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Associação de artrogripose em neonatos com microcefalia pelo Zika vírus - série de casos

Resumo

Introdução:

em 2015 observou-se um crescente número de casos de microcefalia congênita associada à infecção materna pelo Zika vírus. Em alguns destes pacientes outras alterações foram encontradas, sendo a mais frequente a artrogripose. Esta é definida como contraturas articulares congênitas envolvendo no mínimo duas diferentes áreas do corpo.

Descrição:

em 18 pacientes com microcefalia congênita pelo Zika vírus foi encontrada artrogripose associada. A via de parto foi transpelviana em 67% dos casos. A reanimação em sala de parto foi necessária em 50%. A média de peso ao nascimento foi de 2.371g; da idade gestacional de 39,2 semanas e a encontrada para o perímetro cefálico foi 28,3cm, representando microcefalia severa em 15 (83%) pacientes. Todos os neonatos apresentaram acometimento do quadril e em alguns houve comprometimento concomitante das articulações de joelhos, tornozelos e punhos. Nove neonatos (50%) apresentaram desconforto respiratório precoce e quatro (22%) evoluíram para óbito.

Discussão:

o comprometimento neurológico dos pacientes com Síndrome de Zika congênita parece estar associado ao momento da infecção materna. O acometimento nas fases iniciais da embriogênese, além da microcefalia, pode estar relacionado à lesão de nervos motores periféricos e a um quadro de acinesia fetal, com consequente rigidez articular e artrogripose. Estes neonatos tendem a apresentar maior morbimortalidade, com prognóstico mais desfavorável.

Palavras-chave
Microcefalia; Artrogripose; Zika vírus

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