Potencial de armazenamento de água no caule em plantas do bioma Caatinga

RESUMO

Os processos hidrológicos ocorridos em florestas sofrem grande influência das espécies vegetais existentes e suas específicas características fisiológicas. O consumo de água por essas comunidades vegetais tem sido considerado importante nos estudos de disponibilidade hídrica e balanço hídrico, principalmente em regiões semiáridas. Este trabalho teve como objetivo analisar o potencial de armazenamento de água no caule em plantas representativas do bioma Caatinga. O estudo foi realizado em zona de Caatinga preservada na Bacia Experimental de Aiuaba, Ceará, Brasil. Foram feitos levantamentos fitossociológico, de distribuição espacial da densidade da madeira e de capacidade de armazenamento de água pelo caule. Modelos alométricos foram desenvolvidos para estimativa da área do xilema ativo. No levantamento florístico registraram-se treze espécies e oito famílias botânicas. O marmeleiro (Croton sonderianus Mull.) e a catingueira (Poicianella pyramidalis Tul.) são as espécies que detém a maior densidade de plantas por hectare, chegando à 85% do número total das espécies inventariadas. O conteúdo de água no caule de uma planta de catingueira é cerca de cinco vezes maior que em uma planta de marmeleiro. Entretanto, devido à maior ocorrência na área, a lâmina de água retida no caule das plantas de marmeleiro (por hectare) é cerca de duas vezes maior que em plantas de catingueira. Após 40 anos de conservação a área se encontra em estágio de sucessão secundário. O potencial de água nas espécies levantadas equivale a cerca de um quinto da capacidade máxima de armazenamento do açude que recebe toda a água drenada da bacia.

Palavras-chave:
Caatinga; Disponibilidade hídrica; Modelos alométricos; Água biológica; Ecohidrologia