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Revisão sistemática da produção científica brasileira sobre turismo e tecnologia da informação e comunicação (TIC)

Systematic review of Brazilian scientific production on tourism and information and communication technology (ICT)

Revisión sistemática de la producción científica brasileña en turismo y tecnologías de la información y la comunicación (TIC)

Resumo

O rápido desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação (TICs) foi fundamental para o progresso do turismo, sendo considerado ainda como um dos elementos principais para a competitividade da atividade. O objetivo deste estudo é traçar um panorama atual das publicações de turismo e TICs nas revistas científicas de Turismo brasileiras, a fim de identificar as principais temáticas estudadas e as perspectivas futuras para pesquisas neste campo. Como estratégia metodológica, optou-se pela revisão sistemática da literatura, definindo como fonte de dados periódicos nacionais na área do Turismo. Os 292 artigos que compuseram o universo da pesquisa foram categorizados de acordo com a classificação de Law, Leung e Chan (2019), e analisados por meio da análise de conteúdo apoiada no software Iramuteq. Como resultado pode-se perceber uma evolução crescente nos estudos desta temática, principalmente a partir de 2014. A classificação das análises identificou que 54% concentraram-se na perspectiva dos Fornecedores, enquanto 46% estão sob a ótica dos Consumidores. Este crescimento e qualidade das pesquisas reforçam a relevância da temática nos estudos e refletem a importância que as TICs vêm tomando na prática na atividade turística.

Palavras-chave
Tecnologia da Informação e Comunicação; Turismo; Revisão Sistemática

Abstract

The rapid development of Information Communication Technologies (ICTs) was fundamental for the progress of tourism, and is still considered as one of the main elements for the competitiveness of the activity. The objective of this study is to draw a current overview of tourism publications and ICTs in Brazilian Tourism scientific journals, in order to identify the main themes studied. and future prospects for research in this field. As a methodological strategy, we opted for a systematic literature review, defining as a source of national periodic data in the area of Tourism. The 292 articles that made up the universe were categorized according to the classification of Law, Leung and Chan (2019), and they were analyzed using content analysis supported by the Iramuteq software. As a result, a growing evolution can be seen in studies on ICTs, mainly from 2014 onwards. The classification of the analyzes was based on 54% from the perspective of Suppliers, while 46% were from the perspective of Consumers. This growth and quality of the research reinforce the relevance of the theme in the studies and reflect the importance that ICTs have been taking in practice in the tourist activity.

Keywords
Information and communication technology; Tourism; Systematic review

Resumen

El rápido desarrollo de las tecnologías de la información y comunicación (TIC) fue fundamental para el progreso del turismo, y aún se considera como uno de los principales elementos para la competitividad de la actividad. El objetivo de este estudio es dibujar un panorama actual de las publicaciones de turismo y las TIC en las revistas científicas de turismo brasileñas, con el fin de identificar los principales temas estudiados y perspectivas futuras de investigación en este campo. Como estrategia metodológica se optó por una revisión sistemática de la literatura, definiéndose como fuente de datos periódicos nacionales en el área de Turismo. Los 292 artículos que conformaron el universo de investigación fueron categorizados según la clasificación de Law, Leung y Chan (2019) y analizados mediante análisis de contenido apoyado en el software Iramuteq. Como resultado, se puede observar una evolución creciente en los estudios sobre este tema, principalmente a partir de 2014. La clasificación de los análisis identificó que el 54% se centró en la perspectiva de los Proveedores, mientras que el 46% se centró en la perspectiva de los Consumidores. Este crecimiento y calidad de la investigación refuerzan la relevancia del tema en los estudios y reflejan la importancia que las TIC han ido tomando en la práctica en la actividad turística.

Palabras clave
Tecnologías de la información y la comunicación; Turismo; Revisión sistemática

1 INTRODUÇÃO

A atividade turística vem sofrendo influências e mudanças significativas a partir do incremento das Tecnologias de Informação e Comunicações (TICs), há mais de 20 anos elas revolucionaram a indústria do turismo e alteraram a competitividade das organizações e destinos (Buhalis, 2000Buhalis, D. (2000). Tourism and information technologies: Past, present and future. Tourism Recreation Research, 25(1), p. 41-58. https://doi.org/10.1080/02508281.2000.11014899
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), o que resultou em novas práticas, novas áreas de pesquisa e novos modelos de negócios. Para Standing et al. (2014)Standing, C., Tang-Taye, J. P., & Boyer, M. (2014). The impact of the Internet in travel and tourism: A research review 2001–2010. Journal of Travel & Tourism Marketing, 31(1), p. 82-113. https://doi.org/10.1080/10548408.2014.861724
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, o setor de viagens e turismo foi um dos primeiros a ser afetados pela Internet, com companhias aéreas oferecendo passagens diretamente aos consumidores pela web e novos intermediários de viagens surgindo e se tornando as principais forças do setor.

O rápido desenvolvimento da oferta e da demanda do turismo torna as TICs um parceiro fundamental no setor, especialmente para o marketing, distribuição, promoção e coordenação da atividade turística, considerando ainda as TICs como um dos elementos mais importantes para o turismo. Refletindo ainda que a partir das interações entre turismo e as TICs faz-se necessário repensar a maneira como a atividade turística organiza seus negócios, seus valores e/ou normas de comportamento e a forma como educa sua força de trabalho (Vlitos-Rowe, 1995Vlitos-Rowe, I. (1995). The impact of technology on the travel Industry. London, Financial Times Management Reports.; Sheldon, 1997Sheldon, P. (1997). Information Technologies for Tourism. Oxford, CAB.; Alford, 1999Alford, P. (1999). Database marketing in travel and tourism. Travel and Tourism Analys0, t 1, p. 87-104. http://eprints.bournemouth.ac.uk/15750/
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; Buhalis, 1998Buhalis, D., & Law, R. (2008). Progress in information technology and tourism management: 20 years on and 10 years after the Internet: The state of e-tourism research. Tourism Management. 29, p. 609-623. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2008.01.005
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). Esse impacto da Internet no setor do turismo se refletiu também na ampliação das pesquisas e áreas de estudos relacionadas a estas interações (Law et al. 2010Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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).

Neste sentido, há a necessidade de se compreender o arcabouço teórico das pesquisas sobre a relação entre o Turismo e as TICs no Brasil e por este motivo realizou-se o presente estudo que tem por objetivo traçar um panorama atual das publicações na temática nas revistas científicas de Turismo do Brasil. Foram mapeados os trabalhos publicados em periódicos nacionais que se enquadram nas temáticas da relação entre as TICs e o Turismo buscando contribuir para melhor entendimento e estruturação da produção do conhecimento da área no país. Desta forma, identificamos as principais temáticas estudadas, verificando as variações/mudanças nos focos dos estudos e produções durante os anos, bem como identificando perspectivas futuras para pesquisas acadêmicas na temática.

Tratando da pesquisa da temática em questão, no âmbito internacional os primeiros estudos que buscaram relacionar TICs e Turismo completam quase 30 anos, uma vez que remontam ao surgimento do primeiro ENTER eTourism Conference, evento que surgiu com a proposta de possibilitar o compartilhamento e a discussão dos desafios e inovações das pesquisas sobre as TICs aplicadas às viagens e turismo. Organizado pela International Federation for Information Technologies in Travel and Tourism (IFITT), acontece desde 1994, e em 2023 chegará à sua 30ª edição. O evento abriu espaço para as discussões desta temática envolvendo não só a academia, mas governos e empresas do setor. Na perspectiva brasileira, Biz e Correa (2016)Biz, A. A. & Correa, C. (2016). Abordagem brasileira sobre turismo e tecnologias da informação e comunicação: 10 anos de produção do Seminário da ANPTUR. Revista Turismo & Desenvolvimento, 26, p. 33–45. https://doi.org/10.34624/rtd.v0i26.10737
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afirmam que a pesquisa científica em turismo no Brasil é relativamente nova e desta área temática é ainda mais recente, principalmente com proposta metodológica de revisão de literatura.

Ainda sobre a pesquisa em turismo, na literatura internacional podemos encontrar um vasto leque de estudos que buscaram identificar e mapear a relação entre TICs e turismo de forma geral (Buhalis & Law, 2008Buhalis, D., & Law, R. (2008). Progress in information technology and tourism management: 20 years on and 10 years after the Internet: The state of e-tourism research. Tourism Management. 29, p. 609-623. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2008.01.005
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; Law et al. 2014Law, R., Buhalis, D. & Cobanoglu, C. (2014). Progress on information and communication technologies in hospitality and tourism", International Journal of Contemporary Hospitality Management, 26(5), pp. 727-750. https://doi.org/10.1108/IJCHM-08-2013-0367
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; Standing et al. 2014Standing, C., Tang-Taye, J. P., & Boyer, M. (2014). The impact of the Internet in travel and tourism: A research review 2001–2010. Journal of Travel & Tourism Marketing, 31(1), p. 82-113. https://doi.org/10.1080/10548408.2014.861724
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; Navío-Marco et al. 2018Navío-Marco, J., Ruiz-Gómez, L. M., & Sevilla-Sevilla, C. (2018). Progress in information technology and tourism management: 30 years on and 20 years after the internet-Revisiting Buhalis & Law's landmark study about eTourism. Tourism management, 69, p. 460-470. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2018.06.002
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), já no contexto brasileiro, ainda são incipientes os estudos que buscam esta relação. Biz e Correa (2016)Biz, A. A. & Correa, C. (2016). Abordagem brasileira sobre turismo e tecnologias da informação e comunicação: 10 anos de produção do Seminário da ANPTUR. Revista Turismo & Desenvolvimento, 26, p. 33–45. https://doi.org/10.34624/rtd.v0i26.10737
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realizaram o levantamento das publicações envolvendo TICs e turismo, porém limitado a amostra nos anais de 10 anos do Seminário da ANPTUR, evento considerado um dos principais eventos da área acadêmica de turismo no Brasil.

Outros estudos empreenderam esforços de realizar a análise da produção acadêmica para relacionar os impactos da TICs em temas específicos do turismo, tais como em agências de viagens (Marsilio & Viana, 2014Marsilio, M., & Vianna, S. L. G. (2014). Agências de viagens e turismo e o impacto da Internet: um estudo bibliométrico. Turismo-Visão e Ação, 16(2), p. 450-476. https://doi.org/10.14210/rtva.v16n2.p450-476
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); uso em museus (Bauer et al. 2020Bauer, J. E., Sohn, A. P. L., Oliveira, B. S., & Vogel, D. R. (2020). Museus e Tecnologias da Informação e Comunicação: uma revisão sistemática da literatura na EBSCOhost. Revista Acadêmica Observatório De Inovação Do Turismo, 14(3), p. 24-42. https://doi.org/10.17648/raoit.v14n3.5716
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); sobre mídias sociais (Boaria & Cunha, 2019Boaria, F., & Cunha, A. A. (2019). Mídias Sociais em Turismo e Hotelaria: Uma Revisão das Pesquisas publicadas entre 2006 e 2017. Revista Reuna, 24(3), p. 64-79. https://revistas.una.br/reuna/article/view/1048
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); sobre conteúdo gerado pelo usuários (Silva & Gândara, 2016Silva, D. S., & Gândara, J. M. G. (2016). Reputação online dos spas de Foz do Iguaçu–PR, Brasil. Marketing & Tourism Review, 1(2). https://doi.org/10.29149/mtr.v1i2.3833
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; Bezerra & Ferreira, 2018Bezerra, L. T., & Ferreira, L. V. F. (2018). Turismo, Viagem e Economia Compartilhada: As Experiências Relatadas pelos Usuários do Couchsurfing em Natal/RN. Turismo: Visão e Ação, 20(3), p. 375-388. https://doi.org/10.14210/rtva.v20n3.p375-388
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); comportamento do consumidor (Serra & Alfinito, 2020Serra, L. S., & Alfinito, S. (2020). Comportamento do consumidor de turismo: Uma revisão sistemática da produção científica brasileira. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 14, p. 109-133. https://doi.org/10.7784/rbtur.v14i3.1913
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); e destinos turísticos inteligentes (Cruz & Gândara, 2016Cruz, M. M., & Gândara, J. M. (2016). Indicadores para monitoramento e gestão de destinos turísticos inteligentes. CULTUR: Revista de Cultura e Turismo, 10(2), p. 4-22. https://periodicos.uesc.br/index.php/cultur/article/view/1602
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; Correa et al. 2019Corrêa, S. C. H., Gosling, M. D. S., & Gonçalves, C. A. (2019). Destinos turísticos inteligentes: Um estudo bibliométrico. Revista Iberoamericana de Turismo (RITUR), 9, p. 40-61. https://doi.org/10.2436/20.8070.01.128
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; Machado, 2020Machado, L. A. N. (2020). Destinos turísticos inteligentes e desenvolvimento sustentável: uma revisão sistemática da literatura científica. CULTUR: Revista de Cultura e Turismo, 14(1), p. 137-154. https://doi.org/10.36113/cultur.v14i01.2725
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), entre tantos outros, porém, nenhum se propôs a analisar de forma generalizada as produções sobre as relações entre as TICs e o Turismo, como também não há estudos com abrangência longitudinal como apresentado na literatura internacional, assim, nota-se uma escassez de pesquisas neste sentido.

2 TICS E TURISMO: UM OLHAR HOLÍSTICO SOBRE SUAS RELAÇÕES

O setor de turismo incorpora a tecnologia em seus diversos segmentos visando fornecer informações confiáveis ​​e precisas, e seu crescimento depende da capacidade de inovar e utilizar a tecnologia para melhorar a gestão, o desenvolvimento de novos produtos e serviços, a comunicação, aperfeiçoamento e otimização das experiências do atendimento (Standing et al. 2014Standing, C., Tang-Taye, J. P., & Boyer, M. (2014). The impact of the Internet in travel and tourism: A research review 2001–2010. Journal of Travel & Tourism Marketing, 31(1), p. 82-113. https://doi.org/10.1080/10548408.2014.861724
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; Guimarães & Borges, 2008Guimarães, A. S., Borges, M. P. (2008). E-turismo: Internet e negócios do turismo. São Paulo: Cengage Learning.). As TICs se tornaram um dos elementos mais importantes na gestão do turismo e a revolução vivenciada nas últimas décadas trouxeram algumas implicações, principalmente no tocante ao comportamento do consumidor e na competitividade das organizações e destinos turísticos (Brandão et al. 2016Brandão, M., Joia, L. A., & Teles, A. (2016). Destino turístico inteligente: um caminho para transformação. Anais do Seminário da ANPTUR. https://www.anptur.org.br/anais/anais/files/13/451.pdf
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; Duarte, 2019Duarte, A. R. F. (2019). A influência das tecnologias de informação nas formas de representação da cidade através do Instagram: análise de conteúdo do Instagram Visit Lisboa [Dissertação de mestrado, Iscte - Instituto Universitário de Lisboa]. Repositório Iscte. http://hdl.handle.net/10071/19621
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; Ruteri, 2020Ruteri, G. Y. (2020). Contributo das tecnologias de informação e comunicação na promoção do turismo no Município de Inhambane. http://monografias.uem.mz/handle/123456789/1555
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).

Conforme Standing et al. (2014)Standing, C., Tang-Taye, J. P., & Boyer, M. (2014). The impact of the Internet in travel and tourism: A research review 2001–2010. Journal of Travel & Tourism Marketing, 31(1), p. 82-113. https://doi.org/10.1080/10548408.2014.861724
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, o setor de viagens e turismo foi um dos primeiros a serem afetados com o advento da Internet, através da desintermediação entre as companhias aéreas e agências de viagens e turismo, oferecendo serviços diretamente aos consumidores pela web e novos intermediários de viagens surgindo e se tornando as principais forças do setor. Corroborando com este pensamento, Xiang et al. (2015)Xiang, Z., Wang, D., O’Leary, J. T., & Fesenmaier, D. R. (2015). Adapting to the internet: Trends in Travelers’ use of the web for trip planning. Journal of Travel Research, 54(4), p. 511-527. https://doi.org/10.1177%2F0047287514522883
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afirmam que o impacto da Internet no turismo foi profundo e de longo alcance, porém esta pode ser vista como uma plataforma que facilita e fomenta novas práticas de inovação tecnológica e altera o cenário competitivo de vários setores. Segundo Guimarães e Borges (2008)Guimarães, A. S., Borges, M. P. (2008). E-turismo: Internet e negócios do turismo. São Paulo: Cengage Learning., a expansão da Internet ocorreu a partir dos meados da década de 1990, dando oportunidade sem precedentes para a distribuição da informação e interação entre fornecedores e consumidores, uma plataforma adequada para trazer a informação e serviços de turismo. Assim, as TICs impactaram significativamente a forma como a informação, principal pilar do turismo, passa a ser distribuída.

O avanço das TICs possibilitou o desenvolvimento de diversas ferramentas, dispositivos e soluções tecnológicas que passaram a fazer parte do dia a dia de todos os indivíduos. O rápido crescimento das mídias sociais está impactando a maneira que os usuários coletam informações sobre viagens e turismo (Standing et al. 2014Standing, C., Tang-Taye, J. P., & Boyer, M. (2014). The impact of the Internet in travel and tourism: A research review 2001–2010. Journal of Travel & Tourism Marketing, 31(1), p. 82-113. https://doi.org/10.1080/10548408.2014.861724
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), através de informações divulgadas nas redes online, blogs e sites relacionados ao destino, o turista tem a possibilidade de conhecer previamente o local a ser visitado antes de estar lá. (Cacho et al. 2014Cacho, A. N. B., Anjos, L. C., Mendes Filho, L. A. M. (2014). Informações turísticas disponibilizadas nos websites das cidades e estados sede da Fifa 2014. In: Seminário da Associação Nacional Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo - ANPTUR, 2014, Fortaleza. https://www.anptur.org.br/anais/anais/files/11/95.pdf
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). Os chamados conteúdos gerados pelo usuário (CGU) possibilitam ao usuário acessar uma gama de informações que podem influenciar na escolha de produtos e serviços turísticos, como também na escolha do destino. Para empresas turísticas, as mídias sociais podem ajudar a captar potenciais clientes e aumentar sua presença online, impulsionados pelos CGU (Lamas et al. 2019Lamas, S. A., Mendes Filho, L. A. M., Perinotto, A. R. C., & Marques Júnior, S. (2019). Conteúdos Gerados pelos Usuários sobre Meios de Hospedagem em Natal/RN: A Acessibilidade no discurso dos viajantes. Revista Hospitalidade, 16(03), p. 198-219. https://doi.org/10.21714/2179-9164.2019.v16n3.011
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), sendo estes cada vez mais considerados como uma nova fonte de informação para pesquisas de mercado (Leung et al. 2013Leung, D., Law, R., Van Hoof, H., & Buhalis, D. (2013). Social media in tourism and hospitality: A literature review. Journal of travel & tourism marketing, 30(1-2), p. 3-22. https://doi.org/10.1080/10548408.2013.750919
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).

O desenvolvimento de novas tecnologias como sensores RFID (Radio Frequency Identification – identificação por rádio frequência), NFC (Near Field Communication - comunicação por campo de proximidade), Realidade Virtual e Aumentada, e computação em nuvens foram incorporados às atividades do turismo, gerando novos valores a experiência turística, dando ferramentas gerenciais para fornecedores e gestores de destinos. De acordo com Femenia-Serra et al. (2019)Femenia-Serra, F., Perles-Ribes, J. F., & Ivars-Baidal, J. A. (2019), Smart destinations and tech-savvy millennial tourists: hype versus reality, Tourism Review, 74(1), pp. 63-81. https://doi.org/10.1108/TR-02-2018-0018
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, todas as etapas da jornada turística são mediadas por tecnologia e players digitais, modificando permanentemente a relação com os turistas e as cadeias de valor do turismo. Deste modo, a incorporação de tais tecnologias possibilita gerar eficiência na gestão do destino e ofertar experiências diferenciadas para o visitante.

Não obstante, a Internet possibilitou o aumento no poder de negociação dos fornecedores, devido à possibilidade de monitorar os concorrentes e oferecer produtos personalizados e diferenciados a seus clientes. (Buhalis & Law, 2008Buhalis, D., & Law, R. (2008). Progress in information technology and tourism management: 20 years on and 10 years after the Internet: The state of e-tourism research. Tourism Management. 29, p. 609-623. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2008.01.005
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). Neste sentido, o desenvolvimento das TICs possibilitou maior autonomia a todos os segmentos do turismo. Como exemplo das agências de viagem frente a unificação de informação dos diversos fornecedores através dos Sistemas Globais de Distribuição (Global Distribution Systems - GDS), tornando a elaboração de pacotes e venda de serviços mais rápido e direcionado, como também o alcance aos clientes de forma precisa e customizada. Da mesma forma que capacitou os fornecedores a atingir um nível global, de forma rápida, econômica e criativa, promovendo a customização dos produtos e serviços turísticos em grande escala baseados no padrão de consumo dos turistas captados por dados gerados por estes (Law et al. 2019Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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; Buhalis & Law, 2008Buhalis, D., & Law, R. (2008). Progress in information technology and tourism management: 20 years on and 10 years after the Internet: The state of e-tourism research. Tourism Management. 29, p. 609-623. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2008.01.005
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).

Por conseguinte, os modelos de negócios modificaram as ações dos atores do turismo através da desintermediação das informações pelos canais de distribuição, tornando mais competitivos aqueles que se adaptaram às mudanças que as TICs trouxeram, haja vista que a informação antes centralizada nos operadores e agentes, passam a ser global, de acesso a todos. Para Xiang (2018)Xiang, Z. (2018). From Digitization to the Age of Acceleration: On Information Technology and Tourism. Tourism Management Perspectives, 25, p. 147–50. https://doi.org/10.1016/j.tmp.2017.11.023
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, as TICs evoluíram do foco inicial da usabilidade e funcionalidade para um meio de comunicação e persuasão online, que entende as necessidades e desejos dos viajantes. Ainda conforme o autor, devido aos avanços tecnológicos dos últimos anos, agora existem possibilidade de acessar uma variedade de dados em tempo real, em maior quantidade e de diversos formatos, sendo possível conectar todos os atores que formam o complexo sistema de turismo.

A partir do uso das TICs as organizações e destinos perceberam que as ferramentas de comunicação passaram a ser grandes aliadas no processo de gestão, distribuição de produtos e serviços, bem como na competitividade dos destinos no uso da informação para melhorar a experiência vivida pelos viajantes. O desenvolvimento da Internet possibilitou novos modelos de negócios e promoveu mudanças na vida social dos indivíduos, devido sua expansão e a adoção de smartphones, a disponibilidade de consultar a internet em tempo real e de qualquer lugar modificou a maneira que os usuários buscam informações para planejamento das viagens (Xiang et al. 2015Xiang, Z., Wang, D., O’Leary, J. T., & Fesenmaier, D. R. (2015). Adapting to the internet: Trends in Travelers’ use of the web for trip planning. Journal of Travel Research, 54(4), p. 511-527. https://doi.org/10.1177%2F0047287514522883
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).

As inovações tecnológicas fomentaram o desenvolvimento e a competitividade do turismo (Buhalis, 2000Buhalis, D. (2000). Tourism and information technologies: Past, present and future. Tourism Recreation Research, 25(1), p. 41-58. https://doi.org/10.1080/02508281.2000.11014899
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). Para os destinos, a tecnologia torna-se fonte de inovação e competitividade através da interação e engajamento entre os turistas e o destino, modificando a experiência turística (Mendes Filho et al. 2019Mendes Filho, L., Silva, J. C., & Silva, D. S. (2019). Percepções e perspectivas de destino turístico inteligente: um estudo de caso com a secretaria municipal de turismo em Natal/RN. Revista Turismo: estudos e práticas, 8(1), p. 98-124.). Enquanto que para consumidores, a tecnologia impacta no acesso a informações, no comportamento, nos processos de tomada de decisão e no consumo de experiências turísticas. (Sigala, 2018Sigala, M. (2018). New technologies in tourism: from multi-disciplinary to anti-disciplinary advances and trajectories. Tourism Management Perspectives, 25, pp. 151-155. https://doi.org/10.1016/j.tmp.2017.12.003
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).

Segundo Gomes et al. (2017)Gomes, E. L., Gândara, J. M., & Ivars-Baidal, J. A. (2017). É importante ser um destino turístico inteligente? A compreensão dos gestores públicos dos destinos do Estado do Paraná. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 11, p. 503-536. https://doi.org/10.7784/rbtur.v11i3.1318
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, em uma sociedade hiperconectada, as TICs facilitam processos, compras e a gestão do destino, dando subsídios para que o turismo acompanhe as tendências tecnológicas mundiais.

Além das TICs, recentemente, tem-se produzido estudos e pesquisas sobre as interações de novas tecnologias e o turismo, desde o uso e aplicação de tecnologias móveis ao turismo (Dorcic et al. 2018Dorcic, J., Komsic, J., & Suzana Markovic (2018). Mobile technologies and applications towards smart tourism – state of the art. Tourism Review, (74)1, pp. 82-103. https://doi.org/10.1108/TR-07-2017-0121
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); a aplicação e relevância dos conceitos de big data e gestão de dados (Li et al. 2018Li, J., Xu, L., Tang, L., Wang, S., & Li, L. (2018). Big data in tourism research: A literature review. Tourism Management, 68, p. 301-323. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2018.03.009
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); o uso estratégico da realidade virtual para o turismo (Oliveira & Correa, 2017Oliveira, R. K., & Correa, C. H. (2017). Virtual Reality como estratégia para o marketing turístico. TURYDES: Revista sobre Turismo y Desarrollo local sostenible, 10(23), p. 22. http://www.eumed.net/rev/turydes/23/virtual-reality.html
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); o uso e aplicações da realidade aumentada e gamificação no turismo (Wada & Camargo, 2016Wada, E., & Lima Camargo, L. O. (2016). A febre do Pokémon Go na perspectiva da hospitalidade humana. Revista Hospitalidade, 13, p. 01-13. https://www.revhosp.org/hospitalidade/article/viewFile/687/732
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); até sobre novas conceituações do turismo e destinações turísticas, com conceitos como smart tourism ou turismo inteligente, Destinos Turísticos Inteligentes (DTIs) (Mehraliyev et al, 2020Mehraliyev, F., Chan, I. C. C., Choi, Y., Koseoglu, M. A., & Law, R. (2020). A state-of-the-art review of smart tourism research. Journal of Travel & Tourism Marketing, 37(1), p. 78-91. https://doi.org/10.1080/10548408.2020.1712309
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; Boes et al. 2015Boes, K., Buhalis, D., & Inversini, A. (2015). Conceptualising smart tourism destination dimensions. In Information and communication technologies in tourism 2015 (pp. 391-403). Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-319-14343-9_29
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; Gomes et al. 2017Gomes, E. L., Gândara, J. M., & Ivars-Baidal, J. A. (2017). É importante ser um destino turístico inteligente? A compreensão dos gestores públicos dos destinos do Estado do Paraná. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 11, p. 503-536. https://doi.org/10.7784/rbtur.v11i3.1318
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) dentre tantas outras temáticas relevantes que corroboram a necessidade de acompanhar e compreender o status quo da pesquisa acadêmica brasileira sobre estas relações.

Destarte, a difusão das TICs têm sido um tema que vem ganhando relevância na área do turismo e acompanhando panoramas globais, influenciando inclusive, a criação de novos conceitos como turismo inteligente e destinos turísticos inteligentes.

3 METODOLOGIA

Para o presente estudo elaborou-se uma revisão sistemática da literatura, método de estudo que permite potencializar uma busca, encontrando o maior número de resultados de maneira organizada (Costa & Zoltowski, 2014Costa, A. B., & Zoltowski, A. P. C. (2014). Como escrever um artigo de revisão sistemática. In: S. H. Koller, Couto, M. C. P. P., & Hohendorff, J. V. (Eds.), Manual de produção científica (pp. 55–70).). A pesquisa é de caráter exploratória e possui como método de análise um enfoque essencialmente qualitativo, buscando a identificação dos estudos referentes à área temática que compreenda as relações entre as TICs e o Turismo, que compõem os resultados deste trabalho. De acordo com Gil (2008)Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. São Paulo: Atlas., a pesquisa exploratória é desenvolvida visando proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato e é realizada especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado. Apesar de apresentar gráficos e dados estatísticos descritivos, a fim de caracterizar a área temática da pesquisa, o enfoque principal adotado para produzir este estudo foi de abordagem essencialmente qualitativa, conforme Richardson (1985)Richardson, R. J., Peres, J. A., & Wanderley, J. C. V. (1985). Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas..

Para identificar a evolução e compreender os estudos sobre as TICs e turismo, procedeu-se à identificação de artigos publicados em periódicos nacionais de turismo que apresentam o cenário do tema ao longo dos últimos anos. Tal levantamento de dados foi realizado entre maio e julho de 2021, e considerou todos os artigos disponíveis online nos periódicos da área.

O processo de revisão sistemática seguiu sete etapas, conforme apresentado na Figura 1 e detalhados posteriormente.

Figura 1
Etapas da Revisão Sistemática

A primeira etapa do processo da revisão sistemática foi a definição da questão a ser pesquisada, a qual consiste em: Qual o arcabouço teórico das pesquisas publicadas em periódicos nacionais da relação entre Turismo e TIC no Brasil? Buscando alcançar o objetivo de mapear a produção científica publicada em periódicos nacionais que estudam a relação entre turismo e TICs. A segunda etapa versa sobre a escolha da fonte de dados, para esta pesquisa foi definido como fonte de dados os periódicos nacionais voltados à disseminação do conhecimento na área do Turismo. Tomou-se por base a lista de periódicos nacionais desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Turismo da EACH-USP no âmbito do projeto de extensão “Publicações em Turismo” concebido pelo Professor Glauber Santos. Foram contabilizados um total de 26 periódicos. A Revista Mangút (UFRJ) foi desconsiderada nesta pesquisa, por não constar na relação inicial quando realizado a coleta de dados, pois seu lançamento foi realizado apenas em junho do corrente ano. A lista completa com a indicação dos periódicos consultados consta na Tabela 1, apresentada por ordem alfabética.

Tabela 1
Listagem de periódicos em Turismo

A busca dos artigos foi realizada através da consulta aos sites de cada periódico, desde a primeira até a última edição publicada, dentro do período da coleta de dados desta pesquisa, realizado entre maio e julho de 2021. Como critério de inclusão na amostra foi realizada a leitura de todos os títulos e palavras chaves de todos os artigos em cada periódico. Este processo foi realizado por pares, de forma individual, para maior credibilidade dos achados.

O armazenamento dos dados coletados na busca foi feito utilizando-se de planilhas Google, estruturadas com colunas organizadas com as categorias e elementos que seriam utilizados para posterior análise, a saber: ano de publicação do artigo, periódico, título, resumo, palavras chaves, objetivo e autores, caracterizando assim a terceira etapa. A busca por palavras chaves não foi adotada neste estudo, como as revisões frequentemente o fazem, pois buscou uma análise aprofundada nas publicações, como também por compreender que a pesquisa por palavras chaves, em alguns casos, não engloba todos os trabalhos devido a escolha de tais palavras por parte dos autores dos trabalhos. Assim, após a busca inicial com a leitura dos títulos e palavras chaves a amostra resultou em 368 artigos, finalizando a terceira etapa.

Na quarta etapa foi realizada a leitura dos títulos, resumos e palavras chaves com a finalidade de selecionar aqueles que atendiam a questão norteadora da pesquisa e que seriam de fato parte da amostra final, bem como foi feito a exclusão daqueles que não tratavam diretamente da temática de TICs e Turismo, como também artigos caracterizados como revisão bibliográfica e sistemática. Definidos esses critérios de exclusão, 76 artigos da busca inicial foram removidos, logo, esta pesquisa considerou para análise o total de 292 artigos relevantes e apropriados, conforme Figura 2.

Figura 2
Etapas de seleção dos artigos

Na quinta etapa foi realizada a classificação e categorização dos 292 artigos que fizeram parte da amostra final. A categorização adotada nesta pesquisa foi baseada no modelo de Law et al. (2019)Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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, conforme apresentado na Tabela 2, onde os autores apresentam uma visão geral da pesquisa de TIC sob a perspectiva de consumidores e fornecedores, na qual para cada categoria há a subdivisão em fluxos.

Tabela 2
Estrutura de classificação dos artigos

Além da classificação de Law et al (2019)Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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, para aprofundar as análises e melhor compreender os estudos, foi proposta e realizada uma segunda classificação entre os artigos, independente à primeira classificação, quanto aos elementos de TICs que emergiram a partir dos 292 artigos analisados, conforme descrito na Tabela 3.

Tabela 3
Classificação dos artigos de acordo com elementos de TICs estudados

A sexta etapa da revisão foi a extração dos dados e estruturação do corpus de análise. Os resumos dos 292 artigos compõem o corpus textual desta pesquisa em arquivo único do Word. Esta etapa é essencial para utilização do software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires – Iramuteq, que auxiliam pesquisas e estudos nas análises de conteúdos multidimensionais dos artigos encontrados. O software Iramuteq permite fazer análises estatísticas sobre corpus textual, tabelas e palavras, e é desenvolvido na linguagem Python utilizando funcionalidades providas pelo software estatístico R para processar suas análises (Camargo & Justo, 2013Camargo B. V., & Justo, A. M. (2013). Tutorial para uso do software de análise textual IRAMUTEQ. Universidade Federal de Santa Catarina [Internet]. http://www.iramuteq.org/documentation/fichiers/tutoriel-en-portugais
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).

Ao final deste processo, na sétima etapa, a tabulação dos dados foi realizada com o auxílio das planilhas Google para os dados estatísticos de aspectos gerais e do software Iramuteq (versão 0.7 alpha 2) para análise lexicométrica, com a finalidade de sintetizar e interpretar os dados que surgiram a partir das categorias de análise estabelecidas. Nesta lógica, baseado na tabulação dos dados, a discussão dos resultados será apresentada por meio de figuras e tabelas comparativas, dando destaque para a evolução das publicações; a distribuição das publicações entre os periódicos; palavras com maior frequência, entre outras análises.

4 RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES

A análise dos resultados está estruturada em duas partes. Numa primeira etapa, analisar-se-á aspectos gerais da distribuição e caracterização da produção acadêmica encontradas nos artigos. Numa segunda etapa, far-se-á considerações dos resultados encontrados a partir da análise de conteúdo realizada com o apoio do software Iramuteq, conforme supracitado.

4.1 Aspectos gerais da produção acadêmica

Identificou-se que há uma evolução crescente na quantidade de estudos e produções acadêmicas com o passar dos anos, principalmente a partir de 2014 (Figura 3). Destaca-se o ano de 2016, o qual houve um aumento expressivo da quantidade de artigos encontrados. Neste ano, dois periódicos da área de turismo disponibilizaram edições especiais relacionadas às temáticas de TICs, a saber: Revista CULTUR, com foco na temática dos Destinos Turísticos Inteligentes e a Revista Hospitalidade, com enfoque em Realidade Aumentada e suas aplicações no turismo. A partir deste ano a presença dessa temática de estudos é cada vez maior e mais expressiva nos periódicos, representando mais de 70% das publicações até então.

Figura 3
Evolução das publicações por ano

Percebemos também que no primeiro semestre de 2021 a perspectiva se mantém, visto que o levantamento considerou apenas as produções publicadas até tal período e já contabilizava 19 publicações. Este crescimento reforça o desenvolvimento da relevância da temática nas publicações acadêmicas do Turismo e reflete a importância que as TICs vêm tomando na prática da atividade.

Identificou-se que mais de 27% das publicações encontradas (Figura 4) concentrou-se nos três periódicos com maior pontuação no sistema de avaliação Qualis/Capes da área de Turismo, o que indica que as produções publicadas nesta temática, além de relevantes enquanto conhecimento produzido para área, também refletem a qualidade da produção intelectual das publicações.

Figura 4
Publicações dos artigos por periódicos

Quanto à classificação dos estudos encontrados, ao aplicarmos a classificação proposta por Law et al. (2019)Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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, conforme Tabela 4, identificou-se que 54% dos estudos produzidos realizaram análises da relação entre o uso e aplicação de TICs no Turismo a partir da perspectiva dos fornecedores. O que representa um maior interesse, porém não tão grande, dos pesquisadores compreenderem como as empresas e destinos turísticos estão se adaptando aos usos das TICs em suas operações.

Tabela 4
Classificação dos estudos nas perspectivas dos Fornecedores e Consumidores

Entre as temáticas da perspectiva dos Fornecedores, encontramos uma maior concentração das pesquisas sobre Gestão com 30% (Tabela 4), que segundo o modelo, buscam estudar a aplicação de TICs pelos fornecedores para a gestão do desempenho financeiro, recursos humanos, relacionamento com o cliente e outros. Como o uso de criptomoedas como uma forma diferente de se efetuar transações que pode trazer comodidade e ao mesmo tempo riscos para os turistas, defendido por Souza et al. (2020)Souza, E., & Lima Medeiros, M. (2020). Criptomoedas e suas aplicações no mercado turístico. Marketing & Tourism Review, 5(1). https://doi.org/10.29149/mtr.v5i1.5877
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. Ou então sobre os processos internos, no qual destacam-se os achados de Smilay et al. (2016)Smilay, D. D. A. R., Barreto, L. M. T., & Lima, C. L. (2016). O Papel da TI na Gestão do Conhecimento: Estudo de Caso na Agência Clube Turismo em Natal/RN. PODIUM Sport, Leisure and Tourism Review, 5(2), p. 76-85. https://doi.org/10.5585/podium.v5i2.70
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que constataram o uso de ferramentas de TICs na Gestão do Conhecimento de processos em agências de viagens. Enquanto que Silva e Barreto (2019)Silva, J. R. H., & Barreto, L. M. T. S. (2019). O uso da tecnologia no recrutamento e seleção de pessoas: Um estudo no setor hoteleiro. PODIUM Sport, Leisure and Tourism Review, 8(2), p. 192-210. https://doi.org/10.5585/podium.v8i2.10665
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identificaram maior uso das ferramentas tecnológicas, especialmente, das redes sociais online, pelos empreendimentos de maiores estruturas nos processos de recrutamento e seleção no setor hoteleiro.

Os estudos sobre como as empresas e destinos estão se adaptando e utilizando as TICs para melhorar a inteligência de mercado e personalizar produtos para atender às necessidades dos consumidores/turistas concentrou 28% das publicações (Tabela 4). Com Silva et al. (2020)Silva, M. M., Silva, J. R. H., Marques Junior, S., & Mendes Filho, L. (2020). Comportamento do consumidor e intenção de compra de serviços hoteleiros: influência ao assistir vídeos na internet. PODIUM Sport, Leisure and Tourism Review, 9(2), p. 286-307. https://doi.org/10.5585/podium.v9i2.15905
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demonstrando que as agências de viagens fazem uso constante da tecnologia para aprimorar e adquirir conhecimentos, em especial sobre os destinos comercializados. Cruz e Gândara (2003)Cruz, G., & Gândara, J. M. (2003). O turismo, a hotelaria e as tecnologias digitais. Turismo-Visão e Ação, 5(2), p. 107. https://doi.org/10.14210/rtva.v5n2.p107
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que abordaram a necessidade de planejamentos e estruturações estratégicas dos meios de hospedagem para utilizarem e aproveitarem os benefícios do marketing digital. E Ferreira et al. (2017)Ferreira, K. M., Santos, R. A., Méxas, M. P., & Meiriño, M. J. (2017). Percepção de gestores de hospedagens sobre plataformas de aluguel on-line por temporada. Turismo-Visão e Ação, 19(3), p. 658-683. https://doi.org/10.14210/rtva.v19n3.p658-683
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que destacaram a necessidade dos meios de hospedagem estabelecerem estratégias de segmentação ou de diferenciação mercadológica que agreguem um valor superior aos seus empreendimentos de modo que sejam minimizados os efeitos causados pelo novo cenário de serviços de hospedagem distribuídos por plataformas online a preços inferiores ao do mercado.

A temática relacionada às estratégias de promoção dos fornecedores esteve presente em 26% dos estudos encontrados (Tabela 4). Estes concentraram-se em análises do uso de websites, portais, redes sociais e outras tecnologias digitais pelos prestadores de serviços e destinos turísticos como estratégia de marketing. Tais pesquisas demonstram como as empresas dos diversos segmentos do turismo estão pouco adaptadas às dinâmicas e ferramentas disponibilizadas pelas TICs. Como em Silva Costa e Perinotto (2017)Costa, R. S., & Perinotto, A. R. C. (2017). O Uso do Instagram por Agências de Turismo do Município de Parnaíba/PI. Ateliê do Turismo, 1(1). https://periodicos.ufms.br/index.php/adturismo/article/view/5495
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que verificaram que as agências de viagens e turismo fizeram pouco uso da rede social Instagram e as publicações podem ter impactado na possível tangibilização do destino pelos turistas. Enquanto que Pereira et al. (2019)Pereira, L. A., Danielce, T. R., & Bidarte, M. V. D. (2019). Mídias sociais e sua importância na captação de clientes: um estudo exploratório no setor hoteleiro do Chuí/RS-Brasil. RITUR-Revista Iberoamericana de Turismo, 9(1), p. 175-199. https://doi.org/10.2436/20.8070.01.135
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encontraram que não há investimentos e nem exploração do potencial que as mídias sociais oferecem para promoção e divulgação dos empreendimentos do setor hoteleiro. Assim como resultados relacionados ao uso de ferramentas pelos destinos turísticos que também precisam de maior atenção, como afirmam Santos e Durão (2021)Santos, K. C. C., & Durão, A. F. (2021). @ Descubrapernambuco: um estudo sobre o engajamento online do consumidor no Instagram oficial do estado. PODIUM Sport, Leisure and Tourism Review, 10(1). https://doi.org/10.5585/podium.v10i1.17072
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.

Nesta abordagem encontramos mais duas áreas, com menos estudos, a de Distribuição de Produtos, com 12% das publicações, com estudos relacionados à facilitação de reservas online e as plataformas de distribuição e venda dos serviços. Como os achados de Perinotto et al. (2020)Perinotto, A. R. C., Simões, S. B., Sousa, S. M., & Souza Braga, S. (2020). Impacto das plataformas digitais na oferta de meios de hospedagem: comparativo de vendas entre Booking.com e Airbnb. Marketing & Tourism Review, 5(2). https://doi.org/10.29149/mtr.v5i2.5940
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acerca da oferta de UHs pela Booking.com e a AirBnB em Cumbuco/CE no qual encontraram que o AirBnB possui maior quantidade e diversidade de oferta de hospedagem. E Martins e Fontana (2018)Martins, R. S. S., & de Fatima Fontana, R. (2018). Motor de reservas na hotelaria: um estudo dos meios de hospedagem de Foz do Iguaçu. Ateliê do Turismo, 2(1), p. 74-99. https://periodicos.ufms.br/index.php/adturismo/article/view/5719
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que identificaram que os meios de hospedagem utilizam ferramentas de reserva online (motor de reservas), com intuito de não depender das Online Travel Agencies (OTAs) para maximizar sua taxa de ocupação. E a de Comunicação que representou apenas 4% dos estudos publicados (Tabela 4) e englobam os estudos sobre a aplicação de TICs para facilitar a comunicação entre fornecedores, consumidores e/ou parceiros (Law et al. 2019Law, R., Buhalis, D. & Cobanoglu, C. (2014). Progress on information and communication technologies in hospitality and tourism", International Journal of Contemporary Hospitality Management, 26(5), pp. 727-750. https://doi.org/10.1108/IJCHM-08-2013-0367
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), tais como o estudo sobre atendimento virtual, desenvolvido por Gaspar et al. (2010)Gaspar, M. A., Santos, S. A., Pólo, E. F., & Pólo, F. L. F. (2010). Atendimento virtual como fator de vantagem competitiva por diferenciação em hotéis resort no Brasil. Turismo-Visão e Ação, 12(2), p. 248-269. https://doi.org/10.14210/rtva.v12n2.p248-269
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que identificaram que os hoteis resorts de luxo e super luxo no Brasil possuíam baixa utilização das ferramentas de atendimento virtual disponíveis, sendo as mais largamente empregadas o e-mail, formulário eletrônico para submissão, autosserviço e mapa do site.

Nos estudos que tiveram uma abordagem na perspectiva dos Consumidores, destaca-se a temática dos comportamentos pós-compra, que concentra quase a metade dos estudos desta perspectiva, 49% das publicações, conforme Tabela 4. Este grupo apresentou alta relevância com pesquisas relacionadas aos conteúdos gerados pelo usuário (CGU) e compartilhados em plataformas online, principalmente os relatos de experiências de viagens dos turistas. Como a investigação de Macedo et al. (2019)Macedo, C. P., Portela, G. F., & Freitas, A. A. F. (2019). As Interações Virtuais entre Clientes e Gerência de Hotéis do Brasil: um estudo sob a ótica da Teoria da Atribuição. Caderno Virtual de Turismo, 19(3). http://dx.doi.org/10.18472/cvt.19n3.2019.1552
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que identificaram que a maioria das reclamações feitas pelos hóspedes de Hotéis no Brasil, no Tripadvisor, tinham relação com a Infraestrutura, com os Serviços e com o Atendimento. Assim como Silva e Gândara (2016)Silva, D. S., & Gândara, J. M. G. (2016). Reputação online dos spas de Foz do Iguaçu–PR, Brasil. Marketing & Tourism Review, 1(2). https://doi.org/10.29149/mtr.v1i2.3833
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que encontraram que a maior parte dos hóspedes dos resorts-spas de Foz do Iguaçu/PR teve uma experiência positiva nos empreendimentos sendo os aspectos mais comentados: o restaurante, o atendimento e os atrativos do resort.

Viana et al. (2020)Viana, J. P., Mayer, V. F., & Souza Neto, V. R. (2020). Experience sharing about hotels on TripAdvisor: motivation and preferences of brazilian tourists. Marketing & Tourism Review, 5(1). https://doi.org/10.29149/mtr.v5i1.5907
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que analisaram as resenhas de consumidores brasileiros sobre serviços prestados por hotéis no TripAdvisor, nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, identificaram uma boa percepção sobre a qualidade dos serviços prestados, sendo as motivações relacionadas aos benefícios sociais e assistenciais as mais identificadas nas avaliações. Alguns aspectos desfavoráveis também foram encontrados, como a percepção de preços injustos. Sobre os CGUs, Platt e Mondo (2019)Platt, L. B., & Mondo, T. S. (2019). Análise da reputação on-line do setor de alimentos e bebidas dos hotéis de Florianópolis utilizando o Tourqual. Revista Acadêmica Observatório De Inovação do Turismo, 13(1), p. 47-77. https://doi.org/10.17648/raoit.v13n1.5163
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encontraram que a opinião dos avaliadores é intensa e específica a respeito de serviços, como atendimento humano, variedade de oferta no cardápio e qualidade da comida do setor de Alimentos e Bebidas da hotelaria de Florianópolis. Mendes-Filho et al. (2018)Mendes-Filho, L., Mills, A. M. T., F, B., & Milne, S. (2018). Empowering the traveler: an examination of the impact of user-generated content on travel planning. Journal of Travel & Tourism Marketing, 35(4), p. 425-436. https://doi.org/10.1080/10548408.2017.1358237
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já declaravam que o CGU está sendo usado cada vez mais para comunicar informações relacionadas à viagens e que tal tipo de conteúdo está ajudando os viajantes a tomarem decisões a respeito de suas viagens.

A segunda dimensão de maior relevância na perspectiva do consumidor, com 27% dos estudos publicados (Tabela 4), abordou a Adoção/Aceitação Tecnológica, que versam sobre os determinantes e os mecanismos que moldam a decisão dos consumidores de adotar ou renunciar às TICs no contexto da hospitalidade e turismo. Aqui encontram-se os resultados de Vale et al. (2016)Vale, T. F., Robles, R. A., & Moreira, J. C. (2016). O uso de tecnologias em museus e centros de visitantes: estudo de caso do centro de visitantes do Projeto Tamar de Fernando de Noronha–PE. Applied Tourism, 1(1), p. 97-112. https://doi.org/10.14210/at.v1n1.p97-112
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que concluem que no âmbito das experiências de interpretação ambiental em Fernando de Noronha/PE, que os turistas desejam novas tecnologias, no entanto não abrem mão da interpretação personalizada, por meio das palestras. Logo, descobrir o limite que tange o uso de tecnologias e a ausência de intérpretes é um dos maiores desafios atuais dos museus e centros de visitantes. Assim como Andrade et al. (2016)Andrade, A., Horodyski, G. S., & Lima Medeiros, M. (2016). Realidade aumentada no turismo: Estudo do jogo Pokemón Go. Revista Hospitalidade, 13, p. 01-21. https://doi.org/10.21714/1807-975X.2016v13nEp0121
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ressaltam que a tecnologia de realidade aumentada, do jogo Pokémon GO, propicia a experiência no destino turístico pela própria comunidade e por turistas estimulando a visitação turística.

Entre as temáticas que abordam a perspectiva dos consumidores com 11% dos estudos identificados (Tabela 4) é a que expõe sobre a decisão de compra dos consumidores. Como afirmam de Melo et al. (2018)Melo, G. C. P., Mota Silveira, C. B., & Durão, A. F. (2018). A relação entre a busca de informação e a escolha do canal de distribuição nas compras dos serviços de viagem de Pernambuco. Caderno Virtual de Turismo, 18(1). http://dx.doi.org/10.18472/cvt.18n1.2018.1374
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que, ao analisar a relação entre a busca de informação e a escolha do canal de distribuição na compra dos serviços de viagem do visitante de Pernambuco, verificaram que há pouca relação, direta e condicional, entre a busca e a finalização da compra, uma vez que a finalização de compra dos visitantes estudados sofreu variações para cada tipo de serviço turístico. Silva Barbosa et al. (2020)Silva, J. R. H., Lima, D. S. M., & Mendes Filho, L. (2020). Tecnologia da Informação e Comunicação como ferramenta de aprendizagem: um estudo de casos múltiplos em agências de viagens de Natal/RN. Revista de Turismo Contemporâneo, 8(2), p. 222-250. https://doi.org/10.21680/2357-8211.2020v8n2ID20158
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ao estudarem como consumidores de meios de hospedagem são influenciados por mídias sociais digitais em seus processos de decisão de compra, identificaram que a etapa mais influenciada é a de busca de informações. E que as mídias sociais mais utilizadas por esses usuários para obter informações são o WhatsApp, o Instagram e o Facebook, respectivamente.

Os estudos de Avaliação de Alternativas e Reconhecimento de necessidades representaram apenas 5% das publicações e Busca de Informações, apenas 3%. Nestas temáticas temos Nascimento (2020)Nascimento, A. F. (2020). Lugares Turísticos Instagramáveis: autenticidade via imagem na era da sociedade midiática. Anais Brasileiros de Estudos Turísticos-ABET, 10(1, 2 e 3). https://doi.org/10.34019/2238-2925.2020.v10.30083
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que reflete sobre o desejo social pelas viagens turísticas na atual sociedade midiática, pela prática social tautológica, quase mimética, digitalmente compartilhada que interfere nas práticas turísticas, nas quais o objetivo é, sobretudo, se reconhecer naquilo que os outros turistas estão postando nas redes sociais. Ou os estudos de Núñez (2017) que exploraram o papel das mídias sociais e sites interativos na geração de valor e afeto na experiência do turista. Já no trabalho de Lima Camargo et al. (2016)Lima Camargo, L. O., Solbiati, P. P., Péccora, F. C., & Pinheiro, N. O. (2016). Blogs de Viagens e a Decisão Final do Turista, Rosa dos Ventos-Turismo e Hospitalidade, 8(2). http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/rosadosventos/article/view/3991
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verificou-se que os blogs de Turismo impactam nas decisões de consumo de potenciais turistas, na medida em que estes buscam por informações através de relatos de pessoas comuns e dicas de roteiros, bem como condições mais vantajosas do custo/benefício. A pesquisa revela, também, que os blogs representam uma concorrência cada vez maior com as iniciativas presenciais e virtuais das tradicionais agências de turismo.

Para incrementar e aprofundar os achados desta pesquisa, a partir dos dados analisados nos 292 artigos, emergiu um novo elemento de caracterização dos estudos, os elementos das TICs utilizados como objetos nesses estudos. Assim, buscou-se identificar quais elementos das TICs foram abordados nos estudos enquanto objeto de análise, independentemente da classificação proposta por Law et al. (2019)Law, R., Buhalis, D. & Cobanoglu, C. (2014). Progress on information and communication technologies in hospitality and tourism", International Journal of Contemporary Hospitality Management, 26(5), pp. 727-750. https://doi.org/10.1108/IJCHM-08-2013-0367
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. Como destaques de elementos de TICs mais utilizados para análises nos estudos publicados, revelou-se os Portais e Websites com 24% e os Conteúdos Gerados por Usuários (CGU) com 22% (Figura 5).

Figura 5
Elementos de TIC analisados

Na tônica dos portais e websites, encontrou-se duas vertentes de estudos, a primeira focada nos portais de destinos turísticos (Oliveira Santos, 2002Oliveira Santos, G. E. (2002). Internet e destinações turísticas: análise de" sites" de turismo dos governos estaduais brasileiros. Revista Turismo em Análise, 13(2), p. 74-87. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v13i2p74-87
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; De La Madrid & Molinar, 2016De La Madrid, D. C., & Molinar, C. M. A. (2016). E-destination: Evaluación y análisis de los portales web implementados por las dmo’s de los pueblos mágicos de méxico. CULTUR: Revista de Cultura e Turismo, 10(3), p. 65-82. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6229730
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; Anjo et al. 2006Anjos, E. S., Paula Souza, F., & Ramos, K. V. (2006). Novas tecnologias e turismo: um estudo do site Vai Brasil. Caderno Virtual de Turismo, 6(4), p. 26-37. http://www.ivt.coppe.ufrj.br/caderno/index.php/caderno/article/view/141/133
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; Leal, 2006Leal, R. E. S. (2006). O papel do meio ambiente natural na promoção dos portais turísticos governamentais nordestinos: velhos e novos paradigmas. Caderno Virtual de Turismo, 6(1). http://www.ivt.coppe.ufrj.br/caderno/index.php/caderno/article/view/113
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) e a segunda focada nos websites de empresas do setor de hospedagem/ alimentação / entretenimento, bem como análises de ofertas em outras plataformas como AirBnB, Booking.com, TabletHotéis, entre outros (Souza et al. 2016Souza, L. H., Kastenholz, E., & Azevedo Barbosa, M. D. L. (2016). Inovação Disruptiva no Turismo: o caso das hospedagens domiciliares promovidas pela Web 2.0. Anais Brasileiros de Estudos Turísticos-ABET, p. 58-68. https://periodicos.ufjf.br/index.php/abet/article/view/3118
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; Cardoso & Oliveira, 2020Cardoso, A. C. M., & Oliveira, M. C. B. (2020). A E-Economia e suas Empresas-Plataforma: modus operandi e precarização do mercado de trabalho no setor de turismo. Anais Brasileiros de Estudos Turísticos-ABET, 10(1, 2 e 3). https://doi.org/10.34019/2238-2925.2020.v10.30151
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; Souza Rangel & Mondo, 2021Souza, E., & Lima Medeiros, M. (2020). Criptomoedas e suas aplicações no mercado turístico. Marketing & Tourism Review, 5(1). https://doi.org/10.29149/mtr.v5i1.5877
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; Rossi, 2021; Soares & Mendes Filho, 2016Soares, A. L. V., & Mendes Filho, L. A. M. (2016). Turismo e hospedagem compartilhada: o uso do airbnb por turistas em Natal/RN. CULTUR: Revista de Cultura e Turismo, 10(2), p. 33-38. https://periodicos.uesc.br/index.php/cultur/article/view/1605
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; Alves et al. 2018Alves, D. F., Brandão, H. A., & Valdevino, A. M. (2018). Consumo colaborativo como alternativa: percepção dos anfitriões da plataforma Airbnb na região metropolitana do Cariri cearense. Marketing & Tourism Review, 3(2). https://doi.org/10.29149/mtr.v3i2.4454
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).

Os estudos que utilizaram o CGU relacionaram-se majoritariamente com os estudos classificados na perspectiva do consumidor, incluindo-se na temática do comportamento pós-compra dos turistas, a partir da análise dos comentários disponibilizados nas plataformas digitais, com estudos buscando compreender a experiência, avaliações e indicadores de qualidade, emoções e satisfação geral dos turistas (Ferrari & Gandara, 2015Ferrari, C. M. M., & Gândara, J. M. (2015). Fotografias de viagens: replicando cenas da viagem perfeita em Curitiba/PR. Caderno Virtual de Turismo, 15(2), p. 112-130. http://www.ivt.coppe.ufrj.br/caderno/index.php/caderno/article/view/975/443
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; Macedo et al. 2019Macedo, C. P., Portela, G. F., & Freitas, A. A. F. (2019). As Interações Virtuais entre Clientes e Gerência de Hotéis do Brasil: um estudo sob a ótica da Teoria da Atribuição. Caderno Virtual de Turismo, 19(3). http://dx.doi.org/10.18472/cvt.19n3.2019.1552
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; Nascimento Santos et al. 2018Nascimento, F. A., Machado, J. D. S., & Mayer, V. F. (2018). O efeito framing e a percepção de valor e de preço: uma análise sobre a decisão de compra do turista em um quarto de hotel no Rio de Janeiro. CULTUR: Revista de Cultura e Turismo, 12(1), p. 7-30. https://periodicos.uesc.br/index.php/cultur/article/view/2014
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; Corrêa & Hansen, 2014Corrêa, C., & Hansen, D. R. (2014). Qualidade de serviços em restaurantes de São Paulo premiados pelo TripAdvisor: análise do conteúdo gerado pelo usuário. Revista Hospitalidade, p. 271-290. https://www.revhosp.org/hospitalidade/article/view/558
https://www.revhosp.org/hospitalidade/ar...
; Lamas et al. 2019Lamas, S. A., Mendes Filho, L. A. M., Perinotto, A. R. C., & Marques Júnior, S. (2019). Conteúdos Gerados pelos Usuários sobre Meios de Hospedagem em Natal/RN: A Acessibilidade no discurso dos viajantes. Revista Hospitalidade, 16(03), p. 198-219. https://doi.org/10.21714/2179-9164.2019.v16n3.011
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; Santos et al. 2016Santos, S. R., Souza Neto, V. R., Pereira, L. R. S., Gândara, J. M. G., & Silva, S. R. X. (2016). Destino turístico inteligente: acessibilidade no centro histórico de São Luís–Maranhão, um estudo sobre a reputação online no TripAdvisor. Marketing & Tourism Review, 1(2). https://doi.org/10.29149/mtr.v1i2.3843
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; entre outros). Esta é uma temática que vem ganhando bastante relevância, principalmente, pela facilidade de acessos aos dados secundários. Contudo, vem recebendo críticas por representarem apenas um recorte muito específico dos turistas, que possuem o perfil de postarem comentários e avaliações em websites, sobre suas experiências de viagens.

Relevante também nas pesquisas entre TICs e Turismo são as mídias sociais, utilizadas em 18% dos estudos (Figura 5). Estes relacionam-se com as ações e estratégias de promoção dos fornecedores e destinos (Barreiro et al. 2019Barreiro, T., Dinis, G., & Breda, Z. (2019). Marketing de influência e influenciadores digitais: aplicação do conceito pelas DMO em Portugal. Marketing & Tourism Review, 4(1). https://doi.org/10.29149/mtr.v4i1.5702
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; Silveira et al. 2021Silveira, K. K. B., Pereira, L. A., & Limberger, P. F. (2021). Avaliação da padronização das mídias sociais gerenciadas pelo Ministério do Turismo. Marketing & Tourism Review, 6(1). https://doi.org/10.29149/mtr.v6i1.6352
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; Santos & Durão, 2021Santos, K. C. C., & Durão, A. F. (2021). @ Descubrapernambuco: um estudo sobre o engajamento online do consumidor no Instagram oficial do estado. PODIUM Sport, Leisure and Tourism Review, 10(1). https://doi.org/10.5585/podium.v10i1.17072
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), porém abordam também outras áreas como reconhecimento de necessidade (Núñez, 2017; Nascimento, 2020Nascimento, A. F. (2020). Lugares Turísticos Instagramáveis: autenticidade via imagem na era da sociedade midiática. Anais Brasileiros de Estudos Turísticos-ABET, 10(1, 2 e 3). https://doi.org/10.34019/2238-2925.2020.v10.30083
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; Machado, 2016Machado, D. F. C. (2016). A influência das redes sociais na imagem do destino e na intenção de visita. CULTUR: Revista de Cultura e Turismo, 10(2), p. 44-48. http://periodicos.uesc.br/index.php/cultur/article/view/1604
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) e avaliação de alternativas (Zucco et al. 2017Zucco, F. D., Giselle, B. A. H. R., & Limberger, P. F. (2017). Engajamento, planejamento e experiências de viagem compartilhados nas redes sociais. Revista hospitalidade, 14(1), p. 1-19. https://doi.org/10.21714/2179-9164.2017v14n1.751
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; Carvalho et al. 2017Carvalho, F. M. R., Miura, M. N., & Ribeiro, I. (2017). Fanpages de hotéis: fatores de gratificação e satisfação que motivam o acesso dos usuários. Revista Hospitalidade, 14(2), p. 01-23. https://doi.org/10.21714/2179-9164.2017v14n2.771
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; Silva, et al. 2020) que refletem comportamentos ligados à perspectiva dos consumidores.

Os sistemas de informações, que incluíam os estudos que abordavam a variedade de sistemas de informação, sistemas de reservas, gerenciadores operacionais, etc; também apresentou-se relevante com 16% analisando estes elementos (Aguiar & Szekut, 2019Aguiar, A. B., & Szekut, A. (2019). Big Data and Tourism: opportunities and aplications in tourism destination management. Applied Tourism, 4(2), p. 36-47. http://doi.org/10.14210/at.v4n2.p36-47
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; Labord, 2010Laborda, J. G. (2010). El uso de Internet en el desarrollo oral de los estudiantes de turismo: un experiencia en España. Caderno Virtual de Turismo, 10(3). http://www.ivt.coppe.ufrj.br/caderno/index.php/caderno/article/view/443
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; Marback Neto & Silva, 2005Marback Neto, G., & Silva, J. A. S. (2005). O turismo baiano e as novas tecnologias da informação. Turismo-Visão e Ação, 7(1), p. 125-152. https://doi.org/10.14210/rtva.v7n1.p125-152
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). E apenas 12% dos estudos abordaram as Tecnologias Móveis (Vale et al. 2016Vale, T. F., Robles, R. A., & Moreira, J. C. (2016). O uso de tecnologias em museus e centros de visitantes: estudo de caso do centro de visitantes do Projeto Tamar de Fernando de Noronha–PE. Applied Tourism, 1(1), p. 97-112. https://doi.org/10.14210/at.v1n1.p97-112
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; Souza et al. 2016Souza, L. H., Kastenholz, E., & Azevedo Barbosa, M. D. L. (2016). Inovação Disruptiva no Turismo: o caso das hospedagens domiciliares promovidas pela Web 2.0. Anais Brasileiros de Estudos Turísticos-ABET, p. 58-68. https://periodicos.ufjf.br/index.php/abet/article/view/3118
https://periodicos.ufjf.br/index.php/abe...
; Arévalo, 2020Arévalo, D. H. C. (2020). Los mapas online como herramienta interactiva para la guianza del turista cultural en Bucaramanga, Colombia. RITUR-Revista Iberoamericana de Turismo, 10(2), p. 77-92. https://doi.org/10.2436/20.8070.01.179
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). Esta baixa representatividade deve-se a serem tecnologias emergentes e ainda pouco conhecidas, sobretudo a respeito das funcionalidades e possibilidades de aplicabilidade no Turismo, estes estudos referem-se, em sua maioria, aos estudos de adoção/aceitação tecnológica de Law et al. (2019)Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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.

Com menor representatividade entre os estudos, estão os sobre Destinos Turísticos Inteligentes (DTI), com apenas 8%. Porém, considera-se que essa menor relevância deva-se apenas por ser uma temática recente e que vem ganhando importância. Estes trabalhos estão relacionados às classes de pesquisa e gestão na Perspectiva dos Fornecedores, da classificação de Law et al. (2019)Law, R., Buhalis, D. & Cobanoglu, C. (2014). Progress on information and communication technologies in hospitality and tourism", International Journal of Contemporary Hospitality Management, 26(5), pp. 727-750. https://doi.org/10.1108/IJCHM-08-2013-0367
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e no geral abordam avaliação e aplicação dos conceitos e modelos de DTIs e Turismo Inteligente nos destinos turísticos brasileiros (Cardoso & Ruiz, 2021Cardoso, I. B. F., & Ruiz, T. C. D. (2021). Smart Tourism Destinations-A case study of Seoul, South Korea. Applied Tourism, 6(1), p. 36-44. https://doi.org/10.14210/at.v1n1.p36-44
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; Lima & Mendes Filho, 2021Lima, D., & Mendes Filho, L. (2021). Modelo INVAT.TUR: Indicadores relevantes para gestão de um destino turístico inteligente. Cenário: Revista Interdisciplinar Em Turismo E Território, 9(2), p. 150–170. https://doi.org/10.26512/revistacenario.v9i2.35322
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; Lima et al. 2021Lima, D. S. M., Mendes Filho, L., Correa, C. H. W., & Mayer, V. F. (2021). Análise da cidade de Natal/RN como Destino Turístico Inteligente a partir do modelo INVAT.TUR. Marketing & Tourism Review, 6(1), p. 1–39. https://doi.org/10.29149/mtr.v6i1.6413
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; Mendes Filho, Mayer & Correa, 2022Mendes Filho, L., Mayer, V. F. & Correa, C. H. (2022). Dimensões que influenciam a percepção dos turistas sobre Destinos Turísticos Inteligentes. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 16, e2332.; Corrêa & Gosling, 2020Corrêa, S. C. H., Gosling, M. D. S., & Gonçalves, C. A. (2019). Destinos turísticos inteligentes: Um estudo bibliométrico. Revista Iberoamericana de Turismo (RITUR), 9, p. 40-61. https://doi.org/10.2436/20.8070.01.128
https://doi.org/10.2436/20.8070.01.128 ...
). Esta nova classificação contribui para uma melhor compreensão dos elementos e permite estabelecer uma relação entre os elementos de TICs presentes nas pesquisas e a classificação de Law et al. (2019)Law, R., Buhalis, D. & Cobanoglu, C. (2014). Progress on information and communication technologies in hospitality and tourism", International Journal of Contemporary Hospitality Management, 26(5), pp. 727-750. https://doi.org/10.1108/IJCHM-08-2013-0367
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complementando-a.

4.2 Análises do processamento Iramuteq

Os resumos de cada estudo classificado para esta revisão compuseram o corpus textual para processamento no software Iramuteq, oferecendo assim uma visão geral dos estudos e possibilitando a observação das características dos conteúdos da produção científica brasileira.

Ao inserirmos o corpus geral, constituído pelos 292 resumos dos estudos para processamento de conteúdo no software, estes foram separados em 1.447 segmentos de texto (ST), com aproveitamento de 1.394 STs (96,34%). Este percentual caracteriza o corpus como representativo para se obter inferências acerca do fenômeno estudado, dado que o aproveitamento esperado de segmentos de texto de um corpus seja de, no mínimo, 75% (Camargo & Justo, 2016)Lima Camargo, L. O., Solbiati, P. P., Péccora, F. C., & Pinheiro, N. O. (2016). Blogs de Viagens e a Decisão Final do Turista, Rosa dos Ventos-Turismo e Hospitalidade, 8(2). http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/rosadosventos/article/view/3991
http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php...
.

A primeira análise será a Classificação Hierárquica Descendente (CHD), método em que os segmentos de textos são classificados de acordo com seus respectivos vocabulários, assim, o conjunto destes é dividido e agrupado em função da frequência sendo ilustrado as relações entre as classes organizados em um dendograma, conforme Figura 9. Este método visa obter as classes de segmentos de textos que apresentam vocabulário e sentido semelhantes entre si, como também vocabulário diferente dos segmentos de texto das classes. (Camargo & Justo, 2013Camargo B. V., & Justo, A. M. (2013). Tutorial para uso do software de análise textual IRAMUTEQ. Universidade Federal de Santa Catarina [Internet]. http://www.iramuteq.org/documentation/fichiers/tutoriel-en-portugais
http://www.iramuteq.org/documentation/fi...
).

O conteúdo analisado pelo Iramuteq foi categorizado em seis classes: Classe 1, com 264 ST (18,64%); Classe 2, com 226 ST (16,21%); Classe 3, com 170 ST (12,2%); Classe 4, com 283 ST (20,3%); Classe 5, com 235 ST (16,86%); e a Classe 6, com 216 ST (15,49%) (Figura 6).

Figura 6
Dendograma resultante da Classificação Hierárquica Descendente (CHD)

De acordo com a análise inicial do dendograma da CHD gerada, para melhor compreensão, análise e discussão das classes foi realizado a unificação das classes comuns em fluxos, e renomeado os fluxos em dimensões, assim, as menções sobre as classes adotarão a nomenclatura da dimensão, conforme descrito na Tabela 5.

Tabela 5
Classificação das classes em fluxos.

A Dimensão Metodológica reúne expressões relacionadas aos métodos utilizados nos estudos, que indicam a predominância de pesquisas de caráter exploratório e descritivo e com abordagem qualitativa. Quanto aos instrumentos de coleta de dados mais utilizados são questionários, entrevistas, levantamentos bibliográficos e documental.

A segunda dimensão analisada é a Dimensão Consumidores, que unifica as Classes 2 e 3, concentrando expressões voltadas ao comportamento do consumidor, atitude e intenção de compra, satisfação e qualidade percebida, elementos inerentes a percepção do cliente sobre a prestação de serviço influentes na escolha de destinos e prestadores de serviço. Neste sentido, as principais categorias encontradas nos estudos desta dimensão, de acordo com a classificação de Law et al. (2019)Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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, versam sobre comportamento pós-compra, adoção/aceitação de tecnologia, decisão de compra, avaliação de alternativas e reconhecimento de necessidade.

Quanto aos elementos de TICs estudados pelas pesquisas desta dimensão, nota-se que há a predominância do conteúdo gerado pelo usuário (CGU) e análise e uso de portais e websites. O que corrobora com as principais categorias de Law et al. (2019)Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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desta dimensão, voltadas para o comportamento do consumidor em adoção da tecnologia e compartilhamento de experiências e a classificação dos elementos de TIC proposta por este estudo.

A Dimensão Fornecedores, que engloba as Classes 4 e 5, traz como principais elementos estudados as mídias sociais, as tecnologias móveis e os sistemas de informação, tendo destaque a Classe 4 que apresenta os tipos de elementos de TICs estudados. Percebe-se ao analisar a CHD da Classe 4 que as palavras mais recorrentes tratam de marketing, aplicativos (app), estratégia, promoção, mídias, ressaltando assim a importância das mídias sociais como ferramenta estratégica dos fornecedores para divulgação dos produtos e serviços turísticos. Nesta perspectiva, os estudos desta dimensão são classificados no conceito de Law et al. (2019)Law, R., Buhalis, D. & Cobanoglu, C. (2014). Progress on information and communication technologies in hospitality and tourism", International Journal of Contemporary Hospitality Management, 26(5), pp. 727-750. https://doi.org/10.1108/IJCHM-08-2013-0367
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nas categorias pesquisa, promoção e avaliação de alternativas.

Por fim, a Dimensão Gestão de Destinos apresenta, categorizado como fornecedores na classificação segundo Law et al. (2019)Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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, um panorama de fatores ligados à gestão de destinos turísticos, como acessibilidade, sustentabilidade, planejamento, infraestrutura, governança, mobilidade e conectividade. Estes fatores também são elementos comuns na temática de cidades inteligentes, turismo inteligente, destinos turísticos inteligentes (DTI), principais temas emergentes que esta dimensão apresenta.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo identificou uma crescente na produção científica brasileira de estudos analisando as relações entre o Turismo e as Tecnologias de Informação e Comunicação, principalmente a partir de 2014, demonstrando que a temática tem alcançado cada vez mais relevância acadêmica atualmente, acompanhando também, o desenvolvimento e adoção de novas tecnologias pela sociedade. Apesar de uma quantidade bem próxima, houve um maior interesse em desenvolver pesquisas na perspectiva dos fornecedores, frente às perspectivas dos consumidores (ver Tabela 4). E dentre as duas perspectivas, o destaque maior é para as pesquisas sobre comportamento pós-compras (65 publicações), principalmente na concepção de análise de CGU (conteúdos gerados pelos usuários). Acreditamos que isso se deve ao fato pela facilidade no acesso aos dados da pesquisa, que estão disponíveis nas plataformas de avaliação na internet, visto que, como apresentaram Mendes-Filho et al. (2018)Mendes-Filho, L., Mills, A. M. T., F, B., & Milne, S. (2018). Empowering the traveler: an examination of the impact of user-generated content on travel planning. Journal of Travel & Tourism Marketing, 35(4), p. 425-436. https://doi.org/10.1080/10548408.2017.1358237
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, o CGU está sendo usado cada vez mais para comunicar informações relacionadas às viagens.

Contudo, compreendemos que as pesquisas precisam evoluir e se aprofundarem na temática, tanto na perspectiva dos fornecedores para compreensão do impacto na prática da adoção dessas novas tecnologias pelos negócios e relacionando-o com indicadores de resultados efetivos das empresas. Quanto à perspectiva dos consumidores, que se faz necessário mais pesquisas e estudos com os consumidores, de fato, incluindo recortes geracionais, para compreensão da satisfação e impactos do uso intensivo de tecnologia na experiência turística.

Com esta revisão sistemática da literatura foi possível entender e conhecer os estudos que abordam as relações entre as tecnologias de informação e comunicação e o turismo no Brasil, permitindo traçar um panorama sobre como o tema vem sendo abordado nos periódicos científicos do País. Além de que, conseguiu-se identificar as principais temáticas estudadas, o crescimento dos estudos da área durante os anos, bem como identificar perspectivas futuras para pesquisas acadêmicas.

Enquanto contribuições metodológicas, o presente estudo conseguiu replicar com sucesso uma metodologia de estudo internacional, na realidade dos periódicos científicos do Brasil. Incluindo dois outros aspectos metodológicos: a classificação dos elementos das TICs mais estudadas no Brasil e o uso do Iramuteq para análise de conteúdo, contribuindo para validação da classificação dos estudos a partir da proposta pelo modelo de Law et al. (2019)Law, R., Leung, D., & Chan, I. C. C. (2020). Progression and development of information and communication technology research in hospitality and tourism: A state-of-the-art review. International Journal of Contemporary Hospitality Management, (32)2, pp. 511-534. https://doi.org/10.1108/IJCHM-07-2018-0586
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e criando novas possibilidades de estudos.

Ao mesmo tempo que encontra como perspectivas futuras a possibilidade de mais pesquisas abordando novas tecnologias como Big Data, Wi-fi, RFID, NFC, Realidades Aumentada e/ou Virtual, comando de voz, entre outras tecnologias digitais emergentes. Sobre Destino Turísticos Inteligentes ainda há a possibilidade de mais estudos, visto ser um dos elementos menos estudados identificados por este trabalho. Ainda é possível investir no desenvolvimento de mais pesquisas e estudos nas temáticas identificadas como as menos abordadas: Busca de Informações; Reconhecimento de Necessidades e Avaliação de Alternativas, na perspectiva do consumidor. Bem como na temática de Comunicação, na perspectiva dos Fornecedores.

Trabalhos desta magnitude e com este tipo de abordagem contribuem para a o conhecimento de como a área se estrutura e comprovam como a temática de TIC e Turismo vem crescendo em relevância nos periódicos e reforça a importância de se buscar mais estudos que possam contribuir com a construção do conhecimento da área, permitindo o acompanhamento dos impactos que as tecnologias digitais vem causando na sociedade, nos turistas, nos destinos turísticos e nas empresas que compõem o setor.

Enquanto limitação de pesquisa, este estudo considerou em sua coleta de dados, apenas artigos publicados em periódicos e disponíveis em publicações online, excluindo, portanto, teses e dissertações e artigos disponíveis apenas impressos, o que pode limitar a generalização de seus resultados. Sugere-se que em estudos futuros seja ampliada a amostra para incluir teses e dissertações e estudos que estejam disponíveis impressos também. Outra sugestão é de ser realizado uma pesquisa de cunho essencialmente quantitativo para efeitos de comparação com os resultados qualitativos deste estudo. Além de que podem explorar-se temáticas específicas em relação à tecnologias digitais ou aspectos específicos da atividade turística.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com apoio da CAPES - Código de Financiamento 001.

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Editado por

Editor:

Glauber Eduardo de Oliveira Santos.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Mar 2023
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    13 Fev 2022
  • Aceito
    22 Jul 2022
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