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Normalidade antropométrica de adultos: o paradoxo geográfico e socioeconômico da transição nutricional no Brasil

OBJETIVOS: consolidar dados secundários e algumas informações ainda inéditas sobre a evolução antropométrica de estado nutricional de crianças brasileiras e, principalmente de populações adultas avaliadas em inquéritos mais recentes, enfatizando-se aspectos geográficos e socioeconômicos. MÉTODOS: foi feita uma consolidação em tabelas e gráficos, de publicações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e de outras fontes, com estimativas adicionais de resultados não incluídos nos trabalhos originais. Incorporação de dados preliminares de duas pesquisas ainda não publicadas. RESULTADOS: demonstra-se que, ao lado do declínio da desnutrição em crianças assinalou-se uma expansão epidêmica do sobrepeso e obesidade em adultos, caracterizando a mudança de perfis epidemiológicos que demarcam a transição nutricional. O aparente paradoxo de que as freqüências mais elevadas de normalidade antropométrica em adultos foram encontradas nas regiões mais pobres do Norte e Nordeste do Brasil, resultados que se reproduzem, em localidades com índices muito baixos de desenvolvimento humano do Nordeste. Descreve-se que, a melhor situação antropométrica de populações adultas no Brasil foi encontrada nas famílias de mais baixa renda (menos de ¼ de salário mínimo familiar per capita, com uma razão de prevalência duas vezes maior entre os homens adultos quando comparados com o grupo de renda familiar mais elevada). CONCLUSÕES: os resultados da antropometria nutricional de adultos, favorecendo as populações de baixa renda, refletem um momento epidemiológico peculiar do processo de transição nutricional do país, configurando um paradoxo circunstancial e provavelmente temporário.

Antropometria; Trasição nutricional; Adulto


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