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Congresso brasileiro de fonoaudiologia: história, organização e produção científica

RESUMO

Objetivo:

apresentar a história do Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, expondo sua organização e caracterizando parte da produção científica publicada em seus anais nos últimos dez anos.

Métodos:

trata-se de um estudo teórico, descritivo-exploratório, com fonte de dados bibliográfica. A análise foi fundamentada nos dados disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e restrita aos últimos dez anos. Os achados consideraram o ano, a categoria e a área de inscrição do trabalho. A análise estatística utilizou o programa Statistical Package for Social Sciences.

Resultados:

desde 2006 onze especialidades foram reconhecidas. As áreas disponíveis para submissão de trabalhos sofreram alterações entre 2008 e 2011. No período de 2012 a 2017 foram identificados 7296 participantes e 5166 publicações com progressiva redução em ambos desde 2014. Em 2017, a quantidade de trabalhos foi maior do que a de participantes. As submissões na categoria “tese/dissertação” registraram um aumento de 110%. A área “Voz” teve o maior número de trabalhos do período.

Conclusão:

o aumento no número de especialistas somado aos avanços tecnológicos podem justificar, parcialmente, a redução no número de participantes; porém, novos remanejamentos se fazem necessários como forma de manter o evento atualizado e atrativo caminhando de encontro às novas tendências da profissão.

Descritores:
Fonoaudiologia; Publicações; Congressos

ABSTRACT

Objective:

to present the history of the Brazilian Speech Therapy and Audiology Congress, exposing its organization and characterizing part of the scientific production published in its annals in the last ten years.

Methods:

a theoretical, descriptive-exploratory study, with a bibliographic data source. The analysis was based on data available on the website of the Brazilian Society of Speech Therapy and Audiology, and restricted to the last ten years. The findings considered the year of publication, the publication category and the study area. The statistical analysis applied the Statistical Package for Social Sciences.

Results:

since 2006 eleven specialties have been recognized. The areas available for submitting papers changed between 2008 and 2011. From 2012 to 2017, 7,296 participants and 5,166 publications were identified. A decrease in both publications and participants is seen since 2014. In 2017, the number of papers was higher than the number of participants. Submissions in the "thesis/dissertation" category increased by 110%. Papers of a specific field related to the human voice presented the highest number of papers in the period.

Conclusion:

the increase in the number of specialists, added to technological advances, may partially justify a reduction in the number of participants; however, new relocations are necessary as a way to keep the event up to date and attractive, in face of the profession’s new trends.

Keywords:
Speech, Language and Hearing Sciences; Publications; Conferences

Introdução

A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) é definida como uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo reunir no país profissionais da saúde e da educação com interesse pelas atividades acadêmicas e clínicas relacionadas à área11. FindHealthClinics [Internet]. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. São Paulo. [Acessado em 12 de janeiro de 2017]. Disponível em: https://www.findhealthclinics.com/BR/São-Paulo/116734471801040/Sociedade-Brasileira-de-Fonoaudiologia
https://www.findhealthclinics.com/BR/São...
. A referida instituição foi fundada em outubro de 1988, quando um grupo de fonoaudiólogos se reuniu com a finalidade de trazer para o Brasil o I Congresso Internacional de Fonoaudiologia, que ocorreu no ano seguinte.

Há registros de que o primeiro encontro nacional da categoria tenha acontecido em novembro de 1982, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Desde de 1991, o Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia passou a ser promovido anualmente, sendo considerado pelos órgãos de fomento como o evento mais respeitável da categoria22. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [Internet]. Congressos. São Paulo. [Acessado em 01 de junho de 2017]. Disponível em: http://www.sbfa.org.br/portal2017
http://www.sbfa.org.br/portal2017...
.

A publicação da revista da SBFa, com início em 1997, corroborou para o aumento da visibilidade da profissão incentivando a produção científica da área.

Em 2010, houve uma mudança no sistema administrativo do órgão, que passou a ser descentralizado, envolvendo um total de 70 gestores dos diversos departamentos e comitês; além, da comissão de Ensino. Atualmente, sua coordenação é composta por sete departamentos subdivididos em 18 comitês, são eles:

  1. Departamento de Audição e Equilíbrio (Comitê de Audição e Comitê de Equilíbrio);

  2. Departamento de Disfagia (Comitê de Disfagia Infantil, Comitê de Disfagia Mecânica Adulto e Comitê de Disfagia Neurogênica Adulto);

  3. Departamento de Fonoaudiologia Educacional;

  4. Departamento de Linguagem (Comitê de Comunicação Suplementar e Alternativa, Comitê de Fluência, Comitê de Linguagem Oral e Escrita da Infância e Adolescência e Comitê de Linguagem Oral e Escrita do Adulto e Idoso);

  5. Departamento de Motricidade Orofacial (Comitê de Motricidade Orofacial Adultos e idosos e Comitê de Motricidade Orofacial Infância e Adolescência);

  6. Departamento de Saúde Coletiva (Comitê de Atenção à Saúde, Comitê de Epidemiologia, Comitê de Políticas Públicas de Educação e Comitê de Políticas Públicas de Saúde);

  7. Departamento de Voz (Comitê de Fononcologia, Comitê de Voz Clínica e Comitê de Voz Profissional).

Com o propósito de oportunizar a participação de profissionais das mais diferentes regiões do país, até a sua 25ª edição, em 2017, fora sediado em vários estados, passando por cidades como Fortaleza (1989), Petrópolis (1994), São Paulo (1995, 1999, 2011 e 2016), Natal (1998), Belo Horizonte (2002), Gramado (2007), Brasília (2012) e Salvador (2009, 2015 e 2017), conforme apresentado no Anexo 1.

O congresso reúne desde estudantes do primeiro ano de graduação até renomados professores livre-docentes. Essa heterogeneidade é extremamente positiva, uma vez que favorece a troca de experiências entre os participantes instigando a curiosidade nos mais novos e despertando, assim, o desejo de se aprofundar no universo das pesquisas científicas.

Sua importância é evidenciada pelo significativo número de trabalhos inscritos, possibilitando a divulgação e socialização dos resultados de pesquisas da área pelos participantes.

O Brasil tem se preocupado com o monitoramento da produção científica abordando questões como a dispercepção-concentração da produção, a discrepância das várias áreas de conhecimento e o cotejamento dessa produção com a internacional33. Yamamoto OH, Souza CC, Yamamoto ME. A produção científica na psicologia: uma análise dos periódicos brasileiros no período de 1990-1997. Psicol.: Reflex. Crít. 1999;12(2):549-65. ?.

O crescente número de publicações científicas no país tem levado diferentes áreas a realizarem um balanço dos estudos realizados e, pesquisas que vem sendo desenvolvidas por considerarem importante tal análise no processo de construção da memória e do aperfeiçoamento do conhecimento44. de Albuquerque BMC, de Andrade WTL. Reabilitação vestibular: uma análise de artigos científicos publicados a partir de 2003. Rev. Bras. Ciên. Med. Saúde. 2016;19(4):327-34.. Ao delinear o panorama histórico de um campo, é possível conhecer as tendências de investigação e se essas oferecem informações indispensáveis para a execução futura55. Berberian AP, Krüger S, Guarinello AC, Massi GAA. A produção do conhecimento em fonoaudiologia em comunicação suplementar e/ou alternativa: análise de periódicos. Rev. CEFAC. 2009;11(2):258-66..

De acordo com Barros e Lehfeld (2003, p.30), a pesquisa científica “é a exploração, é a inquirição e é o procedimento sistemático e intensivo que têm por objetivo descobrir, explicar e compreender os fatos que estão inseridos ou que compõem uma determinada realidade”66. Barros AJP, Lehfeld NAS. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis: Vozes, 2003..

Autores têm se dedicado ao estudo da produção científica não só por meio de publicações em periódicos especializados, mas também em livros, teses, dissertações e anais de congressos, tendo em vista que, também esses são veículos de disseminação, acessibilidade e visibilidade da produção do conhecimento77. Munhoz CMA, Massi G, Berberian AP, Giroto CRM, Guarinello AC. Análise da produção científica nacional fonoaudiológica acerca da linguagem escrita. Pró-Fono R. Atual. Cient. 2007;19(3):249-58..

Em 2015, Maturana identificou e analisou a produção científica de teses e dissertações, produzidas no período de 2001 a 2011, analisando a relação entre família-escola de crianças público alvo da educação especial88. Maturana APP, Cia F. Educação especial e a relação família-escola: análise da produção científica de teses e dissertações. Psicol. Esc. Educ. 2015;19(2):349-58..

O estudo de Da Silva, 2017, utilizou-se de análise sistemática dos anais da Jornada de Iniciação Científica e Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins para diagnosticar a produção, por ano e por área do conhecimento, nos anos de 2014, 2015 e 201699. da Silva LB, dos Santos JTB. Produção científica: uma análise nos anais da jornada de iniciação científica e extensão do Instituto Federal do Tocantins. Rev. Bibliomar. 2017;15(1/2):64-72..

O mesmo tem acontecido na área da Fonoaudiologia. Braga et al.1010. Braga MER, Chiari BM, de Goulart BNG. Produção bibliográfica em artigos, livros e capítulos de livros de um programa de pós-graduação em fonoaudiologia: análise de indicadores bibliométricos. Distúrb. Comun. 2014;26 (1):118-30., em 2014, estabeleceu indicadores bibliométricos relacionados à produção indexada a partir de dissertações e teses defendidas no programa de pós-graduação do Departamento de Fonoaudiologia de uma instituição pública, concluindo que a concentração dos artigos publicados pelos pós-graduandos ocorre em revistas brasileiras conceituadas da área de fonoaudiologia.

Em 2017, o estudo de Nascimento et al.1111. Nascimento EN, dos Santos FR, Ferreira DMO, de Oliveira SA, da Silva NN, Riato LA et al. Characterization of the national periodical publications integrating speech language and hearing sciences with psychology: a longitudinal survey. Distúrb. Comun. 2016; 28(3):568-80., teve como objetivo verificar na literatura brasileira e internacional produções científicas correlacionando a fonoaudiologia e a psicanálise.

No mesmo ano, Witwytzkyj e Tavares1212. Witwytzkyj LP, Tavares RDSCR. Speech, Language and Hearing Sciences and public health: bibliometric analysis. Distúrb. Comun. 2017;29(2):227-36., analisaram as perspectivas atuais referentes à Fonoaudiologia e Saúde Pública e apresentaram sua evolução e concluindo que os fonoaudiólogos preferem submeter seus artigos à publicação em revistas reconhecidas pela classe.

Seguindo a tendência de outros pesquisadores e partilhando a preocupação em compreender tanto o cenário profissional como o panorama científico da Fonoaudiologia, o presente estudo tem como objetivo apresentar a história do Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, principal evento da área, expondo sua organização e caracterizando parte da produção científica publicada em seus anais nos últimos dez anos.

Métodos

Este estudo caracteriza-se como teórico, descritivo-exploratório, com fonte de dados bibliográfica. Foi elaborado a partir da reflexão pessoal e da análise de documentos originais primários1313. Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.. Considerado que não há o envolvimento de seres humanos, não foi necessária a submissão do estudo ao Comitê de Ética e Pesquisa.

A pesquisa bibliográfica possibilita um amplo alcance de informações além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras publicações auxiliando também na definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo proposto1414. Gil AC. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1994..

A revisão sistemática foi realizada durante os meses de dezembro de 2017 e janeiro de 2018. A principal análise deste estudo foi fundamentada nos dados disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia22. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [Internet]. Congressos. São Paulo. [Acessado em 01 de junho de 2017]. Disponível em: http://www.sbfa.org.br/portal2017
http://www.sbfa.org.br/portal2017...
, que contém os links de cada Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia desde de 1989.

Optou-se por restringir a exposição da organização do evento e a caracterização da produção científica publicada nos anais aos últimos dez anos para que seja possível analisar os avanços recentes das publicações.

Adotou-se como critério de inclusão os trabalhos inscritos nas categorias “pôster”, “concorrente a prêmio”, “dissertação” e “tese”. Excluíram-se os trabalhos inscritos nas categorias: “Como eu faço”, “Como nós fizemos”, “Reunião departamental”, “Painel”, “Mesas Redondas”, “Simpósios interdisciplinares”, “Workshop”, “Oficinas” e “Sessão de temas livres” ou “Comunicações orais” (extinta a partir de 2013); assim como a área de Comunicação Alternativa e Suplementar, presente somente nos anais de 2008.

Utilizou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin (2011)1515. Bardin L. Análise de conteúdo. 70. Ed. São Paulo: ___, 2011, 229 p., constituída por três etapas: pré-análise; exploração do material e tratamento dos resultados.

A partir dos resultados obtidos, foi construído um instrumento para caracterização do material encontrado elaborando-se um roteiro definido por três campos de investigação: 1) ano de publicação, 2) categoria de publicação e 3) área de inscrição do trabalho.

Posteriormente, os achados foram submetidos à análise estatística utilizando-se o programa Statistical Package for Social Sciences - SPSS versão 13.0, sendo empregado o método analítico descritivo1616. Selltiz C, Johoda M, Deutsch M, Cook S. Métodos de pesquisa nas relações sociais. Ed. revisada. Trad. Dante Moreira Leite. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1975. para a produção dos dados, categorizados segundo seus valores absolutos (N) e relativos (%).

Considerando o total de produção dos últimos dez anos foi possível fazer uma análise quanto à temporalidade em todo o período e por ano de congresso.

Resultados

A organização do evento sofreu algumas modificações no decorrer do período analisado. Seguem abaixo às áreas disponíveis para submissão de trabalhos em cada ano do congresso:

  • 2008: Audição, Disfagia, Ensino em Fonoaudiologia, Motricidade Oral, Atenção à Saúde, Epidemiologia, Equilíbrio, Fluência, Fononcologia, Gestão em Saúde Coletiva, Linguagem Adulto e Idoso, Linguagem Criança e Adolescente, Voz Clinica, Voz Profissional, Clínica em Linguagem e Comunicação Alternativa e Suplementar.

  • 2009 e 2010: as mesmas áreas de 2008, excetuando-se Clínica em Linguagem e Comunicação Alternativa e Suplementar.

  • 2011: as mesmas de 2009 e 2010, excluindo-se Gestão em Saúde Coletiva e dividindo a área de “Políticas Públicas em Saúde e Educação” em “Políticas Públicas em Saúde” e “Políticas Públicas em Educação”.

  • 2012 a 2017: Audição e Equilíbrio (AUD), Disfagia (DIS), Ensino em Fonoaudiologia (ENS), Motricidade Orofacial (MO), Fonoaudiologia Educacional (FE), Linguagem (LGG), Saúde Coletiva (SC) e Voz (VOZ).

Para facilitar a apresentação dos dados levantados neste estudo os dados foram divididos em 2 fases. A fase 1 representa o período de 2008 a 2011; e a fase 2, refere-se ao período entre 2012 e 2017. Tal classificação se justifica pelas mudanças nas áreas de submissão dos trabalhos.

Com relação à produção científica, entre os anos de 2008 a 2011, identificou-se 4408 trabalhos, considerando as categorias disponíveis na época: “concorrente a prêmio” (n=470) e “pôster” (n=3938).

Tabela 1:
Trabalhos publicados nos anais dos congressos brasileiros de fonoaudiologia de 2008 a 2011* classificados por área e por categoria

Para análise das publicações dos trabalhos, optou-se por fazer um recorte temporal de 2012 a 2017 (fase 2), considerando que neste período não houve mudança nas áreas disponibilizadas para submissão de trabalhos. O modelo atual de divisão das áreas, que foram reduzidas de 15 para oito, são: “Audição e Equilíbrio”, “Disfagia”, “Ensino em Fonoaudiologia”, “Motricidade Orofacial”, “Fonoaudiologia Educacional’, “Linguagem”, “Saúde Coletiva” e “Voz”.

Nos anos em questão, compareceram ao evento 7296 participantes, verificando-se uma redução de 65,3% no número de inscrições de 2012 (n=1916) para 2017 (n= 665), quando o número de trabalhos publicados foi superior ao número de participantes.

Figura 1:
Total de participantes e total de trabalhos publicados nos anais dos congressos brasileiros de fonoaudiologia de 2012 a 2017 somando todas as áreas

Com relação à quantidade de trabalhos publicados nos anais do Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, de 2012 a 2017, foram identificados 5166, considerando as três categorias disponíveis. Verifica-se que 2012 obteve o maior número de publicações e que, nos últimos três anos, houve uma queda de produção nas áreas de “Audição”, “Motricidade Orofacial” e Voz”.

Tabela 2:
Total de trabalhos publicados nos anais dos congressos brasileiros de fonoaudiologia nas categorias Pôster, concorrente a prêmio e tese/dissertação, de 2012 a 2017 por área

Em 2017 foram publicados 697 trabalhos nas diferentes categorias: “tese/dissertação” (n=63), “concorrente a prêmio” (n=720) e “pôster” (n=4383). Observou-se um significativo crescimento no número de teses e dissertações (110%) simultaneamente a uma queda nas demais categorias.

Figura 2:
Trabalhos publicados nos anais dos congressos brasileiros de fonoaudiologia de 2012 a 2017 classificados por categoria de inscrição

A Figura 3 apresenta o total de trabalhos publicados, na categoria “pôster”, nos anais do congresso brasileiro de fonoaudiologia, classificados por área e ano. Pode-se verificar que todas as áreas disponíveis apresentaram redução no número de publicações de 2012 para 2017.

Figura 3:
Trabalhos publicados, na categoria “Poster”, nos anais do congresso brasileiro de fonoaudiologia, classificados por área e ano

Discussão

A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia exerce importante papel junto à categoria profissional que representa, lutando pelos seus interesses e reunindo profissionais das áreas da saúde e educação.

No decorrer dos anos, com o crescimento da profissão, ocorreu também a mudança no perfil da classe. Como consequência houve a necessidade da associação reorganizar seu sistema administrativo. Em 2010, aconteceu a descentralização da gestão sendo implantados os departamentos com seus respectivos comitês científicos22. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [Internet]. Congressos. São Paulo. [Acessado em 01 de junho de 2017]. Disponível em: http://www.sbfa.org.br/portal2017
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.

Após alguns ajustes com relação às áreas disponíveis para a publicação de trabalhos, desde 2012 mantêm-se inalteradas.

Esse remanejamento verificado teve como propósito, o agrupamento de subáreas que estudavam temas incomum. Como por exemplo, as áreas “Voz clínica” e “Voz profissional” foram aglutinadas e transformadas na atual área denominada “Voz”.

O evento também se adequou quanto ao formato e sua programação foi modificada de forma que as salas de cursos passaram a ser identificadas pelo nome das áreas que representavam: Considerando o crescimento do número de Departamentos e o consequente aumento no número de atividades científicas realizadas no espaço do congresso, no ano de 2012, a Diretoria Executiva da SBFa necessitou ampliar o número de salas nos congressos para abrigar a todos. [...]. Com essa ampliação, naturalmente seria necessário associar uma imagem para identidade visual que, acima de tudo, facilitasse a localização dos congressistas. Assim, a Diretoria entendeu que em grandes eventos, como costuma ser o Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, seria muito acolhedor aos congressistas localizarem-se segundo os pares representativos de suas áreas [...] (SBFa, 2013)1717. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [Internet]. Informativo sobre nome de salas no congresso brasileiro de Fonoaudiologia. São Paulo; [atualizado em 2018; citado em 2018 Apr 8]. Disponível em: https://www.sbfa.org.br/portal/pdf/nome_de_salas.pdf
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.

No ano de 2017, em sua última edição, essa disposição física não foi observada.

Com relação às publicações, após o levantamento dos trabalhos publicados nos anais, no período de 2008 a 2017, foram identificados 9574 resumos dentre as categorias “pôster” (n=8321), “concorrente a prêmio” (n=1082) e “dissertação/tese” (n=63), tendo sido 2010 o ano com maior número de submissões.

A produção científica apresenta-se como uma atividade de geração de ideias, inovação, reflexão e disseminação do conhecimento. A veiculação pela qual se processa os saberes advindos destes estudos é uma das formas essenciais para a propagação da obra intelectual em uma determinada área do conhecimento1818. Leite Filho GA. Perfil da produção científica dos docentes e programas de Pós- Graduação em Ciências Contábeis no Brasil. Revista de Contabilidade & Controladoria. 2010;2(2):1-13..

Vários estudos brasileiros utilizaram como metodologia a análise de anais de congressos com objetivo de verificar a evolução dos trabalhos publicados em determinada área ou de levantar o perfil das pesquisas realizadas por uma categoria 1919. Loch MR, Brunetto BC, Rodrigues CG, Nahas MV. A Saúde Pública nos anais do Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde (1997-2009): revisão sistemática. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. 2011;16(2):162-7.

20. Beuren IM, Schlindwein AC, Pasqual DL. Abordagem da controladoria em trabalhos publicados no EnANPAD e no Congresso USP de controladoria e contabilidade de 2001 a 2006. R. Cont. Fin. USP. 2007;8(45):22-37.

21. Leite Filho GA. Padrões de produtividade de autores em periódicos e congressos na área de contabilidade no Brasil: um estudo bibliométrico. Rev. adm. contemp. 2008;12(2):533-54.

22. De Luca MMM, Gomes CAS, Corrêa DMMC, Domingos SRM. Participação feminina na produção científica em contabilidade publicada nos anais dos eventos Enanpad, Congresso USP de Controladoria e Contabilidade e Congresso Anpcont. RCO. 2011;5(11):145-64.

23. de Souza Bertoa RMV, Nakanob D. Revisitando a produção científica nos anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Production. 2014;24(1):225-32.
-2424. dos Santos PRP, de Oliveira CD. Análise da produção científica do congresso ANPCONT: um estudo bibliométrico sobre o processo de convergência aos padrões internacionais de contabilidade. ConTexto. 2012;12(22):131-44..

O Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia apresentou uma produção científica significativa nos últimos 10 anos. As normas para submissão em anais de eventos são menos rigorosas e o processo é menos burocrático quando comparados às instruções dos periódicos qualificados. Ainda assim, os anais não deixam de serem considerados uma importante forma de propagar informações e de possibilitar a visibilidade da pesquisa.

As publicações em anais constituem uma literatura denominada “cinzenta”, uma vez que flui com rapidez entre os pares e independe da formalização exigida para apresentação dos documentos convencionais2525. Población DA, Noronha DP, Currás E. Literatura cinzenta versus literatura branca: transição dos autores das comunicações de eventos para produtores de artigos. Ciência da Informação. 1996;25:228-42.. Segundo Lacerda et al. (2008) são consideradas não convencionais e o tipo de literatura que não se encontra disponível nos canais comerciais2626. de Lacerda AL, Weber C, Porto MP, da Silva RA. A importância dos eventos científicos na formação acadêmica: estudantes de biblioteconomia. Revista ACB. 2008;13(1):130-44..

Essa maior flexibilidade quanto às regras de submissão, motiva os estudantes a participarem do evento e compartilharem suas pesquisas. É uma oportunidade de debater o estudo com seus pares e conquistar o reconhecimento da sociedade acadêmica pelos seus esforços.

Meadows (2000, p.39)2727. Meadows AJ. Canais da comunicação científica. In: Meadows AJ. A comunicação científica. Brasília: Brinquet de Lemos Livros, 1999. classificou os canais de comunicação científica em dois tipos: formais, quando estabelecem uma existência duradoura e dependem basicamente da visão, destacando-se os livros e periódicos; e, informais, quando a comunicação se manifesta por meio da fala e sem registro oficial:

“Os congressos e conferências são o protótipo da interação informal. A interação oral varia de uma conferência pronunciada diante de uma grande plateia até as conversas triviais durante a pausa para o cafezinho”2727. Meadows AJ. Canais da comunicação científica. In: Meadows AJ. A comunicação científica. Brasília: Brinquet de Lemos Livros, 1999..

A participação em eventos científicos possibilita contatos que podem, até mesmo, interferir no futuro profissional do indivíduo; uma vez que possibilitam o despertar do desejo de aprofundamento de conhecimentos: “Os participantes de congressos e conferências podem planejar antecipadamente contatos específicos, mas também ocorrerão contatos imprevistos, porém úteis, durante o evento”2727. Meadows AJ. Canais da comunicação científica. In: Meadows AJ. A comunicação científica. Brasília: Brinquet de Lemos Livros, 1999..

Com relação ao histórico das especialidades da Fonoaudiologia, em 2006 foram reconhecidas as primeiras cinco áreas: Audiologia, Linguagem, Motricidade Orofacial, Voz e Saúde Coletiva. Desde então, considerando a demanda profissional, outras sete especialidades foram geradas para atender às diferentes necessidades e exigências da categoria: Fonoaudiologia Educacional e Disfagia (2010); Gerontologia, Fonoaudiologia Neurofuncional e Fonoaudiologia do Trabalho (2014) e Fluência (2017). Atualmente, são 6633 títulos no país. As áreas de “Audiologia”, “Motricidade Orofacial” e “Voz” detém a maior concentração de especialistas.

A inserção social do fonoaudiólogo, a atividade profissional e a ampliação de mercado de trabalho, fizeram com que a classe profissional retomasse o debate sobre especialidades no ano de 2001 iniciando novo processo para a atualização das resoluções. Para organizar metodologicamente os trabalhos, foi utilizado o método Dacum - metodologia de descrição de ocupações e currículos, seguindo os princípios de educação baseada em competências - com a finalidade de estabelecer dinâmicas que ajudassem a definir as lacunas que exigiam a criação de novas especialidades2828. Ferigotti ACM, Nagib L. Editorial - Fonoaudiologia: reabertas as discussões sobre especialidades. Rev. soc. bras. Fonoaudiol. 2009;14(3):8-10..

A constante criação de novas especialidades na última década, tanto pode ser considerada uma importante conquista da profissão, no sentido de estar havendo uma expansão do conhecimento da fonoaudiologia nas subespecialidades; como pode ser considerada um afastamento da visão geral da ciência e do paciente.

De acordo com Ferigotti e Nagib (2009)2828. Ferigotti ACM, Nagib L. Editorial - Fonoaudiologia: reabertas as discussões sobre especialidades. Rev. soc. bras. Fonoaudiol. 2009;14(3):8-10., as especialidades sujeitam-se aos processos dinâmicos da Fonoaudiologia, não podendo, por isso, serem permanentes, nem imutáveis, podendo inclusive, dependendo das circunstâncias e necessidades, sofrer mudanças de nomes, fusões, criações e/ou extinções.

Essa ascensão no número de especialistas, consequentemente provocou um aumento de profissionais capacitados para ministrarem aulas e compartilharem seus saberes. A oferta de cursos, cada vez mais direcionados, pode ter contribuído com a significativa redução de inscritos no Congresso Brasileiro que foi registrada de forma progressiva a partir de 2014.

O parâmetro nacional tem apontado para uma tendência dos profissionais buscarem aprimorar seus conhecimentos após a graduação investindo em diferentes tipos de cursos nas áreas de interesse.

Com relação aos tipos de formações profissionais oferecidas, além de congressos e encontros, foram identificados cursos de extensão, aprimoramentos e especializações. Frente a tantas ofertas muitos profissionais optam por participarem de eventos que melhor se ajustam as suas necessidades.

Utilizando-se o descritor “cursos para fonoaudiólogos” num site de busca, foram encontradas diferentes opções de atualizações, denominadas cursos de extensão, especializações, cursos EaD e vídeo aulas. Entre elas constavam: “Parâmetros fundamentais da avaliação fonoaudiológica no TEA”, “Curso de extensão - Fonoaudiologia educacional: aprimorando práticas, programas e orientações”, “Atualidades na avaliação e tratamento das disfonias comportamentais”, “Potencial Auditivo Evocado de Tronco Encefálico: entendendo os conceitos”2929. Fonoaudiálogo Educação Continuada [Internet]. Cursos de Educação Continuada. São Paulo; [atualizado em 2018; citado em 2018 Jun 4]. Disponível em: https://www.fonoaudialogo.com.br
https://www.fonoaudialogo.com.br...
. Reconhecidas instituições, como, Hospital Albert Einstein e Associação Brasileira de Dislexia por exemplo, também ofertam capacitações nas mais diversas áreas.

Constatou-se que a carga horária, o local e o tipo (presencial ou online) de formação são fatores levados em consideração, pelos alunos, no momento da inscrição.

Segundo Alonso3030. Alonso KM. A expansão do ensino superior no Brasil e a EaD: dinâmicas e lugares. Educ. Soc. 2010;31(113):1319-35., em 2010, o Anuário Brasileiro Estatístico de EaD estimou em 2008 que havia 2.504.438 brasileiros em cursos EaD. Destes, 40% cursavam graduação e 39% lato sensu. Os demais alunos estavam distribuídos em outros níveis de ensino.

Os avanços tecnológicos que nos últimos anos atingiram, inclusive, o campo educacional, interferiram também no comparecimento de participantes em importantes eventos nacionais. A presença outrora garantida de determinados grupos, agora tornou-se duvidosa frente às novas possibilidades de capacitar-se.

Quanto ao campo de investigação “área para inscrição do trabalho”, os estudos da área da “Voz” têm merecido especial destaque. Nela, foi contabilizado o maior número de publicações do período, tanto na categoria tese/dissertação (n=20), como na categoria concorrente a prêmio (n=153), que no ano de 2017 registrou uma queda de 75%.

Com relação às categorias de apresentação de trabalhos, foram identificados 4383 pôsteres. As áreas de Fonoaudiologia Educacional e Saúde Coletiva foram as únicas que assinalaram aumento no número de publicações de 2016 para 2017. As outras seis áreas apontaram uma redução.

Essa mesma queda observada na submissão de trabalhos ocorreu, também, nas inscrições para o evento; porém, de forma ainda mais agressiva. No ano de 2017 a quantidade de participantes foi menor que o número de publicações.

Tachibana et al. (2004)3131. Tachibana M, Pavani R, Bariani ICD. Participação em eventos científicos e formação do universitário. Psico. 2004;35(1):89-96. realizaram um estudo com graduandos de Psicologia objetivando identificar os significados que eles atribuíam às atividades complementares, tais como eventos científicos. Os resultados constataram que os professores são os maiores incentivadores na participação dos alunos e que o interesse em adquirir novos conhecimentos, pode ser um diferencial em sua formação profissional.

Verificando a influência que os profissionais acadêmicos exercem sobre os estudantes, há de se refletir com relação ao estímulo que os alunos estão recebendo para participarem do congresso tanto na qualidade de ouvinte como na posição de autor de trabalho: a produção de conhecimento é fundamental para o avanço da ciência e uma oportunidade de aperfeiçoamento de achados científicos”3232. Oliveira Filho RSD, Hochman B, Nahas FX, Ferreira LM. Fomento à publicação científica e proteção do conhecimento científico. Acta Cir Bras. 2005;20(supl.2):35-9..

O fato de vários inscritos terem submetido mais de um trabalho por pessoa pode significar que o atual público do evento tem um perfil mais voltado à área acadêmica e que, por isso, o número de produção elevou-se dessa maneira. Ou, também, pode representar que houve um desinteresse dos profissionais clínicos em prestigiarem o congresso e que, por esse motivo, a redução no número de inscritos tenha evidenciado a quantidade de trabalhos.

De qualquer forma, todos os aspectos discutidos apontam para a necessidade de se repensar a estrutura organizacional do Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, talvez da mesma forma que tenha sido necessário fazer-se em 2012: “compreender o atual contexto de produção científica de determinada área do conhecimento é um elemento essencial para que novas propostas de investigação surjam no âmbito acadêmico”3333. da Cunha LS, Tonetti P, Sanavria CZ. O ensino de informática no Brasil: uma análise da produção cientifica em eventos da SBC (2010-2014). Anais do Computer on the Beach. 2017; p.31-40..

Em 2006 Gontijo et al.3434. Gontijo B, Marques SA, Vale ES. O fator de impacto dos Anais e sua inserção no universo científico nacional. An Bras Dermatol. 2006;81(2):109-10. fizeram uma análise intitulada “O fator de impacto dos anais e sua inserção no universo científico nacional”, no qual apresentaram a preocupação com relação ao fator de impacto dos Anais do Congresso Brasileiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia; que, segundo os autores, estava “aquém do desejável e incompatível com a robustez da Dermatologia brasileira, além de não corresponder a sua real inserção no universo científico nacional”.

Fica clara a importância das publicações em anais de congressos científicos e sua representatividade para a categoria profissional. A identificação da redução no número de publicações exige uma reação que, caso não ocorra, pode desencadear um processo sem volta, alterando o percurso promissor da Fonoaudiologia.

Conclusão

Este estudo teve como objetivo apresentar a história do Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia expondo sua organização e caracterizando parte da produção científica publicada em seus anais nos últimos dez anos.

A partir da análise da história do evento foi possível compreender as razões pelas quais houve modificações em sua organização durante o período de 2008 a 2012. Foram necessários remanejamentos nas áreas de submissão de trabalhos que ocorreram como forma de manter o congresso atualizado e atrativo, caminhando de encontro às novas tendências da profissão.

A caracterização da produção científica considerou os campos de investigação: ano de publicação, categoria de publicação e área de inscrição do trabalho. Foi constatada significativa redução no número de participantes e na quantidade de submissões de trabalhos, principalmente a partir de 2014.

Uma das causas desse decréscimo pode estar relacionada ao aumento do número de especialistas que se tornam, cada vez mais, capacitados a ministrarem cursos em suas respectivas áreas; assim como aos avanços tecnológicos, que garantem a flexibilidade de horário nas plataformas EaD.

Com a oportunidade de priorizar as necessidades individuais assim como as comodidades pessoais tem sido mais atrativo e conveniente para os profissionais optarem por estes tipos de formação.

Este estudo pontuou as limitações e conquistas relativas à produção científica nos anais do Congresso Brasileiro nos últimos dez anos. A partir da identificação do panorama atual é possível repensar estratégias e articular novas propostas.

A cada período de tempo, as concepções, realidades e necessidades profissionais sofrem modificações, assim como as dinâmicas de ensino. Para despertar o interesse dos estudantes e recém-formados; assim como, para resgatar os profissionais que deixaram de prestigiar o evento, far-se-á necessária uma proposta inovadora.

Destaca-se, ainda, que um estudo com foco no levantamento do perfil dos inscritos no congresso, traria significativas contribuições para uma reflexão sobre a evolução do evento.

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Anexo 1 - Relação dos eventos da área de fonoaudiologia

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Jun 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    30 Jan 2018
  • Aceito
    04 Fev 2019
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