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Fertilidade e fecundidade em uma amostra de pacientes ambulatoriais com esquizofrenia

OBJETIVO: Determinar as taxas de reprodução de pacientes com esquizofrenia em uma clínica de atendimento ambulatorial da Universidade Federal de São Paulo. MÉTODO: Todos os pacientes com diagnóstico de esquizofrenia preencheram um questionário semi-padronizado. Dados do censo Brasileiro foram utilizados para comparação com taxas populacionais. RESULTADOS: 167 pacientes completaram o questionário, dos quais 33 (19,8%) foram alguma vez casados e 32 tiveram filhos. A taxa de fertilidade (indivíduos que tiveram ao menos um filho pelo total de indivíduos) foi de 19,4% (15,8% para homens, 25% para mulheres, p = 0,14). A taxa de fecundidade foi de 1,75 para homens e 1,69 para mulheres (p = 0,85). Análise de regressão logística identificou associação entre idade de início da doença mais tardio com maior taxa de casamento (p = 0,003). Gênero e interação entre gênero e situação conjugal foram significantes preditores para fertilidade (p < 0,05 e p = 0,024; respectivamente). CONCLUSÕES: Pacientes com esquizofrenia mostraram menores taxas de casamento, fertilidade e fecundidade quando comparados com taxas populacionais. Contudo, muitos pacientes com esquizofrenia terão filhos durante a vida e há carência de serviços de saúde que atendam às necessidades destes indivíduos, principalmente no Brasil, um país de renda média, onde os recursos são escassos e não existem políticas que abordem esta realidade.

Esquizofrenia; Comportamento reprodutivo; Fertilidade; Identidade de gênero; Pacientes ambulatoriais


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