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Moduladores de glutamato como novas intervenções em transtornos do humor

Recentes evidências sugerem que as moléculas críticas nas cascatas de sinalização neurotrófica são alvos de longo prazo dos antidepressivos monoaminérgicos disponíveis atualmente. Na medida em que transtornos graves e crônicos são caracterizados por deficiências na resiliência neuronal, estratégias farmacológicas que sejam úteis para uma função neuroprotetora talvez possam alterar a fisiopatologia e modificar a progressão da doença. Vários enfoques promissores envolvem a modulação do sistema neurotransmissor do glutamato, via bloqueio ou potencialização do receptor pós-sináptico e inibição da liberação vesicular pré-sináptica. Foi realizada uma revisão focada da literatura científica existente, com a discussão de três compostos ou classes de drogas que estão atualmente sob investigação clínica: a ketamina, o riluzol e os potencializadores de receptores de AMPA. DISCUSSÃO: Estudos recentes com pacientes com transtornos de humor sugerem que a ketamina, um antagonista do receptor NMDA, poderia ter demonstrado propriedades antidepressivas rápidas. O riluzol demonstrou reverter deficiências mediadas pelo glutamato na plasticidade neuronal e estimular a síntese de fatores neurotróficos derivados do cérebro. Ensaios abertos com depressão resistente ao tratamento produziram resultados promissores. Da mesma forma, os potencializadores de receptores de AMPA impactam favoravelmente os fatores neurotróficos, assim como melhoram a cognição. CONCLUSÕES: Enfoques farmacológicos que modulam os componentes do sistema de glutamato oferecem novos alvos para transtornos de humor recorrentes e graves. São necessários estudos controlados.

Transtornos do humor; Transdução de sinal; Antidepressivos; Glutamatos; Ketamina; Riluzol; Receptores de AMPA


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