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Revista Brasileira de Reumatologia, Volume: 52, Número: 4, Publicado: 2012
  • Artrite reumatoide: por que tratar apenas a artrite, sabendo que comorbidades são comuns e determinam morbidade e mortalidade? Editorial

    Pereira, Ivânio Alves
  • Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre o manejo de comorbidades em pacientes com artrite reumatoide Artigo Original

    Pereira, Ivânio Alves; Mota, Licia Maria Henrique da; Cruz, Boris Afonso; Brenol, Claiton Viegas; Fronza, Lucila Stange Rezende; Bertolo, Manoel Barros; Freitas, Max Victor Carioca de; Silva, Nilzio Antônio da; Louzada-Junior, Paulo; Giorgi, Rina Dalva Neubarth; Lima, Rodrigo Aires Corrêa; Pinheiro, Geraldo da Rocha Castelar

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Elaborar recomendações da Comissão de Artrite Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) para o manuseio das comorbidades em artrite reumatoide (AR). MÉTODOS: Revisão da literatura e opinião de especialistas da Comissão de AR da SBR. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Recomendações: 1) Diagnosticar e tratar precoce e adequadamente as comorbidades; 2) O tratamento específico da AR deve ser adaptado às comorbidades; 3) Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA) são preferidos no tratamento da hipertensão arterial sistêmica; 4) Em pacientes com AR e diabetes mellitus, deve-se evitar o uso contínuo de dose cumulativa alta de corticoides; 5) Sugere-se o uso de estatinas para manter níveis de LDL menor que 100 mg/dL e índice aterosclerótico menor que 3,5 em pacientes com AR e comorbidades; 6) A síndrome metabólica deve ser tratada; 7) Recomenda-se a realização de exames para a investigação de aterosclerose subclínica; 8) Maior vigilância para um diagnóstico precoce de neoplasia oculta; 9) Medidas de prevenção para trombose venosa são sugeridas; 10) Recomenda-se a realização de densitometria óssea em pacientes com AR acima de 50 anos, e naqueles com idade menor com corticoide maior que 7,5 mg por mais de três meses; 11) Pacientes com AR e osteoporose devem evitar quedas, e devem ser aconselhados a aumentarem a ingestão de cálcio, aumentarem a exposição solar e fazerem atividade física; 12) Suplementação de cálcio e vitamina D é sugerida.Autilização de bisfosfonatos é sugerida para pacientes com escore T menor que -2,5 na densidade mineral óssea; 13) Recomenda-se equipe multidisciplinar, com participação ativa do médico reumatologista no tratamento das comorbidades.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To elaborate recommendations of the Rheumatoid Arthritis Committee of the Brazilian Society of Rheumatology (SBR) to manage comorbidities in rheumatoid arthritis (RA). METHODS: To review the literature and the opinions of the SBR RA Committee experts. RESULTS AND CONCLUSIONS: Recommendations: 1) Early diagnosis and proper treatment of comorbidities are recommended; 2) The specific treatment of RA should be adapted to the presence of comorbidities; 3) Angiotensin-converting-enzyme inhibitors or angiotensin II receptor blockers are preferred to treat systemic arterial hypertension; 4) In patients diagnosed with rheumatoid arthritis and diabetes mellitus, the continuous use of a high cumulative dose of corticoids should be avoided; 5) Statins should be used to maintain LDL cholesterol levels under 100 mg/dL and the atherosclerotic index lower than 3.5 in patients with RA who have other comorbidities; 6) Metabolic syndrome should be treated; 7) Performing non-invasive tests to investigate subclinical atherosclerosis is recommended; 8) Greater surveillance for the early diagnosis of occult malignancy is recommended; 9) Preventive measures of venous thrombosis are suggested; 10) Bone densitometry is recommended in RA patients over the age of 50 years and in younger patients on corticoid therapy at a dose greater than 7.5 mg for over three months; 11) Patients with RA and osteoporosis should be instructed to avoid falls, to increase their dietary calcium intake and sun exposure, and to exercise; 12) Calcium and vitamin D supplementation is suggested. Bisphosphonates are suggested for patients with T score < -2.5 on bone densitometry; 13) A multidisciplinary team, with the active participation of a rheumatologist, is recommended to treat comorbidities.
  • Avaliação de instrumentos de medida usados em pacientes com fibromialgia Artigo Original

    Alves, Adriana Martins Barros; Natour, Jamil; Assis, Marcos Renato; Feldman, Daniel

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar os diferentes instrumentos de medida usados em pacientes com fibromialgia. PACIENTES E MÉTODOS: Foram avaliados 60 indivíduos que participaram de um ensaio clínico de corte transversal comparando os efeitos de exercícios realizados na água e exercícios realizados em solo, por meio dos questionários Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) para avaliar o impacto da doença, The Medical Outcomes Study 36 item Short-Form Health Survey (SF-36) para avaliação da qualidade de vida, Inventário Beck para avaliar o estado de depressão e escala visual analógica da dor (EVA). Esses questionários foram comparados aos resultados obtidos em uma escala transicional do tipo Likert, a Escala verbal de avaliação de mudança (EVAM), considerada como critério de mudança na avaliação dos outros instrumentos. RESULTADOS: O coeficiente de Spearman foi usado para estudar a correlação entre a medida EVAM e os outros instrumentos em dois momentos (T1 e T2). Em T1 houve correlação moderada entre EVAM e EVA (r = 0,49), EVAM e FIQ (r = 0,41) e correlação negativa entre EVAM e os domínios referentes a dor (r = -0,49), estado geral (r = -0,55) e componente físico (r = -0,42) do SF-36. Em T2, apenas o domínio vitalidade do SF-36 mostrou correlação negativa com EVAM, de valor fraco (r = -0,27). CONCLUSÃO: Considerando-se a EVAM como padrão ouro, nenhum dos instrumentos avaliados conseguiu captar, de maneira ótima, mudança no estado de saúde do paciente com fibromialgia.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To assess the different measure instruments used for patients with fibromyalgia. PATIENTS AND METHODS: This study assessed 60 individuals participating in a clinical trial of cross-sectional cohort comparing the effects of exercises performed in water and on land. The following instruments were used: the Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) to assess the impact of the disease; the Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36) to assess quality of life; the Beck Depression Inventory to assess depression; and the Visual Analogue Scale (VAS) of pain. Those questionnaires were compared with the results obtained in a transitional Likert-type scale, the verbal scale for assessing change (VSAC), considered as a criterion of change in the assessment of other instruments. RESULTS: The Spearman coefficient was used to study the correlation between the VSAC measure and the other instruments at two occasions (T1 and T2). At T1, a moderate correlation was observed between VSAC and VAS (r = 0.49), and between VSAC and FIQ (r = 0.41), and a negative correlation was observed between VSAC and the SF-36 domains pain (r = -0.49) and general health perception (r = -0.55), and the SF-36 physical component (r = -0.42). At T2, only the SF-36 domain vitality showed a weak negative correlation with VSAC (r = -0.27). CONCLUSION: Considering VSAC as gold standard, none of the instruments assessed could optimally identify a change in the health status of patients with fibromyalgia.
  • Parâmetros do controle postural em mulheres idosas com ou sem histórico de quedas associadas ou não à osteoartrite de joelhos Artigo Original

    Petrella, Marina; Neves, Thamires Máximo; Reis, Júlia Guimarães; Gomes, Matheus Machado; Oliveira, Renê Donizeti Ribeiro de; Abreu, Daniela Cristina Carvalho de

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: Comparar parâmetros estabilométricos de mulheres idosas com ou sem histórico de quedas associadas ou não à osteoartrite (OA) de joelhos. MÉTODOS: Cinquenta e seis idosas apresentando ou não histórico de quedas (Q) e OA de joelho unilateral e bilateral foram distribuídas da seguinte maneira: grupo QOA (n = 10), idosas com histórico de queda e OA de joelho; grupo QSOA (n = 11), idosas com histórico de queda e sem OA de joelho; grupo SQOA (n = 14), idosas sem histórico de quedas (SQ) e com OA de joelho; e grupo SQSOA (n = 21), idosas sem histórico de quedas e sem OA de joelho. Para análise do equilíbrio semiestático usando uma plataforma de força, foram avaliados os deslocamentos anteroposterior (DAP) e mediolateral (DML), as velocidades de oscilação anteroposterior (VAP) e mediolateral (VML) em quatro situações na postura ereta. As situações avaliadas foram as seguintes: 1) PFOA: sobre superfície fixa e olhos abertos; 2) PFOF: sobre superfície fixa e olhos fechados; 3) PIOA: sobre superfície instável e olhos abertos; 4) PIOF: sobre superfície instável e os olhos fechados. RESULTADOS: As idosas com OA de joelho apresentaram maior DAP em todas as situações analisadas (P < 0,05), ao passo que idosas com histórico de quedas apresentaram maior DML (P < 0,05). Não houve diferenças entre os grupos para VAP e VML (P > 0,05). CONCLUSÕES: A OA de joelho, por si, é um fator prejudicial no aumento de oscilação do centro de pressão (COP) na direção anteroposterior, enquanto o histórico de quedas, independente da presença de OA de joelhos, traz prejuízos ao controle postural na direção mediolateral.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVES: To compare stabilometric parameters of elderly female fallers and non-fallers associated or not with knee osteoarthritis (OA). METHODS: Fifty-six elderly female fallers and non-fallers diagnosed or not with unilateral or bilateral knee OA were divided into the following groups: FOA (n = 10), elderly female fallers with knee OA; FNOA (n = 11), elderly female fallers without knee OA; NFOA (n = 14), elderly female non-fallers with knee OA; and NFNOA (n = 21), elderly female non-fallers without knee OA. For analyzing semi-static balance on a force platform with the elderly females standing, the following parameters were assessed in four conditions: center of pressure (COP), anterior-posterior and mediolateral displacements (APD and MLD, respectively); and COP anterior-posterior and mediolateral displacement velocities (APV and MLV, respectively). The following conditions were assessed: 1) standing on a firm wooden surface with eyes open (WSEO); 2) standing on a firm wooden surface with eyes closed (WSEC); 3) standing on a foam surface with eyes open (FSEO); 4) standing on a foam surface with eyes closed (FSEC). RESULTS: The elderly females with knee OA showed greater APD in all four conditions assessed (P < 0.05), while the elderly female fallers showed greater MLD (P < 0.05). No difference between the groups was observed for APV and MLV (P > 0.05). CONCLUSIONS: Knee OA per se increases APD of the COP, while the history of falls, regardless of the presence of knee OA, hinders postural control in the ML direction.
  • Ausência de associação entre o genótipo CC do polimorfismo rs7903146 no gene TCF7L2 e artrite reumatoide Artigo Original

    Mota, Licia Maria Henrique da; Rabelo, Francieli de Souza; Lima, Francisco Aires Corrêa; Lima, Rodrigo Aires Corrêa; Carvalho, Jozélio Freire de; Barra, Gustavo Barcelos; Amato, Angélica Amorim

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: TCF7L2 é um fator de transcrição envolvido na sinalização Wnt/beta-catenina e tem uma variante conhecida por associar-se consistentemente com o risco de diabetes tipo 2. Alguns estudos também relataram sua associação com o risco de alguns tipos de câncer. OBJETIVO: Como essa via pode também estar envolvida na fisiopatologia de outras doenças inflamatórias crônicas, tais como artrite reumatoide, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito do polimorfismo rs7903146 do gene TCF7L2 na gravidade da artrite reumatoide em uma população brasileira. PACIENTES E MÉTODOS: Esse polimorfismo foi genotipado em 208 pacientes com artrite reumatoide e em 104 controles saudáveis. Analisou-se também a associação desse polimorfismo com história de tabagismo, classe funcional e indicadores radiológicos de gravidade da doença. RESULTADOS: A distribuição dos genótipos CC, CT e TT do polimorfismo rs7903146 do gene TCF7L2 não diferiu entre pacientes e controles, nem se encontrou qualquer associação entre o genótipo e os indicadores de gravidade da doença ou história de tabagismo. Quando os dados foram avaliados usando-se o modelo dominante, no qual portadores dos genótipos CT e TT foram agrupados, observou-se um aumento do alelo T em pacientes com fator reumatoide positivo e erosões, embora não significativo. A frequência do alelo T também estava aumentada nos pacientes com classe funcional II quando comparados àqueles com classe I (P = 0,032). CONCLUSÃO: É possível que o pequeno número de pacientes incluído neste estudo tenha dificultado achados adicionais. Outros estudos são, portanto, necessários para que se investigue o papel das variantes do gene TCF7L2 no risco de artrite reumatoide e sua gravidade.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: TCF7L2 is a transcription factor involved in Wnt/beta-catenin signaling and which has a variant known to be consistently associated with type 2 diabetes risk and some studies have also indicated its association with risk of certain types of cancer. OBJECTIVE: Since this pathway may be involved in the pathophysiology of other chronic inflammatory diseases such as rheumatoid arthritis, we aimed to investigate the effect of TCF7L2 polymorphism rs7903146 on rheumatoid arthritis severity in a Brazilian population. PATIENTS AND METHODS: This polymorphism was genotyped in 208 patients with rheumatoid arthritis and in 104 healthy controls. We also analyzed the association of this polymorphism to smoking history, functional status classification and radiological indicators of disease severity. RESULTS: The distribution of CC, CT and TT genotypes of SNP rs7903146 of the TCF7L2 gene was not different between patients and controls, and no association between the genotype and indicators of disease severity or smoking history was found. When data were evaluated using the dominant model, in which carriers of the CT and TT genotypes were grouped, an increase in the T allele was observed in patients positive for rheumatoid factor and erosions, although this was not significant. The frequency of T allele was also increased in patients with functional class II compared to class I (P = 0.032). CONCLUSION: It is possible that the small number of patients included in this study may have restrained additional findings. Further studies are therefore needed to investigate the role of TCF7L2 gene variants in the risk of rheumatoid arthritis and its severity.
  • Associação entre os níveis séricos de potenciais biomarcadores com a presença de fatores relacionados à atividade clínica e ao mau prognóstico em espondiloartrites Artigo Original

    Londono, John; Romero-Sanchez, Maria Consuelo; Torres, Viviana Garcia; Bautista, Wilson A.; Fernandez, Diego Jaimes; Quiroga, Julitte de Avila; Valle-Oñate, Rafael; Santos, Ana María; Medina, Juan Francisco

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Biomarcadores séricos, tradicionalmente associados à atividade inflamatória e mau prognóstico em doenças reumáticas, não apresentam a mesma relação nas espondiloartrites. OBJETIVO: Estabelecer uma associação entre os níveis séricos de biomarcadores com a presença de fatores associados com a atividade clínica e com o mau prognóstico nas espondiloartropatias. MÉTODOS: Sessenta e dois pacientes (13 com artrite reativa, 19 com espondilite anquilosante e 30 com espondiloartropatia indiferenciada) foram comparados a 46 controles sadios. Foram realizadas avaliações clínicas, radiológicas e laboratoriais. Os resultados foram analisados de acordo com a presença de uveíte, entesite, lombalgia inflamatória, artrite, HLA-B27 e comprometimento das articulações sacroilíacas. Os biomarcadores utilizados foram: VHS, PCRus, SAA, LBP, FSC-M e MMP-3, além da dosagem dos níveis séricos das citocinas: IL-17, IL-6, IL-1α , TNF-α , IFN-γ, e IL-23. RESULTADOS: Quarenta e três (69,4%) pacientes eram homens. A média de idades foi de 31,9 ± 9,9 anos, enquanto a idade média para o aparecimento dos sintomas foi de 26,9 ± 7,3 anos. HLA-B27 foi positivo em 26 (41,9%) dos pacientes, lombalgia inflamatória esteve presente em 42 (67,7%), artrite em 44 (71,0%) e entesite em 34 (54,8%) pacientes. Os níveis séricos de IL-17, IL-23, TNF-α , IL-6, IL-1α e PCRus foram mais elevados em pacientes com espondiloartropatia em comparação com os controles. Os valores de PCRus (P = 0,04), IL-6 (P = 0,003), IL-1α (P = 0,03), e LBP (P = 0,03) se associaram de maneira significativa com presença de HLA-B27, dor lombar inflamatória e artrite. CONCLUSÃO: O aumento dos níveis séricos de PCRus, IL-6, IL-1α e LBP apresentaram associação com fatores relacionados a atividade clínica e mau prognóstico em pacientes com espondiloartrites.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Serum biomarkers traditionally associated with inflammatory activity and a poor prognosis in rheumatic diseases do not show the same relationship in spondyloarthritis. OBJECTIVE: To establish the association between serum levels of potential biomarkers with the presence of factors related to clinical activity and poor prognosis in spondyloarthritis. METHODS: Sixty-two patients were included: 13 with reactive arthritis, 19 with ankylosing spondylitis, and 30 with undifferentiated spondyloarthritis. The results were compared with those from 46 healthy controls. Clinical, radiological, and laboratory characteristics were assessed. The results were analyzed based on the presence of uveitis, enthesitis, inflammatory back pain, arthritis, HLA-B27 and sacroiliac involvement. The analyzed biomarkers included ESR, US-CRP, SAA, LBP, FSC-M, and MMP-3; and cytokine serum levels measured were: IL-17, IL-6, IL-1α , TNF-α , IFN-γ, and IL-23. RESULTS: Forty-three (69.4%) patients were male. The average age was 31.9 ± 9.9 years and the age at the onset of symptoms was 26.9 ± 7.3 years. HLA-B27 was positive in 26 (41.9%) patients, inflammatory back pain in 42 (67.7%), arthritis in 44 (71.0%), and enthesitis in 34 (54.8%). IL-17, IL-23, TNF-α , IL-6, IL-1α , and US-CRP levels were significantly higher in patients with SpA when compared to controls. US-CRP (P = 0.04), IL-6 (P = 0.003), IL-1α (P = 0.03), and LBP (P = 0.03) levels were associated with presence of HLA-B27, inflammatory back pain, and arthritis. CONCLUSION: An increase in serum levels of US-CRP, IL-6, IL-1α , and LBP was correlated with factors associated with clinical activity and poor prognosis in spondyloarthritis.
  • Frequência elevada de calcinose em dermatomiosite juvenil: estudo de fatores de risco Artigo Original

    Clemente, Gleice; Piotto, Daniela Gerent Petry; Barbosa, Cássia; Peracchi, Octávio Augusto; Len, Claudio Arnaldo; Hilário, Maria Odete Esteves; Terreri, Maria Teresa R. A.

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a frequência de calcinose em pacientes com dermatomiosite juvenil, bem como estudar possíveis fatores de risco para essa manifestação. MÉTODOS: Revisão de prontuários de 34 pacientes, com ênfase nas características demográficas, clínicas e laboratoriais, tipo de tratamento e adesão, tipo de evolução (monocíclico, crônico e policíclico) e gravidade da doença. Os pacientes foram separados em grupos: aqueles que desenvolveram calcinose (até o sexto mês de acompanhamento ambulatorial e após seis meses de acompanhamento) e os que não desenvolveram calcinose. Vinte e sete pacientes fizeram dois exames de capilaroscopia periungueal (CPU), os quais foram considerados alterados quando era encontrado padrão escleroderma. RESULTADOS: A média de idade de início dos sintomas dos 34 pacientes foi de 6,5 anos, e o tempo até o diagnóstico foi de 1,2 anos. Setenta por cento eram meninas. Metade dos pacientes teve curso monocíclico da doença, e apenas 14,7% tiveram vasculite grave. Quase 90% dos pacientes que realizaram CPU tiveram alteração na primeira avaliação, e 74% tiveram alteração na segunda avaliação, com uma média de 1,6 anos entre as duas. Dezesseis (47,1%) pacientes apresentaram calcinose. Não houve associação entre as variáveis analisadas e o desenvolvimento da calcinose. CONCLUSÃO: Não conseguimos demonstrar a presença de fatores de risco para calcinose, apesar de termos encontrado uma frequência dessa complicação em cerca de metade dos pacientes com dermatomiosite juvenil.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To assess the frequency of calcinosis in patients with juvenile dermatomyositis, and the possible risk factors for that manifestation. METHODS: Medical record review of 34 patients, with an emphasis on the following characteristics: demographic, clinical and laboratory data; type of treatment; adherence to treatment; disease course (monocyclic, chronic and polycyclic); and disease severity. Patients were divided into two groups as follows: those who developed calcinosis (up to the sixth month of follow-up and after six months of follow-up) and those who did not develop calcinosis. Twentyseven patients underwent two nailfold capillaroscopies (NFC), which were considered altered when the scleroderma pattern was found. RESULTS: The mean age of symptom onset of the 34 patients was 6.5 years, the time until diagnosis was 1.2 years, and 70% were females. Half of the patients had a monocyclic disease course, and only 14.7% had severe vasculitis. Almost 90% of the patients undergoing NFC showed a change on the first assessment, 74% showed a change on the second assessment, and the mean interval between both assessments was 1.6 year. Calcinosis was evidenced in 16 (47.1%) patients. No association was observed between the variables analyzed and the development of calcinosis. CONCLUSION: No risk factors for calcinosis were identified in this study, although that complication was found in half of the patients with juvenile dermatomyositis studied.
  • Avaliação da função endotelial em pacientes com esclerose sistêmica limitada por meio do eco Doppler da artéria braquial Artigo Original

    Fernandes, Tatiana Melo; Bica, Blanca Elena Gomes; Villela, Nivaldo Ribeiro; Salles, Elizabeth Figueiredo; Azevedo, Mario Newton Leitão de; Papi, José Angelo de Souza; Martins, Rosângela Aparecida Gomes

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi comparar a resposta dilatadora dependente e independente do endotélio em pacientes portadores de esclerose sistêmica limitada (ESL) com aquela de indivíduos sadios de mesmo gênero, idade e cor. MÉTODOS: Vinte mulheres adultas, não obesas, não tabagistas, não diabéticas, não dislipidêmicas, não hipertensas, que preencheram os critérios para esclerose sistêmica (ES) segundo o American College of Rheumatology, foram submetidas ao exame de Doppler de artéria braquial do membro superior direito. Foi analisada a resposta dilatadora, dependente do endotélio, após isquemia induzida com esfigmomanômetro por cinco minutos no braço direito, e a resposta dilatadora, independente do endotélio, após administração de 300 mcg de nitroglicerina (NTG) sublingual. Esses resultados foram comparados com a resposta obtida em indivíduos sadios. RESULTADOS: O diâmetro longitudinal da artéria braquial (DAB) foi significativamente menor na fase basal 1 nos pacientes com ESL (3,57 ± 0,52 mm e 3,93 ± 0,39 mm, respectivamente no grupo paciente (P) e grupo-controle (C), P = 0,005). Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre a velocidade das hemácias (VH) após isquemia/hiperemia reativa (HR) e após NTG (110,2 ± 43,86 cm/s vs. 102,0 ± 25,89 cm/s e 63,80 ± 17,69 cm/s vs. 65,4 ± 12,90 cm/s nos grupos P e C, após HR e NTG, respectivamente). Também não foi encontrada diferença significativa entre o DAB após HR e após NTG (3,77 ± 0,59 mm vs. 4,14 ± 0,49 mm e 4,44 ± 0,64 mm vs. 4,70 ± 0,58 mm nos grupos P e C, após HR e NTG, respectivamente). CONCLUSÃO: Embora o grupo de pacientes com ESL tenha apresentado menor DAB basal, a resposta dilatadora dependente e independente do endotélio se manteve preservada em ambos os grupos.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVES: The aim of this study was to compare the brachial artery endothelium-dependent and endothelium-independent dilating responses in patients with limited systemic sclerosis (LSSc) with those of healthy subjects of the same gender, age and color. METHODS: Twenty adult, non-obese, non-smoker, non-diabetic, non-dyslipidemic, and non-hypertensive women, who fulfilled the American College of Rheumatology criteria for the diagnosis of SSc, were submitted to right brachial artery Doppler ultrasound. The vasodilating responses were analyzed as follows: the endothelium-dependent dilating response, after a 5-minute ischemia in the right arm; and the endothelium-independent dilating response, after administering 300 mcg of nitroglycerin (NTG) sublingually. The results were compared with the response obtained in healthy subjects. RESULTS: Brachial artery longitudinal diameter was significantly low at baseline 1: 3.57 ± 0.52 mm and 3.93 ± 0.39 mm for the LSSc group and the control group, respectively, P = 0.005. The vascular reactivity after the ischemia/reactive hyperemia and the NTG showed no significant difference between the groups (8.60 ± 5.45 mm vs. 9.26 ± 5.91 mm and 25.01 ± 12.55 mm vs. 19.59 ± 7.94 mm for the LSSc and control groups, respectively). Also, no statistically significant difference was found between red blood cell velocity (RBCV) after reactive hyperemia and NTG (110.2 ± 43.86 cm/s vs. 102.0 ± 25.89 cm/s and 63.80 ± 17.69 cm/s vs. 65.4 ± 12.90 cm/s in the LSSc and control groups, respectively). CONCLUSION: Although the LSSc group showed lower brachial artery diameter, the endotheliumdependent and the endothelium-independent dilating responses were preserved in both groups.
  • Diretrizes para prevenção e tratamento da osteoporose induzida por glicocorticoide Artigo De Revisão Especial

    Pereira, Rosa Maria Rodrigues; Carvalho, Jozélio Freire de; Paula, Ana Patrícia; Zerbini, Cristiano; Domiciano, Diogo S.; Gonçalves, Helenice; Danowski, Jaime S.; Marques Neto, João F.; Mendonça, Laura M. C.; Bezerra, Mailze C.; Terreri, Maria Teresa; Imamura, Marta; Weingrill, Pedro; Plapler, Perola G.; Radominski, Sebastião; Tourinho, Tatiana; Szejnfeld, Vera L.; Andrada, Nathalia C.

    Resumo em Português:

    Os glicocorticoides (GC) são prescritos por praticamente todas as especialidades médicas, e cerca de 0,5% da população geral do Reino Unido utiliza esses medicamentos. Com o aumento da sobrevida dos pacientes com doenças reumatológicas, a morbidade secundária ao uso dessa medicação representa um aspecto importante que deve ser considerado no manejo de nossos pacientes. As incidências de fraturas vertebrais e não vertebrais são elevadas, variando de 30%-50% em pessoas que usam GC por mais de três meses. Assim, a osteoporose e as fraturas por fragilidade devem ser prevenidas e tratadas em todos os pacientes que iniciarão ou que já estejam em uso desses esteroides. Diversas recomendações elaboradas por várias sociedades internacionais têm sido descritas na literatura, porém não há consenso entre elas. Recentemente, o Americam College of Rheumatology publicou novas recomendações, porém elas são fundamentadas na FRAX (WHO Fracture Risk Assessment Tool) para analisar o risco de cada indivíduo e, dessa maneira, não podem ser completamente utilizadas pela população brasileira. Dessa forma, a Comissão de Osteoporose e Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Reumatologia, em conjunto com a Associação Médica Brasileira e a Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação, implementou as diretrizes brasileiras de osteoporose induzida por glicocorticoide (OPIG), baseando-se na melhor evidência científica disponível e/ou experiência de experts. DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA: A revisão bibliográfica de artigos científicos desta diretriz foi realizada na base de dados MEDLINE. A busca de evidência partiu de cenários clínicos reais, e utilizou as seguintes palavras-chave (MeSH terms): Osteoporosis, Osteoporosis/chemically induced*= (Glucocorticoids= Adrenal Cortex Hormones, Steroids), Glucocorticoids, Glucocorticoids/administration and dosage, Glucocorticoids/therapeutic use, Glucocorticoids/adverse effects, Prednisone/adverse effects, Dose-Response Relationship, Drug, Bone Density/drug effects, Bone Density Conservation Agents/pharmacological action, Osteoporosis/ prevention&control, Calcium, Vitamin D, Vitamin D deficiency, Calcitriol, Receptors, Calcitriol; 1-hydroxycholecalciferol, Hydroxycholecalciferols, 25-Hydroxyvitamin D3 1-alpha-hydroxylase OR Steroid Hydroxylases, Prevention and Control, Spinal fractures/prevention & control, Fractures, Spontaneous, Lumbar Vertebrae/injuries, Lifestyle, Alcohol Drinking, Smoking OR tobacco use disorder, Movement, Resistance Training, Exercise Therapy, Bone density OR Bone and Bones, Dual-Energy X-Ray Absorptiometry OR Absorptiometry Photon OR DXA, Densitometry, Radiography, (Diphosphonates Alendronate OR Risedronate Pamidronate OR propanolamines OR Ibandronate OR Zoledronic acid, Teriparatide OR PTH 1-34, Men AND premenopause, pregnancy, pregnancy outcome maternal, fetus, lactation, breast-feeding, teratogens, Children (6-12 anos), adolescence (13-18 anos). GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A) Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência; B) Estudos experimentais e observacionais de menor consistência; C) Relatos de casos (estudos não controlados); D) Opinião desprovida de avaliação crítica, com base em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais. OBJETIVO: Estabelecer as diretrizes para a prevenção e o tratamento da OPIG.

    Resumo em Inglês:

    Glucocorticoids (GC) are used in almost all medical specialties, and approximately 0.5% of the general population of the United Kingdom receives those medications. With the increased survival of patients with rheumatological diseases, morbidity secondary to the use of those medications represents an important aspect of the management of our patients. The incidences of vertebral and non-vertebral fractures are elevated, ranging from 30% to 50% of the individuals on GC for over three months. Thus, osteoporosis and frailty fractures should be prevented and treated in all patients initiating or already on GC. There are several recommendations on this topic elaborated by several international societies, but consensus still lacks. Recently, the American College of Rheumatology has published new recommendations, but they are based on the WHO Fracture Risk Assessment Tool (FRAX®) to evaluate the risk for each individual, and, thus, cannot be completely used for the Brazilian population. Thus, the Committee for Osteoporosis and Bone Metabolic Disorders of the Brazilian Society of Rheumatology, along with the Brazilian Medical Association and the Brazilian Association of Physical Medicine and Rehabilitation, has elaborated the Brazilian Guidelines for Glucocorticoid-Induced Osteoporosis (GIO), based on the better available scientific evidence and/or expert experience. METHOD OF EVIDENCE COLLECTION: The bibliographic review of scientific articles of this guideline was performed in the MEDLINE database. The search for evidence was based on real clinical scenarios, and used the following keywords (MeSH terms): Osteoporosis, Osteoporosis/ chemically induced*= (Glucocorticoids= Adrenal Cortex Hormones, Steroids), Glucocorticoids, Glucocorticoids/administration and dosage, Glucocorticoids/therapeutic use, Glucocorticoids/adverse effects, Prednisone/adverse effects, Dose-Response Relationship, Drug, Bone Density/drug effects, Bone Density Conservation Agents/pharmacological action, Osteoporosis/prevention & control, Calcium, Vitamin D, Vitamin D deficiency, Calcitriol, Receptors, Calcitriol; 1-hydroxycholecalciferol, Hydroxycholecalciferols, 25-Hydroxyvitamin D3 1-alpha-hydroxylase OR Steroid Hydroxylases, Prevention and Control, Spinal fractures/prevention & control, Fractures, Spontaneous, Lumbar Vertebrae/injuries, Lifestyle, Alcohol Drinking, Smoking OR tobacco use disorder, Movement, Resistance Training, Exercise Therapy, Bone density OR Bone and Bones, Dual-Energy X-Ray Absorptiometry OR Absorptiometry Photon OR DXA, Densitometry, Radiography, (Diphosphonates Alendronate OR Risedronate Pamidronate OR propanolamines OR Ibandronate OR Zoledronic acid, Teriparatide OR PTH 1-34, Men AND premenopause, pregnancy, pregnancy outcome maternal, fetus, lactation, breast-feeding, teratogens, Children (6-12 years), adolescence (13-18 years). GRADE OF RECOMMENDATION AND LEVEL OF EVIDENCE: A) Data derived from more consistent experimental and observational studies; B) Data derived from less consistent experimental and observational studies; C) Case reports (uncontrolled studies); D) Expert opinion without explicit critical appraisal, or based on consensus, physiological studies or animal models. OBJECTIVE: To establish guidelines for the prevention and treatment of GIO.
  • Manifestações musculoesqueléticas em diabetes mellitus Artigo De Revisão

    Silva, Marilia Barreto Gameiro; Skare, Thelma Larocca

    Resumo em Português:

    O diabetes mellitus está associado a uma grande variedade de manifestações musculoesqueléticas. Muitas delas são subclínicas e correlacionadas com tempo de evolução e controle inadequado da doença, e devem ser reconhecidas e adequadamente tratadas, pois sua abordagem melhora a qualidade de vida desses pacientes. Nesta revisão são discutidas as principais manifestações musculoesqueléticas encontradas em diabetes mellitus.

    Resumo em Inglês:

    Diabetes mellitus is associated with a great variety of musculoskeletal manifestations, many of which are subclinical and correlated with disease duration and its inadequate control. They should be recognized and treated properly, because their management improves the patients' quality of life. This review discusses the major musculoskeletal manifestations found in diabetes mellitus.
  • Bloqueio do nervo supraescapular: procedimento importante na prática clínica. Parte II Artigo De Revisão

    Fernandes, Marcos Rassi; Barbosa, Maria Alves; Sousa, Ana Luiza Lima; Ramos, Gilson Cassem

    Resumo em Português:

    O bloqueio do nervo supraescapular é um método de tratamento reprodutível, confiável e extremamente efetivo no controle da dor no ombro. Esse método tem sido amplamente utilizado por profissionais na prática clínica, como reumatologistas, ortopedistas, neurologistas e especialistas em dor, na terapêutica de enfermidades crônicas, como lesão irreparável do manguito rotador, artrite reumatoide, sequelas de AVC e capsulite adesiva, o que justifica a presente revisão (Parte II). O objetivo deste estudo foi descrever as técnicas do procedimento e suas complicações descritas na literatura, já que a primeira parte reportou as indicações clínicas, drogas e volumes utilizados em aplicação única ou múltipla. Apresentamse, detalhadamente, os acessos para a realização do procedimento tanto direto como indireto, anterior e posterior, lateral e medial, e superior e inferior. Diversas são as opções para se realizar o bloqueio do nervo supraescapular. Apesar de raras, as complicações podem ocorrer. Quando bem indicado, este método deve ser considerado.

    Resumo em Inglês:

    The suprascapular nerve block is a reproducible, reliable, and extremely effective treatment method in shoulder pain control. This method has been widely used by professionals in clinical practice such as rheumatologists, orthopedists, neurologists, and pain specialists in the treatment of chronic diseases such as irreparable rotator cuff injury, rheumatoid arthritis, stroke sequelae, and adhesive capsulitis, which justifies the present review (Part II). The objective of this study was to describe the techniques and complications of the procedure described in the literature, as the first part reported the clinical indications, drugs, and volumes used in single or multiple procedures. We present in details the accesses used in the procedure: direct and indirect, anterior and posterior, lateral and medial, upper and lower. There are several options to perform suprascapular nerve block. Although rare, complications can occur. When properly indicated, this method should be considered.
  • Artrite psoriásica: entidade clínica distinta da psoríase? Artigo De Revisão

    Ruiz, Danilo Garcia; Azevedo, Mário Newton Leitão de; Santos, Omar Lupi da Rosa

    Resumo em Português:

    Psoríase e artrite psoriásica são entidades clínicas complexas e heterogêneas que podem apresentar-se por meio de múltiplas combinações entre seus subtipos; há dúvidas, inclusive, se são entidades distintas ou apenas variantes de uma mesma doença. Epidemiologicamente, a psoríase pode ser considerada doença comum, por afetar cerca de 2% da população mundial. Em relação à artrite psoriásica, não há consenso na literatura atual sobre suas reais incidência e prevalência na população geral. Fatores genéticos, imunológicos e ambientais interagem entre si até culminarem nas manifestações clínicas cutâneas e articulares da doença psoriásica. Atualmente, é reconhecido o papel central do linfócito T ativado na patogenia tanto da psoríase quanto da artrite psoriásica. Além disso, citocinas pró-inflamatórias podem ser encontradas em concentrações aumentadas tanto na sinóvia quanto na pele de portadores de artrite psoriásica. Desde 1964, quando a relação entre psoríase e artrite psoriásica foi reconhecida oficialmente, muitos estudos foram conduzidos na tentativa de melhor compreender o mecanismo em comum das duas doenças. O antígeno leucocitário humano já foi considerado o centro da imunopatogenicidade psoriásica - hoje, o fator de necrose tumoral alfa exerce tal papel. Trata-se, portanto, da revisão de variados fatores que associam psoríase e artrite psoriásica e que convergem para a hipótese de se tratar de doença única com múltiplas apresentações, dentre elas a artropatia característica.

    Resumo em Inglês:

    Psoriasis and psoriatic arthritis are complex and heterogeneous clinical entities, whose presentations comprise multiple combinations of subtypes. There are doubts even if they are distinct entities or merely variants of the same disease. Epidemiologically, psoriasis can be considered a common disease because it affects about 2% of the world population. Regarding psoriatic arthritis, there is no consensus in the literature about its true incidence and prevalence in the general population. Genetic, immune, and environmental factors interact culminating in skin and joint manifestations of psoriatic disease. The central role of activated T lymphocytes in the pathogenesis of both psoriasis and psoriatic joints is now recognized. Furthermore, proinflammatory cytokines can be found in increased concentrations in both skin and synovium of patients with psoriatic arthritis. Since 1964, when the relationship between psoriasis and psoriatic arthritis was recognized, many studies have been conducted to better understand the common mechanism of both diseases. The HLA has already been considered the center of the psoriatic arthritis immunopathogenesis; today, TNF-α plays such a role. This paper is a review of various factors associating psoriasis and psoriatic arthritis leading to the hypothesis of a single disease with multiple presentations.
  • Síndrome antifosfolípide e dermatomiosite/polimiosite: uma rara associação Relato De Caso

    Souza, Fernando Henrique Carlos de; Levy-Neto, Maurício; Shinjo, Samuel Katsuyuki

    Resumo em Português:

    A associação entre a síndrome antifosfolípide e as miopatias inflamatórias idiopáticas tem sido raramente descrita na literatura. No presente trabalho relatamos dois pacientes com síndrome antifosfolípide diagnosticados com dermatomiosite ou polimiosite. Realizamos também uma revisão da literatura acerca dessa sobreposição de duas entidades autoimunes sistêmicas.

    Resumo em Inglês:

    The association between antiphospholipid syndrome and idiopathic inflammatory myopathies has been rarely reported in the literature. In this paper we report two patients with antiphospholipid syndrome diagnosed with concomitant dermatomyositis or polymyositis. We also reviewed the literature on this overlapping of two systemic autoimmune entities.
  • Retocolite ulcerativa e artrite reumatoide: uma rara associação - relato de caso Relato De Caso

    Cruz, Vitor Alves; Yamaguchi, Lúcio; Ribeiro, Carolina Nazeozeno; Magalhães, Vanessa de Oliveira; Rego, Jozelia; Silva, Nilzio Antonio da

    Resumo em Português:

    A retocolite ulcerativa é uma desordem autoimune de etiologia desconhecida. Embora o intestino grosso represente o principal foco de autoimunidade, trata-se, na verdade, de uma doença sistêmica com inúmeras manifestações extraintestinais, inclusive articulares. A associação frequente entre diversas doenças autoimunes em um mesmo paciente é descrita na literatura. No entanto, é rara a coexistência entre retocolite ulcerativa e artrite reumatoide. Os autores relatam um caso de retocolite ulcerativa associada à artrite reumatoide em que a colite precedeu em 12 anos o aparecimento da artropatia inflamatória.

    Resumo em Inglês:

    Ulcerative colitis is an autoimmune disorder of unknown etiology. Although the large intestine is the major focus of autoimmunity, resulting in chronic diarrhea, that is actually a systemic disease, with numerous extraintestinal manifestations, such as articular involvement. The frequent association of a number of autoimmune diseases in the same patient has been described. However, the coexistence of ulcerative colitis and rheumatoid arthritis is rare. The authors report a case of ulcerative colitis associated with rheumatoid arthritis, in which colitis occurred 12 years before the onset of inflammatory arthropathy.
  • Uso de infliximabe em paciente com artrite reumatoide e hepatite B crônica Relato De Caso

    Doubrawa, Eloisa; Ricca, Renê Augusto de Mattos; Malucelli, Tiago Osternack; Dal Pizzol, Vanessa Irusta; Barros, Danilo Hamilko de; Paiva, Eduardo Santos

    Resumo em Português:

    Os agentes anti-TNF-α emergiram como potente tratamento para os pacientes com artrite reumatoide que não respondem às drogas modificadoras de doença convencionais. Por induzir à imunossupressão, essas drogas têm como principal complicação o aumento da suscetibilidade a várias infecções. A reativação do vírus da hepatite B (HBV) é um dos efeitos colaterais mais preocupantes em pacientes recebendo agentes anti-TNF-α com infecção pelo HBV. Descrevemos o caso de um paciente de 56 anos com quadro de hepatite B estável, com boa resposta à associação dos antivirais lamivudina e tenofovir quando iniciou infliximabe. O paciente obteve boa resposta ao anti-TNF-α , atingindo remissão da doença. Durante os 30 meses de tratamento com o biológico, manteve função hepática estável, sem reativação do HBV.

    Resumo em Inglês:

    Anti-TNF-α agents have emerged as a potent treatment for patients with rheumatoid arthritis unresponsive to conventional disease-modifying antirheumatic drugs. Increased susceptibility to infections induced by these drugs is the main complication of their use. Reactivation of hepatitis B virus (HBV) is one of the most worrisome side effects in patients with HBV infection receiving anti-TNF-α. We report the case of a 56-year-old male patient with stable hepatitis B and good response to the antiviral combination of lamivudine and tenofovir when infliximab was started. The patient went into remission. During the 30-month treatment with the biologic, his liver function remained stable, with no HBV reactivation.
  • Malondialdeído e grupo sulfidrila como biomarcadores do estresse oxidativo em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico Comunicação Breve

    Pérez, Yenly G.; Pérez, Lissett Caridad González; Netto, Rita de Cássia M.; Lima, Domingos S. N. de; Lima, Emerson S.

    Resumo em Português:

    O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune de origem desconhecida, associada ao estresse oxidativo. O presente estudo teve como objetivo investigar a presença de estresse oxidativo em pacientes com LES recém-diagnosticado. Pacientes com LES (n = 36) e controles (n = 28) foram incluídos no estudo. Amostras de sangue foram usadas para dosagem de malondialdeído (MDA), grupo sulfidrila (SH) e ácido úrico no soro. Os níveis de MDA (µmol/L) foram maiores nos pacientes (3,9 ± 2,6) que nos controles (1,6 ± 2,6). Os níveis de SH foram significativamente menores nos pacientes. Os achados sugerem que o MDA pode ser um bom marcador de estresse oxidativo no LES.

    Resumo em Inglês:

    Systemic lupus erythematosus (SLE) is an autoimmune disease of unknown origin associated with oxidative stress. The present study aimed to investigate the presence of oxidative stress in patients with newly diagnosed SLE. SLE patients (n = 36) and control subjects (n = 28) were enrolled in this study. Blood samples were used for malondialdehyde (MDA), sulfhydryl groups (SH) and uric acid determination. MDA levels (µmol/L) were higher in patients (3.9 ± 2.6) than in control subjects (1.6 ± 2.6). SH were significantly lower in SLE patients. The findings suggest that MDA can be a good marker of oxidative stress in SLE.
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