Acessibilidade / Reportar erro

Associação dos polimorfismos ESRα XbaI A > G, ESRα PvuII T > C e ESRβ AlwNI T > C com o risco de desenvolver escoliose idiopática da adolescência: Revisão sistemática e metanálise genética* * Originalmente Publicado por Elsevier Editora Ltda.

Resumo

Vários estudos de associação entre os polimorfismos genéticos nos receptores α e β de estrogênio e a escoliose idiopática da adolescência (EIA) foram publicados nas últimas duas décadas. No entanto, a associação com a EIA, especialmente em diferentes subgrupos étnicos, continua a ser controversa. Assim, o presente estudo investigou esses dados inconclusivos por meio de uma metanálise para avaliar sistematicamente essa associação.

Uma pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados PubMed, ISI Web of Science, EMBASE, SCOPUS, EBSCO, Cochrane Library, China National Knowledge Infrastructure (CNKI) e Wanfang até 20 de janeiro de 2018. A força de associação foi avaliada por meio de razões de probabilidades (RPs) e intervalos de confiança de 95% (ICs95%).

Um total de 12 estudos de caso-controle, com 4.304 casos de EIA e 3.123 controles, atenderam aos critérios de inclusão do presente estudo. As RPs combinadas indicaram que os polimorfismos ESRα XbaI A > G, ESRα PvuII T > C e ESRβ AlwNI T > C podem não estar significativamente associados ao risco geral de desenvolvimento de EIA. No entanto, observou-se uma associação significativa entre o polimorfismo ESRα XbaI A > G e a EIA sob o modelo homozigótico (GG versus AA; RP = 1,448; IC95%: 1,052-1,993; p = 0,023).

Esta metanálise sugere que os polimorfismos ESRα XbaI A > G, ESRα PvuII T > C e ESRβ AlwNI T > C podem não estar associados ao risco geral de desenvolvimento de EIA. No entanto, ESRα XbaI A > G pode influenciar a suscetibilidade de desenvolver EIA entre indivíduos asiáticos. Considerando o tamanho e a variação étnica limitada da amostra, outros estudos de maior escala são necessários para obter uma estimativa mais precisa das associações.

Palavras-chave
escoliose idiopática; receptores estrogênicos; polimorfismo; metanálise

Abstract

Several association studies of genes polymorphisms on estrogen receptors-α and β with respect to adolescent idiopathic scoliosis (AIS) have been published in the past two decades. However, the association with AIS, especially among different ethnic subgroups, still remains controversial. Thus, we investigated these inconclusive data by performing a meta-analysis to systematically evaluate the association.

A literature search was conducted in the PubMed, ISI Web of Science, EMBASE, SCOPUS, EBSCO, Cochrane Library, China National Knowledge Infrastructure (CNKI) and Wanfang databases until January 20, 2018. The strength of relationship was assessed using odds ratios (ORs) and 95% confidence intervals (95%CIs).

A total of 12 case-control studies with 4,304 cases of AIS and 3,123 controls met our criteria. The pooled ORs indicated that the ESRα XbaI A > G, ESRα PvuII T > C and ESRβ AlwNI T > C polymorphisms were not significantly associated with the risk of developing AIS in the overall analysis. However, we found a significant association between the ESRα XbaI A > G polymorphism and AIS under the homozygote model (GG versus AA; OR = 1.448, 95%CI: 1.052-1.993; p = 0.023).

The present meta-analysis suggests that the ESRα XbaI A > G, ESRα PvuII T > C and ESRβ AlwNI T > C polymorphisms may not be associated with the risk of developing AIS in the overall analysis. However, ESRα XbaI A > G might have an influence on the susceptibility to develop AIS among Asians. Considering the limited sample size and ethnicity, further larger studies are needed to provide a more precise estimation of the associations.

Keywords
idiopathic scoliosis; receptors, estrogen; polymorphism; meta-analysis

Introdução

A escoliose idiopática da adolescência (EIA) é um distúrbio clinicamente significativo de alta herdabilidade, e que afeta de 2% a 4% da população mundial.11 Chettier R, Nelson L, Ogilvie JW, Albertsen HM, Ward K. Haplotypes at LBX1 have distinct inheritance patterns with opposite effects in adolescent idiopathic scoliosis. PLoS One 2015;10(02): e0117708 Estima-se que a EIA acometa até 3% de todas as crianças, surgindo após os 10 anos de idade.22 Lenke L. Idiopathic scoliosis. Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins; 2004 Sua patogênese é mal compreendida,33 Buchan JG, Alvarado DM, Haller GE, et al. Rare variants in FBN1 and FBN2 are associated with severe adolescent idiopathic scoliosis. Hum Mol Genet 2014;23(19):5271–5282 sua causa parece ser complexa, e a possível etiologia inclui fatores genéticos, hormônios e disfunção metabólica, crescimento anormal e fatores ambientais e relacionados ao estilo de vida.44 Cao Y, Min J, Zhang Q, Li H, Li H. Associations of LBX1 gene and adolescent idiopathic scoliosis susceptibility: a meta-analysis based on 34,626 subjects. BMC Musculoskelet Disord 2016; 17:309 De todos esses fatores, os genéticos são muito bem documentados. As heranças autossômica dominante e dominante ligada ao X foram descritas na etiologia da EIA, mas, na maioria das famílias com a doença, a herança é complexa e não mendeliana.55 Gurnett CA, Alaee F, Bowcock A, et al. Genetic linkage localizes an adolescent idiopathic scoliosis and pectus excavatum gene to chromosome 18 q. Spine 2009;34(02):E94–E100,66 Wise CA, Gao X, Shoemaker S, Gordon D, Herring JA. Understanding genetic factors in idiopathic scoliosis, a complex disease of childhood. Curr Genomics 2008;9(01):51–59 Os maiores esforços para entender a base genética da EIA se concentraram em associações genômicas amplas e em estudos de genes candidatos. Estudos populacionais de pacientes indexados e de suas famílias mostraram o acometimento de 11% dos parentes de primeiro grau, assim como de 2,4% e 1,4% dos parentes de segundo e terceiro graus, respectivamente.77 Cheung KM, Wang T, Qiu GX, Luk KD. Recent advances in the aetiology of adolescent idiopathic scoliosis. Int Orthop 2008;32 (06):729–734

Muitos estudos anteriores tentaram identificar os genes envolvidos no início e na evolução da EIA, como o receptor de melatonina 1B (MTNR1B), ladybird home-box11 Chettier R, Nelson L, Ogilvie JW, Albertsen HM, Ward K. Haplotypes at LBX1 have distinct inheritance patterns with opposite effects in adolescent idiopathic scoliosis. PLoS One 2015;10(02): e0117708 (LBX1), triptofano hidroxilase11 Chettier R, Nelson L, Ogilvie JW, Albertsen HM, Ward K. Haplotypes at LBX1 have distinct inheritance patterns with opposite effects in adolescent idiopathic scoliosis. PLoS One 2015;10(02): e0117708 (TPH1), arilalquilamina N-acetiltransferase (AA-NAT) e basonuclina22 Lenke L. Idiopathic scoliosis. Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins; 2004 (BNC2); entre eles, o gene LBX1 é o mais investigado.44 Cao Y, Min J, Zhang Q, Li H, Li H. Associations of LBX1 gene and adolescent idiopathic scoliosis susceptibility: a meta-analysis based on 34,626 subjects. BMC Musculoskelet Disord 2016; 17:309,88 Villa MJ. Genes associated with adolescent idiopathic scoliosis: a review. Hered Genet. 2015;4:146 Como a EIA se desenvolve durante a puberdade e é mais comum no sexo feminino, as duas formas do receptor de estrogênio (ESRα e ESRβ) foram implicadas como genes candidatos.33 Buchan JG, Alvarado DM, Haller GE, et al. Rare variants in FBN1 and FBN2 are associated with severe adolescent idiopathic scoliosis. Hum Mol Genet 2014;23(19):5271–5282,44 Cao Y, Min J, Zhang Q, Li H, Li H. Associations of LBX1 gene and adolescent idiopathic scoliosis susceptibility: a meta-analysis based on 34,626 subjects. BMC Musculoskelet Disord 2016; 17:309

Embora as implicações funcionais dos polimorfismos ESRα XbaI (A/G), ESRα PvuII (T/C) e ESRβ AlwNI (C/T) não tenham sido completamente esclarecidas, foi sugerido que mudanças intrônicas na sequência ERα possam modificar a expressão ou afinidade deste receptor pelo estrogênio.99 Meng J, Mu X, Wang YM. Influence of the XbaI polymorphism in the estrogen receptor-α gene on human spermatogenic defects. Genet Mol Res 2013;12(02):1808–1815 Portanto, conduzimos a presente metanálise para entender melhor a associação entre os polimorfismos no genes ESRα e ESRβ e a EIA por meio de estudos realizados em seres humanos e animais.

Materiais e Métodos

Estratégia de Busca na Literatura

Esta metanálise foi conduzida e relatada de acordo com as diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses (PRISMA). Realizamos a busca nas bases de dados Medline, ISI Web of Science, EMBASE, SCOPUS, EBSCO, Cochrane Library, China National Knowledge Infrastructure (CNKI) e Wanfang, cobrindo todos os artigos até 20 de janeiro de 2018. As buscas eletrônicas foram conduzidas com as seguintes palavras-chave: scoliosis [escoliose], AIS, ESR1, ESRα, ESR2, ESRβ, estrogen receptor [receptor de estrogênio], -351 A > G, XbaI, rs9340799, rs9340799, PvuII, rs2234693, AlwNI e rs1256120, gene ou allele [alelo], genotype [genótipo], mutation [mutação], variant [variante], variation [variação] e polymorphism [polimorfismo]. Avaliamos as publicações que poderiam ser relevantes pelo exame de seus títulos e resumos, e todos os estudos compatíveis com os critérios de elegibilidade foram obtidos. Todos os estudos elegíveis foram analisados cuidadosamente, e suas bibliografias foram verificadas para tentar descobrir outras publicações relevantes. Caso houvesse mais de um artigo publicado pelo mesmo autor usando a mesma série de casos, selecionamos o estudo com mais indivíduos examinados. Além disso, não houve nenhuma restrição a idiomas, e apenas estudos publicados com artigos com texto completo disponível foram incluídos.

Critérios de Inclusão e Exclusão

Os estudos incluídos na presente metanálise tiveram que conter os seguintes critérios: a) avaliação dos polimorfismos ESRα XbaI (A/G), ESRα PvuII (T/C) e ESRβ AlwNI (C/T) e dos riscos de desenvolvimento de EIA; b) ser estudos de caso-controle; e c) ter suficientes dados publicados para se estimar as razões de probabilidades (RPs) com intervalo de confiança de 95% (IC95%). Os critérios de exclusão foram os seguintes: a) pesquisa não relacionada à EIA; b) estudos populacionais; c) resumos, comentários, relatos de casos, cartas e revisões; d) duplicatas de publicações anteriores; e e) ausência de dados suficientes.

Extração de Dados

Dois pesquisadores extraíram os dados de forma independente, e os resultados foram revisados por um terceiro investigador. Em cada estudo, foram observados os seguintes itens: nome do primeiro autor, ano de publicação, país, número de casos e controles, polimorfismos genéticos, frequências alélicas menores (FAMs) e desvio do equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) do grupo controle. As discordâncias foram resolvidas por meio de discussão e consulta com outro pesquisador.

Avaliação de qualidade

A avaliação da qualidade dos estudos incluídos concordava, em grande parte, com a confirmação do EHWE para a distribuição genotípica dos polimorfismos ESRα XbaI (A/G), ESRα PvuII (T/C) e ESRβ AlwNI (C/T) nos controles. A diferença de EHW nos controles definia a má qualidade dos estudos. Por outro lado, estudos com distribuição genotípica dos polimorfismos ESRα XbaI (A/G), ESRα PvuII (T/C) e ESRβ AlwNI (C/T) nos controles de acordo com o EHW (p > 0,05) foram definidos como de alta qualidade.

Análise Estatística

A força da associação entre o polimorfismo ESRα e o risco de desenvolver EIA foi medida por RPs, enquanto a precisão da estimativa foi dada pelos ICs95%. O polimorfismo ESRα XbaI (A/G) e a suscetibilidade a desenvolver EIA foram avaliados por comparações alélicas (G versus A) e genotípicas do modelo genético codominante (GG versus AA e GA versus AA), dominante (GG + GA versus AA) e recessivo (GG versus GA + AA), em que o alelo G foi considerado o alelo de risco. Os polimorfismos ESRα PvuII (T/C) e ESRβ AlwNI (C/T) foram avaliados de acordo com os modelos alélico (C versus T), homozigótico (CC versus TT), heterozigótico (TC versus TT), dominante (TC/CC versus TT) e recessivo (CC versus TC/TT), respectivamente. O modelo genético avaliado para a RP do polimorfismo foi o modelo dominante. O teste Q de Cochran foi usado para a análise formal da heterogeneidade. A heterogeneidade foi considerada significativa quando p < 0,01 no teste Q. A variabilidade percentual da RP agrupada atribuível à heterogeneidade entre os estudos foi quantificada pela métrica I2, que é independente do número de estudos na metanálise, e considera valores entre 0% e 100%; valores maiores indicam maior grau de heterogeneidade 33 (I2 = 0-25%: ausência de heterogeneidade; I2 = 25-50%: heterogeneidade moderada; I2 = 50-75%: heterogeneidade extensa; I2 = 75-100%: heterogeneidade extrema).1010 Higgins JP, Thompson SG, Deeks JJ, Altman DG. Measuring inconsistency in meta-analyses. BMJ 2003;327(7414):557–560,1111 Higgins JP, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a metaanalysis. Stat Med 2002;21(11):1539–1558 Um modelo de efeitos aleatórios (método de DerSimonian-Laird) ou fixos (método de Mantel-Haenszel) foi usado no cálculo das estimativas agrupadas de efeito na presença ou ausência de heterogeneidade. O EHW foi avaliado pelo teste exato de Fisher.1212 Khoram-Abadi KM, Forat-Yazdi M, Kheirandish S, et al. DNMT3B -149 C>T and -579 G>T polymorphisms and risk of gastric and colorectal cancer: a meta-analysis. Asian Pac J Cancer Prev 2016; 17(06):3015–3020 A sensibilidade foi analisada pela troca dos modelos de efeito. A alteração estatística da significância indicou a instabilidade dos resultados.1313 Harbord RM, Egger M, Sterne JA. A modified test for small-study effects in meta-analyses of controlled trials with binary endpoints. Stat Med 2006;25(20):3443–3457 Além disso, o teste unicaudal da sensibilidade foi também utilizado para a avaliação da estabilidade dos resultados por meio da omissão de um estudo por vez. O viés de publicação foi determinado pela inspeção visual de gráficos de funil, em que o erro padrão de log(RP) de cada estudo foi plotado contra o seu log(RP). O viés de publicação foi qualitativa e quantitativamente avaliado por gráficos de funil de Begg e pelo teste de Egger, respectivamente. O valor de p < 0,05 foi considerado representativo de viés de publicação estatisticamente significativo. Além disso, o gráfico assimétrico indicou o possível viés de publicação.1111 Higgins JP, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a metaanalysis. Stat Med 2002;21(11):1539–1558 As análises de subgrupo foram realizadas separadamente de acordo com o tamanho da amostra, etnia, origem do controle, histórico familiar e método de genotipagem. Todas as análises estatísticas foram realizadas no programa Comprehensive Meta-Analysis (CMA, Biostat, Englewood, NJ, EUA), versão 2.1. Todos os valores de p da metanálise eram bicaudais, e foram considerados significativos se inferiores a 0,05.

Resultados

Características dos Estudos Incluídos

O presente estudo obedeceu às diretrizes PRISMA (Fig. 1). Na primeira triagem, identificamos 174 publicações a partir das buscas eletrônicas sistemáticas na literatura, e 98 publicações foram excluídas após a leitura do título devido à alta taxa de repetição de artigos nos diferentes bancos de dados. Após a eliminação das duplicatas, 64 artigos foram excluídos após a análise dos títulos, resumos e textos completos, por serem inconsistentes com nossos critérios de inclusão. Por fim, 7 estudos de caso-controle elegíveis, com um total de 2.377 casos e 1.770 controles, foram incluídos na metanálise.1414 Wu J, Qiu Y, Zhang L, Sun Q, Qiu X, He Y. Association of estrogen receptor gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2006;31(10):1131–1136

15 Tang NL, Yeung HY, Lee KM, et al. A relook into the association of the estrogen receptor [alpha] gene (PvuII, XbaI) and adolescent idiopathic scoliosis: a study of 540 Chinese cases. Spine 2006;31 (21):2463–2468

16 Zhao D, Qiu GX, Wang YP, Zhang JG, Shen JX, Wu ZH. Association between adolescent idiopathic scoliosis with double curve and polymorphisms of calmodulin1 gene/estrogen receptor-α gene. Orthop Surg 2009;1(03):222–230

17 Takahashi Y, Matsumoto M, Karasugi T, et al. Replication study of the association between adolescent idiopathic scoliosis and two estrogen receptor genes. J Orthop Res 2011;29(06):834–837

18 Janusz P, Kotwicki T, Andrusiewicz M, KotwickaM. XbaI and PvuII polymorphisms of estrogen receptor 1 gene in females with idiopathic scoliosis: no association with occurrence or clinical form. PLoS One 2013;8(10):e76806

19 Zhang HQ, Lu SJ, Tang MX, et al. Association of estrogen receptor beta gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2009;34(08):760–764
-2020 Kotwicki T, Janusz P, Andrusiewicz M, Chmielewska M, Kotwicka M. Estrogen receptor 2 gene polymorphismin idiopathic scoliosis. Spine 2014;39(26):E1599–E1607 As características dos estudos incluídos foram resumidas na Tabela 1. Os estudos foram publicados entre 2006 e 2014, e realizados na China, no Japão e na Polônia. Nesses sete estudos, os grupos étnicos foram os seguintes: em 2 estudos, com 535 casos e 425 controles, os indivíduos eram caucasianos,1818 Janusz P, Kotwicki T, Andrusiewicz M, KotwickaM. XbaI and PvuII polymorphisms of estrogen receptor 1 gene in females with idiopathic scoliosis: no association with occurrence or clinical form. PLoS One 2013;8(10):e76806,2020 Kotwicki T, Janusz P, Andrusiewicz M, Chmielewska M, Kotwicka M. Estrogen receptor 2 gene polymorphismin idiopathic scoliosis. Spine 2014;39(26):E1599–E1607 e em 5 estudos, com 1.842 casos e 1.982 controles, os indivíduos eram asiáticos.1414 Wu J, Qiu Y, Zhang L, Sun Q, Qiu X, He Y. Association of estrogen receptor gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2006;31(10):1131–1136

15 Tang NL, Yeung HY, Lee KM, et al. A relook into the association of the estrogen receptor [alpha] gene (PvuII, XbaI) and adolescent idiopathic scoliosis: a study of 540 Chinese cases. Spine 2006;31 (21):2463–2468

16 Zhao D, Qiu GX, Wang YP, Zhang JG, Shen JX, Wu ZH. Association between adolescent idiopathic scoliosis with double curve and polymorphisms of calmodulin1 gene/estrogen receptor-α gene. Orthop Surg 2009;1(03):222–230

17 Takahashi Y, Matsumoto M, Karasugi T, et al. Replication study of the association between adolescent idiopathic scoliosis and two estrogen receptor genes. J Orthop Res 2011;29(06):834–837

18 Janusz P, Kotwicki T, Andrusiewicz M, KotwickaM. XbaI and PvuII polymorphisms of estrogen receptor 1 gene in females with idiopathic scoliosis: no association with occurrence or clinical form. PLoS One 2013;8(10):e76806
-1919 Zhang HQ, Lu SJ, Tang MX, et al. Association of estrogen receptor beta gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2009;34(08):760–764 As distribuições de genótipo entre os controles de todos os estudos seguiram o EHW, exceto dois estudos sobre XbaI (rs9340799)1414 Wu J, Qiu Y, Zhang L, Sun Q, Qiu X, He Y. Association of estrogen receptor gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2006;31(10):1131–1136,1616 Zhao D, Qiu GX, Wang YP, Zhang JG, Shen JX, Wu ZH. Association between adolescent idiopathic scoliosis with double curve and polymorphisms of calmodulin1 gene/estrogen receptor-α gene. Orthop Surg 2009;1(03):222–230 e um estudo sobre PvuII (rs2234693).1414 Wu J, Qiu Y, Zhang L, Sun Q, Qiu X, He Y. Association of estrogen receptor gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2006;31(10):1131–1136 Portanto, segundo os critérios de qualidade, cinco estudos apresentavam alta qualidade, e dois estudos, baixa qualidade.

Fig. 1
Fluxograma do processo de escolha de estudos.

Tabela 1
Principais características dos estudos incluídos nesta metanálise

Polimorfismo ESRα XbaI A > G

No total, 5 estudos de caso-controle com 1.927 casos e 1.353 controles investigaram a associação entre o polimorfismo ESRα XbaI A > G e o risco de desenvolver EIA. De modo geral, esta metanálise de estudos incluídos sugeriu que não há associação significativa entre o polimorfismo de ESRα XbaI A > G e o risco de desenvolvimento de EIA (G versus A, RP = 1,071, IC95%: 0,879-1,304, p = 0,497 (Fig. 2A); GA versus AA, RP = 1,037, IC95%: 0,889-1,209, p = 0,641; GG versus AA, RP = 1,292, IC95%: 0,979-1,705, p = 0,070; GG + GA versus AA, RP = 1,052, IC95%: 0,910-1,217, p = 0,492; GG versus GA + AA, RP = 1,071, IC95%: 0,922-1,243, p = 0,369). Nas análises de subgrupo por etnia, houve uma associação significativa entre ESRα XbaI A > G e o risco de desenvolver EIA entre indivíduos asiáticos sob o modelo homozigótico (GG versus AA, RP = 1,448, IC95%: 1,052-1,993, p = 0,023).

Fig. 2
Gráficos em floresta da associação entre polimorfismos em ESRα XbaI A > G, ESRα PvuII T > C e ESRβ AlwNI C > T sob modelo dominante e o risco de escoliose idiopática da adolescênci (EIA). (A) XbaI A > G (modelo alélico); (B) PvuII T > C (modelo homozigótico); e (C) AlwNI C > T (modelo dominante). Os quadrados e linhas horizontais correspondem à razão de probabilidades (RP) e ao intervalo de confiança de 95% (IC95%) específicos do estudo. A área dos quadrados reflete o peso específico do estudo (inverso da variância). O diamante representa o resumo da RP e do IC95%.

Polimorfismo ESRα PvuII T > C

No total, 4 estudos de caso-controle com 1.129 casos e 714 controles investigaram a associação entre o polimorfismo ESRα PvuII T > C e o risco de desenvolver EIA. Os resultados agrupados de todos os estudos incluídos não mostraram uma associação significativa entre ESRα PvuII T > C e o risco de desenvolver EIA sob o modelo alélico (C versus T, RP = 1018, IC95%: 0,888-1,166, p = 0,800), o modelo heterozigótico (CT versus TT, RP = 0,996, IC95%: 0,804-1,234, p = 0,973), o modelo homozigótico (CC versus TT, RP = 1,045, IC95%: 0,789-1,383, p = 0,760) (Fig. 2B), o modelo dominante (CC + CT versus TT, RP = 1,005, IC95%: 0,821-1,229, p = 0,965) e o modelo recessivo (CC versus CT + TT, RP = 1,034, IC95%: 0,808-1,322, p = 0,792). Nas análises de subgrupos por etnia, não houve uma associação significativa entre o polimorfismo ESRα PvuII T > C e o risco de desenvolver EIA sob os cinco modelos genéticos (Tabela 2).

Tabela 2
Metanálise da associação dos polimorfismos de ESRα XbaI (A > G), ESRα PvuII (T > C) e ESRβ AlwNI (C > T) com o risco de desenvolvimento de EIA

Polimorfismo ESRβ AlwNI C > T

Três estudos de caso-controle, com 1.248 casos e 1.054 controles, foram selecionados para estimar a associação entre o polimorfismo de ESRβ AlwNI C > T e a suscetibilidade a desenvolver EIA. Nenhuma associação estatisticamente significativa foi observada entre AlwNI C > T e a suscetibilidade a desenvolver EIA em todos os modelos genéticos (C versus T, RP = 1,072, IC95%: 0,946-1,215, p = 0,276; CT versus TT, RP = 0,896, IC95%: 0,705-1,139, p = 0,370; CC versus TT, RP = 0,950, IC95%: 0,266-3,386, p = 0,937; CC + CT versus TT, RP = 1,374, IC95%: 0,758-2,493, p = 0,295 (Fig. 2C); CC versus CT + TT, RP = 1,032, IC95%: 0,857-1,242, p = 0,739); (Fig. 2).

Análises de Heterogeneidade e Sensibilidade

A heterogeneidade não foi significativa para os polimorfismos de ESRα XbaI A > G, ESRα PvuII T > C e ESRβ AlwNI T > C na maioria dos modelos genéticos, o que sugeriu que os polimorfismos não foram responsáveis pela heterogeneidade entre os estudos (Tabela 2). As análises de sensibilidade por omissão sequencial de qualquer estudo individual, um de cada vez, ou por omissão de estudos em que as distribuições genotípicas nos controles saudáveis fossem significativamente diferentes do EHW não alteraram materialmente as RPs agrupadas, indicando que os resultados eram estáveis.

Viés de Publicação

O gráfico de funil de Begg e os testes de Egger foram realizados para estimar o viés de publicação dos estudos sobre a associação entre a suscetibilidade a desenvolver EIA e polimorfismos em ESRα XbaI A > G, ESRα PvuII T > C e ESRβ AlwNI T > C. O formato do gráfico de funil não revelou qualquer evidência de assimetria óbvia para os polimorfismos sob nenhum dos modelos genéticos. Além disso, os valores de p dos testes de Egger foram superiores a 0,05, fornecendo evidência estatística da simetria dos gráficos de funil. No entanto, os resultados do teste de Egger revelaram evidências de viés de publicação de ESRα PvuII T > C em asiáticos sob o modelo dominante (CC + CT versus TT: pBegg = 0,296, pEgger = 0,041); (Fig. 3).

Fig. 3
Análise de gráfico de funil para detecção do viés de publicação para associação de polimorfismos em ESRα XbaI A > G e ESRα PvuII T > C com risco de escoliose idiopática do adolescente (EIA). A: XbaIA > G (modelo de alelo: G versus A); B: PvuII T > C (modelo recessivo: CC versus CT TT).

Discussão

A patogênese da EIA é um processo complexo. Sabe-se que fatores genéticos desempenham um papel importante na suscetibilidade a desenvolver EIA.1414 Wu J, Qiu Y, Zhang L, Sun Q, Qiu X, He Y. Association of estrogen receptor gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2006;31(10):1131–1136

15 Tang NL, Yeung HY, Lee KM, et al. A relook into the association of the estrogen receptor [alpha] gene (PvuII, XbaI) and adolescent idiopathic scoliosis: a study of 540 Chinese cases. Spine 2006;31 (21):2463–2468
-1616 Zhao D, Qiu GX, Wang YP, Zhang JG, Shen JX, Wu ZH. Association between adolescent idiopathic scoliosis with double curve and polymorphisms of calmodulin1 gene/estrogen receptor-α gene. Orthop Surg 2009;1(03):222–230 No entanto, a maioria dos mecanismos moleculares que levam ao desenvolvimento da EIA ainda é desconhecida. Mutações genéticas em vários loci foram identificadas por estudos genéticos, e a base genética da patogênese da EIA foi estabelecida.1717 Takahashi Y, Matsumoto M, Karasugi T, et al. Replication study of the association between adolescent idiopathic scoliosis and two estrogen receptor genes. J Orthop Res 2011;29(06):834–837 Embora muitos estudos epidemiológicos tenham sido conduzidos para a avaliação dos papéis dos polimorfismos em ESRα e ESRβ e o risco de desenvolver EIA em diferentes populações, os resultados foram inconclusivos.1818 Janusz P, Kotwicki T, Andrusiewicz M, KotwickaM. XbaI and PvuII polymorphisms of estrogen receptor 1 gene in females with idiopathic scoliosis: no association with occurrence or clinical form. PLoS One 2013;8(10):e76806,2020 Kotwicki T, Janusz P, Andrusiewicz M, Chmielewska M, Kotwicka M. Estrogen receptor 2 gene polymorphismin idiopathic scoliosis. Spine 2014;39(26):E1599–E1607 Os polimorfismos nos genes de ESRα e ESRβ foram relacionados ao maior risco de desenvolvimento de diferentes doenças.2121 Ban S, Sata F, Kurahashi N, et al. Genetic polymorphisms of ESR1 and ESR2 that may influence estrogen activity and the risk of hypospadias. Hum Reprod 2008;23(06):1466–1471 O gene ERα humano está localizado no cromossomo 6q25, se estende por mais de 140 kb e inclui 8 éxons.2222 Kos M, Reid G, Denger S, Gannon F. Minireview: genomic organization of the human ERalpha gene promoter region. Mol Endocrinol 2001;15(12):2057–2063 Os polimorfismos mais estudados nesse gene são PvuII T > C e XbaI A > G no íntron 1, 397 bp e 351 bp a montante do éxon 2, respectivamente.2323 Yazdi MM, Jamalaldini MH, Sobhan MR, et al. Association of ESRa Gene Pvu II T>C XbaI A>G and BtgI G>A polymorphisms with knee osteoarthritis susceptibility: a systematic review and metaanalysis based on 22 case–control studies. Arch Bone Jt Surg 2017; 5(06):351–362 O gene que codifica ESRβ está localizado no cromossomo 14q23,11 Chettier R, Nelson L, Ogilvie JW, Albertsen HM, Ward K. Haplotypes at LBX1 have distinct inheritance patterns with opposite effects in adolescent idiopathic scoliosis. PLoS One 2015;10(02): e0117708 e a possível associação de polimorfismos de nucleotídeo único (PNUs) em ESRβ (RsaI G > A, AluI A > G e AlwNI C > T) e a doença ainda não foi analisada.2424 Fu C, DongWQ, Wang A, Qiu G. The influence of ESR1 rs9340799 and ESR2 rs1256049 polymorphisms on prostate cancer risk. Tumour Biol 2014;35(08):8319–8328

A presente metanálise atualizada, com 12 estudos elegíveis e um total de 4.304 casos de EIA e 3.123 controles, faz um exame abrangente das evidências atuais sobre as associações de polimorfismos em ESRα e ESRβ e a suscetibilidade à doença. Os resultados sugerem que os polimorfismos nos genes de ESRα e ESRβ não apresentaram associação significativa com o risco de desenvolver EIA. Esta metanálise é condizente com aquelas conduzidas por Chen et al2525 Chen S, Zhao L, Roffey DM, Phan P, Wai EK. Association between the ESR1 -351A>G single nucleotide polymorphism (rs9340799) and adolescent idiopathic scoliosis: a systematic review and meta-analysis. Eur Spine J 2014;23(12):2586–2593 (ESRα Xbal), Yang et al2626 Yang M, Li C, Li M. The estrogen receptor α gene (XbaI, PvuII) polymorphisms and susceptibility to idiopathic scoliosis: a metaanalysis. J Orthop Sci 2014;19(05):713–721 (ESRα Xbal e ERα PvuII) e Cao et al44 Cao Y, Min J, Zhang Q, Li H, Li H. Associations of LBX1 gene and adolescent idiopathic scoliosis susceptibility: a meta-analysis based on 34,626 subjects. BMC Musculoskelet Disord 2016; 17:309 (ESRβ AlwNI), que relataram resultados negativos entre os polimorfismos em ESRα e ESRβ e o risco de desenvolver EIA. No entanto, Inoue et al2727 Inoue M, Minami S, Nakata Y, et al. Association between estrogen receptor gene polymorphisms and curve severity of idiopathic scoliosis. Spine 2002;27(21):2357–2362 e Wu et al1414 Wu J, Qiu Y, Zhang L, Sun Q, Qiu X, He Y. Association of estrogen receptor gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2006;31(10):1131–1136 observaram uma associação significativa entre o polimorfismos ESRα XbaI A > G e ESRα PvuII T > C e o risco de desenvolver EIA. Em 2016, em uma metanálise, Cao et al44 Cao Y, Min J, Zhang Q, Li H, Li H. Associations of LBX1 gene and adolescent idiopathic scoliosis susceptibility: a meta-analysis based on 34,626 subjects. BMC Musculoskelet Disord 2016; 17:309 relataram que não havia associação significativa entre os polimorfismos ESRα XbaI A > G e ESRα PvuII T > C e o risco de desenvolver EIA em uma análise populacional total. Porém, para a comparação com metanálise de Cao et al,44 Cao Y, Min J, Zhang Q, Li H, Li H. Associations of LBX1 gene and adolescent idiopathic scoliosis susceptibility: a meta-analysis based on 34,626 subjects. BMC Musculoskelet Disord 2016; 17:309 a análise de subgrupos por etnia também foi realizada. Nesta metanálise, descobrimos que o polimorfismo ESRα XbaI A > G estava associado ao risco de desenvolver EIA em asiáticos sob o modelo homozigótico (GG versus AA, RP = 1,448, IC95%: 1,052-1,993, p = 0,023). A discrepância entre subgrupos étnicos pode ser decorrente do pequeno número de estudos europeus, pois apenas uma pesquisa foi conduzida com caucasianos. Portanto, realizamos uma análise estratificada apenas com a população chinesa (asiática). Nossos dados revelaram que o alelo XbaI G era um fator de risco na população chinesa. Diferentemente do polimorfismo ESRα XbaI, não houve diferenças significativas entre o polimorfismo ESRα PvuII T > C e a distribuição genotípica entre pacientes com EIA e indivíduos saudáveis.

Na presente metanálise, um modelo de efeitos fixos ou efeitos aleatórios foi usado com base em testes de heterogeneidade. Diferenças nas populações estudadas com origens genéticas distintas e variações na seleção de amostras e exposições ambientais podem resultar em heterogeneidades.2828 Sobhan MR, Mehdinejad M, Jamaladini MH, Mazaheri M, Zare- Shehneh M, Neamatzadeh H. Association between aspartic acid repeat polymorphism of the asporin gene and risk of knee osteoarthritis: A systematic review and meta-analysis. Acta Orthop Traumatol Turc 2017;51(05):409–415

29 Mehdinejad M, Sobhan MR, Mazaheri M, Zare Shehneh M, Neamatzadeh H, Kalantar SM. Genetic association between ERCC2, NBN RAD51 gene variants and osteosarcoma risk: a systematic review and meta-analysis. Asian Pac J Cancer Prev 2017;18(05): 1315–1321
-3030 Sobhan MR, Forat Yazdi M, Mazaheri M, Zare Shehneh M, Neamatzadeh H. Association between the DNA repair gene XRCC3 rs861539 polymorphism and risk of osteosarcoma: a systematic review and meta-analysis. Asian Pac J Cancer Prev 2017;18(02): 549–555 Nossa análise de metarregressão também mostrou que a etnia em grupos de casos e grupos de controle contribuiu significativamente para a heterogeneidade. Ao limitar a análise aos estudos no EHW, o resultado não foi alterado, sugerindo que essa metanálise é robusta e confiável. Além disso, realizamos análises de sensibilidade de acordo com o tamanho da amostra, e validação cruzada pelo método leave-one-out para determinar se a modificação dos critérios de inclusão removendo um estudo a cada vez não afetou materialmente os resultados originais.

Existem algumas limitações em nossa metanálise. Primeiro, o tamanho da amostra em nosso estudo foi comparativamente pequeno, e seu poder estatístico era insuficiente para estimar as associações. Segundo, apenas estudos publicados nos idiomas inglês e chinês foram incluídos; portanto, pode ter ocorrido um viés de publicação. Terceiro, a maior proporção do poder estatístico foi conferida por asiáticos. Não havia estudos suficientes em caucasianos, o que limitou o poder estatístico. Não foram encontrados estudos de outras partes do mundo, como África e América Latina. Isso sugere um resultado parcial, relevante apenas para os subgrupos asiáticos e caucasianos. Quarto, ao interpretar os resultados desta metanálise, deve-se mencionar que, como em outras características complexas, o risco de desenvolver EIA pode ser modulado por vários outros marcadores genéticos e genes candidatos, além de ESRα e ESRβ. Portanto, mais investigações sobre o efeito haplotípico dos polimorfismos e múltiplos polimorfismos em diferentes genes são necessárias. Por fim, devido à indisponibilidade de outras informações detalhadas, nossos resultados foram baseados em estimativas de fator único, sem ajustes para outros fatores de risco. Uma avaliação mais profunda do risco de desenvolver EIA deve dedicar mais atenção às possíveis interações de genes, de genes e com o ambiente, e até de diferentes polimorfismos de ESRα e ESRβ com outros loci.

Consideração Final

Em resumo, esta metanálise sugere que os polimorfismos em ESRα XbaI (A/G), ESRα PvuII (T/C) e ESRβ AlwNI (C/T) não estão associados ao maior risco de desenvolvimento de EIA. No entanto, ESRα XbaI A > G pode influenciar a suscetibilidade a desenvolver EIA entre asiáticos. Com base nas limitações já mencionadas, é essencial que estudos maiores, de bom delineamento experimental, sejam realizados para a reavaliação das possíveis associações entre os polimorfismos nos genes ESRα e ESRβ e outros genes candidatos e o risco de desenvolver EIA.

  • *
    Originalmente Publicado por Elsevier Editora Ltda.

References

  • 1
    Chettier R, Nelson L, Ogilvie JW, Albertsen HM, Ward K. Haplotypes at LBX1 have distinct inheritance patterns with opposite effects in adolescent idiopathic scoliosis. PLoS One 2015;10(02): e0117708
  • 2
    Lenke L. Idiopathic scoliosis. Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins; 2004
  • 3
    Buchan JG, Alvarado DM, Haller GE, et al. Rare variants in FBN1 and FBN2 are associated with severe adolescent idiopathic scoliosis. Hum Mol Genet 2014;23(19):5271–5282
  • 4
    Cao Y, Min J, Zhang Q, Li H, Li H. Associations of LBX1 gene and adolescent idiopathic scoliosis susceptibility: a meta-analysis based on 34,626 subjects. BMC Musculoskelet Disord 2016; 17:309
  • 5
    Gurnett CA, Alaee F, Bowcock A, et al. Genetic linkage localizes an adolescent idiopathic scoliosis and pectus excavatum gene to chromosome 18 q. Spine 2009;34(02):E94–E100
  • 6
    Wise CA, Gao X, Shoemaker S, Gordon D, Herring JA. Understanding genetic factors in idiopathic scoliosis, a complex disease of childhood. Curr Genomics 2008;9(01):51–59
  • 7
    Cheung KM, Wang T, Qiu GX, Luk KD. Recent advances in the aetiology of adolescent idiopathic scoliosis. Int Orthop 2008;32 (06):729–734
  • 8
    Villa MJ. Genes associated with adolescent idiopathic scoliosis: a review. Hered Genet. 2015;4:146
  • 9
    Meng J, Mu X, Wang YM. Influence of the XbaI polymorphism in the estrogen receptor-α gene on human spermatogenic defects. Genet Mol Res 2013;12(02):1808–1815
  • 10
    Higgins JP, Thompson SG, Deeks JJ, Altman DG. Measuring inconsistency in meta-analyses. BMJ 2003;327(7414):557–560
  • 11
    Higgins JP, Thompson SG. Quantifying heterogeneity in a metaanalysis. Stat Med 2002;21(11):1539–1558
  • 12
    Khoram-Abadi KM, Forat-Yazdi M, Kheirandish S, et al. DNMT3B -149 C>T and -579 G>T polymorphisms and risk of gastric and colorectal cancer: a meta-analysis. Asian Pac J Cancer Prev 2016; 17(06):3015–3020
  • 13
    Harbord RM, Egger M, Sterne JA. A modified test for small-study effects in meta-analyses of controlled trials with binary endpoints. Stat Med 2006;25(20):3443–3457
  • 14
    Wu J, Qiu Y, Zhang L, Sun Q, Qiu X, He Y. Association of estrogen receptor gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2006;31(10):1131–1136
  • 15
    Tang NL, Yeung HY, Lee KM, et al. A relook into the association of the estrogen receptor [alpha] gene (PvuII, XbaI) and adolescent idiopathic scoliosis: a study of 540 Chinese cases. Spine 2006;31 (21):2463–2468
  • 16
    Zhao D, Qiu GX, Wang YP, Zhang JG, Shen JX, Wu ZH. Association between adolescent idiopathic scoliosis with double curve and polymorphisms of calmodulin1 gene/estrogen receptor-α gene. Orthop Surg 2009;1(03):222–230
  • 17
    Takahashi Y, Matsumoto M, Karasugi T, et al. Replication study of the association between adolescent idiopathic scoliosis and two estrogen receptor genes. J Orthop Res 2011;29(06):834–837
  • 18
    Janusz P, Kotwicki T, Andrusiewicz M, KotwickaM. XbaI and PvuII polymorphisms of estrogen receptor 1 gene in females with idiopathic scoliosis: no association with occurrence or clinical form. PLoS One 2013;8(10):e76806
  • 19
    Zhang HQ, Lu SJ, Tang MX, et al. Association of estrogen receptor beta gene polymorphisms with susceptibility to adolescent idiopathic scoliosis. Spine 2009;34(08):760–764
  • 20
    Kotwicki T, Janusz P, Andrusiewicz M, Chmielewska M, Kotwicka M. Estrogen receptor 2 gene polymorphismin idiopathic scoliosis. Spine 2014;39(26):E1599–E1607
  • 21
    Ban S, Sata F, Kurahashi N, et al. Genetic polymorphisms of ESR1 and ESR2 that may influence estrogen activity and the risk of hypospadias. Hum Reprod 2008;23(06):1466–1471
  • 22
    Kos M, Reid G, Denger S, Gannon F. Minireview: genomic organization of the human ERalpha gene promoter region. Mol Endocrinol 2001;15(12):2057–2063
  • 23
    Yazdi MM, Jamalaldini MH, Sobhan MR, et al. Association of ESRa Gene Pvu II T>C XbaI A>G and BtgI G>A polymorphisms with knee osteoarthritis susceptibility: a systematic review and metaanalysis based on 22 case–control studies. Arch Bone Jt Surg 2017; 5(06):351–362
  • 24
    Fu C, DongWQ, Wang A, Qiu G. The influence of ESR1 rs9340799 and ESR2 rs1256049 polymorphisms on prostate cancer risk. Tumour Biol 2014;35(08):8319–8328
  • 25
    Chen S, Zhao L, Roffey DM, Phan P, Wai EK. Association between the ESR1 -351A>G single nucleotide polymorphism (rs9340799) and adolescent idiopathic scoliosis: a systematic review and meta-analysis. Eur Spine J 2014;23(12):2586–2593
  • 26
    Yang M, Li C, Li M. The estrogen receptor α gene (XbaI, PvuII) polymorphisms and susceptibility to idiopathic scoliosis: a metaanalysis. J Orthop Sci 2014;19(05):713–721
  • 27
    Inoue M, Minami S, Nakata Y, et al. Association between estrogen receptor gene polymorphisms and curve severity of idiopathic scoliosis. Spine 2002;27(21):2357–2362
  • 28
    Sobhan MR, Mehdinejad M, Jamaladini MH, Mazaheri M, Zare- Shehneh M, Neamatzadeh H. Association between aspartic acid repeat polymorphism of the asporin gene and risk of knee osteoarthritis: A systematic review and meta-analysis. Acta Orthop Traumatol Turc 2017;51(05):409–415
  • 29
    Mehdinejad M, Sobhan MR, Mazaheri M, Zare Shehneh M, Neamatzadeh H, Kalantar SM. Genetic association between ERCC2, NBN RAD51 gene variants and osteosarcoma risk: a systematic review and meta-analysis. Asian Pac J Cancer Prev 2017;18(05): 1315–1321
  • 30
    Sobhan MR, Forat Yazdi M, Mazaheri M, Zare Shehneh M, Neamatzadeh H. Association between the DNA repair gene XRCC3 rs861539 polymorphism and risk of osteosarcoma: a systematic review and meta-analysis. Asian Pac J Cancer Prev 2017;18(02): 549–555

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Mar 2020
  • Data do Fascículo
    Jan-Feb 2020

Histórico

  • Recebido
    30 Jan 2018
  • Aceito
    13 Mar 2018
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Al. Lorena, 427 14º andar, 01424-000 São Paulo - SP - Brasil, Tel.: 55 11 2137-5400 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbo@sbot.org.br