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Saúde mental e qualidade de vida em adolescentes: um estudo entre escolares em duas áreas urbanas contrastantes

OBJETIVO: estimar a prevalência de problemas de saúde mental e estudar a qualidade de vida em adolescentes de duas áreas urbanas contrastantes no Brasil. Além disso, identificar o impacto de fatores demográficos sobre a saúde mental, qualidade de vida e rendimento escolar. MÉTODO: Numa amostra de estudantes foram aplicados o Strength and Difficulties Questionnaire e o Inventário de Qualidade de Vida em 424 (52%) garotos e 387 (48%) garotas (idade média 12,6 ± 1,3 anos) de regiões centrais e da periferia da cidade. RESULTADOS: Na amostra total, a prevalência de algum provável problema mental foi de 10,1% (n = 77). Comparando centro e periferia, não foram encontradas diferenças significativas na prevalência de algum problema mental e qualidade de vida global. Entretanto, os meninos da periferia apresentaram significativamente mais problemas de conduta (12% vs. 6.2%, p = 0.04), enquanto as meninas das duas regiões não diferiram quanto à saúde mental e rendimento escolar. Os fatores associados a uma pior saúde mental foram: não ter religião, ter os pais divorciados e ser do gênero masculino. CONCLUSÕES: Viver na periferia não foi associado a uma pior saúde mental e qualidade de vida nesta amostra. Isso contrasta com os achados de outros estudos e fatores de proteção, como gênero feminino e religião, são discutidos.

Saúde do adolescente; Transtornos mentais; Pobreza; Identidade gênero; Religião


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