Acessibilidade / Reportar erro
Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Volume: 32, Número: 4, Publicado: 2020
  • Mobilização precoce em tempos de COVID-19 Comentário

    Bonorino, Kelly Cattelan; Cani, Katerine Cristhine
  • Características clínicas e preditores de ventilação mecânica em pacientes com COVID-19 hospitalizados no sul do país Artigo Original

    Bastos, Gisele Alsina Nader; Azambuja, Aline Zimmermann de; Polanczyk, Carisi Anne; Gräf, Débora Dalmas; Zorzo, Isabelle Weschenfelder; Maccari, Juçara Gasparetto; Haygert, Lúcia Schnor; Nasi, Luiz Antônio; Gazzana, Marcelo Basso; Bessel, Marina; Pitrez, Paulo Márcio; Oliveira, Roselaine Pinheiro de; Scotta, Marcelo Comerlato

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Descrever as características clínicas e os preditores de ventilação mecânica em pacientes adultos internados com COVID-19. Métodos: Conduziu-se um estudo de coorte retrospectiva com inclusão de pacientes hospitalizados entre 17 de março e 3 de maio de 2020, que tiveram o diagnóstico de infecção pelo SARS-CoV-2. As características clínicas e demográficas foram extraídas de registros em prontuário eletrônico. Resultados: Incluíram-se no estudo 88 pacientes consecutivos. A mediana da idade dos pacientes foi de 63 anos (IQR: 49 - 71); 59 (67%) pacientes eram do sexo masculino, 65 (86%) tinham educação universitária e 67 (76%) tinham, no mínimo, uma comorbidade. Dentre eles, 29 (33%) pacientes foram admitidos à unidade de terapia intensiva, 18 (20%) necessitaram de ventilação mecânica e nove (10,2%) morreram durante a hospitalização. O tempo mediano de permanência na unidade de terapia intensiva e o tempo mediano de ventilação mecânica foram, respectivamente, de 23 e 29,5 dias. Idade acima ou igual a 65 anos foi fator de risco independente para ventilação mecânica (RC: 8,4; IC95% de 1,3 - 55,6; valor de p = 0,02). Conclusão: Nossos achados descrevem a primeira onda de pacientes brasileiros hospitalizados por COVID-19. Em nossa população, idade foi o maior preditor de insuficiência respiratória e necessidade de ventilação mecânica.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: This study aims to describe the clinical characteristics and predictors of mechanical ventilation of adult inpatients with COVID-19 in a single center. Methods: A retrospective cohort study was performed and included adult inpatients hospitalized from March 17th to May 3rd, 2020, who were diagnosed with SARS-CoV-2 infection. Clinical and demographic characteristics were extracted from electronic medical records. Results: Overall, 88 consecutive patients were included in this study. The median age of the patients was 63 years (IQR 49 - 71); 59 (67%) were male, 65 (86%) had a college degree and 67 (76%) had at least one comorbidity. Twenty-nine (33%) patients were admitted to the intensive care unit, 18 (20%) patients needed mechanical ventilation, and 9 (10.2%) died during hospitalization. The median length of stay in the intensive care unit and the median duration of mechanical ventilation was 23 and 29.5 days, respectively. An age ≥ 65 years was an independent risk factor for mechanical ventilation (OR 8.4 95%CI 1.3 - 55.6 p = 0.02). Conclusion: Our findings describe the first wave of Brazilian patients hospitalized for COVID-19. Age was the strongest predictor of respiratory insufficiency and the need for mechanical ventilation in our population.
  • Plano de análise estatística para o estudo Balanced Solution versus Saline in Intensive Care Study (BaSICS) Artigo Original

    Damiani, Lucas Petri; Cavalcanti, Alexandre Biasi; Biondi, Rodrigo Santos; Freitas, Flávio Geraldo Rezende de; Figueiredo, Rodrigo Cruvinel; Lovato, Wilson José; Amêndola, Cristina Prata; Serpa Neto, Ary; Paranhos, Jorge Luiz da Rocha; Veiga, Viviane Cordeiro; Guedes, Marco Antonio Vieira; Lúcio, Eraldo de Azevedo; Oliveira Júnior, Lúcio Couto; Lisboa, Thiago Costa; Lacerda, Fabio Holanda; Miranda, Tamiris Abait; Maia, Israel Silva; Grion, Cintia Magalhães Carvalho; Machado, Flavia Ribeiro; Zampieri, Fernando Godinho

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Relatar o plano de análise estatística (primeira versão) para o estudo Balanced Solutions versus Saline in Intensive Care Study (BaSICS). Métodos: O estudo BaSICS é um ensaio multicêntrico fatorial e randomizado que avaliará os efeitos da administração dos fluidos Plasma-Lyte 148 em comparação com solução salina 0,9% como fluido de escolha em pacientes críticos, assim como os efeitos de uma velocidade de infusão lenta (333mL/hora) em comparação com uma velocidade de infusão rápida (999mL/hora) durante desafios com volume, em importantes desfechos do paciente. O tipo de fluido será mantido cego para os investigadores, pacientes e nas análises. Não será possível, entretanto, ocultar dos investigadores a velocidade de infusão, mas os procedimentos de análise serão mantidos cegos quanto a esse aspecto. Resultados: O estudo BaSICS terá como parâmetro primário a mortalidade em 90 dias, que será testada com utilização de modelos de risco proporcional de Cox de efeitos mistos, considerando os centros de estudo como variável randômica (modelos de fragilidade) ajustada por idade, disfunção de órgãos e tipo de admissão. Os parâmetros secundários importantes incluem terapia de substituição renal até 90 dias, insuficiência renal aguda, disfunção de órgãos nos dias 3 e 7 e dias sem ventilação mecânica em 28 dias. Conclusão: Este artigo fornece detalhes referentes à primeira versão do plano de análise estatística para o estudo BaSICS e orientará a análise do estudo após a conclusão do seguimento.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To report the statistical analysis plan (first version) for the Balanced Solutions versus Saline in Intensive Care Study (BaSICS). Methods: BaSICS is a multicenter factorial randomized controlled trial that will assess the effects of Plasma-Lyte 148 versus 0.9% saline as the fluid of choice in critically ill patients, as well as the effects of a slow (333mL/h) versus rapid (999mL/h) infusion speed during fluid challenges, on important patient outcomes. The fluid type will be blinded for investigators, patients and the analyses. No blinding will be possible for the infusion speed for the investigators, but all analyses will be kept blinded during the analysis procedure. Results: BaSICS will have 90-day mortality as its primary endpoint, which will be tested using mixed-effects Cox proportional hazard models, considering sites as a random variable (frailty models) adjusted for age, organ dysfunction and admission type. Important secondary endpoints include renal replacement therapy up to 90 days, acute renal failure, organ dysfunction at days 3 and 7, and mechanical ventilation-free days within 28 days. Conclusion: This manuscript provides details on the first version of the statistical analysis plan for the BaSICS trial and will guide the study’s analysis when follow-up is finished.
  • Valor del indice urea/creatinina en orina aislada para estimar el hipercatabolismo proteico grave en pacientes ventilados Artigo Original

    Moretti, Dino; Ré, Melisa D.; Rocchetti, Nicolás Sebastián; Bagilet, Daniel H.; Settecase, Claudio Jesús; Buncuga, Martin G.; Quaglino, Marta B.

    Resumo em Espanhol:

    RESUMEN Objetivo: Estudiar la capacidad discriminativa de hipercatabolismo proteico grave del índice urea/creatinina en orina aislada en pacientes críticos ventilados. Metodos: Estudio prospectivo, observacional. Incluyó 52 pacientes sin insuficiencia renal. Variables: nitrógeno urinario total estimado a partir de la urea en orina de 24 horas al segundo (T1) y cuarto día (T2) e índice urea/creatinina en orina aislada previo a la recolección de orina de 24 horas. Resultados: Presentaron hipercatabolismo proteico grave (nitrógeno urinario total estimado > 15g) 14 pacientes (26,9%) en T1 y 29 (55,7%) en T2. El 84% de los pacientes presentaron bajo riesgo nutricional por la escala Nutrition Risk in the Critically Ill. En el segundo día, la correlación de Pearson del nitrógeno urinario total estimado con el índice urea/creatinina fue: 0,272 (p = 0,051) y en el cuarto día: 0,276 (p = 0,048). El índice urea/creatinina al cuarto día, tuvo una tendencia a mayor discriminación del hipercatabolismo proteico grave que el Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II y Nutrition Risk in the Critically Ill (AUC 0,741 versus 0,669 y 0,656, IC95%: 0,602 - 0,880; 0,519 - 0,818 y 0,506 - 0,806 respectivamente). El valor de corte optimo del índice urea/creatinina para diagnóstico de hipercatabolismo proteico grave fue de 16,15 con una sensibilidad de 79,31% (IC95%: 59,74 - 91,29), especificidad de 60,87% (IC95%: 38,78 - 79,53), valor predictivo positivo 71,88% (IC95%: 53,02 - 85,60), valor predictivo negativo 70,0% (IC95%: 45,67 - 87,18), LR (+) 2,03 (IC95%: 1,18 - 3,49) y LR (-) 0,34 (IC95%: 0,16 - 0,74). Conclusión: El índice urea/creatinina realizado al cuarto día tiene un discreto valor para estimar el hipercatabolismo proteico grave por nitrógeno urinario total y no reemplaza al mismo en pacientes críticos ventilados sin falla renal. Por su razonable sensibilidad podría ser utilizado como cribado para identificar a quien tomar la muestra de orina de 24 horas.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To study the ability of the urea/creatinine index to identify severe protein catabolism from the isolated urine of critically ventilated patients. Methods: This was a prospective, observational study. It included 52 patients without kidney failure. Variables: total urinary nitrogen estimated from the urea in 24-hour urine on the second (T1) and fourth days (T2) and urea/creatinine index in isolated urine before 24-hour urine collection. Results: Severe protein hypercatabolism (estimated total urinary nitrogen > 15g) was present in 14 patients (26.9%) at T1 and in 29 (55.7%) at T2. Eighty-four percent of patients had low nutritional risk by the Nutrition Risk in the Critically Ill score. At T1, the Pearson correlation between the estimated total urinary nitrogen and the urea/creatinine index was 0.272 (p = 0.051), and at T2 it was 0.276 (p = 0.048). The urea/creatinine index at T2 had a tendency to better discriminate severe protein hypercatabolism than Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II and Nutrition Risk in the Critically Ill (AUC 0.741 versus 0.669 and 0.656, 95%CI: 0.602 - 0.880; 0.519 - 0.818 and 0.506 - 0.806, respectively). The optimal cutoff value of the urea/creatinine index for the diagnosis of severe protein hypercatabolism was 16.15, with a sensitivity of 79.31% (95%CI: 59.74 - 91.29), specificity of 60.87% (95%CI: 38.78 - 79.53), positive predictive value 71.88% (95%CI: 53.02 - 85.60), negative predictive value 70.0% (95%CI: 45.67 - 87.18), LR (+) 2.03 (95%CI: 1.18 - 3.49), and LR (-) 0.34 (95%CI: 0.16 - 0.74). Conclusion: The urea/creatinine index measured on the fourth day has a certain ability to estimate severe protein hypercatabolism (as defined by estimated total urinary nitrogen) but does not replace total urinary nitrogen in critically ventilated patients without kidney failure. Due to its reasonable sensitivity, it could be used as a screen to identify which patients to take a 24-hour urine sample from.
  • Incidencia del síndrome de baja triiodotironina en pacientes con shock séptico Artigo Original

    Cornu, Matias German; Martinuzzi, Andrés Luciano Nicolas; Roel, Pedro; Sanhueza, Laura; Sepúlveda, Mariana Elisabeth; Orozco, Martin Sergio; Sánchez, Carlos Arturo; Gulino, Melina

    Resumo em Espanhol:

    RESUMEN Objetivo: Se ha visto asociación entre los bajos niveles de hormonas tiroideas y malos resultados clínicos. Esta situación metabólica designada bajo el término de enfermedad eutiroidea, ha sido interpretada como un estado de adaptación a diferentes procesos patológicos, caracterizada por la disminución plasmática de triiodotironina T3. El presente estudio busca determinar la incidencia de este trastorno en los pacientes con shock séptico y su relación con otros índices de gravedad, y resultados clínicos. Métodos: Estudio de corte prospectivo analítico, evaluó a los pacientes que ingresaron con shock séptico a la unidad de terapia intensiva, durante el periodo abril 2018 - julio 2019. Se registraron variables asociadas al shock séptico, y el perfil tiroideo al momento del diagnóstico de shock séptico, a los 7, 14 y 21 días. Resultados: Se analizaron 27 pacientes que cumplieron con los criterios de inclusión. La incidencia de alteración del eje tiroideo fue del 96,3%s, con una mortalidad a los 28 días de 36,7%. Los pacientes sin alteración hormonal no presentaron desenlaces negativos. Entre los que presentaron baja triiodotironina, 42,3% recupero la función tiroidea dentro de los 28 días, con mortalidad del 0%. No recuperaron función tiroidea (57,7%), con una mortalidad del 66,7%. Comparativamente se observó que aquellos que presentaron alteración del eje y no normalizaron la función, requirieron más dosis de vasoactivos, y deterioro del clearence de lactato. Conclusión: Los pacientes con shock séptico presentan una alta incidencia de alteración del eje tiroideo y esta disfunción se asoció a mayor mortalidad.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: Low levels of thyroid hormones have been associated with poor clinical outcomes. This metabolic situation, designated euthyroid sick syndrome, has been interpreted as a state of adaptation to different pathological processes, characterized by the decrease in plasma triiodothyronine. The present study seeks to determine the incidence of this disorder in patients with septic shock and its relationship with other severity indices and clinical outcomes. Methods: This prospective analytical study evaluated patients admitted to the intensive care unit with septic shock between April 2018 and July 2019. Variables associated with septic shock and thyroid profile were recorded at the time of the septic shock diagnosis and 7, 14, and 21 days later. Results: A total of 27 patients who met the inclusion criteria were analyzed. The incidence of an altered thyroid axis was 96.3%, with a mortality at 28 days of 36.7%. Patients without hormonal alteration did not present negative outcomes. Among those with low triiodothyronine, 42.3% recovered their thyroid function within 28 days, in whom mortality was 0%; 57.7% did not recover their thyroid function, in whom mortality was 66.7%. Those whose thyroid axis was altered and who did not normalize its function required more doses of vasoactives and had deteriorated lactate clearance. Conclusion: Patients with septic shock have a high incidence of alteration of the thyroid axis, and this dysfunction is associated with higher mortality.
  • Comparação do desempenho do SAPS 3 em pacientes com e sem tumor sólido admitidos a uma unidade de terapia intensiva no Brasil: um estudo de coorte retrospectiva Artigo Original

    Taniguchi, Leandro Utino; Siqueira, Ellen Maria Pires

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Comparar o desempenho do Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3) em pacientes com e sem tumor sólido admitidos à unidade de terapia intensiva de um hospital oncológico. Métodos: Realizamos a análise de uma coorte retrospectiva em nossa base de dados administrativa da primeira admissão de pacientes adultos à unidade de terapia intensiva entre 2012 e 2016. Os pacientes foram classificados segundo a presença de tumor sólido. Avaliamos a discriminação utilizando a área sob a curva Características de Operação do Receptor (ASC COR) e a calibração com uso da abordagem com faixa de calibração. Resultados: Incluímos 7.254 pacientes (41,5% tinham câncer e 12,1% morreram durante a hospitalização). Os pacientes oncológicos tiveram maior mortalidade hospitalar do que os não oncológicos (respectivamente, 14,1% e 10,6%; p < 0,001). A discriminação do SAPS 3 foi melhor para os pacientes oncológicos (ASC COR = 0,85) do que para os não oncológicos (ASC COR = 0,79) (p < 0,001). Após aplicar a abordagem com faixa de calibração para pacientes oncológicos, o SAPS 3 atingiu as taxas médias observadas com intervalo de confiança de 95%. Em pacientes não oncológicos, o SAPS 3 superestimou a mortalidade nos pacientes com risco baixo a moderado. A calibração foi afetada pelo tempo apenas nos casos de pacientes não oncológicos. Conclusão: O SAPS 3 teve desempenho distinto para pacientes oncológicos e não oncológicos em nossa coorte de um único centro, observando-se variação (principalmente da calibração) ao longo do tempo. Esses achados devem ser levados em consideração ao avaliar o desempenho de escore de doença grave.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To compare the performance of the Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3) in patients with and without solid cancer who were admitted to the intensive care unit of a comprehensive oncological hospital in Brazil. Methods: We performed a retrospective cohort analysis of our administrative database of the first admission of adult patients to the intensive care unit from 2012 to 2016. The patients were categorized according to the presence of solid cancer. We evaluated discrimination using the area under the Receiver Operating Characteristic curve (AUROC) and calibration using the calibration belt approach. Results: We included 7,254 patients (41.5% had cancer, and 12.1% died during hospitalization). Oncological patients had higher hospital mortality than nononcological patients (14.1% versus 10.6%, respectively; p < 0.001). SAPS 3 discrimination was better for oncological patients (AUROC = 0.85) than for nononcological patients (AUROC = 0.79) (p < 0.001). After we applied the calibration belt in oncological patients, the SAPS 3 matched the average observed rates with a confidence level of 95%. In nononcological patients, the SAPS 3 overestimated mortality in those with a low-middle risk. Calibration was affected by the time period only for nononcological patients. Conclusion: SAPS 3 performed differently between oncological and nononcological patients in our single-center cohort, and variation over time (mainly calibration) was observed. This finding should be taken into account when evaluating severity-of-illness score performance.
  • Retirada da ventilação mecânica como procedimento paliativo em uma unidade de terapia intensiva brasileira Artigo Original

    Lacerda, Fábio Holanda; Checoli, Pedro Garcia; Silva, Carla Marchini Dias da; Brandão, Carlos Eduardo; Forte, Daniel Neves; Besen, Bruno Adler Maccagnan Pinheiro

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Descrever as características e os desfechos de pacientes submetidos à retirada da ventilação mecânica e comparar a pacientes com ventilação mecânica e limitações de terapias de suporte à vida (limitar ou retirar), porém sem remoção da ventilação mecânica. Métodos: Este foi um estudo de coorte retrospectiva realizado entre janeiro de 2014 e dezembro de 2018 com pacientes em ventilação mecânica com alguma limitação de suporte artificial de vida admitidos a uma única unidade de terapia intensiva. Foram comparados os pacientes submetidos à retirada da ventilação mecânica e os que não passaram por esse procedimento com relação à mortalidade na unidade de terapia intensiva e ao tempo de permanência no hospital, em uma análise não ajustada e em uma amostra pareada por escore de propensão. Analisou-se também o tempo desde a retirada da ventilação mecânica até o óbito. Resultados: Dentre 282 pacientes com limitações a terapias de suporte à vida, 31 (11%) foram submetidos à retirada da ventilação mecânica. Não houve diferenças iniciais entre os grupos. As taxas de mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital foram, respectivamente, de 71% versus 57% e 93% versus 80%, entre os pacientes submetidos à retirada da ventilação mecânica e os que não o foram. O tempo mediano de permanência na unidade de terapia intensiva foi de 7 versus 8 dias (p = 0,6), e o tempo de permanência no hospital foi de 9 versus 15 dias (p = 0,015). A mortalidade hospitalar não foi significantemente diferente (25/31; 81% versus 29/31; 93%; p = 0,26) após o pareamento. O tempo mediano desde a retirada da ventilação mecânica até o óbito foi de 2 dias [0 - 5] e 10/31 (32%) dos pacientes morreram dentro de 24 horas após a retirada dessa ventilação. Conclusão: Neste relato brasileiro, a retirada da ventilação mecânica representou 11% de todos os pacientes com limitação do tratamento e não se associou com aumento da mortalidade hospitalar após pareamento por escore de propensão das covariáveis relevantes.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To describe the characteristics and outcomes of patients undergoing mechanical ventilation withdrawal and to compare them to mechanically ventilated patients with limitations (withhold or withdrawal) of life-sustaining therapies but who did not undergo mechanical ventilation withdrawal. Methods: This was a retrospective cohort study from January 2014 to December 2018 of mechanically ventilated patients with any organ support limitation admitted to a single intensive care unit. We compared patients who underwent mechanical ventilation withdrawal and those who did not regarding intensive care unit and hospital mortality and length of stay in both an unadjusted analysis and a propensity score matched subsample. We also analyzed the time from mechanical ventilation withdrawal to death. Results: Out of 282 patients with life-sustaining therapy limitations, 31 (11%) underwent mechanical ventilation withdrawal. There was no baseline difference between groups. Intensive care unit and hospital mortality rates were 71% versus 57% and 93% versus 80%, respectively, among patients who underwent mechanical ventilation withdrawal and those who did not. The median intensive care unit length of stay was 7 versus 8 days (p = 0.6), and the hospital length of stay was 9 versus 15 days (p = 0.015). Hospital mortality was not significantly different (25/31; 81% versus 29/31; 93%; p = 0.26) after matching. The median time from mechanical ventilation withdrawal until death was 2 days [0 - 5], and 10/31 (32%) patients died within 24 hours after mechanical ventilation withdrawal. Conclusion: In this Brazilian report, mechanical ventilation withdrawal represented 11% of all patients with treatment limitations and was not associated with increased hospital mortality after propensity score matching on relevant covariates.
  • Viabilidade e validade do índice bispectral para mensurar o sono de pacientes na unidade de terapia intensiva Artigo Original

    Pedrão, Rodolfo Augusto Alves; Riella, Rodrigo Jardim; Richards, Kathy; Valderramas, Silvia Regina

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Investigar a viabilidade do índice bispectral na avaliação do sono de pacientes criticamente enfermos lúcidos e a associação entre os parâmetros do sono aferidos por esse índice, pelo Questionário de Sono de Richards-Campbell e pelo ruído ambiental. Métodos: Estudo observacional transversal que avaliou indivíduos adultos criticamente enfermos com doenças de gravidades baixa ou moderada. Foram aferidos: volume e tempo total de sono, volume e tempo de sono profundo, volume e tempo de sono contínuo, latência para o início do sono e pressão sonora ambiental. A percepção subjetiva do sono foi registrada com o Questionário de Sono de Richards-Campbell nas manhãs subsequentes às noites de observação. Resultados: Os pacientes apresentaram tempo total de sono reduzido (234 minutos), predominância dos estágios superficiais e pouco sono profundo (1,7 minutos). Os volumes de sono total, profundo e contínuo foram 3.679, 9,4 e 3.143 índice bispectral versus minutos, respectivamente. A latência para o sono foi de 94 minutos. O escore médio do Questionário de Sono de Richards-Campbell foi 57,9. Foram observadas correlações de magnitudes fracas entre volume total, tempo total, volume contínuo e os domínios do Questionário de Sono de Richards-Campbell profundidade do sono, qualidade geral de sono e escore total; e correlações de magnitudes moderadas entre volume total, tempo total, volume contínuo e o domínio ocorrência de despertares. Conclusão: O índice bispectral é um instrumento com viabilidade limitada para monitorar o sono de pacientes lúcidos e com enfermidades de gravidades baixa e moderada na unidade de terapia intensiva, e pacientes que apresentaram maior volume, tempo total e volume de sono contínuo tiveram melhor percepção global do sono.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To investigate the viability of the bispectral index in the sleep evaluation of critically ill patients and to quantify the associations of sleep parameters measured by this index with the Richards-Campbell Sleep Questionnaire and environmental noise. Methods: This was a cross-sectional observational study that evaluated critically ill adults with diseases of low or moderate severity. The following were measured: total sleep volume and time, deep sleep volume and time, continuous sleep volume and time, sleep onset latency, and environmental sound pressure level. The subjective perception of sleep was evaluated with the Richards-Campbell Sleep Questionnaire the morning after each night of observation. Results: Patients had a low total sleep time (234 minutes), a predominance of superficial sleep stages, and little deep sleep (1.7 minutes). The total, deep, and continuous sleep volumes were 3,679, 9.4, and 3,143 (bispectral index units × minutes), respectively. The sleep latency was 94 minutes. The mean score of the Richards-Campbell Sleep Questionnaire was 57.9. Total sleep volume, total sleep time, and continuous sleep volume were weakly correlated with the Richards-Campbell Sleep Questionnaire depth of sleep domain score, overall sleep quality domain score, and total score. Total volume, total time, and continuous volume were moderately correlated with the occurrence of awakenings domain score. Conclusion: The bispectral index is an instrument with limited viability to monitor the sleep of lucid patients and patients with low to moderate disease severity in the intensive care unit. Patients with higher total sleep volume, total sleep time, and continuous sleep volume had better overall sleep perception.
  • Desfechos após inserção de balão intra-aórtico em pacientes de cirurgia cardíaca Artigo Original

    Samanidis, George; Georgiopoulos, Georgios; Bousounis, Stefanos; Zoumpourlis, Panagiotis; Perreas, Konstantinos

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar se o momento de inserção de um balão intra-aórtico pré-operatório em comparação com o intraoperatório se associa com menor mortalidade em 30 dias ou diminuição do tempo de permanência no hospital entre pacientes que passaram por inserção de um balão intra-aórtico para cirurgia cardíaca. Métodos: Este foi um estudo observacional de pacientes submetidos à inserção de um balão intra-aórtico no período pré-operatório ou intraoperatório de cirurgia cardíaca em nosso departamento entre 2000 e 2012. Avaliamos a associação entre a inserção pré-operatória em comparação com a intraoperatória de um balão intra-aórtico e a mortalidade em 30 dias em uma análise de regressão logística multivariada, incluindo a classificação pré-operatória segundo a New York Heart Association, a presença de fibrilação atrial pós-operatória, a reoperação, a creatinina pós-operatória e a cirurgia de revascularização do miocárdio isolada como cofatores. Utilizamos um modelo linear multivariado para avaliar se a inserção pré-operatória do balão intra-aórtico, em comparação com a intraoperatória, associou-se com o tempo de permanência no hospital após a cirurgia, com ajuste para reoperação, cirurgia de revascularização do miocárdio isolada, cirurgia valvar, sexo, idade, tempo de bypass cardiopulmonar, tempo de oclusão aórtica, condição pré-operatória do paciente (cirurgia eletiva, de urgência ou emergência) e infarto do miocárdio pré-operatório. Resultados: Foram submetidos à cirurgia cardíaca aberta em nosso departamento 7.540 pacientes consecutivos, tendo sido inserido um balão intra-aórtico em momento pré-operatório ou intraoperatório em 322 (4,2%) pacientes. A média de idade foi 67 ± 10,2 anos, e a mortalidade em 30 dias foi de 12,7%. O tempo mediano de permanência no hospital foi de 9 dias (7 - 13). A inserção pré-operatória de balão intra-aórtico, em comparação com a intraoperatória, não afetou a incidência de mortalidade em 30 dias (RC ajustada = 0,69; IC95% 0,15 - 3,12; p = 0,63) e nem o tempo de permanência no hospital após a cirurgia (β = 5,3; IC95% 1,6 - 12,8; p = 0,13). Conclusão: Em comparação com a inserção intraoperatória, a inserção pré-operatória de um balão intra-aórtico não se associou com menor mortalidade em 30 dias nem reduziu o tempo de permanência no hospital.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To assess whether preoperative versus intraoperative insertion of an intra-aortic balloon pump is associated with lower 30-day mortality or reduced length of hospital stay among patients who had an intra-aortic balloon pump inserted for cardiac surgery. Methods: This was an observational study of patients who had an intra-aortic balloon pump inserted in the preoperative or intraoperative period of cardiac surgery in our department between 2000 and 2012. We assessed the association between preoperative versus intraoperative insertion of an intra-aortic balloon pump and 30-day mortality in a multivariable logistic regression analysis, including preoperative New York Heart Association class, postoperative atrial fibrillation, reoperation, postoperative creatinine and isolated coronary bypass grafting as cofactors. We used a multivariate linear model to assess whether a preoperative versus intraoperative intra-aortic balloon pump was associated with length of postoperative hospital stay, adjusting for reoperation, isolated coronary bypass grafting, heart valve surgery, sex, age, cardiopulmonary bypass time, aortic cross-clamp time, preoperative patients’ status (elective, urgency or emergency surgery) and preoperative myocardial infarction. Results: Overall, 7,540 consecutive patients underwent open heart surgery in our department, and an intra-aortic balloon pump was inserted pre- or intraoperatively in 322 (4.2%) patients. The mean age was 67 ± 10.2 years old, the 30-day mortality was 12.7%, and the median length of hospital stay was 9 days (7 - 13). Preoperative versus intraoperative intra-aortic balloon pump insertion did not affect the incidence of 30-day mortality (adjusted OR = 0.69; 95% CI, 0.15 - 3.12; p = 0.63) and length of postoperative hospital stay (β = 5.3; 95%CI, -1.6 to 12.8; p = 0.13). Conclusion: Preoperative insertion of an intra-aortic balloon pump was not associated with a lower 30-day mortality or reduced length of postoperative hospital stay compared to intraoperative insertion.
  • Evolución clínica de niños con shock séptico refractario a fluidos tratados con dopamina o adrenalina. Estudio retrospectivo en un servicio de emergencias pediátrico de Argentina Artigo Original

    Kohn-Loncarica, Guillermo; Fustiñana, Ana; Santos, César; Lantelli, Guadalupe Paniagua; Rowensztein, Hernan; González-Dambrauskas, Sebastián

    Resumo em Espanhol:

    RESUMEN Objetivo: Analizar la evolución clínica de niños con shock séptico refractario a volumen tratados inicialmente con dopamina o adrenalina. Métodos: Estudio de cohorte retrospectivo con ámbito en un servicio de urgencias pediátrico de un hospital de tercer nivel. Población: niños ingresados con shock séptico refractario a volumen. Se comparó la evolución clínica entre 2 grupos: Grupo Dopamina y Grupo Adrenalina. Las variables de interés fueron: uso de ventilación mecánica invasiva, días de inotrópicos, estancia hospitalaria, estancia en cuidados intensivos y mortalidad. Para variables numéricas y categóricas utilizamos medidas de tendencia central y para comparación las pruebas de U Mann Whitney y χ2 test. Resultados: Incluimos 118 pacientes. El 58,5% recibió dopamina y 41,5% adrenalina. El uso de ventilación mecánica invasiva fue 38,8% para adrenalina versus 40,6% para dopamina (p = 0,84) con una mediana de 4 días para adrenalina y 5,5 para dopamina (p = 0,104). La mediana para días de inotrópicos fue de 2 días para ambos grupos (p = 0,714). La mediana de estancia hospitalaria fue de 11 para adrenalina y 13 para dopamina (p = 0,554) y de estancia en cuidados intensivos se registró una mediana de 4 días (0 - 81 días) siendo igual en ambos grupos (p = 0,748). La mortalidad fue de 5% para el Grupo Adrenalina versus 9% para el Grupo Dopamina (p = 0,64). Conclusiones: En nuestro centro, no observamos diferencias en uso de ventilación mecánica invasiva y tiempo de inotrópicos, estancia hospitalaria y cuidados intensivos y mortalidad entre niños ingresados al servicio de urgencias pediátrico con diagnóstico de shock séptico refractario a volumen tratados inicialmente con dopamina o adrenalina.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To analyze the clinical outcome of children with fluid-refractory septic shock initially treated with dopamine or epinephrine. Methods: A retrospective cohort study was conducted at a pediatric emergency department of a tertiary hospital. Population: children admitted because of fluid-refractory septic shock. Clinical outcome was compared between two groups: Dopamine and Epinephrine. Variables evaluated were use of invasive mechanical ventilation, days of inotropic therapy, length of hospital stay, intensive care stay, and mortality. For numerical and categorical variables, we used measures of central tendency. They were compared by the Mann-Whitney U-test and the (2 test. Results: We included 118 patients. A total of 58.5% received dopamine and 41.5% received epinephrine. The rate of invasive mechanical ventilation was 38.8% for epinephrine versus 40.6% for dopamine (p = 0.84), with a median of 4 days for the Epinephrine Group and 5.5 for the Dopamine Group (p = 0.104). Median time of inotropic therapy was 2 days for both groups (p = 0.714). Median hospital stay was 11 and 13 days for the Epinephrine and Dopamine groups, respectively (p = 0.554), and median stay in intensive care was 4 days (0 - 81 days) in both groups (p = 0.748). Mortality was 5% for the Epinephrine Group versus 9% for the Dopamine Group (p = 0.64). Conclusions: At our center, no differences in use of invasive mechanical ventilation, time of inotropic therapy, length of hospital stay, length of intensive care unit stay, or mortality were observed in children admitted to the pediatric emergency department with a diagnosis of fluid-refractory septic shock initially treated with dopamine versus epinephrine.
  • Impacto do uso de drogas nefrotóxicas em pacientes pediátricos graves Artigo Original

    Almeida, Jáder Pereira; João, Paulo Ramos David; Sylvestre, Lucimary de Castro

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar a associação entre uso de drogas nefrotóxicas e lesão renal aguda em pacientes pediátricos graves. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo envolvendo todas as crianças internadas na unidade de terapia intensiva de um hospital pediátrico durante o período de 1 ano. A lesão renal aguda foi definida pela classificação KDIGO. Foram incluídos pacientes com tempo de internação maior que 48 horas e idade entre 1 mês e 14 anos. Foram excluídos aqueles com nefropatia aguda ou crônica, uropatia, cardiopatia congênita ou adquirida, uso crônico de drogas nefrotóxicas, rabdomiólise e síndrome de lise tumoral. Os pacientes foram classificados quanto ao uso de drogas nefrotóxicas durante internação na unidade de terapia intensiva pediátrica. Resultados: A amostra foi composta por 226 crianças, sendo que 37,1% fizeram uso de drogas nefrotóxicas, 42,4% desenvolveram lesão renal aguda e 7,5% morreram. As medicações que, isoladamente, apresentaram associação com lesão renal aguda foram aciclovir (p < 0,001), vancomicina (p < 0,001), furosemida (p < 0,001) e ganciclovir (p = 0,008). O uso concomitante de duas ou mais drogas nefrotóxicas foi caracterizado como marcador independente de disfunção renal (p < 0,001). Após alta da unidade de terapia intensiva pediátrica, o acompanhamento da função renal na enfermaria foi inadequado em 19,8% dos casos. Conclusão: É necessário que o médico intensivista tenha conhecimento das principais drogas nefrotóxicas, de modo a prever, reduzir ou evitar danos a seus pacientes.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To evaluate the association between the use of nephrotoxic drugs and acute kidney injury in critically ill pediatric patients. Methods: This was a retrospective cohort study involving all children admitted to the intensive care unit of a pediatric hospital during a 1-year period. Acute kidney injury was defined according to the KDIGO classification. Patients with a length of hospital stay longer than 48 hours and an age between 1 month and 14 years were included. Patients with acute or chronic nephropathy, uropathy, congenital or acquired heart disease, chronic use of nephrotoxic drugs, rhabdomyolysis and tumor lysis syndrome were excluded. Patients were classified according to the use of nephrotoxic drugs during their stay at the pediatric intensive care unit. Results: The sample consisted of 226 children, of whom 37.1% used nephrotoxic drugs, 42.4% developed acute kidney injury, and 7.5% died. The following drugs, when used alone, were associated with acute kidney injury: acyclovir (p < 0.001), vancomycin (p < 0.001), furosemide (p < 0.001) and ganciclovir (p = 0.008). The concomitant use of two or more nephrotoxic drugs was characterized as an independent marker of renal dysfunction (p < 0.001). After discharge from the pediatric intensive care unit, renal function monitoring in the ward was inadequate in 19.8% of cases. Conclusion: It is necessary for intensivist physicians to have knowledge of the main nephrotoxic drugs to predict, reduce or avoid damage to their patients.
  • Pacientes oligúricos hemodinamicamente estáveis geralmente não respondem ao desafio hídrico Artigo Original

    Felice, Vinicius Brenner; Lisboa, Thiago Costa; Souza, Lucas Vieira de; Sell, Luana Canevese; Friedman, Gilberto

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar a responsividade renal após desafio hídrico em pacientes oligúricos na unidade de terapia intensiva. Método: Conduzimos um estudo observacional prospectivo em uma unidade de terapia intensiva universitária. Pacientes com débito urinário inferior a 0,5mL/kg/hora por 3 horas, com pressão arterial média acima de 60mmHg receberam um desafio hídrico. Examinamos a responsividade renal aos fluidos (definida como débito urinário acima de 0,5mL/kg/hora por 3 horas) após o desafio hídrico. Resultados: Avaliaram-se 42 pacientes (idade 67 ± 13 anos; APACHE II 16 ± 6). As características dos pacientes foram similares entre os respondedores e os não respondedores renais. Treze pacientes (31%) foram respondedores renais. Antes do desafio hídrico, os parâmetros hemodinâmicos e de perfusão não foram diferentes entre os pacientes que apresentaram aumento do débito urinário e os que não apresentaram. Calcularam-se as áreas sob a curva receiver operating characteristic para os níveis pré-desafio hídrico de pressão arterial média, frequência cardíaca, creatinina, ureia, depuração de creatinina, proporção ureia/creatinina e lactato. Nenhum desses parâmetros foi sensível ou suficientemente específico para predizer a reversão da oligúria. Conclusão: Após obtenção de estabilidade hemodinâmica, os pacientes oligúricos não alcançaram aumento do débito urinário em resposta ao desafio hídrico. Os parâmetros de hemodinâmica sistêmica, perfusão ou renais foram preditores fracos de responsividade urinária. Nossos resultados sugerem que a reposição de volume com objetivo de corrigir oligúria em pacientes sem hipovolemia óbvia deve ser realizada com cautela.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To evaluate renal responsiveness in oliguric critically ill patients after a fluid challenge. Methods: We conducted a prospective observational study in one university intensive care unit. Patients with urine output < 0.5mL/kg/h for 3 hours with a mean arterial pressure > 60mmHg received a fluid challenge. We examined renal fluid responsiveness (defined as urine output > 0.5mL/kg/h for 3 hours) after fluid challenge. Results: Forty-two patients (age 67 ± 13 years; APACHE II score 16 ± 6) were evaluated. Patient characteristics were similar between renal responders and renal nonresponders. Thirteen patients (31%) were renal responders. Hemodynamic or perfusion parameters were not different between those who did and those who did not increase urine output before the fluid challenge. The areas under the receiver operating characteristic curves were calculated for mean arterial pressure, heart rate, creatinine, urea, creatinine clearance, urea/creatinine ratio and lactate before the fluid challenge. None of these parameters were sensitive or specific enough to predict reversal of oliguria. Conclusion: After achieving hemodynamic stability, oliguric patients did not increase urine output after a fluid challenge. Systemic hemodynamic, perfusion or renal parameters were weak predictors of urine responsiveness. Our results suggest that volume replacement to correct oliguria in patients without obvious hypovolemia should be done with caution.
  • Impacto de la implementación de medidas de cuidados respiratorios y optimización de la ventilación mecánica en potenciales donantes de pulmón Artigo Original

    Bezzi, Marco Guillermo; Brovia, Carla Candela; Carballo, Juan Manuel; Elías, Maia Inés; Moreno, Agustina Belén; Ruiz, Vanesa Romina; Cordiviola, Fernanda; Barbieri, David; Fariña, Adriana; Borello, Silvina

    Resumo em Espanhol:

    RESUMEN Objetivo: Describir los resultados de la implementación de un protocolo de cuidados respiratorios y de ventilación mecánica en el potencial donante de pulmón, que cumplen las condiciones para ser procurados. El objetivo secundario es comparar los resultados con datos históricos. Métodos: Estudio retrospectivo y observacional. Incluye potenciales donantes aptos para procuración de órganos con muerte encefálica internados en las áreas críticas de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires, desde abril de 2017 hasta marzo de 2018. Variables principales: número de potencial donante de pulmón que alcanzan el objetivo de procuración, tasa de pulmones procurados y tasa de pulmones implantados. Se consideraron valores significativos p < 0,05. Resultados: Se incluyeron 30 potenciales donantes de pulmón, 23 (88.5%; IC95% 69,8 - 97,6) cumplieron el objetivo de oxigenación. Veinte potenciales donantes de pulmón donaron órganos y de ellos, ocho donaron pulmones, con los cuales se realizaron 4 trasplantes bipulmonares y 8 unipulmonares. Los pulmones procurados e implantados en el periodo pre-protocolo fueron 7, mientras que durante el protocolo fueron 12 (valor p = 0,38). La tasa de implantación fue 58,3% (7/12) en el control histórico y 100% (12/12) (valor p = 0,04) en el periodo de estudio. Conclusión: El protocolo permitió alcanzar el objetivo de oxigenación en la mayoría de los potenciales donantes de pulmón y una mejoría estadísticamente significativa en la tasa de implantación.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To describe the results from the implementation of a respiratory care and mechanical ventilation protocol on potential lung donors who met the conditions for procurement. The secondary objective is to compare the results with historical data. Methods: This was a retrospective, observational study. It included potential donors suitable for procurement of organs who had brain death and were hospitalized in critical care units of the Autonomous City of Buenos Aires from April 2017 to March 2018. Main variables: number of potential lung donors that reached the objective of procurement, rate of lungs procured, and rate of implanted lungs. Values of p < 0.05 were considered significant. Results: Thirty potential lung donors were included, and 23 (88.5%; 95%CI 69.8 - 97.6) met the oxygenation objective. Twenty potential lung donors donated organs, of whom eight donated lungs, with which four double lung transplants and eight single lung transplants were performed. Seven of 12 lungs were procured and implanted in the preprotocol period, while all 12 were under the protocol (p = 0.38). The implantation rate was 58.3% (7/12) in the historical control period and 100% (12/12) (p = 0.04) in the study period.
  • Pediatric Index of Mortality 2 e 3 são preditores de mortalidade iguais? Estudo de concordância com base em unidade de terapia intensiva Artigo Original

    Patino-Hernandez, Daniela; López, Alba Deyanira Quiñonez; Zuluaga, César Augusto; García, Ángel Alberto; Muñoz-Velandia, Oscar Mauricio

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Determinar a concordância da classificação do risco de mortalidade por meio do uso dos escores Pediatric Index of Mortality (PIM) 2 e 3. Métodos: Avaliação de uma coorte retrospectiva pela análise dos pacientes admitidos à unidade de terapia intensiva pediátrica entre abril de 2016 e dezembro de 2018. Calculamos o risco de mortalidade por meio do PIM 2 e do 3. Realizaram-se análises para determinar a concordância entre a classificação de risco obtida com ambas as escalas pela utilização do cálculo do Kappa não ponderado e linearmente ponderado. Resultados: Incluímos 722 pacientes, sendo que 66,6% destes tinham uma condição crônica. A mortalidade global foi de 3,7%. O coeficiente Kappa de concordância para classificação dos pacientes, segundo o risco com o PIM 2 e o 3, foi moderado: 0,48 (IC95% 0,43 - 0,53). Após ponderação linear, a concordância foi substancial: 0,64 (IC95% 0,59 - 0,69). Para pacientes de cirurgia cardíaca, a concordância para a classificação de risco foi regular: 0,30 (IC95% 0,21 - 0,39); após ponderação linear, a concordância foi apenas moderada: 0,49 (IC95% 0,39 - 0,59). O PIM 3 acusou um risco mais baixo do que o PIM 2 em 44,8% dos pacientes desse subgrupo. Conclusão: Nosso estudo comprova que o PIM 2 e o 3 não são clinicamente equivalentes e não devem ser usadas de forma intercambiável para avaliação da qualidade em diferentes unidades de terapia intensiva. Devem ser conduzidos estudos de validação antes que se utilizem os PIM 2 e 3 em situações específicas.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To determine the concordance of mortality risk classification through the use of the Pediatric Index of Mortality (PIM) 2 and 3. Methods: Through a retrospective cohort, we evaluated patients admitted to the pediatric intensive care unit between April 2016 and December 2018. We calculated the mortality risk with the PIM 2 and 3. Analyses were carried out to determine the concordance between the risk classification obtained with both scales using unweighted and linearly weighted kappa. Results: A total of 722 subjects were included, and 66.6% had a chronic condition. The overall mortality was 3.7%. The global kappa concordance coefficient for classifying patients according to risk with the PIM 2 and 3 was moderate at 0.48 (95%CI 0.43 - 0.53). After linear weighting, concordance was substantial at 0.64 (95%CI 0.59 - 0.69). For cardiac surgery patients, concordance for risk classification was fair at 0.30 (95%CI 0.21 - 0.39), and after linear weighting, concordance was only moderate at 0.49 (95%CI 0.39 - 0.59). The PIM 3 assigned a lower risk than the PIM 2 in 44.8% of patients in this subgroup. Conclusion: Our study proves that the PIM 2 and 3 are not clinically equivalent and should not be used interchangeably for quality evaluation across pediatric intensive care units. Validation studies must be performed before using the PIM 2 or PIM 3 in specific settings.
  • Estresse oxidativo e diminuição de HSP70 tecidual envolvidos na gênese da sepse: HSP70 como alvo terapêutico Artigo De Revisão

    Sulzbacher, Maicon Machado; Ludwig, Mirna Stela; Heck, Thiago Gomes

    Resumo em Português:

    RESUMO A sepse é uma infecção sistêmica que acarreta disfunção múltipla dos órgãos. A HSP70 é uma proteína responsiva ao estresse celular, assim como o estresse oxidativo. Esta revisão da literatura buscou investigar a HSP70 e o estresse oxidativo quanto à fisiopatologia da sepse e ao papel da HSP70 como possível alvo terapêutico. A HSP70 exerce efeito protetor quando localizada na célula (iHSP70), e sua diminuição, assim como seu aumento no ambiente extracelular (eHSP70) e o estresse oxidativo, é um biomarcador de gravidade na sepse. Além disso, terapias que aumentam a iHSP70 ou o próprio tratamento com HSP70 promovem a melhora na sepse.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Sepsis is a systemic infection that causes multiple organ dysfunction. HSP70 is a protein responsive to cell stress, in particular oxidative stress. Therefore, this literature review sought to investigate the roles of HSP70 and oxidative stress in the pathophysiology of sepsis and the possibility of HSP70 as a therapeutic target. HSP70 exerts a protective effect when located in cells (iHSP70), and its decrease, as well as its increase in the extracellular environment (eHSP70), under oxidative stress is a biomarker of sepsis severity. In addition, therapies that increase iHSP70 and treatment with HSP70 promote sepsis improvement.
  • Eficácia e segurança da milrinona no tratamento do vasoespasmo cerebral após hemorragia subaracnóidea: uma revisão sistemática Artigo De Revisão

    Santos-Teles, Alex Goes; Ramalho, Clara; Ramos, João Gabriel Rosa; Passos, Rogério da Hora; Gobatto, André; Farias, Suzete; Batista, Paulo Benígno Pena; Caldas, Juliana Ribeiro

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Revisar sistematicamente a evidência atual da eficácia de milrinona no tratamento do vasoespasmo cerebral após hemorragia subaracnóidea. Métodos: Triaram-se as bases de dados Pubmed®, Cochrane e Embase quanto a artigos publicados entre abril de 2001 e fevereiro de 2019. Dois revisores independentes realizaram uma triagem metodológica da qualidade e a extração dos dados dos estudos. Resultados: Encontraram-se 22 estudos considerados relevantes, sendo que apenas um deles era um ensaio randomizado controlado. Os estudos demonstraram acentuada heterogeneidade e debilidade de seus critérios metodológicos. A maioria dos pacientes apresentava vasoespasmo moderado a grave. O principal método para diagnóstico do vasoespasmo foi a angiografia. Em três estudos, realizou-se administração de milrinona por via intra-arterial; em nove estudos, a administração foi endovenosa, e, em seis estudos, utilizaram-se ambas as vias de administração. A via intratecal foi utilizada em dois estudos, em um estudo, a administração foi realizada via cisterna e, em um estudo, a via de administração foi a endovascular. Os efeitos colaterais de milrinona foram descritos em seis estudos. Vinte e um estudos indicaram a resolução do vasoespasmo. Conclusão: A evidência atual indica que o uso de milrinona teve um papel no tratamento do vasoespasmo após hemorragia subaracnóidea aneurismática. Contudo, só foi realizado um ensaio randomizado controlado, com baixo nível de qualidade. Nossos achados indicam a necessidade de futuros estudos randomizados controlados com desfechos centrados no paciente, com o fim de proporcionar recomendações definitivas.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To systematically review the current evidence on the efficacy of milrinone in the treatment of cerebral vasospasm after subarachnoid hemorrhage. Methods: The Pubmed®, Cochrane and Embase databases were screened for articles published from April 2001 to February 2019. Two independent reviewers performed the methodological quality screening and data extraction of the studies. Results: Twenty-two studies were found to be relevant, and only one of these was a randomized control trial. Studies showed marked heterogeneity and weaknesses in key methodological criteria. Most patients presented with moderate to severe vasospasm. Angiography was the main method of diagnosing vasospasm. Intra-arterial administration of milrinone was performed in three studies, intravenous administration was performed in nine studies, and both routes of administration in six studies; the intrathecal route was used in two studies, the cisternal route in one study and endovascular administration in one study. The side effects of milrinone were described in six studies. Twenty-one studies indicated resolution of vasospasm. Conclusion: The current evidence indicates that milrinone may have a role in treatment of vasospasm after aneurysmal subarachnoid hemorrhage. However, only one randomized control trial was performed, with a low quality level. Our findings indicate the need for future randomized control trials with patient-centered outcomes to provide definitive recommendations.
  • Hemorragia cerebral durante fase ativa de infecção por SARS-CoV-2 em paciente com angiopatia amiloide: relato de caso Relato De Caso

    Ordinola, Amanda Ayako Minemura; Osmar, Samir Sari; Marussi, Victor Hugo Rocha; Rojas, Salomón Soriano Ordinola; Baeta, Alex Machado; Chaddad Neto, Feres Eduardo; Veiga, Viviane Cordeiro

    Resumo em Português:

    RESUMO As alterações neurológicas associadas à COVID-19 têm sido frequentemente descritas, principalmente nos casos de maior severidade, e estão relacionadas a causas multifatoriais, como a disfunção endotelial, a liberação de mediadores inflamatórios (cytokine storm), a disfunção endotelial e a hipoxemia. Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, 88 anos, com quadro de hemorragia cerebral associada à angiopatia amiloide, no contexto de infecção por SARS-CoV-2.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT The neurological changes associated with COVID-19 have been frequently described, especially in cases of greater severity, and are related to multifactorial causes, such as endothelial dysfunction, inflammatory mediator release (cytokine storm), endothelial dysfunction and hypoxemia. We report the case of a female patient, 88 years old, with cerebral hemorrhage associated with amyloid angiopathy in the context of SARS-CoV-2 infection.
  • Parada cardíaca por origem aórtica anômala de uma artéria coronária: estarão os pacientes mais velhos realmente seguros? Relato De Caso

    Almeida, Inês; Santos, Helder; Miranda, Hugo; Santos, Mariana; Almeida, Samuel; Chin, Joana

    Resumo em Português:

    RESUMO Os autores relatam um raro caso de uso de Suporte Avançado de Vida no contexto de uma parada cardíaca ocorrida em razão de uma origem aórtica anômala da artéria coronária direita em um paciente de 49 anos de idade. O paciente foi admitido com dor torácica e dispneia, evoluindo rapidamente para taquicardia ventricular sem pulso e parada cardiopulmonar. Considerou-se um infarto agudo do miocárdio e, na ausência de um laboratório de hemodinâmica no hospital, realizou-se trombólise. Subsequentemente, uma angiografia coronária revelou ausência de lesões angiográficas nas artérias coronárias e origem anômala da artéria coronária direita do seio de Valsalva oposto. Uma angiografia coronária por tomografia computadorizada confirmou o achado e determinou um trajeto entre a artéria pulmonar e a aorta. O paciente foi submetido à cirurgia cardíaca com realização de ponte de mamária para a artéria coronária direita, sem qualquer novo episódio de arritmia.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT The authors report a rare case of successful Advanced Life Support in the context of cardiac arrest due to the presence of an anomalous aortic origin of the right coronary artery in a 49-year-old patient. The patient was admitted due to chest pain and dyspnea, with rapid evolution of pulseless ventricular tachycardia and cardiopulmonary arrest. Acute myocardial infarction was considered, and in the absence of a hemodynamic laboratory in the hospital, thrombolysis was performed. Subsequently, coronary angiography revealed no angiographic lesions in the coronary arteries and an anomalous right coronary artery originating from the opposite sinus of Valsalva. Coronary computed tomography angiography confirmed this finding and determined the course between the pulmonary artery and the aorta. The patient underwent cardiac surgery with a bypass graft to the right coronary artery, with no recurrent episodes of arrythmia.
  • Para: Complementariedade do escore NUTRIC modificado com ou sem proteína C-reativa e avaliação subjetiva global na predição de mortalidade em pacientes críticos Carta Ao Editor

    Moretti, Dino; Rocchetti, Nicolás Sebastián
  • Resposta para: A adequação do suporte nutricional enteral na unidade de terapia intensiva não afeta o prognóstico em curto e longo prazos dos pacientes mecanicamente ventilados: um estudo piloto Resposta Dos Autores

    Couto, Cecília Flávia Lopes; Dariano, Ângela; Texeira, Cassiano; Silva, Carolina Hauber da; Torbes, Anelise Bertotti; Friedman, Gilberto

    Resumo em Português:

    Ao Editor Nosso estudo “A adequação do suporte nutricional enteral na unidade de terapia intensiva não afeta o prognóstico em curto e longo prazos dos pacientes mecanicamente ventilados: um estudo piloto”(1) foi dimensionado (tamanho amostral) como uma pesquisa para avaliar efeitos em curto prazo e, nesse sentido, não se trata de um estudo piloto. Contudo, não tínhamos informação disponível na literatura e muito menos no cenário brasileiro sobre qual seria o tamanho amostral para um estudo em longo prazo. Assim, ele foi considerado um estudo piloto, o que nos permitiu estimar a magnitude das perdas e dos óbitos e calcular a amostra.(2) A ausência de dados em relação ao que realmente é ofertado é a limitação. Os pacientes foram separados em dois diferentes grupos (≥ 70% versus < 70%) de adequação calórica considerando apenas os registros do que foi prescrito, que constitui informação passível de recuperação em prontuários. No hospital em que foi realizado o estudo, infelizmente, não há registro do que realmente foi ofertado ou, melhor ainda, do que foi entregue. Essa é uma limitação comum nesse tipo de estudo. A progressão da dieta enteral é registrada em prontuário, mas, por vezes, a oferta é menor (por exemplo: pausa para uma tomografia). A falta de avaliação da capacidade funcional do paciente no momento de sua internação na unidade de terapia intensiva (UTI) é uma grande limitação. Ainda assim, é razoável especular que os pacientes que se recuperam ao longo do tempo o façam pela adequação nutricional ou pela tolerância à progressão da dieta - esta última indicando que eles seriam menos graves já na UTI. A inferência é especulativa. O tamanho amostral não permite conclusões definitivas, e o artigo deixa isso claro desde o título. O título (“um estudo piloto”) é uma clara mensagem de que a informação será eventualmente usada no planejamento de um estudo maior. Nós agradecemos as considerações e tomamos todas como pertinentes. Esperamos ter esclarecido o principal.
  • Errata Errata

Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB Rua Arminda, 93 - Vila Olímpia, CEP 04545-100 - São Paulo - SP - Brasil, Tel.: (11) 5089-2642 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbti.artigos@amib.com.br