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Psiquiatria da infância e da adolescência

PSIQUIATRIA DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA

Perfil social e de uso de substâncias em crianças e adolescentes internados para desintoxicação em Curitiba

Bessa, M; Kayamori, C; Watzko, S

Clínica Heidelberg, Unidade de Dependências Químicas

Rua Padre Agostinho, 687, 80430.050 Curitiba PR tel/fax (41) 223-2342

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Bessa, M e-mail: marco.bessa@uol.com.br

OBJETIVO: Estabelecer o perfil de características sociais e de uso de substâncias em crianças e adolescentes, entre 8 e 17 anos (média de idade geral de 15 anos), internados para desintoxicação em clínica psiquiátrica de Curitiba.

MÉTODO: Avaliação, através de questionário e entrevista semi-estruturada, de 100 pacientes (67 meninos e 33 meninas) internados entre Março e Maio de 2001.

RESULTADOS: % Meninos % Meninas Encaminhados por ordem judicial 20 9 Viviam com familiares 89,5 87,9 Antecedentes de dependência na família 35,8 48,5 Drogas % uso em relação às drogas Média de idade inicial - uso utilizadas cada substância (anos) Meninos Meninas Total pacientes Meninos Meninas Álcool 74,6 90,9 80 11,,8 11,9 Cannabis 86,6 97 90 12,7 12,5 Cocaína 50,7 54,5 52 13,6 13,3 Crack 64,2 66,7 65 13,7 13,5 Inalantes 74,6 66,7 72 11,9 12,4 Tabaco 86,6 87,9 87 11,4 10,8.

CONCLUSÕES: Início precoce de uso de drogas, com destaque para substâncias legais e da maconha, entre as ilegais. Pacientes múltiplos usuários - quatro ou mais substâncias e uso diário de pelo menos duas. Alto índice de evasão escolar (predominância nas 5ª e 6ª séries): idade média de 13,5 anos (meninos) e 13 anos (meninas). Predominam encaminhamentos feitos por familiares. Família chefiada pela mão: em 54,5% das meninas e em 43,3 % dos meninos. Vale destacar: a maioria dos pacientes vive com pais ou parentes; relato de antecedentes familiares de dependências químicas - 35,8% nos meninos e 48,5% nas meninas.

Delinqüência infanto-juvenil em comorbidade com transtornos psiquiátricos

Pinho, Solange Rubim de; Cardoso, Maria Amélia; Rocha, Monteval Pereira da

Revisão bibliográfica para fundamentação da Tese de Doutorado da Professora Drª. Solange Rubim de Pinho: "Perfil psiquiátrico do adolescente em conflito com a lei cumprindo medidas socioeducativas no município de Salvador"

Rua Teixeira Leal nº 145, Ed. Catarina Paraguaçu; apto 1102 Cep. 40.050.150 Graça Salvador, Bahia

Tel : Res-031-71-336-8217 Cons. 031-71- 245-9679

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Pinho, Solange Rubim de e-mail: srpinho@terra.com.br

OBJETIVOS: Reunir informações sobre a relação entre transtornos psiquiátricos e criminalidade na infância e adolescência.

MÉTODO: Foram selecionados através do site "medline" todos os artigos dos últimos cinco anos relacionados ao tema.

RESULTADOS: A maior parte dos estudos revisados apontam uma não associação ou uma associação muito discreta entre transtorno mental senso estrito e violência. Contudo, os distúrbios de conduta, transtornos por uso de substâncias tóxicas e distúrbio de déficit de atenção quando em comorbidade com os dois primeiros, podem favorecer a criminalidade da criança e do adolescente.

CONCLUSÕES: A criminalidade infanto-juvenil é um tema de compreensão complexa e a vertente psiquiátrica merece ser mais estudada no nosso país. O jovem, portador de doença mental e transgressor da Lei, requer uma assistência psiquiátrica especializada; o que nem sempre lhe é oferecido.

Epidemiologia da Atividade Sexual de Adolescentes Escolares

Tavares B; Béria J; Lima M

Universidade Federal de Pelotas, Dpto. de Saúde Mental

Av. Dom Joaquim, 849, CEP 96020-260, Pelotas, RS

Fone: (53) 223-4988

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Tavares B e-mail: bft@terra.com.br

OBJETIVO: Realizou-se um estudo transversal em 1998 para avaliar algumas características da atividade sexual de adolescentes escolares em Pelotas - RS.

MÉTODO: Um questionário anônimo, auto-aplicado em sala de aula, foi respondido por uma amostra proporcional de estudantes com idade entre 10 e 19 anos, matriculados a partir da 5a série, em todas as escolas públicas e particulares na zona urbana do município que tinham segundo grau. Realizou-se até três revisitas para aplicação aos alunos ausentes.

RESULTADOS: Entrevistados 2410 estudantes. Índice de perdas de 8%. Encontrou-se que 52% dos meninos e 32,0% das meninas já tiveram relação sexual, sendo a mediana de idade da primeira relação 14 anos para eles e 15 anos para elas. Dados sobre a última relação indicaram que: 28,8% deles e 44,5% delas não usaram preservativos; 19,9% dos rapazes e 3,9% das meninas a mantiveram com pessoa que conheceram naquele dia; 20,5% deles e 11,9% delas ingeriram álcool e/ou outra droga antes. O uso de álcool não esteve relacionado ao uso de preservativo, mas esteve associado ao sexo casual nos meninos. Quanto ao número de parceiros, 39,3% dos meninos e 72,5% das meninas tiveram apenas um parceiro no último mês e 8% deles e 1% delas teve mais de um parceiro. A prática religiosa associou-se a não ter relações sexuais em ambos os sexos. 4,4% das meninas e 1,5% dos meninos relataram ter sofrido abuso sexual.

CONCLUSÕES: evidenciam-se diferenças entre a atividade sexual de meninos e meninas, tendo os meninos mais relações casuais, mas com maior índice de uso de preservativo. Estes achados reforçam a necessidade de intervenções para aumentar a prática de sexo mais seguro em adolescentes.

Estudo sobre distúrbios do sono em adolescentes em escola da periferia de Curitiba

Oliva, V; Bartmann D; Maegawa, R; Paiva F; Uhlendorf, D; Minhoto, G

Universidade Federal do Paraná, Departamento de Psiquiatria e Medicina Forense

Rua Lamenha Lins, 447/06, 80250020, (41)2328427

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Oliva, V e-mail: vitorhugo_s_o@hotmail.com

OBJETIVO: Devido à escassez de pesquisas sobre o grupo específico, verificar a incidência de diversos problemas relacionados ao sono em um grupo escolar adolescente, assim como a procura médica entre os que sofrem de algum desses problemas, o uso de medicação e a necessidade dos jovens em mudar o hábito do sono.

MÉTODOS: Foram aplicados 50 questionários validados para detecção de problemas de sono. A amostra aleatória foi obtida na escola João Paulo I, na cidade de Curitiba, com indivíduos de ambos os sexos, na faixa etária de 15 a 17 anos, que estudavam à noite.

RESULTADOS: Os dados mostram uma incidência de 26% de pelo menos um distúrbio do sono entre os escolares. Desses, 69,23% são do sexo feminino, 7,7% tomavam algum remédio para dormir e ninguém procurou ajuda médica pelo problema. Perguntados quanto à necessidade de alterar o esquema de sono, 69,23% dos escolares diagnosticados com algum tipo de distúrbio responderam sim.

CONCLUSÕES: Os dados preliminares indicam uma incidência de distúrbios do sono relativamente alta entre os jovens, embora estes não procurem o médico pelo problema. No entanto, pelo alto índice de escolares com algum distúrbio do sono, percebe-se a importância de maiores estudos sobre o tema nesse grupo.

Caracterização da intenção comunicativa no autismo infantil

Tamanaha AC; Ribeiro TM I,II & Perissinoto, J II

Universidade Federal de São Paulo I, UNIARA II

tel/fax (011) 5031 56 76

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Tamanaha AC e-mail: anacarina.otor@epm.br

OBJETIVO: Caracterizar a intenção comunicativa de autistas, quanto ao meio comunicativo utilizado e ao contexto- interlocutor.

METODOLOGIA: A amostra foi constituída por seis autistas, de ambos os sexos, na faixa etária de 6 a 28 anos(GA) e seis portadores de Síndrome de Down (GD), pareados por sexo, idade cronológica e desempenho comunicativo. Os critérios para análise do meio comunicativo foram propostos por FERNANDES (2000) e constam de três formas: gestual, vocal e verbal. Para análise da intenção comunicativa utilizamos os critérios propostos por WETHERBY & PRUTTING (1984), que constam de 6 critérios para cada meio comunicativo. Cada indivíduo foi observado junto ao próprio grupo e posteriormente, com um interlocutor adulto.

RESULTADOS: Quanto ao meio comunicativo, houve predomínio do critério vocal no GA. e verbal no GD. Os critérios de análise da intenção comunicativa foram melhor evidenciados em contextos com interlocutor adulto em ambos os grupos.

CONCLUSÕES: Os resultados obtidos demonstram a importância da análise funcional da comunicação nos quadros onde os desvios de comunicação estão totalmente desvinculados aos padrões de normalidade. Importante salientar ainda, a presença de interlocutores que possibilitem o exercício de trocas comunicativas, seja através de modelo ou de observação minuciosa.

O desempenho linguístico no autismo infantil e na Sindrome de Asperger

Tamanaha, AC; Perissinoto,J; Chiari, BM & Pedromônico, MR

Universidade Federal de São Paulo, Distúrbio da Comunicação Humana

tel/fax: (011) 5031 56 76

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Tamanaha, AC e-mail: anacarina.otor@epm.br

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi verificar as diferenças do desempenho linguistico nos quadros de Autismo Infantil e Síndrome de Asperger.

MÉTODO: A amostra constituiu-se de 24 crianças normais (Grupo Controle), de 2 a 4 anos, de ambos os sexos; 8 crianças com Autismo Infantil (GA) e 8 com Síndrome de Asperger (GAS), atendidas no Ambulatório Especial de Linguagem da DCH-UNIFESP, pareadas numa proporção de 3:1:1, de acordo com idade e sexo. Utilizamos os critérios propostos por WETHERBY & PRUTTING (1984), que constam de uma listagem de comportamentos linguisticos (5) e categorias funcionais para comunicação (14).

RESULTADOS: Após análise dos resultados, verificamos que o desempenho linguistico do GAS foi melhor que do GA, tanto na análise do código linguistico, quanto na funcionalidade da comunicacão. No entanto, quando confrontados os resultados obtidos do GAS com o Grupo Controle, verificamos indícios de desvios linguisticos, principalmente no uso pragmático.

CONCLUSÕES: Deste modo, o desempenho linguistico é um fator importante para o estabelecimento do diagnóstico diferencial entre essas patologias.

Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência (CBCL) e Crianças com Atipias na Linguagem

Marteleto, M; Pedromônico, M

Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina. Departamento de Pediatria

Rua Maracá,132,ap43. Vila Guarani, São Paulo-SP

Fone:0xx50172700

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Marteleto, M e-mail: marcia.marteleto@terra.com.br

O objetivo deste trabalho foi verificar se existem diferenças nas manifestações comportamentais dos grupos de crianças com e sem atipias na linguagem, usando o CBCL como instrumento para rastrear os possíveis problemas de comportamento. A amostra foi constituída por 30 mães, sendo 10 delas mães de crianças diagnosticadas com autismo, 10 de crianças diagnosticadas com problemas de linguagem e 10 de crianças típicas inseridas em escola de educação infantil. A idade das crianças variaram de 4 a 11 anos, sendo a média de 7 anos para o grupo de autismo, 6 anos 6 meses para o grupo de problemas de linguagem e 7 anos para crianças típicas. As mães foram entrevistadas individualmente. Para análise estatística empregou-se a análise de variância das médias, buscando verificar se existiam problemas de comportamento nos grupos de crianças atípicas diferentes de crianças típicas. Tal análise evidenciou que o grupo de crianças com autismo diferem dos outros grupos com relação aos problemas de pensamento (p< 0,001). Com relação à área "problemas de atenção" houve diferença significante entre os grupos de crianças com autismo e crianças típicas (p<0,01), o grupo de problemas de linguagem não apresentou diferença neste comportamento com os outros dois grupos. Nas outras áreas do CBCL não houve diferença significante entre os 3 grupos ( p>0,1). Concluindo, os problemas de pensamento são manifestações comportamentais que parecem prejudicar o grupo das crianças com autismo e os déficits na atenção vão se tornando gradativamente mais prejudicados conforme a gravidade da patologia.

Auto-percepção em irmãos de portadores de Síndrome de Down

Horta, CL; Pinheiro, RT; Horta, BL; Garcias, GL

UCPel, Mestrado Saúde e Comportamento

OBJETIVO: Comparar a percepção de crianças com e sem irmãos portadores de Síndrome de Down quanto à auto-estima global e à competência nas seguintes áreas: escolar, social, atlética, aparência física e comportamento.

METODOLOGIA: estudou-se os irmãos de portadores de Síndrome de Down com idade entre 8 e 12 anos, residentes na área urbana da cidade de Pelotas-RS. Para cada criança com potrador de Síndrome de Down foram localizados, na vizinhança, duas crianças sem irmão com esta síndrome, emparelhando-as por idade e gênero. As 26 crianças expostas e 52 não expostas a irmão com Síndrome de Down responderam ao Self-Perception Profile for Children e a um questionário psicossocial. Para comparação da auto-percepção entre os dois grupos de crianças foi utilizado o modelo de odds proporcional.

RESULTADOS: Irmãos de portadores de Síndrome de Down não apresentaram prejuísos com relação à auto-percepção de sua competência nas seguintes áreas: escolar, social, atlética, aparência e comportamento. Em relação à auto-estima, estas mesmas crianças mostraram percepção mais elevada que seus pares: a chance de apresentar escore mais elevado foi de 2,87 (IC95%1,22-6,73) vezes maior entre as crianças com irmão portador de Síndrome de Down do que entre as demais crianças.

CONCLUSÃO: Os irmãos de portadores de Síndrome de Down quando comparados aos seus pares não apresentaram prejuízos em relação ao auto-percepção de sua competência nas seguintes: escolar social, atlética, aparência física e comportamento. Em relação a auto-estima global, estas mesmas crianças mostraram percepção mais elevada que as demais. Este estudo não aponta, portanto, para prejuízos dos irmãos de portadores de Sindrome de Down entrevistados.

Suicídio em adolescentes: casuística dos óbitos ocorridos em Curitiba no ano 2000

Hesse, R e Fabri, LV

Universidade Federal do Paraná

Departamento de Medicina Forense e Psiquiatria

R: Padre Camargo, 280, 4º andar Fone / fax: 360-7233 Cep: 80060-140, Alto da Gória, Curitiba Paraná

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Email: forence@saude.ufpr.br

OBJETIVOS: avaliar casuística do suicídio em Curitiba, no ano de 2000, entre adolescentes, na faixa etária de 10 a 19 anos. A OMS classifica suas taxas em baixas (até 5 / 100.000 hab.), médias (5-15 / 100.000 hab.), altas (15-30 / 100.000 hab.) e muito altas (acima de 30 / 100.000 hab.). Críticas à sua subnotificação / subestimação, têm ocorrido.

MATERIAIS E MÉTODO: dados obtidos dos Documentos de Óbitos (D.O.) do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), SESA - PR; cálculo da prevalência do suicídio; estudo de corte transversal, descritivo e não comparativo.

RESULTADOS: a prevalência em Curitiba - 2.000, para a faixa etária de 10 a 19 anos foi de 1,03 / 100.000 habitantes.

CONCLUSÃO: A taxa foi considerada baixa, numa freqüência de 03 casos. A população pertinente a faixa etária estudada foi de 289.482 habitantes. Serão necessários estudos de cortes longitudinais; com maiores detalhamentos sócio-demográficos para tentar especificar prováveis fatores protetores que sugiram estratégias para sua prevenção.

Transtornos Psiquiátricos Detectados pelo CIDI numa Amostra de Pais de uma Coorte infantil em Salvador -BA

Santos, D; Cruz, S; Almeida, A

Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia

Rua Padre Feijó, 29 4o. Andar Canela Salvador, BA tel.: 3325137

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Santos, D e-mail: darci@ufba.br

OBJETIVO: Analisar a prevalência dos transtornos mentais na cidade de Salvador e relacioná-las com aspectos sócio –demográficos.

MÉTODOS: Realizaram-se aplicações domiciliares do Composite International Diagnostic Interview – CIDI 2.1 em 345 cuidadores de crianças, por ocasião da segunda avaliação desenvolvimental destas crianças, entre julho e dezembro de 2001. Integramos um desenho longitudinal de 1997, que alocou aleatoriamente 1153 crianças. 365 sujeitos menores de 42 meses foram selecionados em 1999, para iniciar esta coorte infantil, cujos cuidadores constituem a amostra deste estudo.

RESULTADOS: 47,5 % dos entrevistados apresentaram pelo menos um diagnóstico psiquiátrico. Dos 65 diagnósticos gerados pelo CIDI, foram encontrados 36 diagnósticos. As patologias mais prevalentes foram: transtornos do humor: 34,8 %; transtorno de Estresse Pós-traumático: 16,1% e transtornos de ansiedade: 16,9 %. A amostra se constituiu de 95,7% de mulheres e 4,3 % de homens, sendo que a faixa etária de maior prevalência de transtornos mentais foi a de 21 a 40 anos.

CONCLUSÕES: O estudo da amostra revela uma prevalência de transtornos mentais na população mais elevada do que a encontrada em outros inquéritos nacionais e internacionais. Vale ressaltar a elevada taxa de prevalência de Transtorno de Estresse pós-traumático, que aparece em segundo lugar na amostra, sendo que os transtornos depressivos só ocupam o primeiro lugar se forem vistos como um grupo único.Concluímos ainda que a prevalência de transtornos mentais é maior em áreas com condições sócio -econômicas desfavorecias, sobretudo no que diz respeito à prevalência de transtorno de estresse pós - traumático.

Estudo epidemiológico em escolares com transtornos por déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) em Florianópolis

Poeta, LS; Costa, CG; Bona, ED; Rosa Neto, F

Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC

Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos, CEFID

Laboratório de Desenvolvimento Humano, LADEHU

Rua Paschoal Simone, 217, Coqueiros, Florianópolis/SC

Fone: (48) 244 2324

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Poeta, LS E-mail: lisipoeta@bol.com.br

OBJETIVOS: Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo epidemiológico de crianças com TDAH em Florianópolis. Fizeram parte do estudo 1898 escolares matriculados na rede pública de Florianópolis, de 1a a 4a série – ensino fundamental.

MATERIAIS E MÉTODOS: O instrumento utilizado foi o questionário de FARRE e NARBONA (2001) que classifica a criança em: hiperatividade; déficit de atenção; transtorno de conduta; hiperatividade com déficit de atenção.

RESULTADOS E CONCLUSÃO: De acordo com os resultados, verificou-se que 5% dos escolares apresentam o TDAH, sendo mais freqüente no sexo masculino (77%). Narbona e cols. encontraram uma prevalência de 6% em escolares espanhóis. Guimon e cols. apresentaram uma freqüência de 8% numa população normal e 25% na clínica. Tal estudo vem facilitar o manejo das crianças com TDAH, facilitando a intervenção precoce e o manejo com a família e instituição escolar, melhorando o prognóstico dos escolares.

Motricidade infantil e transtornos de aprendizagem

Rosa Neto, F; Serrano Luna, JL

Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC

Laboratório de Desenvolvimento Humano

Rua Paschoal Simone, 358, Coqueiros, Florianópolis, 88000.080

Endereço para corespondência Endereço para corespondência e-mail: d2frn@pobox.udesc.br

Este trabalho tem como objetivo oferecer um método eficaz para avaliar as alterações neuropsicomotoras, possibilitar um melhor diagnóstico e realizar um seguimento clínico evolutivo de crianças de 3 a 10 anos com tais alterações, oferecendo um tratamento precoce. Foi avaliado o desenvolvimento motor em 180 escolares, divididos em dois grupos (estudo e controle), através da Escala de Desenvolvimento Motor (Rosa Neto, 2002), e correlacionado com os transtornos de aprendizagem. O grupo de estudo (G1) consiste em 71 escolares atendidos na Consulta de Neuropsiquiatria Infantil, Hospital Infantil "Miguel Servet", Zaragoza (Espanha), com idade compreendida de 3 a 10 anos, com um diagnóstico clínico de transtorno de aprendizagem, segundo os critérios do DSM-IV. O grupo controle (G2) consiste em 120 escolares matriculados no ensino público de pré-escolar e primário. Os dois grupos foram submetidos às provas de desenvolvimento motor, onde se examinaram oito áreas (desenvolvimento motor global, motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização temporal e lateralidade). Todas as áreas de desenvolvimento motor foram correlacionadas com as áreas de rendimento escolar e também com os transtornos de aprendizagem e foram observados resultados bastante significativos (p<0,0001). Os escolares do grupo de estudo (G1) apresentaram um desenvolvimento motor inferior ao esperado pela idade e escolarização. A prevalência dos transtornos de aprendizagem está entre 3 e 5% dos escolares.

Instituição psiquiátrica e sistema ambulatorial para crianças do espectro autístico – relação o número de atos comunicativos e a ocorrência das funções interpessoais

Fernandes, FDM; Cardoso,C

Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Cidade Universitária, São Paulo, SP

R: Dr Assis de Moura, 108/71, Vila Mariana, Cep 04120-150, São Paulo, SP

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Cardoso,C e-mail: cardoso_c@uol.com.br

OBJETIVO: Verificar o desenvolvimento no processo de terapia de linguagem de crianças com diagnóstico dentro do espectro autístico, com atendimento em instituição psiquiátrica e no sistema ambulatorial.

MÉTODO: Foram realizadas duas gravações, no inicio do atendimento fonoaudiológico e no intervalo de 12 meses de crianças institucionalizadas e em atendimento ambulatorial, com diagnóstico dentro do espectro autístico. Os sujeitos foram divididos em dois grupos: grupo 1; 10 crianças institucionalizadas, com gravações de 30 minutos; grupo 2; 10 crianças em atendimento ambulatorial com gravações de 30 minutos. O corpus das gravações foram analisados conforme os critérios propostos por Fernandes (1996)

RESULTADOS: As crianças apresentaram uma evolução no número na média de atos comunicativos por minuto Quanto às funções comunicativas houve uma constância em relação ao aparecimento das mesmas nos dois grupos com o aumento na ocorrência das interpessoais durante o processo de coleta de dados. Entre os dois grupos não houve diferenças significativas.

CONCLUSÃO: As crianças apresentam um aumento do número de atos comunicativos e funções comunicativas interpessoais durante o período de 12 meses.

Violência doméstica sofrida por pais que praticam violência familiar

Copolla, M; Cabral, M

Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

Caixa Postal 6111, CEP:13081-970, Campinas, São Paulo, Brasil, Fone: (19) 3788-8206 Fax: (19) 3289.4819

Endereço para corespondência Endereço para corespondência e-mail: psi@head.fcm.unicamp.br

OBJETIVO: Identificar a reincidência de pais que sofreram violência doméstica e que praticam, na atualidade violência contra seus filhos.

MÉTODO: Estudo quali-quantitativo, composto de dois grupos: estudo e comparativo. O grupo de estudo foi constituído de 30 famílias que perderam o pátrio poder, por colocarem os filhos em situação de risco psico-físico. O grupo comparativo, foi constituído de 30 famílias, cujos filhos foram afastados por ordem judicial, mas que depois das sentenças, retornaram às suas famílias de origem. Foi aplicado uma anamnese - questionário, com questões abertas e fechadas, com o intuito de verificar se os pais sofreram violência doméstica.

RESULTADO: Verificamos que 80% dos pais que praticaram violências graves contra seus filhos e que perderam o pátrio poder, sofreram violências significativas em suas infâncias e adolescências e, mesmo, dentro da relação marital, por parte de seus companheiros.

CONCLUSÃO: A violência doméstica quando não tratada, é um fator que possibilita a desagregação familiar e a reprodução deste modelo agressivo de relacionamento para as gerações futuras, com graves danos psico-físico aos envolvidos.

Textos orais e escritos de um par de gêmeas anoréxicas

Malerbi FF; Scheuer, CI.; Affonso LA

Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: a análise do texto em Fonoaudiologia oferece um leque de possibilidades para conhecer o funcionamento cognitivo, afetivo e lingüístico propriamente dito, de pessoas com quadros psiquiátricos. Diversas teorias tem discutido o papel do discurso e do texto no diagnóstico e terapia fonoaudiológicas, entre as quais está Teun Van Dijk (1992).

OBJETIVO: o objetivo deste trabalho é analisar individualmente e comparar narrativas orais e escritas de duas irmãs, do sexo feminino, gêmeas monozigóticas, diagnosticadas, segundo a CID-10, como portadoras de anorexia nervosa.

MÉTODO: Os enunciados foram analisados segundo o modelo textual de Van Dijk (1992), considerando as macro e micro estruturas narrativas. As macroestruturas dizem sobre sentidos mais gerais e significados centrais e a microestrutura sobre detalhes que complementam a macroestrutura. Foram quantificadas as macro e micro estruturas de cada narrativa produzida individualmente bem como realizada em conjunto de forma escrita. Uma interpretação do sentido dos textos foi feita a partir da análise das macroestruturas.

RESULTADOS: Em ambos os textos houve menos macroestruturas e muitas microestruturas. Os textos escritos e orais foram predominantemente descritivos de ações e pouco relacionados a emoções e sentimentos. Ambas as gêmeas funcionaram igual.

CONCLUSÕES: houve grande semelhança na construção das narrativas orais e escritas, no que diz respeito às macro e micro estruturas, demonstrando formas de elaboração mental muito parecidas das duas irmãs.

Estimativa da sintomatologia de depressão e estresse em crianças com maus tratos institucionalizadas no CACAV,casa travessia e Caribe II em Ribeiro Preto

Pinheiro ,S ; Nardini, P; Golfeto, J

Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital das Clínicas da FMRP/USP

Avenida dos Bandeirantes s/n Pabx: (16) 6021000

OBJETIVO: Estimar sintomas depressivos e estresse em crianças que sofreram maus tratos.

MATERIAL E MÉTODOS: 77 sujeitos de 7 à 14 anos, institucionalizados em 3 centros de apoio à crianças vitimizadas na cidade de Ribeirão Preto no período de maio de 2000 a maio de 2002.

INSTRUMENTOS UTILIZADOS: CDI (Children's Depression Inventory/Kovacs, 1983) adaptado e normatizado por Barbosa e cols.(1995), aplicado por uma psiquiatra; e o ESI (Escala de estresse Infantil - Escala de Lipi) aplicado por uma psicóloga, visando quantificar a intensidade de estresse em crianças com maus tratos.

RESULTADOS: 63% eram do sexo feminino e 37% masculino; 58% de etnia parda , 32% negra e 10% branca; média de idade de 12,3 anos; 75.32% frequentando o fundamental; os responsáveis não apresentavam renda fixa; 44 sujeitos (57.14%) pontuaram escore para a depressão e/ou estresse; 3 (3.89%) para a depressão; e 17 (22.07%) para o estresse; 24 (31.16%) para depressão e estresse. Dos motivos que justificaram a institucionalização, a negligência dos pais representou 53.24% do total, seguido de abandono (32.46%), violência física (1.29%) e abuso sexual (1.29%). Dos pais, 9% eram usuários de substâncias, sendo que em 10.4% das crianças institucionalizadas era observado uso de drogas.

CONCLUSÕES: Os diagnósticos de depressão e estresse, assim como os de maus tratos, devem ser feitos de forma precoce pelos profissionais de saúde, para que um atendimento multidisciplinar possa ser fornecido à criança além de proporcionar a execução de medidas sociais e jurídicas.

Questionário de capaciadades e dificuldades (SDQ): um estudo em escolares de Ribeiro Preto

Cury, C; Golfeto, J

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Ambulatório de Psiquiatria da Infância e da Adolescência. Av. Nove de Julho, nº 980

CEP: 14025-000. Fone: (16) 625-0309 FAX 635-0713

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Cury, C e-mail: crcury@bol.com.br

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi rastrear transtornos psiquiátricos em crianças de uma escola pública de Ribeirão Preto através da aplicação do questionário de capacidades e dificuldades (SDQ).

MÉTODO: O SDQ é um questionário de rastreio para problemas de saúde mental infantil, contém 25 itens divididos em subescalas de problemas emocionais, hiperatividade e conduta. Foram sorteadas 143 crianças de primeira a quarta série, de uma escola pública de Ribeirão Preto, 119 questionários foram respondidos pelos pais, 107 corretamente preenchidos, 63% crianças do sexo masculino, 37% do feminino, média de idade 8,18 ±1,19 anos.

RESULTADOS: Pontuações elevadas, anormais, ocorreram em 30,8% das crianças na subescala para sintomas emocionais, 17,7% para sintomas de conduta, 16,8% para hiperatividade e 18,7% na pontuação total do SDQ, que indica algum transtorno psiquiátrico, não especificado.

CONCLUSÕES: O SDQ pode ser útil para o rastreio transtornos psiquiátricos na infância.

Estudo de 4 experiências de escolarização de crianças com Mielomeningocele e sua repercussão no desenvolvimento

Macedo, CPBFN; Costa Monteiro, LM

Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, Departamento de Urodinâmica

Av Rui Barbosa 716, Rio de Janeiro, RJ

Tel: (21) 2553-0052 Fax: (21) 2553-6730

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Macedo, CPBFN e-mail: cmacedo@easynet.com.br

OBJETIVO: Analisar o impacto no desenvolvimento psicológico da experiência de escolarização e não-escolarização de 4 crianças portadoras de Spina Bifida atendidas no Instituto Fernandes Figueira.

MÉTODO: De um total de 63 entrevistas semi-estruturadas realizadas com os pais de crianças, de ambos os sexos, com idades entre 4 e 15 anos, selecionou-se 4 casos representativos das dificuldades relacionadas a escolarização. Através desses casos, pode-se ter uma visão mais detalhada das repercussões emocionais das dificuldades com que se deparam crianças com necessidades educacionais especiais no processo de escolarização.

RESULTADOS: Dos 4 casos selecionados, apenas em um deles não existiu a experiência de escolarização, trazendo como repercussão para a vida do menino de 13 anos uma profunda apatia e traços depressivos. Das 3 crianças que estavam freqüentando regularmente a escola, 2 delas não encontraram dificuldades na matrícula. Uma das escolas tinha uma prática inclusiva e na outra, apesar de dificuldades como acesso físico a portadores de deficiência física, a criança contou com apoio da equipe escolar. No último caso, nos deparamos com dificuldades de matrícula e manutenção da aluna de 6 anos no ambiente escolar. Esta teve dificuldades de ser aceita pela escola e sua capacidade de aprendizado foi questionada.

CONCLUSÃO: A escola cumpre um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo mas também psicossocial. A criança deficiente e portadora de necessidades educacionais especiais deve ser parte integrante da escola regular. Se essa aceitação se concretiza, a criança tem condições de desenvolver-se integralmente de forma saudável.

Avaliação de casos suspeitos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em uma escola pública de Curitiba

Bueno, FA; Cardoso, AG; Tassi, J; Dalmas, DE;Zorzetto, D

Serviço de Psiquiatria, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR

Rua Presidente Rodrigo Otávio, 2053, Hugo Lange, Curitiba, PR, fone: (41)353-2743

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Email: ffa0411@aol.com

Os estudos realizados situam a prevalência do Transtorno de Déficit de Atenção /Hiperatividade (TDAH) entre 3% e 6%, sendo com crianças na idade escolar na sua maioria.

OBJETIVO: Realizar uma triagem em crianças de 1º grau em uma escola pública de Curitiba-PR, a fim de detectar casos suspeitos de TDAH e comparar nossos resultados com a literatura.

MATERIAIS E MÉTODO: Foi realizada uma triagem com 290 crianças de 1ª a 4ª série do 1º grau proveniente da Escola Municipal Newton Borges do Reis, desenvolvida por meio de um questionário de acordo com o DSM-IV aplicado a pais e professores.

RESULTADO: A incidência de casos suspeitos foi de 6,55%, sendo 26,32% do sexo feminino e 73,68% do sexo masculino. Com relação ao tipo de TDAH encontramos os seguintes valores: tipo predominante desatento 57,89%; tipo predominante hiperativo e impulsivo 31,57% e tipo combinado 10,52%, o que está de acordo com a nossa revisão de literatura.

CONCLUSÃO: Concluímos que os casos suspeitos de TDAH na escola em estudo estão dentro dos valores esperados com base na revisão bibliográfica.

Memórias semântica e lexical em depressão infantil

Pantano, T; Scheuer, CI

Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

OBJETIVO: Verificar quais e como são as estratégias utilizadas por crianças com depressão na recuperação de conteúdos semânticos e lexicais.

MÉTODO: 30 crianças com diagnóstico de depressão infantil (DSM-IV) com idades entre 10 e 12 anos e 30 controles pareados quanto a idade. Os sujeitos da pesquisa foram instruídos a dizer todas as palavras que conseguissem lembras durante 90 segundos, inicialmente utilizando-se dos critérios semântico "animais" e fonológico "t" para verificação dos acessos às memórias semântica e fonológica. As provas foram gravadas e transcritas em protocolos específicos. Os resultados foram analisados estatisticamente.

RESULTADO: O acesso do grupo controle às memórias semântica e fonológica foi mais rápido do que o do grupo com depressão. O grupo controle apresentou maior organização do acesso ao registro taxonômico das informações, ou seja, acessaram as respectivas memórias respeitando as calasses subordinadas às categorias sugeridas de forma mais organizada e eficiente do que o grupo com depressão.

CONCLUSÃO: De acordo com a literatura, a dificuldade de organizar e consequentemente, recuperar informações na memória acarreta um maior gasto de energia e dificuldades no uso de estratégias lingüística, processos metacognitivos e no processamento de informações.

Conhecer o nível da informação e comportamento adotado em relação a sexo e drogas entre adolescentes do Rio de Janeiro

Brandão, Rosinah; Baptista, Rachel

Conselho Regional de Psicologia, Rio de Janeiro

OBJETIVO: Investigar o conhecimento e o comportamento adotado em relação sexo e drogas entre adolescentes do Jardim Maravilha no Rio de Janeiro.

MÉTODO: Foi aplicado um questionário em 80 adolescentes entre 12 a 18 anos no programa de Adolescente do Posto de Saúde Municipal. O questionário foi composto de perguntas sobre sexo e o uso de drogas. A escolha desta região deve-se a dois motivos principais: o trabalho desenvolvido pelo projeto Saúde em Cena da SMDS e as dificuldades apresentadas pelos adolescentes nos atendimentos pelo programa no período de Janeiro à Abril de 2002.

RESULTADOS: Dos 80 questionário, 68% da amostra é composta de homens e 32% por mulheres, 10% tem filhos, 58% estuda, 75% não teve relação sexual, 31% não usa método preventivo, 56% vai ao médico regularmente, 28% conversa sobre sexo com os amigos, 25% com a família, 46% não usa preservativo, 85% nunca fez exame de HIV e 75% não tem duvidas de como se contraí AIDS/DST, 48% não usa drogas, 22% consome álcool, 30% outras drogas.

CONCLUSÕES: A informação é importante como ponto de partida da prevenção, principalmente quando essa se dá na dinâmica escolar e entre os amigos. O fator que merece destaque, é que apesar da maioria não ter relação sexual o restante não adota nenhum método de prevenção DST/HIV e gravidez. Vale ressaltar que para o público de adolescente o consumo de drogas é bastante significativo.

Comportamento sexual de risco, uso de drogas e soropositividade para HIV em uma amostra de adolescentes de Porto Alegre, RS

Bassols, A; Pechansky, F; Dieder, A;Toniolo, D; Gelatti, A, Santos, R; Coester, A; Riboldi, C; Valler, L; Bortolanza, D; Navas, T; Hirakata, V Ana Bassols

R.17 de Junho, 697/601, cep 90110170, POA, RS; Fone: 32257165.

Grupo de Pesquisa em Dependência Química e Serv. de Psiquiatria da Infância e Adolescência HCPA, FAMED/UFRGS

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Bassols, A e-mail: abassols@terra.com.br

OBJETIVO: Descrever o comportamento sexual de risco e uso de drogas numa amostra de adolescentes de POA (RS) que fizeram o teste sorológico para HIV num centro de testagem público.

MÉTODO: 388 adolescentes (13 a 20 anos) responderam o questionário CRA (comportamento de risco para AIDS), anônima e voluntáriamente.

RESULTADOS: 65,8% dos adolescentes era do sexo feminino, 72,4% tinham de 17 a 20 anos e 46,3% trabalhavam. A soropositividade total foi de 6,2% (24 casos, 19 mulheres). Uso de álcool, maconha e cocaína inalada no mês anterior à pesquisa foi de 71,1%, 24,4% e 12% respectivamente. Apenas 2% relatou uso de cocaína injetável nos últimos 6 meses, sem diferença significativa entre os HIV positivos e negativos. A prática sexual de risco mais comum foi relação heterossexual sem preservativo (71,5% dos homens e 77,9% das mulheres) e 25,7% da amostra teve mais de dois parceiros sexuais no ano anterior a pesquisa. Para ambos os sexos, a soropositividade estava associada a sexo desprotegido (p=0,031), baixa escolaridade (p=0,03), transfusão de sangue (p=0,009), iniciação sexual antes dos 16 anos (p=0,014), particularmente antes dos 12 anos de idade (p=0,004).

CONCLUSÃO: as análises mostram que estes adolescentes apresentam poucos cuidados preventivos à transmissão do HIV, como sexo desprotegido e iniciação sexual precoce. O uso de drogas, entretanto, não teve papel significativo para a transmissão do HIV nesse grupo.

Avaliação dos resultados da aplicação do autoquestionnaire qualité de vie enfant imagé (AUQEI) em portadores de leucemia linfocítica aguda (LLA) e artrite reumatóide juvenil (ARJ)

Kuczynski, E; Assumpção Jr, FB

Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (São Paulo, Capital, Brasil)

R. Dr. Ovídio Pires de Campos, sem nº, C. César (SP) CEP 05403-900 fone: (11) 3069-6508 fax (11) 3085-0228

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Kuczynski, E e-mail: ekuczynski@uol.com.br

OBJETIVO: descrever as diferenças entre os resultados da avaliação de 28 portadores de leucemia linfocítica aguda (LLA), 28 portadores de artrite reumatóide juvenil (ARJ) e 28 escolares sadios pareados, a partir da aplicação do Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé, uma escala de 26 itens, para a avaliação da qualidade de vida de crianças e adolescentes de 4 a 12 anos de idade, auto-aplicável e validada em nosso meio.

MÉTODO: aos resultados referentes a cada item do AUQEI, comparando os grupos estudados, aplicou-se a análise de variância com 1 fator independente, pelas médias dos escores dos itens dos 3 grupos. O nível de significância considerado foi de 5%.

RESULTADOS: poucos itens apresentaram diferenças significativas: a hierarquia mais presente é: LLA < ARJ < SADIOS, nos itens 2, 3, 4, 6, 11, 13, 16, 18, 21, 23, 24, 25 e 26. A seqüência inversa (LLA > ARJ > SADIOS) foi observada nos itens 14 e 20. Outra seqüência observada foi ARJ < LLA < SADIOS nos itens 7, 9 e 10. Os itens 1, 5, 8, 17 e 19 apresentaram resultados maiores para ARJ em relação aos outros 2 grupos. Os itens 12, 15 e 22 não apresentaram hierarquização entre os grupos.

CONCLUSÕES: o AUQEI é uma ferramenta de fácil e rápida aplicação, podendo servir para a avaliação de outras populações comprometidas, objetivando um acesso às implicações do estado de saúde sobre a sua qualidade de vida, fator esse que é um dos pontos básicos da prática pediátrica.

Abuso de drogas em adolescentes de uma cidade do sul do Brasil

Pinheiro RT; Horta BL; Horta LL; Amaral KC; San'Tana PL; Almeida PM; Gelatti C; Rocha MD; Vieira LC; Rotili T; Almeida MR; Terres N; Ferreira MGP; Rocha CLA; Oehlschlaeger MHK; Tilman IA; Oliveira MFP

Mestrado em Saúde e Comportamento da UCPel

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Pinheiro RT e-mail: ricardop@terra.com.br

OBJETIVO: verificar a prevalência e os fatores associados ao consumo de drogas ilícitas em adolescentes residentes na área urbana da cidade de Pelotas.

MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal, cuja amostra representativa é composta por adolescentes entre 15 e 19 anos residentes na zona urbana da cidade de Pelotas. A partir de 448 setores censitários foram sorteados aleatoriamente 90, de cada um destes setores foram visitados 86 domicílios por um processo de amostragem sistemática. Entrevistou-se os adolescentes, utilizando questionário auto aplicado após autorização dos responsáveis. Foi considerado usuário de drogas, aqueles adolescentes que relataram o uso de algum tipo de droga pelo menos uma vez no último mês. A atual análise conta com um n=237.

RESULTADOS: 13,4% dos adolescentes já haviam experimentado algum tipo de droga ilícitas na vida, sendo que o risco de usar drogas foi 2,89 (95% IC1,23-6,81) vezes maior entre os adolescentes que não estavam na escola. Houve um risco 5,69 (95% IC2,35-13,78) vezes maior entre os que usaram bebidas alcóolicas no último mês. O uso de drogas também está associado com o tabagismo, pois o risco foi 7,36 (95% IC3,10-17,45) vezes maior entre os adolescentes que fumam. Desempenho escolar, religiosidade, envolvimentos em brigas e escolaridade dos pais não tiveram resultados estatisticamente significativos.

CONCLUSÃO: O estudo mostra que é alta a prevalência do uso de drogas entre os adolescentes e que as variáveis como o uso de bebida alcóolica, tabagismo e o fato de não estarem na escola são fatores de risco para os adolescentes experimentarem drogas.

Tabagismo em adolescentes de uma cidade do sul do Brasil

Pinheiro RT; Horta BL; San'Tana PL; Almeida PM; Gelatti C; Rocha MD; Almeida MR; Rotili T; Viera LC; Terres N; Amaral KC; Ferreira MGP; Rocha CLA; Horta LL; Oehlschlaeger MHK; Tilman IA; Oliveira MFP

Mestrado em Saúde e Comportamento, UCPel

Endereço para corespondência Endereço para corespondência Pinheiro RT e-mail: ricardop@terra.com.br

OBJETIVO: Este estudo tem por objetivo avaliar a prevalência e os determinantes do tabagismo em uma amostra de adolescentes residentes na área urbana da cidade de Pelotas.

MATERIAL E MÉTODO: Estudo transversal com amostra representativa de adolescentes com idade entre 15 e 19 anos residentes na zona urbana da cidade de Pelotas. Sorteou-se 90 dos 448 setores censitários. Em cada setor visitou-se 86 domicílios e todos os adolescentes pertencentes a esta faixa etária foram entrevistados, através de questionário auto aplicado após consentimento dos responsáveis. Foram considerados como fumantes, aqueles adolescentes que relataram ter fumado pelo menos um cigarro no último mês.

RESULTADOS: 47,2% dos adolescentes haviam fumado pelo menos uma vez na vida; 12,9% relataram ter fumado no último mês. A prevalência de tabagismo no último mês foi 2,47 (95% IC: 1,25 _ 4,89) vezes maior entre os adolescentes que não estavam estudando. Os que relataram o uso de maconha alguma vez na vida apresentaram uma prevalência 5,75 (95% IC3,15 – 10,48) vezes maior do que aqueles que não usaram maconha, similar achado com os consumidores de cocaína. O uso de preservativo na última relação sexual foi 2,18 (95% IC 1,28 – 3,69) vezes maior entre os adolescentes não fumantes.

CONCLUSÃO: O presente estudo mostra que o tabagismo é comum entre os adolescentes, existindo alguns fatores de risco como o fato de não freqüentarem a escola e o tabagismo materno. O tabagismo também está relacionado com o aumento do uso de maconha, cocaína, bebidas alcoólicas, além dos adolescentes que fumam usarem menos preservativos nas relações sexuais.

Insatisfação com o corpo, auto-estima, preocupações com o peso em escolares de 8 a 11 anos de Porto Alegre – Dados Preliminares

Pinheiro, AP; Giugliani,ERJ

FAMED, Pós Graduação em Epidemiologia, UFRGS

Rua Ramiro Barcelos,2400 Cep 90035 003 fone: 33165161 fax: 33155232

Endereço para corespondência Endereço para corespondência e-mail: ppgepid@vortex.ufrgs.br

OBJETIVO: Investigar a presença e grau de insatisfação com o corpo, sua relação com auto-estima e preocupações com o peso em uma amostra representativa de escolares de 8 a 11 anos de Porto Alegre; avaliar a presença de diferenças em relação ao sexo, status socieconômico e índice de massa corporal quanto às variáveis estudadas.

METODOLOGIA: estudo de prevalência, população elegível para o estudo: todas as crianças matriculadas nas escolas públicas e particulares de Porto Alegre entre 8 e 11 anos; amostragem por conglomerado, n=860. Os pais assinaram termo de consentimento. As crianças responderam a um questionário (escala de imagem corporal para crianças, escala de auto-estima e perguntas adicionais sobre tentativas de mudar o peso e pressão familiar para mudança do mesmo) e tiveram seu peso e altura aferidos.

RESULTADOS: Os resultados preliminares apontam para uma alta prevalência de insatisfação com o corpo entre os escolares pesquisados, com diferenças significativas quanto ao sexo, imc, expectativa dos pais em relação ao peso da criança e autopercepção do peso corporal . Das crianças que se encontram entre o percentil 25 e 75, 43% desejam um corpo mais magro e 33% desejam um corpo maior.

CONCLUSÃO: A literatura assinala os efeitos adversos da insatisfação com o corpo e práticas de dieta como fatores de risco para depressão e transtornos do comportamento alimentar. Especialistas precisam desenvolver estratégias conjuntas para reduzir a obesidade, a insatisfação com o corpo e preocupações com o peso entre crianças e adolescentes no sentido de prevenir os próprios problemas que buscam solucionar.

A relação entre reincidência ao ato infracional e o transtorno de conduta em adolescentes infratores

Casseb Silva; J e Tuma, F

Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Viana, Departamento de Ensino e Pesquisa

Tv. Alferes Costa s/nº, Belém/PA, (91) 276-1770

Endereço para corespondência Endereço para corespondência e-mail: gepfhcgv@yahoo.com.br

Objetivou-se investigar a relação entre a reincidência ao ato infracional e o transtorno de conduta em adolescentes infratores. A pesquisa documental foi realizada através da análise de 100 processos de menores infratores arquivados na 24ª Vara Cível da Infância e Juventude da cidade de Belém. As análises revelaram que 47 dos processos analisados indicavam a existência de avaliação psicológica e/ou psiquiátrica, apenas 18 receberam diagnóstico, dos quais 15 eram portadores de transtorno de conduta, e destes, 8 tinham história de reincidência ao ato infracional. Concluiu-se que há um elevado número de reincidentes portadores de transtorno de conduta, confirmando a existência da relação investigada. Foi possível levantar algumas questões que poderiam estar contribuindo para a ocorrência dessas reincidências, tais como: avaliações incipientes e pouco descritivas, o que impediria uma visualização adequada do quadro comportamental do adolescente infrator; a necessidade de avaliação psicodiagnóstica mais elaborada com aplicação de técnicas e testes adequados à situação atual do menor, associando às medidas a sistematização do atendimento psicoterapêutico, o que poderia minimizar a percepção do adolescente, da intenção de estratégia de recuperação adotada pelo juiz, já que esta poderia estar prejudicando o caráter educativo da medida.

Palavras-chave: Adolescentes infratores; Transtorno de conduta; Reincidência; Medidas sócio-educativas.

Fatores Associados ao Uso de Drogas entre Adolescentes Escolares

Tavares B; Béria J; Lima M

Universidade Federal de Pelotas, Departamento de Saúde Mental

Av. Duque de Caxias, 250, Bairro Fragata, CEP 96030-000, Pelotas, RS, Brasil

Fone: (53) 223-4988

Endereço para corespondência Endereço para corespondência e-mail: bft@terra.com.br

OBJETIVO: Realizou-se um estudo transversal em 1998 para avaliar fatores associados ao uso de drogas entre adolescentes escolares em Pelotas - RS.

MÉTODO: Um questionário anônimo, auto-aplicado em sala de aula, foi respondido por uma amostra proporcional de estudantes com idade entre 10 e 19 anos, matriculados a partir da 5a série em todas as escolas públicas e particulares na zona urbana do município que tinham segundo grau. Realizou-se até três revisitas para aplicação aos alunos ausentes.

RESULTADOS: Foram entrevistados 2410 estudantes e o índice de perdas foi de 8%. Após controle para fatores de confusão, permaneceu positiva a associação entre uso de drogas (exceto álcool e tabaco) e não morar com os pais (RP: 1,68 - IC95%: 1,31-2,16), ter mau relacionamento com a mãe (RP: 3,68 - IC95%: 1,50-9,05), considerar o pai liberal (RP: 1,42 - IC95%: 1,06-1,88), ter sofrido maus tratos (RP: 1,92 - IC95%: 1,38-2,66), não praticar religião (RP: 1,46 - IC95%: 1,14-1,85) e ter alcoolismo na família (RP: 1,49 - IC95%: 1,07-2,08).

CONCLUSÕES: o estudo aponta para a importância do bom relacionamento com os pais como um fator de proteção ao uso de drogas pelos adolescentes, evidencia associação do alcoolismo na família com o maior uso de drogas pelos adolescentes e reforça achados de outros estudos que indicam a prática religiosa como fator protetor.

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Mar 2003
    • Data do Fascículo
      Out 2002
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