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Canabidiol: de um canabinóide inativo a uma droga com amplo espectro de ação

OBJETIVO: O objetivo desta revisão é descrever a evolução histórica das pesquisas sobre o canabidiol. MÉTODO: Esta revisão foi conduzida utilizando-se bases de dados eletrônicas (Medline, Web of Science e SciELO). DISCUSSÃO: Após a elucidação de sua estrutura química, em 1963, os estudos iniciais do canabidiol demonstraram que ele não foi capaz de mimetizar os efeitos da maconha. Na década de 70, o número de publicações sobre o canabidiol atingiu um primeiro pico, com as investigações centrando-se principalmente na sua interação com o delta9-THC e nos seus efeitos antiepiléptico e sedativo. As duas décadas seguintes apresentaram um menor nível de interesse e as propriedades terapêuticas potenciais do canabidiol investigadas foram, principalmente, as ansiolíticas, antipsicóticas e seus efeitos sobre as doenças motoras. Os últimos cinco anos têm demonstrado um notável aumento de publicações sobre o canabidiol, principalmente estimulado pela descoberta dos seus efeitos anti-inflamatório, anti-oxidativo e neuroprotetor. Estes estudos têm sugerido uma vasta gama de possíveis efeitos terapêuticos da canabidiol em várias condições, incluindo doença de Parkinson, doença de Alzheimer, isquemia cerebral, diabetes, náusea, câncer, artrite reumatóide e outras doenças inflamatórias. CONCLUSÃO: Nos últimos 45 anos, foi possível demonstrar uma vasta gama de efeitos farmacológicos do canabidiol, muitos dos quais são de grande interesse terapêutico, que ainda necessitam ser confirmados por estudos clínicos.

Canabidiol; Cannabis; Canabinóides; História; Usos terapêuticos


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