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Preditores de recaída no segundo ano após terapia cognitivo-comportamental para pacientes com transtorno de pânico

OBJETIVO: Investigar os preditores de recaída após dois anos de terapia cognitivo-comportamental em grupo breve para pacientes com transtorno do pânico que não responderam ao tratamento farmacológico. MÉTODO: Um total de 56 pacientes com transtorno do pânico que preencheram os critérios de remissão em um ano de avaliação após as 12 sessões da terapia cognitivo-comportamental em grupo foram acompanhados. As características demográficas, clínicas e os estressores de vida foram investigados como preditores de recaída. RESULTADOS: No segundo ano de avaliação, 39 (70%) pacientes mantiveram-se em remissão e o uso de medicação reduziu significativamente, de tal forma que 36 (64%) pacientes não estavam em tratamento psiquiátrico. Entre todas as variáveis independentes investigadas, somente o "conflito" como evento estressor de vida, RR = 3,20 (CI95% 1,60; 7,20 - p = 0,001) e a gravidade ou os sintomas residuais de ansiedade, RR = 3,60 para cada ponto a mais da escala (CI95% 1,02; 1,08 - p < 0,001), foram preditores de recaída. CONCLUSÃO: A despeito dos ganhos do tratamento através dos dois anos, os terapeutas devem manter-se atentos em relação ao manejo do estresse e no papel dos sintomas residuais de ansiedade durante este período. Os resultados são discutidos no contexto de custo-eficácia do tratamento e nas potenciais estratégias para prolongar os ganhos da terapia cognitivo-comportamental em grupo.

Transtorno de pânico; Terapia comportamental cognitiva; Recaída; Seguimento; Eventos estressores


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