de eventos que interligam anomalias de temperatura nas águas superficiais do mar e precipitação. Durante anos de El Niño, aparece um trem de ondas na alta atmosfera que se estende do Pacífico equatorial oriental até o Atlântico norte tropical, afetando assim os campos de geopotencial e divergência na alta troposfera e, consequentemente, os movimentos ascendentes sobre o Atlântico. Tudo isto conduz a um fraco gradiente meridional de pressão no lado equatorial da célula de alta pressão do Atlântico norte, a alísios mais fracos no Atlântico norte e a um posicionamento da ITCZ mais ao norte, que são associados à seca no Nordeste. Os diagnósticos empíricos concordam com os experimentos de modelagem numérica.
mecanismos circulatorios; teleconexao; modelagem numerica; Pacifico equatorial; Atlantico tropical; chuvas do Nordeste
