A crescente demanda global por carne, em particular no Brasil, deverá aumentar a produção animal intensiva. Por conseguinte, os principais poluentes são o nitrogênio (N), fósforo (P) e gases de efeito de estufa (GEE). O nitrogênio pode ser um problema devido à lixiviação de nitrato para os corpos d'água, amônia e emissões de óxido nitroso para o ar. Carga de fósforo no solo decorrente da aplicação de esterco pode ser o problema principal, devido à tendência de o P acumular no solo e atingir os lençóis freáticos e rios. As fontes de emissões de GEE agrícolas incluem metano proveniente da fermentação entérica, armazenagem e e distribuição de estrume e óxido nitroso principalmente da aplicação de adubo na terra. A manipulação dietética tem demomstrado eficiência na redução da poluição de nutrientes/minerais e das emissões de GEE. Vários estudos têm demonstrado que a diminuição de proteína bruta na dieta podem reduzir substancialmente a excreção de N e a volatilização de amônia, sem comprometer a produtividade. Da mesma forma,a redução da ingestão de P em bovinos leiteiros pode reduzir a excreção de P em até 10%. Alterações do tipo de N e P consumidos e do nível energético da dieta sobre a quantidade e o tipo de N e P excretado também foram relatadas. A manipulação da dieta também tem impacto sobre a quantidade de emissões de gases de efeito estufa, em particular, a proveniente de fermentação entérica. A alimentação do gado com dietas contendo elevado teor de trigo baixo de fibra, por exemplo, reduz a produção de acetato no rúmen e acarreta menor produção de metano. Emissões decorrentes de estrume de animais alimentados com alto teor de fibra na dieta tendem a ser maiores. Evidenciou-se também que a dieta afeta as emissões de esterco no solo. Em decorrência do aumento do nível de produção para atender à demanda global de carne de ruminantes e produtos lácteos, a manipulação dietética será útil para atender às preocupações ambientais.
fósforo; metano; nitrogênio; poluição; ruminantes