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Revista Brasileira de Reumatologia, Volume: 57, Número: 1, Publicado: 2017
  • Qualidade de vida relacionada com a saúde em sobreviventes turcos da pólio: impacto pós-pólio na saúde relacionada com a qualidade de vida em termos de estado funcional, gravidade da dor, fadiga e funcionamento social e emocional☆ Original Articles

    Garip, Yesim; Eser, Filiz; Bodur, Hatice; Baskan, Bedriye; Sivas, Filiz; Yilmaz, Ozlem

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Determinar o impacto da síndrome pós-pólio na qualidade de vida nos sobreviventes da pólio. Métodos: Quarenta sobreviventes da pólio foram incluídos no estudo. Participaram do grupo de síndrome pós-pólio 21 pacientes que atenderam aos critérios de síndrome pós-pólio de Halstead. Os 19 restantes formaram o grupo não síndrome pós-pólio. O grupo controle foi composto por 40 indivíduos saudáveis. A qualidade de vida foi avaliada pelo Nottingham Health Profile, a depressão pela Escala de Depressão de Beck e a fadiga pelo Inventário de Sintomas de Fadiga. A força muscular isométrica foi medida por teste muscular manual. Resultados: O escore total do teste muscular manual foi 26,19 ± 13,24 (mediana: 29) no grupo de síndrome pós-pólio e 30,08 ± 8,9 (mediana: 32) no grupo não síndrome pós-pólio. Escores totais de teste muscular manual de grupo não síndrome pós-pólio foram significativamente maiores do que os do grupo de síndrome pós-pólio. Os pacientes com síndrome pós-pólio relataram níveis significativamente maiores de fadiga e qualidade de vida reduzida em termos de mobilidade física, dor e energia quando comparados com pacientes sem síndrome pós-pólio e grupo controle. Não se relatou uma diferença estatisticamente significativa no funcionamento social e emocional e na qualidade do sono entre grupos de síndrome pós-pólio, não síndrome pós-pólio e controle. Além disso, não se encontrou diferença estatisticamente significativa nos escores da Escala de Depressão de Beck entre os grupos. Conclusões: A síndrome pós-pólio tem um impacto negativo na qualidade de vida em termos de estado funcional, gravidade da dor e energia. A identificação, o reconhecimento precoce e a reabilitação dos pacientes com síndrome pós-pólio podem resultar em uma melhoria da qualidade de vida.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To determine the impact of postpolio-syndrome on quality of life in polio survivors. Methods: Forty polio survivors were included in the study. Twenty-one patients fulfilling the Halstead's postpolio-syndrome criteria participated in postpolio-syndrome group. The remaining nineteen patients formed non-postpolio-syndrome group. Control group was composed of forty healthy subjects. Quality of life was evaluated by Nottingham Health Profile, depression by Beck Depression Scale and fatigue by Fatigue Symptom Inventory. Isometric muscle strength was measured by manual muscle testing. Results: Total manual muscle testing score was 26.19 ± 13.24 (median: 29) in postpolio-syndrome group and 30.08 ± 8.9 (median: 32) in non-postpolio-syndrome group. Total manual muscle testing scores of non-postpolio-syndrome group were significantly higher than that of postpolio-syndrome group. Patients with postpolio-syndrome reported significantly higher levels of fatigue and reduced quality of life in terms of physical mobility, pain and energy when compared with patients without postpolio-syndrome and control group. It was not reported a statistically significant difference in social and emotional functioning and sleep quality between postpolio-syndrome, non-postpolio-syndrome and control groups. Also it was not found any statistically significant difference in Beck Depression Scale scores among the groups. Conclusions: Postpolio-syndrome has a negative impact on quality of life in terms of functional status, severity of pain and energy. The identification, early recognition and rehabilitation of postpolio-syndrome patients may result in an improvement in their quality of life.
  • Prevalência e impacto nas atividades diárias da dor musculoesquelética idiopática em crianças da Índia Original Articles

    Kumar, Ganesh; Chhabra, Amieleena; Dewan, Vivek; Yadav, Tribhuvan Pal

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivos: Estudar a prevalência de dor musculoesquelética idiopática (DMEI) em crianças em idade escolar e seu impacto nas atividades diárias. Métodos: Foram avaliadas e analisadas 1.018 crianças em idade escolar aparentemente saudáveis entre cinco e 16 anos quanto à presença de DMEI e seus problemas associados. Foram aplicados os testes de significância padrão. Resultados: Relataram DMEI 165 (16,2%) crianças, em sua maior parte do sexo masculino (55,2%). Os membros inferiores (52,1%) foram a localização mais comum da dor. A história de dor presente havia mais de um ano foi encontrada em 15% das crianças; 37% delas queixaram-se de desconforto durante a caminhada, 30,9%, tinham dor durante o exercício físico, 29,2% tinham dificuldade de frequentar as aulas e 4,2% sofriam interferência na participação em passatempos. As crianças foram ainda subagrupadas em pré-adolescentes e adolescentes. Houve diferença estatisticamente significativa na duração da dor e na duração de cada episódio de dor nos dois grupos (p = 0,01). Uma quantidade significativa de crianças com DMEI (21,2%) relatou absentismo escolar (p < 0,001). Uma quantidade significativa de adolescentes tinha história positiva de prática de esportes de contato (p = 0,001). Os distúrbios do sono também foram relatados como maiores em crianças com DMEI (29% vs. 5,7%, p = 0,001). Outros problemas associados encontrados em crianças com DMEI foram o cansaço durante o dia (51,1%), a cefaleia (47,3%) e a dor abdominal (24,8%). Conclusões: A prevalência de DMEI encontrada em crianças entre cinco e 16 anos foi de 16,2%. Uma percentagem significativa dessas crianças relata interferência nas atividades diárias, incluindo absentismo escolar.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objectives: To study the prevalence of idiopathic musculoskeletal pain (IMSP) in school going children and its impact on daily life. Methods: One thousand eighteen apparently healthy school children aged 5–16 years were assessed and analysed for IMSP and its associated problems. Standard tests for significance were applied. Results: One hundred and sixty-five (16.2%) children mostly males (55.2%) reported IMSP. Lower limbs (52.1%) were the most common location of pain. More than 1 year of pain history was present in 15%. Thirty-seven percent children complained of discomfort during walking, 30.9%, had pain during physical exercise, 29.2% had difficulty attending lessons and 4.2% had interference in pursuing hobbies. The children were also further sub grouped into preadolescents and adolescents. There was significant difference in pain duration and duration of each pain episode in the two groups (p = 0.01). A significant number of children (21.2%) with IMSP reported school absenteeism (p < 0.001). A significant number of adolescents had history positive for contact sports (p = 0.001). Sleep disturbances were also reported to be higher in children with IMSP (29% vs. 5.7%, p = 0.001). Other associated problems in children with IMSP found were day time tiredness (51.1%), headache (47.3%) and abdominal pain (24.8%). Conclusions: Prevalence of IMSP in school children aged 5–16 yrs was found to be 16.2% and a significant percentage of these children experience interference with daily activities including school absenteeism.
  • O anti-CCP não é um marcador de gravidade da artrite reumatoide estabelecida: um estudo de ressonância magnética☆ Original Articles

    Porto, Lílian Santuza Santos; Tavares, Wilson Campos; Costa, Dário Alves da Silva; Lanna, Cristina Costa Duarte; Kakehasi, Adriana Maria

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: A presença do anti-CCP constitui importante ferramenta prognóstica da artrite reumatoide (AR), mas ainda se investiga sua relação com a atividade da doença e a a capacidade funcional. Objetivos: Estudar a relação do anti-CCP com os índices de atividade da doença, de capacidade funcional e de dano estrutural, por meio de radiografia convencional (RC) e de ressonância magnética (RM), em AR estabelecida. Métodos: Estudo transversal com pacientes com AR, com um a 10 anos de doença. Os participantes foram submetidos à avaliação clínica com pesquisa do anti-CCP. A atividade de doença foi avaliada por meio do Clinical Disease Activity Index (CDAI) e a capacidade funcional por meio do Health Assessment Questionnaire (HAQ). A análise da RC foi feita pelo índice de Sharp van der Heijde (SmvH) e da RM pelo Sistema de Pontuação de Imagem por Ressonância Magnética na Artrite Reumatoide (RAMRIS, Rheumatoid Arthritis Magnetic Resonance Image Scoring). Resultados: Foram avaliados 56 pacientes, com mediana (IIq) de 55 (47,5-60,0) anos, 50 (89,3%) do sexo feminino e 37 (66,1%) anti-CCP positivos. As medianas (IIq) do CDAI, do HAQ, de SmvH e do RAMRIS foram de 14,75 (5,42-24,97), 1,06 (0,28-1,75), 2 (0-8) e 15 (7-35), respectivamente. Não houve associação do anti-CCP com o CDAI, com o HAQ e com os escores SmvH e RAMRIS. Conclusão: Nossos resultados não estabeleceram a associação do anti-CCP com a gravidade da doença. Até o momento, não podemos corroborar o anti-CCP como uma ferramenta prognóstica em AR estabelecida.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Introduction: The presence of anti-CCP is an important prognostic tool of rheumatoid arthritis (RA). But research is still ongoing on its relationship with disease activity and functional capacity. Objectives: To study the relationship between anti-CCP and disease activity, functional capacity and structural damage indexes, by means of conventional radiography (CR) and magnetic resonance imaging (MRI), in cases of established RA. Methods: Cross-sectional study with RA patients with 1–10 disease duration. Participants underwent clinical evaluation with anti-CCP. Disease activity was assessed using the Clinical Disease Activity Index (CDAI), and functional capacity through the Health Assessment Questionnaire (HAQ). CR analysis was carried out by the Sharp van der Heijde index (SvdH), and MRI analysis by RAMRIS (Rheumatoid Arthritis Magnetic Resonance Image Scoring). Results: We evaluated 56 patients, with a median (IqR) age of 55 (47.5–60) years; 50 (89.3%) participants were female and 37 (66.1%) were positive for anti-CCP. Medians (IqR) of CDAI, HAQ, SvdH and RAMRIS were 14.75 (5.42–24.97) 1.06 (0.28–1.75), 2 (0–8) and 15 (7–35), respectively. There was no association between anti-CCP and CDAI, HAQ and SvdH and RAMRIS scores. Conclusion: Our results have not established an association of anti-CCP with the severity of disease. To date, we cannot corroborate anti-CCP as a prognostic tool in patients with established RA.
  • Adesão ao tratamento farmacológico em pacientes com artrite idiopática juvenil por meio de questionários Original Articles

    Adriano, Liana Silveira; Fonteles, Marta Maria de França; Azevedo, Maria de Fátima Menezes; Beserra, Milena Pontes Portela; Romero, Nirla Rodrigues

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Investigar a adesão ao tratamento farmacológico de pacientes com artrite idiopática juvenil, atendidos na farmácia ambulatorial de hospital terciário do Nordeste do Brasil. Métodos: A análise da adesão foi feita junto aos cuidadores, por meio de questionário estruturado com base no teste de Morisky, Green e Levine, que viabilizou a categorização da adesão em “máxima”, “moderada” ou “baixa”, e da avaliação dos registros de dispensação dos medicamentos, que classificou a retirada de medicamentos na farmácia como “regular” ou “irregular”. Os problemas relacionados com medicamentos (PRM) foram identificados por meio da narrativa dos cuidadores e classificados conforme o Segundo Consenso de Granada. Em seguida, aplicou-se uma tabela de orientação farmacêutica, que contém informações sobre o esquema terapêutico, de forma a esclarecer questões que influenciavam a adesão. Resultados: Participaram 43 pacientes, com média de 11,12 anos, 65,1%, (n = 28) do sexo feminino. Por meio do questionário, verificou-se adesão “máxima” em 46,5% (n = 20) dos pacientes, “moderada” em 48,8% (n = 21) e “baixa” em 4,7% (n = 2). Pelo registro de dispensação, observou-se um nível de adesão menor: apenas 25,6% (n = 11) dos participantes receberam os medicamentos “regularmente”. Identificaram-se 26 PRM, 84,6% (n = 22) classificados como “reais”. Não foram observadas associações significativas entre as variáveis sociodemográficas e a adesão, embora alguns cuidadores tenham relatado dificuldade de acesso ao medicamento e de compreensão do tratamento. Conclusão: Nossos achados demonstraram falhas no processo de adesão, relacionadas ao descuido, esquecimento e à irregularidade para receber os medicamentos, o que reforça a necessidade de estratégias para facilitar a compreensão do tratamento e garantir a adesão

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: The aim of this study was to investigate pharmacological treatment adherence of patients with juvenile idiopathic arthritis, attended in an outpatient pharmacy at a tertiary hospital in northeastern Brazil. Methods: The analysis of adherence was performed along with caregivers, through a structured questionnaire based on Morisky, Green and Levine, which enabled the categorization of adherence in “highest”, “moderate” or “low” grades, and through evaluating medication dispensing registers, which classified the act of getting medications at the pharmacy as “regular” or “irregular”. Drug Related Problems (DRP) were identified through the narrative of caregivers and classified according to the Second Granada Consensus. Then, a pharmaceutical orientation chart with information about the therapeutic regimen was applied, in order to function as a guide for issues that influenced adherence. Results: A total of 43 patients was included, with a mean age of 11.12 years, and 65.1% (n = 28) were female. Applying the questionnaire, it was found “highest” adherence in 46.5% (n = 20) patients, “moderate” adherence in 48.8% (n = 21), and “low” adherence in 4.7% (n = 2). Through an analysis of the medication dispensing registers, a lower level of adherence was observed: only 25.6% (n = 11) of the participants received “regularly” the medications. Twenty-six DRP was identified, and 84.6% (n = 22) were classified as real. There were no significant associations between socio-demographic variables and adherence, although some caregivers have reported difficulty in accessing the medicines and in understanding the treatment. Conclusion: Our findings showed problems in the adherence process related to inattention, forgetfulness and irregularity in getting medicines, reinforcing the need for the development of strategies to facilitate a better understanding of treatment and to ensure adherence.
  • Efeitos da manipulação da sensibilidade plantar sobre o controle da postura ereta em adultos jovens e idosos Original Articles

    Machado, Álvaro S.; Silva, Caio Borella Pereira da; Rocha, Emmanuel S. da; Carpes, Felipe P.

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: Pessoas com perdas sensoriais apresentam déficits de equilíbrio. Embora esse quadro seja comum em idosos, ainda se discute o quanto idosos sem doenças que afetam as vias sensoriais dependem dessa informação para controlar oscilações corporais durante o controle da postura. Objetivo: Investigar os efeitos da perturbação da sensibilidade plantar sobre o controle da postura ereta em adultos jovens e idosos independentes (n = 19/grupo). Métodos: A sensibilidade plantar foi avaliada com estesiômetro e dados de velocidade e deslocamento do centro de pressão durante a postura de pé foram avaliados para cada pé com um baropodômetro, em condições de olhos abertos e fechados. O grupo de adultos jovens foi avaliado quanto ao centro de pressão nas condições normal e pós-perturbação da sensibilidade plantar, pela imersão dos pés em água e gelo. Resultados: Adultos não apresentaram alterações no centro de pressão em resposta à perturbação sensorial e tiveram, mesmo na condição de perturbação sensorial, melhor controle postural do que idosos. Idosos apresentaram menor sensibilidade plantar e maior oscilação do centro de pressão do que os adultos jovens. Conclusão: Idosos pareceram depender mais da sensibilidade plantar para manter o controle postural do que adultos jovens. Em idosos, intervenções clínicas que melhorem a sensibilidade plantar podem auxiliar na tarefa de manter a postura de pé.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Introduction: Subjects with sensorial losses present balance deficits. Although such condition is often observed among elderly, there is discussion concerning the dependence on sensorial information for body sway control in the elderly without sensorial losses. Purpose: We investigated the effects of foot sensitivity manipulation on postural control during upright standing in young adults and independent elderly (n = 19/group). Methods: Plantar sensitivity was evaluated by esthesiometry, and speed of center of pressure shift data during upright posture were evaluated for each foot using a baropodometer while the subjects were standing with eyes open or closed. The young adult group was evaluated for center of pressure in normal conditions and after plantar sensitivity disturbance, by immersing their feet in water and ice. Results: Young adults did not show alterations in their center of pressure after sensorial perturbation and presented, even under sensorial perturbation, better postural control than elderly subjects. The elderly showed lower foot sensitivity and greater center of pressure oscillation than young adults. Conclusion: Elderly subjects seem to rely more on foot sensitivity for control of body sway than young adults. In the elderly, a clinical intervention to improve foot sensitivity may help in upright posture maintenance.
  • A hiperalgesia secundária ocorre independentemente do envolvimento unilateral ou bilateral da osteoartrite de joelho em indivíduos com doença leve ou moderada Original Articles

    Moreira, Vanessa Martins Pereira Silva; Barboza, Saulo Delfino; Oliveira, Juliana Borges; Pereira, Janser Moura; Dionisio, Valdeci Carlos

    Resumo em Português:

    RESUMO Introdução: A ocorrência de hiperalgesia secundária em indivíduos com níveis menos graves de osteoartrite de joelho ainda é incerta. O objetivo deste estudo foi medir o limiar de dor à pressão (LDP) de indivíduos com osteoartrite de joelho (OAJ) leve ou moderada e comparar com indivíduos sem osteoartrite. Métodos: Foram incluídos 10 controles saudáveis e 30 indivíduos com OAJ leve ou moderada, divididos em dois grupos (envolvimento unilateral e bilateral). Foi avaliado e comparado o LDP em dermátomos (L1, L2, L3, L4, L5, S1 e S2), miótomos (músculos vasto medial, vasto lateral, reto femoral, adutor longo, tibial anterior, fibular longo, ilíaco, quadrado lombar e poplíteo) e esclerótomos (ligamentos supraespinais L1-L2, L2-L3, L3-L4, L4-L5), sobre as áreas sacrais L5-S1 e S1-S2, bolsa anserina e tendão patelar entre os indivíduos com e sem OAJ. Resultados: Os grupos OAJ (unilateral e bilateral) relataram menor LDP em comparação com o grupo controle na maior parte das áreas (dermátomos, miótomos e esclerótomos). Não houve diferenças entre os grupos nos ligamentos supraespinais e ao longo das áreas sacrais L5-S1 e S1-S2 dos esclerótomos. Não foi observada qualquer diferença entre os indivíduos com OAJ. Conclusão: Esses achados sugerem que os indivíduos com OAJ leve a moderada tinham hiperalgesia primária e secundária, independentemente do acometimento unilateral ou bilateral. Esses resultados sugerem que a dor precisa ser um foco assertivo na prática clínica, independentemente do grau de gravidade ou envolvimento da OAJ.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Background: Secondary hyperalgesia in individuals with less severe levels of knee osteoarthritis remains unclear. The objective of this study was to measure the pressure pain threshold of individuals with mild or moderate knee osteoarthritis and compare with no osteoarthritis. Methods: Ten healthy controls and 30 individuals with mild or moderate knee osteoarthritis divided into two groups (unilateral and bilateral involvement) were included. Dermatomes in lumbar levels (L1, L2, L3, L4 and L5) and sacral level (S1 and S2), myotomes (vastus medialis, vastus lateralis, rectus femoris, adductor longus, tibialis anterior, peroneus longus, iliacus, quadratus lumborum, and popliteus muscles), and sclerotomes in lumbar levels (L1-L2, L2-L3, L3-L4, L4-L5 supraspinous ligaments), over the L5-S1 and S1-S2 sacral areas, pes anserinus bursae, and at the patellar tendon pressure pain threshold were assessed and compared between individuals with and without knee osteoarthritis. Results: Knee osteoarthritis groups (unilateral and bilateral) reported lower pressure pain threshold compared to the control group in most areas (dermatomes, myotomes, and sclerotomes). There were no between group differences in the supra-spinous ligaments and over the L5-S1 and S1-S2 sacral areas of the sclerotomes. No difference was seen between knee osteoarthritis. Conclusion: These findings suggest that individuals with mild to moderate knee osteoarthritis had primary and secondary hyperalgesia, independent of unilateral or bilateral involvement. These results suggest that the pain have to be an assertive focus in the clinical practice, independent of the level of severity or involvement of knee osteoarthritis.
  • Exercícios na bola suíça melhoram a força muscular e o desempenho na caminhada na espondilite anquilosante: estudo clínico, controlado e randomizado Original Articles

    Souza, Marcelo Cardoso de; Jennings, Fábio; Morimoto, Hisa; Natour, Jamil

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar a efetividade de um programa de fortalecimento muscular progressivo com o uso de uma bola suíça em pacientes com espondilite anquilosante (EA). Métodos: Sessenta pacientes com EA foram randomizados em grupo intervenção (GI) ou grupo controle (GC). Os pacientes com EA fizeram oito exercícios com pesos livres em uma bola suíça duas vezes por semana durante 16 semanas. As avaliações foram feitas por um avaliador cego no início do estudo e após quatro, oito, 12 e 16 semanas com os seguintes instrumentos: teste de uma repetição máxima (1 RM), Basmi, Basfi, HAQ-S, SF-36, teste de caminhada de seis minutos, Timed up and go test, Basdai, Asdas, dosagem de VHS e PCR e escala de Likert. Resultados: Houve uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação à força (capacidade no teste de 1 RM) nos seguintes exercícios: abdominal, remada, agachamento, tríceps e crucifixo invertido (p < 0,005); teste de caminhada de seis minutos (p < 0,001); Timed up and go test (p = 0,025); e escala de Likert (p < 0,001), todos com melhores resultados no GI. Não foram observadas diferenças entre os grupos em relação à avaliação da capacidade funcional com Basfi, HAQ-S, Basmi, SF-36, TUG, Asdas, VHS e dosagem de PCR. Conclusões: O fortalecimento muscular progressivo com uma bola suíça é efetivo em melhorar a força muscular e o desempenho na caminhada em pacientes com EA.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: The purpose was to evaluate the effectiveness of a progressive muscle strengthening program using a Swiss ball for AS patients. Methods: Sixty patients with AS were randomized into the intervention group (IG) or the control group (CG). Eight exercises were performed by the IG patients with free weights on a Swiss ball two times per week for 16 weeks. The evaluations were performed by a blinded evaluator at baseline and after 4, 8, 12 and 16 weeks using the following instruments: the one-repetition maximum test (1 RM), BASMI, BASFI, HAQ-S, SF-36, 6-minute walk test, time up and go test, BASDAI, ASDAS, ESR and CRP dosage and Likert scale. Results: There was a statistical difference between groups for: strength (1 RM capacity) in the following exercises: abdominal, rowing, squat, triceps and reverse fly (p < 0.005); 6-minute walk test (p < 0.001); timed up and go test (p = 0.025) and Likert scale (p < 0.001), all of them with better results for the IG. No differences were observed between the groups with respect to the functional capacity evaluation using the BASFI, HAQ-S, BASMI, SF-36, TUG, ASDAS, ESR and CPR dosage. Conclusions: Progressive muscle strengthening using a Swiss ball is effective for improving muscle strength and walking performance in patients with AS.
  • Síndrome locomotora em idosos: tradução, adaptação cultural e validação brasileira do instrumento 25-Question Geriatric Locomotive Function Scale Original Articles

    Tavares, Daniela Regina Brandão; Santos, Fania Cristina

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: O termo síndrome locomotora (SL) designa condições nas quais os idosos apresentam alto risco de incapacidade para deambulação em decorrência de problemas em órgãos locomotores. Para seu rastreio foi criado o 25-Question Geriatric Locomotive Function Scale (GLFS-25). Objetivou-se aqui, traduzir, adaptar transculturalmente para o Brasil e estudar as propriedades psicométricas do GLFS-25. Método: Feitas tradução e adaptação transcultural do GLFS-25 que originaram o GLFS 25-P, cujas propriedades psicométricas foram analisadas numa amostra de 100 idosos. Apurados dados sociodemográficos relativos a dor, queda, autopercepção da saúde e funcionalidades básica e instrumental. O GLFS 25-P foi aplicado em três momentos: num mesmo dia por dois entrevistadores e após 15 dias novamente pelo primeiro entrevistador. Resultado: O GLFS 25-P apresentou alto valor de consistência interna, segundo o coeficiente Alfa de Cronbach (0,942); e reprodutibilidade ótima, segundo a correlação intraclasses: valores de 97,6% e 98,4%, interobservador e intraobservador, respectivamente (p < 0,01). As concordâncias para cada item do instrumento foram consideráveis (entre 0,248 e 0,673), segundo a estatística Kappa. Na validação, segundo o coeficiente de Pearson, foram obtidas correlações regular e boa para as atividades de vida diária básicas (AVDB) e instrumentais (AIVD), respectivamente (p < 0,01). Encontradas associações estatisticamente significantes com dor crônica (p < 0,001), queda (p = 0,02) e autopercepção de saúde (p < 0,001). A análise multivariada evidenciou risco de SL significativamente maior na presença de dor crônica (OR 15,92, IC 95% 3,08-82,27) e pior autopercepção de saúde (OR 0,23, IC 95% 0,07-0,79). Conclusão: O GLFS 25-P demonstrou ser confiável e válido no rastreio da SL em idosos.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: The term Locomotive Syndrome refers to conditions in which the elderly are at high risk of inability to ambulate due to problems in locomotor system. For Locomotive Syndrome screening, the 25-Question Geriatric Locomotive Function Scale was created. The objective here was to translate, adapt culturally to Brazil, and study the psychometric properties of 25-Question Geriatric Locomotive Function Scale. Method: The translation and cultural adaptation of 25-Question Geriatric Locomotive Function Scale were carried out, thus resulting in GLFS 25-P, whose psychometric properties were analyzed in a sample of 100 elderly subjects. Sociodemographic data on pain, falls, self-perceived health and basic and instrumental functionalities were determined. GLFS 25-P was applied three times: in one same day by two interviewers, and after 15 days, again by the first interviewer. Result: GLFS 25-P showed a high internal consistency value according to Cronbach's alpha coefficient (0.942), and excellent reproducibility, according to intraclass correlation, with interobserver and intraobserver values of 97.6% and 98.4%, respectively (p < 0.01). Agreements for each item of the instrument were considerable (between 0.248 and 0.673), according to Kappa statistic. In its validation, according to the Pearson's coefficient, regular and good correlations were obtained for the basic (BADL) and instrumental (IADL) activities of daily living, respectively (p < 0.01). Statistically significant associations with chronic pain (p < 0.001), falls (p = 0.02) and self-perceived health (p < 0.001) were found. A multivariate analysis showed a significantly higher risk of Locomotive Syndrome in the presence of chronic pain (OR 15.92, 95% CI 3.08–82.27) and with a worse self-perceived health (OR 0.23, 95% CI 0.07–0.79). Conclusion: GLFS 25-P proved to be a reliable and valid tool in Locomotive Syndrome screening for the elderly population.
  • Aspectos relevantes do diagnóstico e seguimento por imagem na gota Review Articles

    Fernandes, Eloy De Avila; Bergamaschi, Samuel Brighenti; Rodrigues, Tatiane Cantarelli; Dias, Gustavo Coelho; Malmann, Ralff; Ramos, Germano Martins; Monteiro, Soraya Silveira

    Resumo em Português:

    RESUMO A gota é uma artrite caracterizada pela deposição de cristais de monourato sódico na membrana sinovial, na cartilagem articular e nos tecidos periarticulares que leva a um processo inflamatório. Na maioria dos casos o diagnóstico é estabelecido por critérios clínicos e pela análise do líquido sinovial, em busca dos cristais de MSU. Porém, a gota pode se manifestar de maneiras atípicas e dificultar o diagnóstico. Nessas situações, os exames de imagem têm papel fundamental, auxiliam na confirmação diagnóstica ou ainda excluem outros diagnósticos diferenciais. A radiografia convencional ainda é o método mais usado no acompanhamento desses pacientes, porém é um exame pouco sensível, por detectar somente alterações tardias. Nos últimos anos, surgiram avanços nos métodos de imagem em relação à gota. O ultrassom se mostra um exame de grande acurácia no diagnóstico de gota, identifica depósitos de MSU na cartilagem articular e nos tecidos periarticulares e detecta e caracteriza tofos, tendinopatias e entesopatias por tofos. A tomografia computadorizada é um ótimo exame para a detecção de erosões ósseas e avaliação do acometimento na coluna. A tomografia computadorizada de dupla-energia, um método novo, fornece informações sobre a composição química dos tecidos, permite a identificação dos depósitos de MSU com elevada acurácia. A ressonância magnética pode ser útil na avalição dos tecidos profundos, não acessíveis ao ultrassom. Além do diagnóstico, com o surgimento de drogas que visam reduzir a carga tofácea, os exames de imagem se tornam uma ferramenta útil no acompanhamento do tratamento dos pacientes com gota.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Gout is an inflammatory arthritis characterized by the deposition of monosodium urate crystals in the synovial membrane, articular cartilage and periarticular tissues leading to inflammation. Men are more commonly affected, mainly after the 5th decade of life. Its incidence has been growing with the population aging.In the majority of the cases, the diagnosis is made by clinical criteria and synovial fluid analysis, in search for monosodium urate crystals. Nonetheless, gout may sometimes have atypical presentations, complicating the diagnosis. In these situations, imaging methods have a fundamental role, aiding in the diagnostic confirmation or excluding other possible differential diagnosis. Conventional radiographs are still the most commonly used method in gout patients’ evaluation; nevertheless, this is not a sensitive method, since it detect only late alterations. In the last years, there have been several advances in imaging methods for gout patients. Ultrasound has shown a great accuracy in the diagnosis of gout, identifying monosodium urate deposits in the synovial membrane and articular cartilage, in detecting and characterizing tophi and in identifying tophaceous tendinopathy and enthesopathy. Ultrasound has also been able to show crystal deposition in patients with articular pain in the absence of a classical gout crisis. Computed tomography is an excellent method for detecting bone erosions, being useful in spine involvement. Dual-energy CT is a new method able to provide information about the chemical composition of tissues, with high accuracy in the identification of monosodium urate deposits, even in the early stages of the disease and in cases of difficult characterization. Magnetic resonance imaging is useful in the evaluation of deep tissues not accessible by ultrasound. Besides the diagnosis, with the emergence of new drugs that aim to reduce tophaceous burden, imaging methods have become useful tools in monitoring the treatment of patients with gout.
  • Contracepção para adolescentes com doenças reumáticas crônicas Review Articles

    Lourenço, Benito; Kozu, Katia T.; Leal, Gabriela N.; Silva, Marco F.; Fernandes, Elisabeth G.C.; França, Camila M.P.; Souza, Fernando H.C.; Silva, Clovis A.

    Resumo em Português:

    RESUMO A contracepção é uma questão importante e deve ser um motivo de preocupação em toda consulta médica de pacientes adolescentes e jovens com doenças reumáticas crônicas. Esta revisão narrativa discute métodos contraceptivos em adolescentes com lúpus eritematoso sistêmico (LES), síndrome antifosfolipídica (SAF), artrite idiopática juvenil (AIJ) e dermatomiosite juvenil (DMJ). Os métodos de barreira são seguros e todos os adolescentes com doenças reumáticas crônicas devem ser incentivados a usá-los. Os contraceptivos orais combinados (COC) são estritamente proibidos para pacientes com LESJ e SAF com anticorpos antifosfolípides positivos. A contracepção reversível de ação prolongada pode ser incentivada e oferecida rotineiramente a paciente adolescente com LES e outras doenças reumáticas. As pílulas que contêm somente progestina são seguras na maior parte das doenças reumáticas, embora a principal preocupação relacionada com seu uso por adolescentes seja a baixa adesão em decorrência da irregularidade menstrual. As injeções de acetato de medroxiprogesterona de depósito a cada três meses são uma estratégia altamente eficaz de contracepção, embora o seu uso em longo prazo esteja associado à diminuição na densidade mineral óssea. Contraceptivos orais combinados ou outros contraceptivos hormonais combinados podem ser opções para pacientes com AIJ e DMJ. O levonorgestrel oral deve ser considerado como um método de contracepção de emergência para todas as adolescentes com doenças reumáticas crônicas, incluindo pacientes com contraindicação para COC.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Contraception is an important issue and should be a matter of concern in every medical visit of adolescent and young patients with chronic rheumatic diseases. This narrative review discusses contraception methods in adolescents with juvenile systemic lupus erythematosus (JSLE), antiphospholipid syndrome (APS), juvenile idiopathic arthritis (JIA) and juvenile dermatomyositis (JDM). Barrier methods are safe and their use should be encouraged for all adolescents with chronic rheumatic diseases. Combined oral contraceptives (COC) are strictly prohibited for JSLE and APS patients with positive antiphospholipid antibodies. Reversible long-acting contraception can be encouraged and offered routinely to the JSLE adolescent patient and other rheumatic diseases. Progestin-only pills are safe in the majority of rheumatic diseases, although the main concern related to its use by adolescents is poor adherence due to menstrual irregularity. Depot medroxyprogesterone acetate injections every three months is a highly effective contraception strategy, although its long-term use is associated with decreased bone mineral density. COC or other combined hormonal contraceptive may be options for JIA and JDM patients. Oral levonorgestrel should be considered as an emergency contraception method for all adolescents with chronic rheumatic diseases, including patients with contraindication to COC.
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    Mendonça, José Alexandre
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