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Vidas bagaços! Os processos de vulnerabilização enfrentados pelos trabalhadores-migrantes nos canaviais de São Paulo e da Bahia

Bagasse lives! The vulnerability processes faced by migrant workers in the sugarcane fields of São Paulo and Bahia, Brazil

Resumo

Objetivo:

compreender os processos de vulnerabilização enfrentados pelos trabalhadores-migrantes canavieiros diante do avanço da mecanização.

Métodos:

abordagem qualitativa pautada na abordagem metodológica da Reprodução Social da Saúde proposta por Juan Samaja, nas dimensões biocumunal, tecnoeconômica e política. Foram realizadas 18 entrevistas semiestruturadas com trabalhadores-migrantes canavieiros no período de abril de 2020 a dezembro de 2021.

Resultados:

na dimensão tecnoeconômica verificou-se que na usina A o trabalhador se tornou polivalente, com a presença do trabalho em equipe e a introdução de tecnologias para aumentar o controle do trabalho. Na usina B, os trabalhadores encontram piores condições de trabalho devido à irrigação, à irregularidade dos terrenos, à presença de pedras e à exposição às queimadas. Na dimensão biocomunal, foram identificados potencialização dos acidentes, uso de agrotóxicos, distúrbios hidroeletrolíticos e problemas cardiovasculares. Na dimensão política, foi observada a precariedade da assistência à saúde do trabalhador canavieiro.

Conclusão:

a intensificação da mecanização na colheita de cana-de-açúcar não melhorou as condições de trabalho dos cortadores, ao contrário, provocou a perpetuação de velhos e a inserção de novos processos de vulnerabilização.

Palavras-chave:
saúde do trabalhador rural; migração interna; determinação social da saúde; saúde do trabalhador

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