Acessibilidade / Reportar erro

O uso de placas bloqueadas pediátricas no quadril paralítico: resultados preliminares de 61 casos Trabalho desenvolvido no Serviço de Ortopedia Pediátrica, Hospital Estadual da Criança, Secretaria de Estado de Saúde (SES), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

RESUMO

Objetivo:

Avaliar os resultados clínicos e radiológicos da osteotomia varizante, de rotação e encurtamento da extremidade proximal do fêmur (OVRF) com uso de placa bloqueada em pacientes com paralisia cerebral classificados pela escala Gross Motor Functional Classification System como IV e V.

Métodos:

Estudo retrospectivo de 42 pacientes (61 quadris) com paralisia cerebral, Gross Motor Functional Classification System IV e V, submetidos a OVRF. O seguimento mínimo pós-operatório foi de 24 meses. Foram avaliadas as características clínicas (idade na data da cirurgia, sexo, Gross Motor Functional Classification System, classificação geográfica da paralisia cerebral, padrão de acometimento motor), radiológicas pré e pós-operatórias (ângulo cérvico-diafisário, índice acetabular, índice de Reimers e tempo até a consolidação radiológica) e complicações pós-operatórias.

Resultados:

O ângulo cérvico-diafisário, índice acetabular e o índice de Reimers médios pré-operatórios foram respectivamente de 121,6 º, 22,7 º e 65,4% nos casos não complicados, vs. 154,7 º, 20,4 º e 81,1% nos que evoluíram com complicações pós-operatórias. Todos os parâmetros apresentaram diferença significativa entre os valores pré e pós-operatórios (p < 0,05). O ângulo cérvico-diafisário e o índice de Reimers foram maiores no grupo com complicações (p < 0,0001). Não houve diferenças nas características clínicas, no tempo de imobilização ou consolidação, exceto em relação ao grau Gross Motor Functional Classification System V (p < 0,0001). Foram observadas complicações pós-operatórias em 14 pacientes (33,3%). Desses, somente seis necessitaram reintervenção cirúrgica.

Conclusão:

A placa bloqueada é um recurso seguro, com baixa taxa de complicações cirúrgicas e de técnica reprodutível para a OVRF na paralisia cerebral Gross Motor Functional Classification System IV e V. Maiores ângulos cérvico-diafisário, índices de Reimers e graus de Gross Motor Functional Classification System V estão ligados a maiores chances de complicações pós-operatórias.

Palavras-chave:
Paralisia cerebral; Luxação do quadril; Osteotomia; Fêmur; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Al. Lorena, 427 14º andar, 01424-000 São Paulo - SP - Brasil, Tel.: 55 11 2137-5400 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbo@sbot.org.br