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Influência da epipregnanolona sobre a modulação da tolerância rápida ao etanol pelos neuroesteróides

OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi o de investigar o efeito da epipregnanolona sobre a influência de neuroesteróides no desenvolvimento da tolerância rápida aos efeitos de incoordenação motora e hipotermia induzidos pelo etanol. MÉTODO: Experimento 1: no Dia 1, grupos de camundongos foram pré-tratados com salina ou com epipregnanolona. Após 30 min, cada grupo foi subdividido recebendo etanol ou salina. Aos 30, 60 e 90 min após as injeções, os animais foram testados no rota-rod ou a temperatura corporal foi avaliada. No Dia 2, todos os grupos receberam etanol e um procedimento similar foi seguido para avaliar a tolerância rápida. O pré-tratamento com a epipregnanolona (0,10-0,30 mg/kg) bloqueou significantemente o desenvolvimento da tolerância aos efeitos de incoordenação motora e hipotermia induzidos pelo etanol em camundongos. Experimento 2 e 3: no Dia 1, grupos de animais foram tratados com epipregnanolona e, após 15 min, cada grupo foi dividido em três grupos para receber sulfato de pregnanolona, sulfato de dehidroepiandrosterona ou salina. Após 30 min, cada grupo foi dividido em dois subgrupos para receber etanol ou salina, respectivamente, e após 30, 60 e 90 min os animais foram testados como no experimento 1. No Dia 2, todos os grupos receberam etanol e 30 min após foram testados como mencionado no experimento 1. RESULTADOS: Considerando a tolerância ao prejuízo motor induzido pelo etanol, a epipregnanolona (0,15 mg/kg) bloqueou a ação estimulatória do sulfato de dehidroepiandrosterona (0,15 mg/kg), mas não afetou a ação do sulfato de pregnanolona (0,08 mg/kg). Entretanto, a epipregnanolona bloqueou a ação inibitória da alotetrahidrodeoxicorticosterona (0,10 mg/kg). Em relação à hipotermia induzida pelo etanol, os resultados demonstraram que o pré-tratamento com epipregnanolona (0,30 mg/kg) bloqueou significantemente a ação estimulatória do sulfato de dehidroepiandrosterona e do sulfato de pregnanolona, bem como a ação inibitória da alotetrahidrodeoxicorticosterona (0,20 mg/kg) sobre a tolerância. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem uma interação diferencial entre os neuroesteróides sobre o desenvolvimento da tolerância rápida ao etanol.

Tolerância a drogas; Etanol; Manifestações neurológicas; Esteróides; Hipotermia


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