RESUMO
Erosão e os processos de transporte de sedimentos são fortemente dependentes da escala espacial e uso do solo. O objetivo deste estudo é analisar os efeitos do desmatamento, seguido de queima e cultivo de capim para pastagem, sobre o comportamento hidrológico e sedimentológicos em diferentes escalas espaciais na região semiárida do Brasil. Precipitação, escoamento superficial e perda de solo foram mensurados durante três anos (total de 116 eventos chuva-vazão) em três escalas espaciais: parcelas de erosão de 1 m2, 20 m2; e microbacia de 2,8 ha. Durante o primeiro ano de estudo (2009) foi mantida a vegetação de caatinga nativa, enquanto que nos anos seguintes (2010 e 2011) a vegetação original foi alterada usando técnicas de desmatamento, queima e cultivo de capim (Andropogon gayanus Kunt). Os coeficientes de escoamento superficial anual foram mais altos nas parcelas de 20 m2, entre as escalas investigadas. Os coeficientes de escoamento superficial apresentaram a mesma tendência em todos os anos estudados. Já a produção de sedimentos foi fortemente influenciada pela cobertura da terra. Desmatamento, queimada e o cultivo de capim para pastagem impactaram fortemente a produção de sedimentos: os dois primeiros eventos, após a mudança da cobertura do solo, produziram cerca de dez vezes mais sedimentos do que em eventos semelhantes nos anos com cobertura nativa e/ou depois do desenvolvimento do capim. As mudanças foram mais perceptíveis na escala de bacia devido à erosão e redefinição da rede de drenagem.
Palavras-chave:
Comportamento hidrológico e sedimentológico; Perdas de solo; Efeito de escala
