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Resultados adversos de admissões tardias à unidade de terapia intensiva a partir do pronto-socorro

RESUMO

Objetivo:

Verificar o impacto da transferência tardia do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva no tempo de permanência na unidade e na ocorrência de óbitos.

Métodos:

Este estudo de coorte prospectiva foi conduzido em um hospital acadêmico terciário, com obtenção dos dados de 1.913 pacientes admitidos ao pronto-socorro com solicitação documentada de admissão à unidade de terapia intensiva. Os pacientes admitidos diretamente para a unidade de terapia intensiva médico-cirúrgica (n = 209) foram categorizados em tercis segundo o tempo de espera para admissão à unidade de terapia intensiva (Grupo 1: menos de 637 minutos; Grupo 2: entre 637 e 1.602 minutos, e Grupo 3: acima de 1.602 minutos). Os pacientes que permaneceram na unidade de terapia intensiva por mais de 3,2 dias (tempo mediano de tempo de permanência na unidade de terapia intensiva para todos os pacientes) foram considerados como tempo prolongado de permanência na unidade de terapia intensiva.

Resultados:

Foram tratados no pronto-socorro durante o período do estudo 6.176 pacientes, dentre os quais 1.913 (31%) necessitaram de um leito na unidade de terapia intensiva. O tempo mediano de permanência no pronto-socorro foi de 17 horas (9 - 33 horas). Hospitalização por infecção/sepse foi preditor independente para tempo prolongado de permanência na unidade (RC: 2,75; IC95% 1,38 - 5,48, p = 0,004), porém o tempo de espera para admissão à unidade de terapia intensiva não. A taxa de mortalidade foi mais elevada no Grupo 3 (38%) do que no Grupo 1 (31%), porém a diferença não foi estatisticamente significante.

Conclusão:

A admissão tardia à unidade de terapia intensiva a partir do pronto-socorro não resultou em aumento do tempo de permanência ou da mortalidade na unidade de terapia intensiva.

Descritores:
Tempo de permanência; Cuidados críticos; Serviço hospitalar de emergência; Mortalidade hospitalar; Admissão do paciente

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