OBJETIVOS: O objetivo desse estudo é avaliar a consistência interna e a dimensionalidade da versão da South Oaks Gambling Screen (SOGS) adaptada para uso em população brasileira e sua capacidade de discriminar diferentes tipos de jogadores. MÉTODO: O estudo envolveu 217 jogadores <FONT FACE=Symbol>¾</FONT> contatados no Jockey Clube de São Paulo, em casas de bingo e de vídeo pôquer <FONT FACE=Symbol>¾</FONT>, sendo que 46 deles haviam procurado tratamento no Ambulatório de Jogo Patológico do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo.Entre eles 96 eram jogadores sociais e 75 eram classificados como prováveis jogadores patológicos. RESULTADOS: As diferenças das médias de pontuações das subamostras foram estatisticamente significantes, discriminando jogadores sociais e jogadores patológicos entrevistados em local de jogo e amostra clínica. A SOGS, em sua versão integral de 20 itens, apresentou consistência interna medida pelo modelo Alfa de Cronbach de 0,9304. A análise fatorial da estrutura da escala resultou em uma solução de três dimensões, respondendo por 58,6% da variabilidade total dos dados na amostra: um primeiro fator constituído preponderantemente por questões referentes a conseqüências do comportamento de jogar; um segundo fator reunindo predominantemente questões relativas ao próprio comportamento de jogar dos jogadores patológicos; e um terceiro fator, menos decisivo no conjunto e composto de apenas duas questões, parecendo ser um fator híbrido de difícil interpretação. CONCLUSÕES: A versão adaptada para o Brasil da SOGS mostrou-se um instrumento útil para discriminar jogadores brasileiros patológicos de jogadores não-patológicos, como também diferenciou os grupos clínico e não-clínico de jogadores patológicos, identificando graus distintos de gravidade.
Jogo de azar; Peneiramento; Escalas; Validade