INTRODUÇÃO: A exposição a eventos traumáticos é uma condição necessária, porém não única, para o desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Fatores individuais pré, peri e pós-trauma exercem impacto sobre a gravidade dos sintomas. O objetivo do presente estudo é determinar os fatores de risco para o desenvolvimento de sintomas de TEPT em policiais brasileiros. MÉTODO: Uma amostra transversal de policiais em atividade (n = 212) foi convidada a responder um questionário sóciodemográfico e escalas autoaplicáveis sobre afeto positivo e negativo, frequência de incidentes críticos, sofrimento e dissociação peritraumáticos, sintomas de TEPT e apoio social. Regressão linear hierárquica foi utilizada para avaliar fatores de risco. RESULTADOS: Afeto negativo, tempo de trabalho, frequência de exposição a eventos traumáticos, dissociação peritraumática e apoio social diminuído permaneceram no modelo final e explicaram 55% das variações dos sintomas de TEPT. Foi observado efeito sinérgico entre dissociação peritraumática e afeto negativo. CONCLUSÃO: Baseados nos achados os autores discutem estratégias de prevenção que visam diminuir o impacto da exposição a eventos traumáticos em policiais ao longo de suas carreiras.
TEPT; Polícia; Sinais e sintomas; Afeto; Transtornos dissociativos