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Brazilian Journal of Psychiatry, Volume: 32 Suplemento 1, Publicado: 2010
  • Cannabis sativa: a planta que pode produzir efeitos indesejáveis e também tratá-los Editorial

    Zuardi, Antonio Waldo; Crippa, José Alexandre S.; Hallak, Jaime E. C.
  • Pesquisas com a maconha no Brasil Editorial

    Carlini, Elisaldo A.
  • Endocanabinoides e transtornos psiquiátricos: a estrada à frente Editorial

    Mechoulam, Raphael
  • Exploração farmacológica do sistema endocanabinoide: novas perspectivas para o tratamento de transtornos de ansiedade e depressão? Artigos Originais

    Saito, Viviane M.; Wotjak, Carsten T.; Moreira, Fabrício A.

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Este artigo revisa o sistema endocanabinoide e as respectivas estratégias de intervenções farmacológicas. MÉTODO: Realizou-se uma revisão da literatura sobre o sistema endocanabinoide e a sua farmacologia, considerando-se artigos originais ou de revisão escritos em inglês. DISCUSSÃO: Canabinoides são um grupo de compostos presentes na Cannabis Sativa (maconha), a exemplo do Δ9-tetraidrocanabinol e seus análogos sintéticos. Estudos sobre o seu perfil farmacológico levaram à descoberta do sistema endocanabinoide do cérebro de mamíferos. Este sistema é composto por pelo menos dois receptores acoplados a uma proteína G, CB1 e CB2, pelos seus ligantes endógenos (endocanabinoides; a exemplo da anandamida e do 2-araquidonoil glicerol) e pelas enzimas responsáveis por sintetizá-los e metabolizá-los. Os endocanabinoides representam uma classe de mensageiros neurais que são sintetizados sob demanda e liberados de neurônios pós-sinápticos para restringir a liberação de neurotransmissores clássicos de terminais pré-sinápticos. Esta sinalização retrógrada modula uma diversidade de funções cerebrais, incluindo ansiedade, medo e humor, em que a ativação de receptores CB1 pode exercer efeitos dos tipos ansiolítico e antidepressivo em estudos préclínicos. CONCLUSÃO: Experimentos com modelos animais sugerem que drogas que facilitam a ação dos endocanabinoides podem representar uma nova estratégia para o tratamento de transtornos de ansiedade e depressão.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: The present review provides a brief introduction into the endocannabinoid system and discusses main strategies of pharmacological interventions. METHOD: We have reviewed the literature relating to the endocannabinoid system and its pharmacology; both original and review articles written in English were considered. DISCUSSION: Cannabinoids are a group of compounds present in Cannabis Sativa (hemp), such as Δ9-tetrahydrocannabinol, and their synthetic analogues. Research on their pharmacological profile led to the discovery of the endocannabinoid system in the mammalian brain. This system comprises at least two G-protein coupled receptors, CB1 and CB2, their endogenous ligands (endocannabinoids; e.g. the fatty acid derivatives anandamide and 2-arachydonoyl glycerol), and the enzymes responsible for endocannabinoid synthesis and catabolism. Endocannabinoids represent a class of neuromessengers, which are synthesized on demand and released from post-synaptic neurons to restrain the release of classical neurotransmitters from pre-synaptic terminals.This retrograde signalling modulates a variety of brain functions, including anxiety, fear and mood, whereby activation of CB1 receptors was shown to exert anxiolytic-and antidepressant-like effects in preclinical studies. CONCLUSION: Animal experiments suggest that drugs promoting endocannabinoid action may represent a novel strategy for the treatment of depression and anxiety disorders.
  • Efeitos comportamentais, cognitivos e psicofisiológicos dos canabinoides: relevância para a psicose e a esquizofrenia Artigos Originais

    Sewell, R. Andrew; Skosnik, Patrick D.; Garcia-Sosa, Icelini; Ranganathan, Mohini; D'Souza, Deepak Cyril

    Resumo em Português:

    Avanços recentes no conhecimento sobre a função do receptor de canabinoide renovaram o interesse na associação entre cannabis e psicose. Linhas convergentes de evidências sugerem que os canabinoides podem produzir uma ampla gama de sintomas transitórios positivos, negativos e cognitivos assemelhados aos de esquizofrenia. Os canabinoides também produzem alguns déficits psicofisiológicos sabidamente presentes na esquizofrenia. É igualmente claro que em indivíduos com um transtorno psicótico estabelecido, os canabinoides podem exacerbar sintomas, desencadear recaídas e ter consequências negativas no curso da doença. Evidências crescentes sugerem que a exposição precoce e pesada à cannabis pode aumentar o risco de se desenvolver um transtorno psicótico como a esquizofrenia. A relação entre exposição à cannabis e esquizofrenia preenche alguns, mas não todos os critérios usuais de causalidade. Porém, a maioria das pessoas que utilizam cannabis não desenvolve esquizofrenia e muitas pessoas diagnosticadas com esquizofrenia nunca utilizaram cannabis. Portanto, é provável que a exposição à cannabis seja uma "causa componente" que interage com outros fatores para "causar" esquizofrenia ou outro transtorno psicótico, mas não é nem necessária nem suficiente para fazê-lo sozinha. No entanto, na ausência de causas conhecidas da esquizofrenia e com as implicações de políticas de saúde pública, se tal vínculo for estabelecido, as causas componentes, tais como a exposição a canabinoide, devem continuar sendo um foco de estudos futuros. Finalmente, são necessárias mais pesquisas para identificar os fatores subjacentes à vulnerabilidade à psicose relacionada a canabinoide e para elucidar os mecanismos biológicos subjacentes a esse risco.

    Resumo em Inglês:

    Recent advances in knowledge about cannabinoid receptor function have renewed interest in the association between cannabis and psychosis. Converging lines of evidence suggest that cannabinoids can produce a full range of transient schizophrenia-like positive, negative and cognitive symptoms. Cannabinoids also produce some psychophysiological deficits also known to be present in schizophrenia. Also clear is that in individuals with an established psychotic disorder, cannabinoids can exacerbate symptoms, trigger relapse, and have negative consequences on the course of the illness. Increasing evidence suggests that early and heavy cannabis exposure may increase the risk of developing a psychotic disorder such as schizophrenia. The relationship between cannabis exposure and schizophrenia fulfills some, but not all, of the usual criteria for causality. However, most people who use cannabis do not develop schizophrenia, and many people diagnosed with schizophrenia have never used cannabis. Therefore, it is likely that cannabis exposure is a "component cause" that interacts with other factors to "cause" schizophrenia or other psychotic disorder, but is neither necessary nor sufficient to do so alone. In the absence of known causes of schizophrenia, however, and the implications for public health policy should such a link be established the role of component causes such as cannabinoid exposure should remain a focus of further study. Finally, further work is necessary to identify the factors that underlie individual vulnerability to cannabinoid-related psychosis and to elucidate the biological mechanisms underlying this risk.
  • Anormalidades cognitivas no uso da cannabis Artigos Originais

    Solowij, Nadia; Pesa, Nicole

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Evidências de que o uso de cannabis prejudica funções cognitivas em humanos têm-se acumulado nas décadas recentes. O propósito desta revisão é o de atualizar o conhecimento nesta área com novos achados a partir da literatura mais recente. MÉTODO: As buscas na literatura foram realizadas utilizando-se o banco de dados Web of Science até fevereiro de 2010. Foram buscados os termos "cannabi*" ou "marijuana" e "cogniti*" ou "memory" ou "attention" ou "executive function", e os estudos em humanos foram revisados preferencialmente em relação aos estudos em animais. DISCUSSÃO: O uso de cannabis prejudica a memória, a atenção, o controle inibitório, as funções executivas e a tomada de decisões, tanto durante como após o período de intoxicação aguda, persistindo por horas, dias, semanas ou mais após o último uso. Os estudos de desafio farmacológico em humanos estão elucidando a natureza e os substratos neurais das alterações cognitivas associadas a vários canabinoides. O uso pesado ou de longo prazo de cannabis parece resultar em anormalidades cognitivas mais duradouras e possivelmente em alterações cerebrais estruturais. Efeitos cognitivos adversos maiores estão associados ao uso de cannabis quando este começa no início da adolescência. CONCLUSÃO: O sistema canabinoide endógeno está envolvido nos mecanismos de regulação neural que modulam os processos subjacentes a uma gama de funções cognitivas que estão prejudicadas pela cannabis. Os déficits em usuários humanos muito provavelmente refletem, portanto, neuroadaptações e o funcionamento alterado do sistema canabinoide endógeno.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: Evidence that cannabis use impairs cognitive function in humans has been accumulating in recent decades. The purpose of this overview is to update knowledge in this area with new findings from the most recent literature. METHOD: Literature searches were conducted using the Web of Science database up to February 2010. The terms searched were: "cannabi*" or "marijuana", and "cogniti*" or "memory" or "attention" or "executive function", and human studies were reviewed preferentially over the animal literature. DISCUSSION: Cannabis use impairs memory, attention, inhibitory control, executive functions and decision making, both during the period of acute intoxication and beyond, persisting for hours, days, weeks or more after the last use of cannabis. Pharmacological challenge studies in humans are elucidating the nature and neural substrates of cognitive changes associated with various cannabinoids. Long-term or heavy cannabis use appears to result in longer-lasting cognitive abnormalities and possibly structural brain alterations. Greater adverse cognitive effects are associated with cannabis use commencing in early adolescence. CONCLUSION: The endogenous cannabinoid system is involved in regulatory neural mechanisms that modulate processes underlying a range of cognitive functions that are impaired by cannabis. Deficits in human users most likely therefore reflect neuroadaptations and altered functioning of the endogenous cannabinoid system.
  • Abuso de cannabis em pacientes com transtornos psiquiátricos: atualização para uma antiga evidência Artigos Originais

    Diehl, Alessandra; Cordeiro, Daniel Cruz; Laranjeira, Ronaldo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Realizar uma atualização sobre o abuso de cannabis em pacientes com transtornos psiquiátricos. MÉTODO: Busca de artigos nas bases de dados eletrônicas Medline, The Cochrane Library Database, Lilacs, PubMed e SciELO, utilizando os descritores "marijuana abuse", "cannabis abuse", "psychiatric disorders" AND "mental disorders"; incluindo artigos que avaliaram ambas as exposições para abuso e dependência de cannabis e qualquer outro transtorno psiquiátrico. Foi considerado o período até dezembro de 2009. RESULTADOS: Observou-se que o abuso frequente de cannabis pode aumentar o risco para o desenvolvimento de esquizofrenia e de sintomas psicóticos crônicos, embora estes achados ainda careçam de comprovação. A cannabis parece ser uma das drogas de escolha de portadores de transtorno afetivo bipolar, sendo que é descrito que estados maníacos podem ser induzidos pelo seu consumo. O abuso de maconha também frequentemente co-ocorre em indivíduos com transtornos ansiosos, sendo que a relação de cronicidade destas condições e o consumo de maconha ainda é incerta. Para depressão ainda não existem evidências claras que apontem que o consumo de cannabis ocorre como forma de automedicação. Em indivíduos com transtornos psiquiátricos, há relatos de que o uso da cannabis pode exacerbar sintomas positivos, somar efeitos negativos no curso do transtorno, contribuir para pior adesão ao tratamento e levar a maior número de hospitalizações. CONCLUSÃO: O abuso de cannabis em pacientes com transtornos psiquiátricos como esquizofrenia, transtornos do humor e ansiosos tem impacto negativo tanto na fase aguda quanto em fases mais avançadas destas condições, embora futuros estudos avaliando estas associações ainda sejam necessários.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To perform an update on cannabis abuse by patients with psychiatric disorders. METHOD: A search was performed in the electronic databases Medline, The Cochrane Library Database, Lilacs, PubMed, and SciELO, using the keywords 'marijuana abuse', 'cannabis abuse', 'psychiatric disorders', and 'mental disorders'. Articles published until December 2009, dealing with cannabis abuse and dependence in association with other psychiatric disorders were included. RESULTS: Cannabis abuse was found to be associated with increased risk for the onset of schizophrenia and chronic psychotic symptoms, although these findings require confirmation from additional research. Cannabis seems to be one of the drugs of choice of individuals with bipolar disorder, despite evidence that manic states can be induced by its use. Cannabis abuse also occurs frequently in individuals with anxiety disorders, but the relationship between the chronic nature of these conditions and the use of marijuana remains uncertain. In respect to depression, there is no clear evidence to date that depressive patients use cannabis as a form of self-medication. In individuals with psychiatric disorders, the use of cannabis has been associated with increased positive symptoms, additional negative symptoms in the course of illness, impaired treatment compliance, and more hospitalizations. CONCLUSION: The abuse of cannabis by patients with psychiatric disorders such as schizophrenia and mood and anxious disorders has a negative impact both in the acute and advanced stages of these conditions, although further investigation on this association is still necessary.
  • Intervenções farmacológica e psicossocial para os distúrbios por uso da cannabis Artigos Originais

    Budney, Alan J.; Vandrey, Ryan G.; Stanger, Catherine

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: A cannabis continua sendo a substância ilegal mais amplamente utilizada na maioria dos países desenvolvidos. Seu potencial aditivo foi estabelecido e a necessidade de intervenções em problemas relacionados à cannabis se tornou clara. Este artigo faz uma revisão sobre as pesquisas que avaliam os tratamentos potenciais para transtornos por uso de cannabis. MÉTODO: Uma busca nos bancos de dados de publicações identificou os estudos e revisões na literatura científica sobre as intervenções psicossociais e farmacológicas nos transtornos por uso de cannabis. RESULTADOS: Para adultos, as intervenções com base comportamental geram efeitos positivos significativos na abstinência e nas reduções no uso de cannabis. Em adolescentes, tratamentos similares e intervenções com base na família demonstraram eficácia. Entre os estudos, os índices de resposta parecem ser modestos mesmo com os mais potentes tratamentos psicossociais. As avaliações das abordagens farmacológicas para os transtornos por uso de cannabis têm ainda que fornecer dados sobre a eficácia clínica de qualquer medicação específica. Enfoques baseados em agonistas e antagonistas parecem ser os mais promissores. Os avanços na compreensão da neurobiologia do sistema canabinoide são fonte de otimismo no sentido de que a síntese de compostos que alteram o funcionamento do sítio receptor CB1 possa produzir medicações promissoras. CONCLUSÃO: As pesquisas clínicas identificaram tratamentos psicossociais eficazes, mas ainda não produziram farmacoterapias eficazes. Muitos estudos ainda têm que ser feitos para aumentar a potência e o acesso às intervenções para aqueles que buscam o tratamento para transtornos por uso de cannabis.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: Cannabis remains the most widely used illicit substance in most developed countries. Its addictive potential has been established and the need for interventions for cannabis-related problems has become apparent. This article provides a review of the research evaluating potential treatments for cannabis use disorders. METHOD: A search of publication databases identified research studies and reviews of the scientific literature on psychosocial and pharmacological interventions for cannabis use disorders. RESULTS: For adults, behaviorally-based interventions engender significant positive effects on abstinence and reductions in cannabis use. With adolescents, similar treatments and family-based interventions have demonstrated efficacy. Across studies, response rates appear modest even with the most potent psychosocial treatments. Evaluations of pharmacological approaches to cannabis use disorders have yet to provide clinical efficacy data for any specific medication. Agonist and antagonist approaches appear to offer the most promise. Advances in understanding of the neurobiology of the cannabinoid system provide optimism that the synthesis of compounds that alter CB1 receptor site functioning may produce promising medications. CONCLUSION: Clinical research has identified effective psychosocial treatments, but has yet to yield effective pharmacotherapies. Much work remains to enhance the potency of and access to interventions for those seeking treatment for cannabis use disorders.
  • Uso terapêutico dos canabinoides em psiquiatria Artigos Originais

    Crippa, José Alexandre S.; Zuardi, Antonio Waldo; Hallak, Jaime E. C.

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Revisar os principais avanços no potencial uso terapêutico de alguns compostos canabinoides em psiquiatria. MÉTODO: Foi realizada busca nos bancos de dado PubMed, SciELO e Lilacs e identificados estudos e revisões da literatura sobre o uso terapêutico dos canabinoides em psiquiatria, em particular canabidiol, rimonabanto, Δ9-tetraidrocanabinol e seus análogos. RESULTADOS: O canabidiol demonstrou apresentar potencial terapêutico como antipsicótico, ansiolítico, antidepressivo e em diversas outras condições. O Δ9-tetraidrocanabinol e seus análogos demonstraram efeitos ansiolíticos, na dependência de cannabis, bem como adjuvantes no tratamento de esquizofrenia, apesar de ainda carecerem de mais estudos. O rimonabanto demonstrou eficácia no tratamento de sintomas subjetivos e fisiológicos da intoxicação pela cannabis e como adjuvante no tratamento do tabagismo. Os potenciais efeitos colaterais, de induzir depressão e ansiedade limitaram o uso clínico deste antagonista CB1. CONCLUSÃO: Os canabinoides têm demonstrado que podem ter amplo interesse terapêutico em psiquiatria, porém mais estudos controlados são necessários para confirmar estes achados e determinar a segurança destes compostos.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To review the main advances related to the potential therapeutic use of cannabinoid compounds in psychiatry. METHOD: A search was performed in the online databases PubMed, ScieELO, and Lilacs for studies and literature reviews concerning therapeutic applications of cannabinoids in psychiatry, especially cannabidiol, rimonabant, Δ9-tetrahydrocannabinol, and their analogues. RESULTS: Cannabidiol was found to have therapeutic potential with antipsychotic, anxiolytic, and antidepressant properties, in addition to being effective in other conditions. Δ9-tetrahydrocannabinol and its analogues were shown to have anxiolytic effects in the treatment of cannabis dependence and to function as an adjuvant in the treatment of schizophrenia, although additional studies are necessary to support this finding. Rimonabant was effective in the treatment of the subjective and physiological symptoms of cannabis intoxication and functioned as an adjuvant in the treatment of tobacco addiction. The potential to induce adverse reactions such as depression and anxiety restrained the clinical use of this CB1 antagonist. CONCLUSION: Cannabinoids may be of great therapeutic interest to psychiatry; however, further controlled trials are necessary to confirm the existing findings and to establish the safety of such compounds.
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