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Tratamento cirúrgico da fratura avulsão na inserção tibial do ligamento cruzado posterior: resultado funcional Trabalho feito no Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Complexo Hospitalar Universitário de Taubaté, Taubaté, SP, Brasil.

RESUMO

OBJETIVO:

Avaliar o resultado funcional pré e pós-cirúrgico, de forma objetiva e subjetiva, dos pacientes com diagnóstico de fratura avulsão isolada do ligamento cruzado posterior que foram tratados cirurgicamente.

MÉTODO:

Foram avaliados cinco pacientes por meio de revisão de prontuários, aplicação do questionário de Lysholm, exame físico e exame radiológico. Para a estatística foi usado nível de significância de 0,10 e intervalo de confiança de 95%.

RESULTADOS:

Segundo os critérios de Lysholm, todos os pacientes foram classificados como ruins (< 64 pontos) no pré-operatório, evoluíram para média de 96 pontos em seis meses de pós-operatório. Observamos a negativação de 100% da gaveta posterior, uma vez que consideramos negativo o valor menor do que 5 mm.

CONCLUSÃO:

A fratura avulsão do ligamento cruzado posterior na inserção tibial quando tratada com métodos cirúrgicos e fixação estável produz resultados funcionais aceitáveis do ponto de vista clínico e radiológico para uma significância de 0,042.

Palavras-chave:
Fraturas ósseas; Ligamento cruzado posterior; Joelho

ABSTRACT

OBJECTIVE:

To objectively and subjectively evaluate the functional result from before to after surgery among patients with a diagnosis of an isolated avulsion fracture of the posterior cruciate ligament who were treated surgically.

METHOD:

Five patients were evaluated by means of reviewing the medical files, applying the Lysholm questionnaire, physical examination and radiological examination. For the statistical analysis, a significance level of 0.10 and 95% confidence interval were used.

RESULTS:

According to the Lysholm criteria, all the patients were classified as poor (<64 points) before the operation and evolved to a mean of 96 points six months after the operation. We observed that 100% of the posterior drawer cases became negative, taking values less than 5 mm to be negative.

CONCLUSION:

Surgical methods with stable fixation for treating avulsion fractures at the tibial insertion of the posterior cruciate ligament produce acceptable functional results from the surgical and radiological points of view, with a significance level of 0.042.

Keywords:
Bone fractures; Posterior cruciate ligament; Knee

Introdução

As lesões ligamentares do joelho constituem temas frequentes de pesquisas e publicações na área saúde. Há alguns anos os estudos com o ligamento cruzado posterior (LCP) dividem a atenção dos pesquisadores. Entre as lesões dos ligamentos cruzados estão incluídas as fraturas avulsões que serão objeto desta pesquisa.

Fraturas avulsões do esqueleto apendicular são comumente vistas nos cenários da emergência ortopédica. A prevalência dessas continua a aumentar à medida que a população progressivamente se envolve com atividades atléticas 11. White EA, Patel DB, Matcuk GR, Forrester DM, Lundquist RB, Hatch GF 3rd, et al. Cruciate ligament avulsion fractures: anatomy, biomechanics, injury patterns, and approach to management. Emerg Radiol. 2013;20(5):429-40.e acidentes automobilísticos.22. Singla R, Devgan, Gogna P, Batra A. Fixation of delayed union or non-union posterior cruciate ligament avulsion fractures. J Orthop Surg. 2014;22(1):70-4.

A fratura avulsão é o destacamento do fragmento de osso resultado de uma tração do ligamento, tendão ou cápsula articular do seu ponto de inserção óssea. 11. White EA, Patel DB, Matcuk GR, Forrester DM, Lundquist RB, Hatch GF 3rd, et al. Cruciate ligament avulsion fractures: anatomy, biomechanics, injury patterns, and approach to management. Emerg Radiol. 2013;20(5):429-40.Apesar de esse tipo de lesão estar aumentando, ainda são raras, segundo a literatura, especialmente as do LCP, que são ocasionalmente subdiagnosticadas. 33. Torisu T. Avulsion fractures to the tibial attachment of the posterior cruciate ligament: indications and results of delayed repair. Clin Orthop Relat Res. 1979;143:107-14.,44. Al- Ahaideb A. Posterior cruciate ligament avulsion fracture in children: a case report with long-term follow-up and comprehensive literature review. Eur J Orthop Surg Traumatol. 2013;23 Suppl 2:S257-60.and55. Piedade SR, Mischan MM. Tratamento cirúrgico da fratura- avulsão da inserção tibial do LCP do joelho: experiência de 21 casos. Acta Ortop Bras. 2007;15(5): 272-5.A avulsão do LCP chega a ser 10 vezes menos frequente do que a do LCA, mesmo em crianças. 66. Peccin MS, Ciconelli R, Cohen M. Questionário específico para sintomas do joelho Lysholm Knee Scoring Scale: traducão e validação para a língua portuguesa. Acta Ortop Bras. 2006;14(5):268-72.and77. Dhillon MS, Singh HP, Nagi ON. Posterior cruciate ligament avulsion from the tibia: fixation by a posteromedial approach. Acta Orthop Belg. 2003;69(2):162-7.

O ligamento cruzado posterior tem atuação importante na biomecânica do joelho, desempenha papel fundamental na estabilidade da articulação por ser restritor primário da translação posterior da tíbia em relação ao fêmur. 22. Singla R, Devgan, Gogna P, Batra A. Fixation of delayed union or non-union posterior cruciate ligament avulsion fractures. J Orthop Surg. 2014;22(1):70-4.,88. Stäubli HU, Jakob RP. Posterior instability of the knee near extension. A clinical and stress radiographic analysis of acute injuries of the posterior cruciate ligament. J Bone Joint Surg Br. 1990;72(2):225-30.,99. Grood ES, Stowers SF, Noyes FR. Limits of movement in the human knee. Effect of sectioning the posterior cruciate ligament and posterolateral structures. J Bone Joint Surg Am. 1988;70(1):88-97.,1010. Leão MGS, Santoro ES, Avelino RL, Granjeiro RC, Orlando Junior N. Fratura avulsão simultânea das inserções tibiais dos ligamentos cruzados anterior e posterior em adulto. Rev Bras Ortop. 2013;48(6):581-5.and1111. Canale ST, Beatty JH, editors. Campbell&apos;s operative orthopaedics. 11 ed. Philadelphia: Mosby Elsevier; 2007.As características da fratura, como tamanho e desvio do fragmento ósseo, região acometida na tíbia e idade do paciente, são informações importantes na escolha do tratamento e podem influenciar no resultado funcional.

Tendo em vista a importância do tema, o trabalho tem como principal objetivo avaliar a qualidade funcional dos joelhos com fratura avulsão do LCP antes e após o tratamento cirúrgico comparativamente com a literatura.

Material e métodos

Estudo retrospectivo, observacional, de cinco pacientes que foram avaliados em nosso departamento, de janeiro de 2013 a julho de 2014. O estudo, previamente, passou por análise e autorização do comitê de ética da nossa instituição com inscrição na Plataforma Brasil sob aprovação.

Foram incluídos somente pacientes com diagnóstico final de fratura avulsão do ligamento cruzado posterior diagnosticados por meio de radiografia simples e tomografia computadorizada ( fig. 1), isolada e fechada, que fizeram tratamento cirúrgico, sem restrição de sexo ou idade; excluídos pacientes tratados de forma conservadora, com lesão havia mais de 30 dias de evolução, pseudoartrose, com diagnóstico de lesão ligamentar intrassubstancial do LCP ou com fratura avulsão do ligamento cruzado anterior.

Figura 1 -
Radiografia simples e tomografia computadorizada, pré-operatória.

Durante as consultas clínicas os pacientes foram submetidos às avaliações subjetiva (Lyshlom) e objetiva com exame físico (teste da gaveta posterior) e radiografia sob estresse.

Lysholm divide o resultado entre excelente (95-100), bom (84-94), regular (65-83) e ruim (menor do que 64) de acordo com o somatório de pontos obtidos no fim do questionário, na comparação do pré e do pós-operatório. 66. Peccin MS, Ciconelli R, Cohen M. Questionário específico para sintomas do joelho Lysholm Knee Scoring Scale: traducão e validação para a língua portuguesa. Acta Ortop Bras. 2006;14(5):268-72.

O teste da gaveta posterior foi considerado positivo ou negativo comparativamente com a clínica do joelho contralateral na presença ou não destop, respectivamente.

Para a radiografia sob estresse, na incidência lateral, usamos paciente em decúbito dorsal horizontal, com o membro em 80° com apoio apenas na região do calcâneo e força de 49 Newtons (N) aplicada na região da tuberosidade anterior da tíbia (TAT). Depois foi quantificada com régua a translação posterior da tíbia em relação ao fêmur, considerada negativo ou zero para desvio inferior a 4 mm, uma cruz (+) se 5 mm a 9 mm e duas cruzes (++) se maior ou igual a 10 mm; e comparada com o contralateral de cada indivíduo ( fig. 2). 88. Stäubli HU, Jakob RP. Posterior instability of the knee near extension. A clinical and stress radiographic analysis of acute injuries of the posterior cruciate ligament. J Bone Joint Surg Br. 1990;72(2):225-30.,99. Grood ES, Stowers SF, Noyes FR. Limits of movement in the human knee. Effect of sectioning the posterior cruciate ligament and posterolateral structures. J Bone Joint Surg Am. 1988;70(1):88-97.,1010. Leão MGS, Santoro ES, Avelino RL, Granjeiro RC, Orlando Junior N. Fratura avulsão simultânea das inserções tibiais dos ligamentos cruzados anterior e posterior em adulto. Rev Bras Ortop. 2013;48(6):581-5.and1212. Scott MD, Norman W. Surgery of the knee. 5 ed. Philadelphia: Mosby/Elsevier; 2012.

Figura 2 -
Técnica usada para radiografia sob estresse a 80° de flexão do joelho com 49 Newtons sobre a TAT e imagem radiológica.

Nas consultas aos prontuários foram retiradas informações inerentes ao ato cirúrgico como: duração da cirurgia, osteosíntese e via de acesso cirúrgico usada; bem como informações complementares, tempo decorrente da lesão até o tratamento, lesões associadas, mecanismo do trauma, idade e sexo dos pacientes (tabela 1).

Tabela 1
- Dados referentes à descrição dos casos: sexo, idade, mecanismo de lesão, presença de lesão na face anterior, duração da cirurgia, tempo da lesão, arco de movimento pré e pós-operatório, lado lesionado, resultado Lysholm, RX sob estresse, incisão e complicação

Todos os pacientes foram posicionados em decúbito ventral horizontal, raquianestesia e uso de garrote pneumático na raiz da coxa a ser operada e abordagem posterior ao joelho em topografia da fossa poplítea. A via de Trickey1313. Trickey EL. Injuries of the posterior cruciate ligament: diagnosis and treatment of early injuries and reconstruction of late instability. Clin Orthop Relat Res. 1980;147:76-81.(em forma de S) foi usada em três pacientes e nos outros dois optou-se pela incisão reduzida conforme descrito por Burks e Schaffer 1414. Burks RT, Schaffer JJ. A simplified approach to the tibial attachment of the posterior cruciate ligament. Clin Orthop Relat Res. 1990;254:216-9.(em L invertido) ilustradas na Figura 3and Figura 4. Após a incisão, foram feitas a dissecção por planos, identificação do feixe vasculonervoso entre os gastrocnêmios medial e lateral, com afastamento cuidadoso, artrotomia central e posterior com identificação do fragmento ósseo avulsionado do seu leito tibial.

Figura 3 -
À esquerda via de Trickey e à direita via de Burks.

Figura 4 -
Ilustração da distribuição de incisão na pele.

Nenhum dos fragmentos ósseos foi pequeno o suficiente para impedir a fixação com material rígido e necessitar de amarrilha ou sutura transóssea. Nos cinco casos foram usados os princípios da estabilidade absoluta, redução anatômica e compressão do foco de fratura com síntese rígida (um ou mais parafusos com arruela), como observado na figura 5. Respeitamos a fise de crescimento mesmo com fragmento pequeno.

Figura 5 -
Radiografia do adolescente síntese paralela a fise de crescimento, preservando-a.

O período pós-operatório foi conduzido com tala gessada cruromaleolar em extensão, sem carga; retorno na segunda semana ao ambulatório para retirada de pontos e troca da tala gessada por brace, para permitir início de mobilização passiva e crioterapia; ao completar um mês foi feito controle radiográfico para liberação de carga progressiva e retirada definitiva da imobilização; a partir do segundo mês o paciente foi autorizado a iniciar o trabalho de fortalecimento muscular; no terceiro mês retorno ao trabalho e com seis meses, após reavaliação clínica e radiológica, alta médica.

A metodologia estatística foi feita com o método de Wilcoxon para um nível de significância de 0,10 e intervalo de confiança de 95%.

Resultados

Iniciamos os resultados fazendo uma análise descritiva completa para idade, duração do ato cirúrgico e tempo entre lesão e cirurgia ( tabela 2). Ressaltamos que 100% dos pacientes eram do sexo masculino.

Tabela 2
- Descritiva completa para idade, duração da cirurgia e tempo da lesão à cirurgia

O método de Wilcoxon nos permitiu considerar que houve diferença estatística significativa (p = 0,042) entre o resultado de Lysholm antes da cirurgia de 15,8 pontos (ruim) para 96 (excelente) em média; apresentou-se apenas um caso de resultado bom (94 pontos) após cirurgia, em que o paciente perdeu um ponto (de cinco pontos) no quesito agachamento devido a discreta assimetria em flexão (10°) ao agachar-se comparado com o contralateral ( fig. 6e tabela 3).

Figura 6 -
Ilustração que compara momentos para Lysholm.

Tabela 3
- Comparação de momentos para Lysholm

Foi feita uma comparação com média da translação posterior da tíbia em relação ao fêmur no RX em estresse com três valores de referência (zero, um e cinco) em milímetros, uma vez que todos estavam no limite para zero cruz ou negativo (tabela 4).

Tabela 4
- Comparação de RX em estresse com valores de referência

Verificamos que a média do RX em estresse foi de 1,80 mm e que essa média é estatisticamente diferente de zero e de cinco, mas é considerada igual ao valor de 2,50; e abaixo de 5 mm, que é o valor para uma cruz (+) de translação posterior da tíbia em relação ao fêmur, que indicaria algum grau de instabilidade da articulação ( tabela 4).

Concluímos ainda que existe significância na distribuição de complicações pós-operatórias, mo mecanismo da lesão ( tabela 5) e no teste da gaveta posterior ( tabela 6). Em complicações pós-operatórias, 80% não apresentaram contra 20% que apresentaram, sendo essa uma diferença significativa (p = 0,058); a complicação observada foi deiscência de pele, que evoluiu bem e sem infecção até a cicatrização. Não houve significado (0,527) para o lado com maior predominância de ser afetado.

Tabela 5
- Distribuição do mecanismo da lesão

Tabela 6
- Distribuição do teste gaveta

Quando perguntados, 100% dos pacientes referiram estar satisfeitos com o resultado funcional do joelho após o tratamento, nenhum tem sequela ou sintomas que provoquem limitação ou incapacitação das atividades físicas, profissionais e diárias. Mesmo em um dos casos em que o paciente é profissional do ramo do atletismo e professor de educação física não houve limitação incapacitante residual. Atualmente participa de competições com nível profissional.

Discussão

A lesão ligamentar do cruzado posterior é incomum e quando ocorre geralmente está combinada com outras lesões ligamentares do joelho. A lesão isolada do LCP acomete aproximadamente 3% das lesões agudas do joelho. 99. Grood ES, Stowers SF, Noyes FR. Limits of movement in the human knee. Effect of sectioning the posterior cruciate ligament and posterolateral structures. J Bone Joint Surg Am. 1988;70(1):88-97.

Alguns autores relatam incidência média de três casos de fratura avulsão do LCA para 100.000 e que os casos de avulsão do LCP são mais raros ainda, chegam a ser dez vezes menos frequentes, mesmo em crianças. 66. Peccin MS, Ciconelli R, Cohen M. Questionário específico para sintomas do joelho Lysholm Knee Scoring Scale: traducão e validação para a língua portuguesa. Acta Ortop Bras. 2006;14(5):268-72.and77. Dhillon MS, Singh HP, Nagi ON. Posterior cruciate ligament avulsion from the tibia: fixation by a posteromedial approach. Acta Orthop Belg. 2003;69(2):162-7.

O LCP é o mais forte dos ligamentos cruzados e restritor primário da translação posterior da tíbia durante a flexão do joelho. Quando lesionado ocorre subluxação posterior que provoca alteração na pressão da articulação femoropatelar com consequente dor crônica e degeneração da cartilagem articular.88. Stäubli HU, Jakob RP. Posterior instability of the knee near extension. A clinical and stress radiographic analysis of acute injuries of the posterior cruciate ligament. J Bone Joint Surg Br. 1990;72(2):225-30.and1515. Johnson D. Posterior cruciate ligament injuries: my approach. Oper Tech Sports Med. 2009;17:167-74.

Estudos anteriores 88. Stäubli HU, Jakob RP. Posterior instability of the knee near extension. A clinical and stress radiographic analysis of acute injuries of the posterior cruciate ligament. J Bone Joint Surg Br. 1990;72(2):225-30.and99. Grood ES, Stowers SF, Noyes FR. Limits of movement in the human knee. Effect of sectioning the posterior cruciate ligament and posterolateral structures. J Bone Joint Surg Am. 1988;70(1):88-97.observaram que a translação posterior da tíbia é maior quanto maior o grau de flexão do joelho na radiografia sob estresse, a 10°, 20°, 60°, 80°. Stäubli e Jakob 88. Stäubli HU, Jakob RP. Posterior instability of the knee near extension. A clinical and stress radiographic analysis of acute injuries of the posterior cruciate ligament. J Bone Joint Surg Br. 1990;72(2):225-30.concordaram que o desvio posterior normal em milímetros era em média 3,7 ± 2,1 do lado intacto e 10,4 ± 2,4 (significância de p < 0,001) quando lesionado, 88. Stäubli HU, Jakob RP. Posterior instability of the knee near extension. A clinical and stress radiographic analysis of acute injuries of the posterior cruciate ligament. J Bone Joint Surg Br. 1990;72(2):225-30.and99. Grood ES, Stowers SF, Noyes FR. Limits of movement in the human knee. Effect of sectioning the posterior cruciate ligament and posterolateral structures. J Bone Joint Surg Am. 1988;70(1):88-97.informação que nos garante maior credibilidade na avaliação objetiva da função por meio do RX sob estresse 80°.

Apesar de ainda não haver consenso quanto ao reparo primário nas lesões do LCP, já está claro que os melhores resultados, nos casos de fraturas avulsões, são obtidos após fixação estável. Estudos seriados têm demonstrado de forma consistente resultados satisfatórios com fixação e uniformemente pobres resultados com métodos não cirúrgicos. 66. Peccin MS, Ciconelli R, Cohen M. Questionário específico para sintomas do joelho Lysholm Knee Scoring Scale: traducão e validação para a língua portuguesa. Acta Ortop Bras. 2006;14(5):268-72.,88. Stäubli HU, Jakob RP. Posterior instability of the knee near extension. A clinical and stress radiographic analysis of acute injuries of the posterior cruciate ligament. J Bone Joint Surg Br. 1990;72(2):225-30.,1313. Trickey EL. Injuries of the posterior cruciate ligament: diagnosis and treatment of early injuries and reconstruction of late instability. Clin Orthop Relat Res. 1980;147:76-81.,1616. Veselko M, Saciri V. Posterior approach for arthroscopic reduction and antegrade fixation of avulsion fracture of the posterior cruciate ligament from the tibia with cannulated screw and washer. Arthroscopy. 2003;19(8):916-21.and1717. Schulte KR, Harner CD. Management of isolated posterior cruciate ligament injuries. Oper Tech Orthop. 1995;5(3):270-5.

O mecanismo mais comum da lesão são acidentes motociclísticos, seguidos por trauma contra o painel e atropelamento, entre outros. 33. Torisu T. Avulsion fractures to the tibial attachment of the posterior cruciate ligament: indications and results of delayed repair. Clin Orthop Relat Res. 1979;143:107-14.and1717. Schulte KR, Harner CD. Management of isolated posterior cruciate ligament injuries. Oper Tech Orthop. 1995;5(3):270-5.Observamos um caso de acidente com bicicleta enquanto todos os outros foram motociclísticos ( tabela 5). O que ocorre é impacto da face anterior do joelho em flexão de aproximadamente 90° que provoca a lesão. Em alguns casos lesões da região anterior do joelho estão presentes, como lacerações ou ferimento cortocontuso da pele (observados em 60% dos casos neste estudo), ilustrado nas Figura 7and Figura 8. Outras lesões podem estar associadas, como fratura da patela, fêmur ipsilateral, ossos do carpo e arcos costais. 33. Torisu T. Avulsion fractures to the tibial attachment of the posterior cruciate ligament: indications and results of delayed repair. Clin Orthop Relat Res. 1979;143:107-14.

Figura 7 -
Ilustração da distribuição de lesão na face anterior.

Figura 8 -
Imagem de ferimento cortocontuso extenso e sutura na região anterior da perna.

Independentemente da via, da técnica ou do material usado a fratura avulsão do LCP deve ser tratada cirurgicamente, como sugerem Veselko e Saciri 1616. Veselko M, Saciri V. Posterior approach for arthroscopic reduction and antegrade fixation of avulsion fracture of the posterior cruciate ligament from the tibia with cannulated screw and washer. Arthroscopy. 2003;19(8):916-21.e outros. 22. Singla R, Devgan, Gogna P, Batra A. Fixation of delayed union or non-union posterior cruciate ligament avulsion fractures. J Orthop Surg. 2014;22(1):70-4.,33. Torisu T. Avulsion fractures to the tibial attachment of the posterior cruciate ligament: indications and results of delayed repair. Clin Orthop Relat Res. 1979;143:107-14.and1717. Schulte KR, Harner CD. Management of isolated posterior cruciate ligament injuries. Oper Tech Orthop. 1995;5(3):270-5.A melhor técnica a ser aplicada ainda é discutida, porém deve ser a com que o cirurgião especialista estiver mais familiarizado ou ter melhor condições e estrutura para aplicá-la,66. Peccin MS, Ciconelli R, Cohen M. Questionário específico para sintomas do joelho Lysholm Knee Scoring Scale: traducão e validação para a língua portuguesa. Acta Ortop Bras. 2006;14(5):268-72.,88. Stäubli HU, Jakob RP. Posterior instability of the knee near extension. A clinical and stress radiographic analysis of acute injuries of the posterior cruciate ligament. J Bone Joint Surg Br. 1990;72(2):225-30.,1212. Scott MD, Norman W. Surgery of the knee. 5 ed. Philadelphia: Mosby/Elsevier; 2012.,1313. Trickey EL. Injuries of the posterior cruciate ligament: diagnosis and treatment of early injuries and reconstruction of late instability. Clin Orthop Relat Res. 1980;147:76-81.,1616. Veselko M, Saciri V. Posterior approach for arthroscopic reduction and antegrade fixation of avulsion fracture of the posterior cruciate ligament from the tibia with cannulated screw and washer. Arthroscopy. 2003;19(8):916-21.and1717. Schulte KR, Harner CD. Management of isolated posterior cruciate ligament injuries. Oper Tech Orthop. 1995;5(3):270-5.uma vez que as técnicas artroscópica ou aberta são igualmente confiáveis. 1818. Sasaki SU, da Mota e Albuquerque RF, Amatuzzi MM, Pereira CA. Open screw fixation versus arthroscopic suture fixation of tibial posterior cruciate ligament avulsion injuries: a mechanical comparison. Arthroscopy. 2007;23(11):1226-30.

Conclusão

A lesão osteoligamentar do LCP causa dor e prejuízo funcional, com limitação do arco de movimento associada a instabilidade do joelho. O tratamento cirúrgico obteve resultados, subjetivos e objetivos, satisfatórios, com restauração funcional completa.

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  • Trabalho feito no Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Complexo Hospitalar Universitário de Taubaté, Taubaté, SP, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    24 Set 2014
  • Aceito
    14 Nov 2014
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