RESUMO
Objetivo:
Identificar e estratificar os principais fatores estressores para os familiares de pacientes internados na unidade de terapia intensiva adulto de um hospital escola.
Métodos:
Estudo transversal descritivo com familiares de pacientes internados na unidade de terapia intensiva no período de abril a outubro de 2014. Foi utilizado questionário contendo identificação e dados demográficos dos familiares, dados clínicos dos pacientes, bem como 25 fatores estressores adaptados da Escala de Estressores em Unidade de Terapia Intensiva. O grau de estresse de cada fator foi determinado por uma escala de valores pontuando de 1 a 4. Os fatores estressores foram ranqueados conforme média dos pontos obtida.
Resultados:
A principal causa de admissão na unidade de terapia intensiva foi clínica em 36 (52,2%) casos. Os principais fatores estressores foram a presença do estado de coma (3,15 ± 1,23), o paciente não conseguir falar (3,15 ± 1,20) e o motivo da internação (3,00 ± 1,27). Quando retirados da análise os 27 (39,1%) pacientes em coma, os fatores de maior estresse para os familiares foram o motivo da internação (2,75 ± 1,354), ver o paciente na unidade de terapia intensiva (2,51 ± 1,227) e o paciente não conseguir falar (2,50 ± 1,269).
Conclusão:
A dificuldade na comunicação e na relação com o paciente internado na unidade de terapia intensiva foi apontada como os maiores estressores por seus familiares, com destaque para o estado de coma. Por outro lado, o ambiente, as rotinas de trabalho e a relação entre familiar e equipe da unidade de terapia intensiva tiveram menor impacto como fatores estressores.
Descritores:
Estresse; Família; Coma; Visitas a paciente; Humanização da assistência; Unidades de terapia intensiva