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Endoftalmites após cirurgia de catarata: resultado de sete anos de vigilância epidemiológica

Resumo

Objetivo:

Descrever a incidência, a apresentação clínica e a evolução dos casos de endoftalmites ocorridos em um centro oftalmológico no Brasil.

Métodos:

Trata-se de uma revisão de prontuários dos pacientes submetidos à cirurgia de catarata no período de 2008 a 2014. Foram avaliadas as variáveis clínicas associadas ao desfecho de endoftalmite pós-operatória.

Resultados:

durante o período do estudo, foram realizadas 27.609 cirurgias de catarata. Foram identificados 35 casos de endoftalmite. A incidência global de endoftalmite foi de 0,13%, com variação anual de 0,04% a 0,27%. Os principais sinais e sintomas em pacientes com endoftalmite foram dor ocular e baixa acuidade visual associado à hiperemia conjuntival e hipópio. Os microrganismos gram-positivos foram os agentes etiológicos mais frequentes. Todos os pacientes receberam uma injeção intravítreo de antibióticos como tratamento imediato. A acuidade visual final foi igual ou pior que a capacidade de contar os dedos do examinador em 57,1% dos pacientes. Evisceração ou enucleação foi necessário em 3 pacientes.

Conclusão:

A incidência de endoftalmite e a maioria dos sinais e sintomas encontrados neste estudo estão de acordo com os reportados na literatura. Embora a taxa de incidência seja baixa, a perda de visão experimentada pela maioria dos pacientes com endoftalmite após a cirurgia de catarata destaca a necessidade de esforços para medidas de prevenção de infecção e diagnóstico precoce para evitar tais complicações.

Descritores:
Endoftalmite; Extração de catarata; Infecção da ferida cirúrgica; Monitoramento epidemiológico; Controle de infecções

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