Acessibilidade / Reportar erro

Fotobiomodulação em fonoaudiologia: o perfil da prática profissional e o nível de informação dos fonoaudiólogos brasileiros

RESUMO

Objetivo:

conhecer o perfil dos fonoaudiólogos brasileiros e o seu nível de informação quanto ao uso da Fotobiomodulação com o Laser de Baixa Potência (LBP).

Métodos:

estudo observacional, transversal e quantitativo, realizado por meio de um questionário virtual autoaplicado, composto por questões relacionadas à formação, atuação profissional e conhecimentos sobre fotobiomodulação com LBP. Participaram 261 fonoaudiólogos, de ambos os sexos. Os dados foram analisados utilizando estatística descritiva e inferencial.

Resultados:

os fonoaudiólogos possuíam, predominantemente, 10 a 20 anos de formação, especialização concluída como maior titulação e atuavam principalmente nas áreas de Motricidade Orofacial, Disfagia, Voz, Linguagem e Audiologia. A ampla maioria conhece a fotobiomodulação e a sua aplicação na Fonoaudiologia, bem como concorda com a utilização do LBP como recurso terapêutico. Ainda assim, a maioria não utiliza o recurso na prática clínica, mas os que utilizam relatam melhor adesão do paciente. Verificou-se significância estatística para a associação do uso do laser ao acesso à resolução de nº 541 do Conselho Federal de Fonoaudiologia, ao tempo de profissão, à principal especialização e à capacitação exigida. Conclusão:os fonoaudiólogos participantes do estudo demonstraram apresentar informações sobre a fotobiomodulação com LBP e suas aplicabilidades, entretanto, o recurso ainda não é utilizado pela maioria dos profissionais.

Descritores:
Fonoaudiologia; Fonoterapia; Lasers; Terapia a Laser; Terapia com Luz de Baixa Intensidade

ABSTRACT

Purpose:

to know the profile of Brazilian speech-language-hearing (SLH) therapists and their level of information on the use of low-level laser photobiomodulation.

Methods:

an observational, cross-sectional, quantitative study conducted with a self-administered online questionnaire related to the professional education, work, and knowledge of SLH therapists on low-level laser photobiomodulation. Two hundred sixty-one speech-language-hearing therapists of both sexes participated in the research. The data were analyzed with descriptive and inferential statistics.

Results:

the speech-language-hearing therapists had graduated predominantly 10 to 20 years before, their highest degree was mainly specialization, and most of them worked in the fields of oral-motor functions, dysphagia, voice, language, and audiology. Most of them knew photobiomodulation and its use in SLH therapists; also, they agreed on using a low-level laser as a therapeutic resource. Even so, most did not use it in clinical practice, although those who did, reported greater patient adherence. Statistical significance was verified for the association between laser use and access to resolution number 541 of the Federal Speech-Language-Hearing Council, time in the profession, main specialization, and required qualification.

Conclusion:

the participating speech-language-hearing therapists showed knowledge on low-level laser photobiomodulation and its applicability. However, most of these professionals did not use the resource yet.

Keywords:
Speech, Language and Hearing Sciences; Speech Therapy; Lasers; Laser Therapy; Low-Level Light Therapy

Introdução

A Fonoaudiologia é uma das áreas da saúde, que envolve uma formação abrangente, com estudo, pesquisa, prevenção, avaliação, diagnóstico, desenvolvimento, aperfeiçoamento e (re)habilitação dos aspectos voltados à comunicação humana e funções orofaciais, desde a infância até a senescência. A atuação profissional nessa área vem se modificando com o passar dos anos, ampliando-se a realização de pesquisas que promovem um melhor direcionamento para o alcance de uma prática baseada em evidências.

A tecnologia na área da saúde tem crescido gradativamente, sendo possível observar os benefícios obtidos com a implementação de novos recursos e técnicas terapêuticas, possibilitando assim uma terapia mais eficaz11. Ordahan B, Karahan AY. Role of low-level laser therapy added to facial expression exercises in patients with idiopathic facial (Bell's) palsy. Lasers Med Sci. 2017;32(4):931-6.. Nesse cenário inovador, a Fonoaudiologia vem se aprimorando no que diz respeito ao uso de tecnologias associadas à terapia convencional, e uma delas é a Fotobiomodulação, uma técnica de uso terapêutico da luz, que atua na atividade biológica possibilitando mudanças fisiológicas22. De Freitas LF, Hamblin MR. Proposed mechanisms of photobiomodulation or Low-Level Light Therapy. IEEE J. Sel. Topo. Quantum Electron. 2016;22(3):7000417.,33. El Mobadder M, Farhat F, Nammour S. Photobiomodulation Therapy in the treatment of chronic dysphagia post hormonal therapy in a breast cancer patient. Dent J (Basel). 2019;7(2):53.. Um dos recursos utilizados nessa técnica é o Laser de Baixa Potência (LBP), podendo auxiliar na terapia fonoaudiológica quando associado a práticas tradicionalmente utilizadas na área44. Machado BCZ, Mazzetto MO, Da Silva MAMR, De Felício CM. Effects of oral motor exercises and laser therapy on chronic temporomandibular disorders: a randomized study with follow-up. Lasers in Medical Science. 2016;31(5):945-54.,55. Batista SL, Coêlho JF, Almeida LNA, Spinelli-Pessoa L, Vasconcelos ML, Alves GAS. Oral amplitude and orofacial pain in patients with temporomandibular dysfunction submitted to lasertherapia and a miofacional orofacial therapy. Rev. bras. ciênc. saúde. 2019;23(2):85-94..

Em março de 2019, o uso desse recurso nas práticas fonoaudiológicas foi regulamentado pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), por meio da Resolução de nº 54166. Conselho Federal de Fonoaudiologia [Internet]. Resolução CFFa nº 541, de 15 de março de 2019 [accessed on 2020, Sep 1]; Available at: https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/.
https://www.fonoaudiologia.org.br/resolu...
. O LBP é um recurso não invasivo, utilizado na terapia por fotobiomodulação, que consiste na irradiação de luz sobre determinado local77. Lizarelli RFZ. Protocolos clínicos odontológicos: uso do laser de baixa intensidade. 4 ed. São Paulo: MM Optics Ltda; 2010.,88. Anders JJ, Lanzafame RJ, Arany PR. Low-level Light/Laser therapy versus photobiomodulation therapy. Photomed Laser Surg. 2013;33(4):183-4.. Tal recurso corresponde a uma radiação eletromagnética com comprimentos de onda na faixa do visível e infravermelho próximo, sendo o vermelho e o infravermelho os comprimentos de onda mais utilizados na fotobiomodulação em Fonoaudiologia99. Gomes CF, Schapochnik A. The therapeutic use of low-intensity laser (LLLT) in some diseases and its relation to the performance in speech therapy. Distúrb. Comun. 2017;29(3):570-8..

O uso do LBP tem se intensificado por ser uma técnica relativamente segura, que não expõe o paciente a riscos ou danos previsíveis. Entretanto, apesar de ser um procedimento de fácil aplicação, exige que o profissional seja capacitado para que seus resultados sejam satisfatórios, a partir de um conhecimento dos princípios de intervenção na área. É necessário estabelecer os efeitos terapêuticos desejados, bem como saber identificar a dosagem correta, o tempo de aplicação, os pontos irradiados, e o modo de fornecimento da energia, sendo pulsátil ou contínuo77. Lizarelli RFZ. Protocolos clínicos odontológicos: uso do laser de baixa intensidade. 4 ed. São Paulo: MM Optics Ltda; 2010.,99. Gomes CF, Schapochnik A. The therapeutic use of low-intensity laser (LLLT) in some diseases and its relation to the performance in speech therapy. Distúrb. Comun. 2017;29(3):570-8.,1010. Vanderlei T, Bandeira RN, Canuto MSB, Alves GAS. Low-level light therapy and peripheral facial paralysis: integrating literature review. Laser therapy and Bell palsy. Distúrb. Comum. 2019;31(4):557-64..

A fotobiomodulação pode ser benéfica em diversos tratamentos fonoaudiológicos, com resultados satisfatórios principalmente nas áreas da Motricidade Orofacial (MO) e Disfagia44. Machado BCZ, Mazzetto MO, Da Silva MAMR, De Felício CM. Effects of oral motor exercises and laser therapy on chronic temporomandibular disorders: a randomized study with follow-up. Lasers in Medical Science. 2016;31(5):945-54.,1111. Zecha JA, Raber-Durlacher JE, Nair RG, Epstein JB, Elad S, Hamblin MR et al. Low-level laser therapy/photobiomodulation in the management of side effects of chemoradiation therapy in head and neck cancer: part 2: proposed applications and treatment protocols. Support Care Cancer. 2016;24(6):2793-805.. Mesmo sendo nessas áreas que se encontram o maior quantitativo de pesquisas e intervenções, os especialistas em Audiologia também vêm investindo no LBP como recurso de intervenção, conforme observado na pesquisa envolvendo reabilitação em pacientes com zumbido1212. Lee J, Sehwan K, Jung JA, Lee MY. Applications of photobiomodulation in hearing research: from bench to clinic. Biomed. Eng. Lett. 2019;9(3):351-8.,1313. Choi JE, Lee MY, Chung PS, Jung JY. A preliminary study on the efficacy and safety of low-level light therapy in the management of cochlear tinnitus: a single-blind randomized clinical trial. Int Tinnitus J. 2019;23(1):52-7..

Tendo em vista a escassez de pesquisas na literatura científica envolvendo o uso da fotobiomodulação nas áreas da Fonoaudiologia e a publicação recente da resolução do CFFa, esse estudo tem como objetivo conhecer o perfil dos fonoaudiólogos brasileiros e o seu nível de informação quanto ao uso da técnica com o laser de baixa potência.

Métodos

O projeto de pesquisa foi previamente submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, PB, Brasil, e foi aprovado com o parecer de número: 4.103.029. Todos os voluntários do estudo tiveram acesso ao TCLE e concordaram em participar.

Trata-se de um estudo observacional, transversal e quantitativo. Participaram do estudo 261 fonoaudiólogos, de ambos os sexos, elegidos por conveniência, tendo como critério de elegibilidade ser profissional graduado na área de Fonoaudiologia, atuante no Brasil.

A pesquisa foi realizada por meio da divulgação de um questionário online via redes sociais e aplicativo de mensagens. Durante o período de quatro semanas, toda sexta-feira foi compartilhado um folder da pesquisa juntamente com o link que direcionou o voluntário para o site Google Forms, que continha o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) e o questionário do estudo.

A coleta de dados foi realizada no período compreendido entre junho e julho de 2020. Consistiu na resposta dos voluntários a um questionário adaptado, construído com base em estudo anterior1414. Matos AS, Berretin-Felix G, Bandeira RN, Lima JAS, Almeida LNA, Alves GAS. Laser therapy applied to orofacial motricity: perception of members of the Brazilian Orofacial Motricity Association - Abramo. Rev. CEFAC. 2018;20(1):61-8., contendo 34 questões, sendo 7 perguntas abertas e 27 fechadas, abrangendo o perfil do fonoaudiólogo, dados de formação, atuação profissional e conhecimentos sobre a fotobiomodulação, conforme apresentado no Apêndice Apêndice Questionário utilizado para a coleta de dados Pergunta Opções de resposta Idade* Resposta aberta Estado de Atuação* AC, AL, AP, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MT, MS, MG, PA, PB, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, RR, SC, SP, SE, TO. Tempo de Profissão na Fonoaudiologia* Até 1 anoDe 1 ano a 5 anosDe 5 a 10 anosDe 10 a 20 anos21 anos ou mais Formação (maior titulação) * GraduaçãoEspecialização concluídaEspecialização em andamentoMestrado concluídoMestrado em andamentoDoutorado concluídoDoutorado em andamento Sua principal especialização é em (caso tenha cursado uma pós-graduação): * Não tenho especializaçãoAUDIOLOGIALINGUAGEMMOTRICIDADE OROFACIALSAÚDE COLETIVAVOZDISFAGIAFONOAUDIOLOGIA EDUCACIONALGERONTOLOGIAFONOAUDIOLOGIA NEUROFUNCIONALFONOAUDIOLOGIA DO TRABALHONEUROPSICOLOGIAFLUÊNCIA Área(s) de atuação * AUDIOLOGIALINGUAGEMMOTRICIDADE OROFACIALSAÚDE COLETIVAVOZDISFAGIAFONOAUDIOLOGIA EDUCACIONALGERONTOLOGIAFONOAUDIOLOGIA NEUROFUNCIONALFONOAUDIOLOGIA DO TRABALHONEUROPSICOLOGIAFLUÊNCIA Local(is) de Trabalho * ClínicaSala de AulaHome CareHospitalEscolaOutro: Leciona? (Apenas para docentes) * GraduaçãoPós GraduaçãoAmbosNão se aplica Leciona na Pós Graduação (Apenas para docentes) * Lato SensuStricto SensuNãoAmbasNão se aplica É docente e leciona o conteúdo sobre laser? * SimNãoNão se aplica Sabe o que é LASERTERAPIA/FOTOBIOMODULAÇÃO? * SimNão Você conhece a utilização da laserterapia na Fonoaudiologia * SimNão Você pesquisa ou tem alguma publicação na área de laserterapia? * SimNão Se sim, qual a área da pesquisa ou publicação? * Não pesquisei/publiqueiAUDIOLOGIALINGUAGEMMOTRICIDADE OROFACIALSAÚDE COLETIVAVOZDISFAGIAFONOAUDIOLOGIA EDUCACIONALGERONTOLOGIAFONOAUDIOLOGIA NEUROFUNCIONALFONOAUDIOLOGIA DO TRABALHONEUROPSICOLOGIAFLUÊNCIA Você teve acesso às recomendações do CFFa sobre a utilização da laserterapia pelos fonoaudiólogos? * SimNão Você fez alguma formação/capacitação sobre Laserterapia/Fotobiomodulação em Fonoaudiologia ou em saúde? * SimNão Carga horária do curso em Laserterapia realizado: * Resposta aberta Na sua graduação, em algum momento, o ensino da laserterapia foi introduzido? * SimNão Na sua pós-graduação, em algum momento, o ensino da laserterapia foi introduzido? * SimNãoNão fiz pós-graduação Você tem/teve acesso a alguma bibliografia relacionada a área de Laserterapia em Fonoaudiologia ou em saúde * SimNão Você tem acesso a um aparelho de Laser de baixa potência? * Sim, tenho um aparelho particularSim, de aluguel/empréstimoSim, tem um aparelho na Universidade/laboratórioNão tenho acessoOutro: Você costuma utilizar o Laser na sua prática clínica? * SimNão Em uma escala de 0 a 5, em que 0 representa “nunca” e 5 representa “sempre”, o quanto você utiliza o laser no seu dia a dia? ** 012345 Quais os principais casos em que você faz mais uso do Laser? Liste no máximo três casos. ** Resposta aberta Em uma escala de 0 a 5, em que 0 representa “nenhum” e 5 representa “muito”, quanto o uso do laser de baixa potência impacta em uma melhor adesão do paciente? ** 012345 Você tem quanto tempo de formação na área de laserterapia? (em anos) ** Resposta aberta Há quantos anos você utiliza o laser de baixa potência na sua prática clínica? ** Resposta aberta Em que momento da terapia usa o laser? ** InícioMeioFim Qual o efeito terapêutico da Fotobiomodulação/laserterapia que você mais utiliza em sua rotina clínica? ** Resposta aberta Dentre as situações clínicas abaixo, em quais indicações para Laserterapia você faz/faria intervenção? (Apenas para especialistas em Motricidade Orofacial) * Paralisia facialDTMAmbasCaso não seja especialista em MO, não se aplicaOutro: Você concorda que o fonoaudiólogo especialista em Motricidade Orofacial deve atuar em laserterapia? (Responder apenas se for especialista em Motricidade Orofacial) * SimNãoNão se aplica Você Conhece as normas de Biossegurança para utilização do Laser? * SimNão Você concorda que o fonoaudiólogo pode utilizar o laser de baixa potência como um recurso terapêutico? * SimNão Faça os comentários que você acha pertinente para o levantamento da nossa pesquisa ou aponte alguma observação que você acha importante no questionário: * Resposta aberta Legenda: * resposta obrigatória; ** resposta aplicável apenas aos profissionais que utilizam o recurso na prática clínica. .

Os dados foram organizados e categorizados em planilhas do Microsoft Excel Para análise dos dados, foi realizada análise estatística descritiva a partir de medidas de frequência e desvio padrão, assim como estatística inferencial utilizando o teste de associação Qui-quadrado de Pearson. A análise dos dados foi realizada por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22, trial. Considerou-se significantes os valores menores que 1%.

Resultados

Tendo em vista que a pesquisa era voltada para fonoaudiólogos brasileiros, foi possível observar a participação de profissionais de várias regiões, porém, os estados com os maiores quantitativos de participantes foram Paraíba (28%), São Paulo (21,5%), Pernambuco (8,8%), Minas Gerais (8%) e Rio de Janeiro (6,1%).

A idade média da amostra pesquisada foi 38,02 anos (DP=11,11). A maioria dos profissionais possui como maior titulação a especialização concluída, seguida de doutorado concluído, mestrado em andamento, mestrado concluído, especialização em andamento e graduação, conforme exposto na Figura 1. O tempo de profissão da maioria dos profissionais é de 10 a 20 anos (33,71%), seguido de 1 a 5 anos (25,67%), 21 anos ou mais (24,9%), 5 a 10 anos (8,42%) e até 1 ano (7,27%).

Figura 1:
Distribuicao dos fonoaudiólogos participantes quanto a principal titulação

Dos profissionais participantes, 29,5% são docentes, lecionando na graduação (7,3%), na pós-graduação (10,3%) e em ambas (11,9%). Ainda, alguns deles (6,5%) são docentes e lecionam o conteúdo sobre fotobiomodulação.

A principal especialização indicada pelos profissionais participantes da pesquisa está apresentada na Figura 2. Já no que se refere aos maiores campos de atuação, no qual os profissionais poderiam selecionar mais de uma opção, os participantes do estudo elencaram MO (62,1%), Disfagia (54,8%), Voz (46,4%), Linguagem (45,6%) e Audiologia (18,8%). Os principais locais de inserção dos profissionais foram a clínica/consultório (69,3%), Home care/SAD (36,4%) e Hospital (28%).

Figura 2:
Principal área de especialização dos fonoaudiólogos participantes

A maioria dos fonoaudiólogos pesquisados indicou conhecer a fotobiomodulação (92,3%) e a sua utilização na Fonoaudiologia (89,7%). Dos participantes, 67,4% tiveram acesso às recomendações do CFFa sobre a utilização do LBP pelos fonoaudiólogos. No que se refere à produção de pesquisas e publicações em fotobiomodulação, apenas 24,9% realizam, sendo que, dessas pesquisas, as áreas que mais se destacam são: Motricidade Orofacial (12,9%), Disfagia (9,6%) e Voz (6,5%).

Dentre os profissionais que responderam ao questionário, 56,3% já tinham realizado alguma formação/capacitação sobre fotobiomodulação em Fonoaudiologia ou em saúde. Em relação ao tempo de formação na técnica, a média foi de 2,44 anos (DP=1,94), e quanto à carga horária realizada no curso, ficou em torno de 62,01 horas (DP=170,17), sendo o mínimo apontado de 8 e o máximo de 500 horas. Destaca-se que 79,82% dos fonoaudiólogos que ainda não realizaram capacitação indicaram interesse em alguma formação em fotobiomodulação.

Identificou-se que 84,7% dos participantes não tiveram o ensino da técnica introduzido em algum momento durante a sua graduação e ainda 82,81% não tiveram em nenhum momento da pós-graduação. Entretanto, 67,4% já tiveram acesso a alguma bibliografia relacionada a fotobiomodulação em Fonoaudiologia ou em saúde.

Dos pesquisados, 53,6% não costumam utilizar o LBP na prática clínica, já os que fazem uso, possuem cerca de 2,41 anos (DP=1,90) de utilização do recurso. Em relação ao impacto do uso terapêutico do LBP para promover uma melhor adesão do paciente, em uma escala de 0 a 5, a média apontada foi de 4,25 (DP= 0,96). No que diz respeito à frequência de utilização do recurso no dia a dia, considerando a mesma escala, a média foi de 3,77 (DP=1,07). As três principais aplicações clínicas, indicadas pelos fonoaudiólogos que utilizam o recurso, foram: nos casos de disfagia (33,05%), nas intervenções em paralisia facial (22,31%) e para controle salivar (sialorreia/hipersalivação) com 14,87% das respostas. Além dessas, dentre as outras aplicabilidades apontadas, destacam-se a Disfunção Temporomandibular (14,04%) e a Performance Muscular (9,09%).

Considerando os 121 profissionais que utilizam o laser, a maior parte deles referiu utilizar esse recurso no início da terapia. Quando questionados sobre os principais efeitos terapêuticos utilizados na intervenção com LBP, a grande maioria dos entrevistados (55%) não respondeu e as respostas obtidas foram distribuídas conforme exposto na Figura 3.

Figura 3:
Medidas de frequência referentes ao principal efeito terapêutico da fotobiomodulação

Do total de pesquisados, 57,9% têm acesso a um aparelho de LBP, sendo que, destes, a maioria tem um aparelho particular (44,4%). Também um maior número de pessoas concordou com a utilização do LBP como recurso terapêutico fonoaudiológico (98,5%). Assim como a maioria conhece as normas de biossegurança para utilização do equipamento (69%).

Dos profissionais que utilizam o laser na prática clínica, 94,2% deles tiveram acesso às recomendações do CFFa. E existe uma associação estatisticamente significante (p<0,01) considerando a utilização do LBP e o acesso à recomendação, ou seja, mais profissionais que utilizam o laser tiveram acesso (Tabela 1).

Tabela 1:
Associação entre o uso do laser na prática clínica e o acesso às recomendações do Conselho Federal de Fonoaudiologia

Assim como, a quase totalidade (99,2%) dos profissionais que utilizam o laser na prática clínica fez alguma formação/capacitação sobre fotobiomodulação em Fonoaudiologia ou em saúde (p<0,01), como pode ser verificado na Tabela 2.

Tabela 2:
Associação entre o uso do laser na prática clínica e a formação/capacitação em fotobiomodulação

Verificou-se a presença de associação significante (p<0,01) entre a principal especialização do fonoaudiólogo e a utilização do laser na prática clínica. Considerando as áreas de especialidade que possuíram uma maior representação de participantes, a maioria dos profissionais que tem como principal especialização a MO, Disfagia e Voz utiliza o recurso na prática, com destaque para a área de MO, na qual 71,4% deles fazem uso. No entanto, nas áreas de Audiologia e Linguagem, a maioria dos profissionais não utiliza o LBP, conforme apresentado na Tabela 3.

Tabela 3:
Associação entre a principal especialização e o uso do laser na prática clínica

Também foi observada uma associação significante (p<0,01) entre o tempo de profissão e o uso do laser na prática clínica (Tabela 4), com uma tendência de aumento da proporção de utilização de acordo com a progressão do tempo de formado, e o predomínio da utilização foi verificado nos profissionais que possuem de 10 a 20 anos de formação (59,1%).

Tabela 4:
Associação entre o tempo de profissão e o uso do laser na prática clínica

Discussão

O presente estudo foi conduzido buscando suprir uma carência de pesquisas na área e apontar o estado atual da implementação do laser de baixa potência como um recurso terapêutico no campo fonoaudiológico. Observou-se a participação de profissionais de vários estados do Brasil, contudo, os lugares que predominaram envolveram, principalmente, estados das regiões nordeste e sudeste, de onde possivelmente vem os estudos na área, não estando centralizados apenas em uma região.

Observou-se que as principais especializações e áreas de atuação dos profissionais participantes correspondem a Disfagia, MO e Voz, coincidindo com os ramos da Fonoaudiologia que mais apresentam interesse e estudo no laser, sendo dessas áreas os profissionais que mais foram atraídos pela pesquisa.

A maior parte dos participantes do estudo foi constituída por fonoaudiólogos especialistas e que não são docentes, o que pode estar relacionado aos resultados encontrados. Como também, tais aspectos podem significar que um maior número de profissionais da clínica está sendo atraído pela fotobiomodulação, possuindo interesse, talvez buscando melhorias na sua prática profissional.

Dos fonoaudiólogos participantes, a maioria obteve acesso às recomendações do CFFa sobre a utilização do laser de baixa potência na profissão. A aprovação se deu recentemente, em março de 2019, trazendo uma regulamentação oficial do uso deste recurso pelos profissionais da área. Tal aspecto pode estar associado à pouca disseminação no uso da técnica e ao quantitativo ainda incipiente de pesquisas desenvolvidas nessa área, no Brasil. Com o estabelecimento dessa normatização específica, espera-se que a utilização do laser possa aumentar devido à potencialização que este traz ao tratamento fonoaudiológico, quando associado a outras terapias convencionais da área e que mais pesquisas possam ser realizadas, na busca pelas evidências na clínica fonoaudiológica1414. Matos AS, Berretin-Felix G, Bandeira RN, Lima JAS, Almeida LNA, Alves GAS. Laser therapy applied to orofacial motricity: perception of members of the Brazilian Orofacial Motricity Association - Abramo. Rev. CEFAC. 2018;20(1):61-8.

15. Kagan LS, Heaton JT. The effectiveness of Low-Level Light Therapy in attenuating vocal fatigue. J Voice. 2017;31(3):384.e15-384.e23.
-1616. Costa SAP, Florezi GP, Artes GE, Costa JR, Gallo RT, Freitas PM et al. The analgesic effect of photobiomodulation therapy (830 nm) on the masticatory muscles: a randomized, double-blind study. Braz. oral res. 2017;31:e107..

A maioria dos fonoaudiólogos indicou conhecer a fotobiomodulação e a utilização desta técnica na Fonoaudiologia, bem como possui acesso a um aparelho de laser particular. Este é um achado positivo, demonstra que, apesar de ser um recurso recente e inovador, é acessível e faz parte do conhecimento desses profissionais. Entretanto, a maior parte deles não pesquisa ou faz publicações na área da fotobiomodulação, resultando na escassez de estudos e publicações sobre o assunto no Brasil. Dentre os que pesquisam, o foco dos estudos está voltado para a Motricidade Orofacial, tendência já observada nas publicações nacionais e internacionais, que envolvem principalmente temáticas relativas a essa área. Portanto, conforme apresentado em estudo anteriormente realizado1414. Matos AS, Berretin-Felix G, Bandeira RN, Lima JAS, Almeida LNA, Alves GAS. Laser therapy applied to orofacial motricity: perception of members of the Brazilian Orofacial Motricity Association - Abramo. Rev. CEFAC. 2018;20(1):61-8., o que se encontra na literatura sobre o LBP aplicado às áreas da Fonoaudiologia, ainda é incipiente, necessitando de uma ampliação das pesquisas científicas.

Além disso, os resultados mostram que os principais locais de atuação em que estes profissionais estão inseridos são voltados para a assistência: clínica/consultório, home care/SAD e hospitais. Estes aspectos podem influenciar no quantitativo inexpressivo de pesquisas e publicações, visto que uma pequena parcela dos fonoaudiólogos está inserida nas universidades e salas de aula, que, juntamente com os institutos de pesquisa, são tradicionalmente reconhecidos como os principais espaços da produção científica nacional, por possuírem atividades, espaços e recursos destinados para esta finalidade.

Dentre a totalidade dos profissionais pesquisados, a maior parte fez alguma formação/capacitação sobre fotobiomodulação em Fonoaudiologia ou em saúde. As recomendações do CFFa dispõem que o recurso terapêutico do LBP só poderá ser utilizado pelo fonoaudiólogo que tenha capacitação específica e adequada, considerando comprovadamente capacitado o profissional que apresentar um certificado de curso realizado ou declaração de prática supervisionada66. Conselho Federal de Fonoaudiologia [Internet]. Resolução CFFa nº 541, de 15 de março de 2019 [accessed on 2020, Sep 1]; Available at: https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/.
https://www.fonoaudiologia.org.br/resolu...
.

Um aspecto relevante é a carga-horária de formação em fotobiomodulação, atualmente não se dispõe de parâmetros regulamentares a esse respeito e no estudo foi verificada uma grande discrepância entre a carga-horária mínima e a máxima da formação dos profissionais. Vale enfatizar que quanto mais horas o profissional tiver para uma capacitação teórico-prática de qualidade, consequentemente poderá ter mais experiência e domínio da técnica, se tornando mais qualificado para promover boas práticas na utilização do recurso. De modo interessante, foi verificado nos participantes, que o tempo de formação em fotobiomodulação é bem próximo ao tempo do uso do laser na prática clínica, sendo provável que tais profissionais tenham se qualificado previamente a utilização do recurso.

A maioria dos participantes do estudo não teve o ensino da fotobiomodulação introduzido em algum momento durante a formação, podendo ser justificável pela recente utilização do LBP pela Fonoaudiologia. Entretanto, a maioria deles já teve acesso a alguma bibliografia relacionada a área de fotobiomodulação, o que demonstra uma recente propagação de estudos envolvendo a temática, assim como um maior interesse dos profissionais.

Considerando que o uso de novos recursos terapêuticos pode influenciar na terapia, a avaliação dos profissionais sobre o impacto do laser de baixa potência foi positiva, mostrando que o recurso repercute substancialmente na adesão do paciente. Certamente, o uso deste recurso promove uma maior adesão devido aos benefícios precocemente alcançáveis, como a analgesia nas desordens dolorosas, que já pode ser observada com a sua utilização no início da sessão terapêutica, conforme evidenciado em estudo envolvendo pacientes com DTM que associou o laser com a terapia convencional55. Batista SL, Coêlho JF, Almeida LNA, Spinelli-Pessoa L, Vasconcelos ML, Alves GAS. Oral amplitude and orofacial pain in patients with temporomandibular dysfunction submitted to lasertherapia and a miofacional orofacial therapy. Rev. bras. ciênc. saúde. 2019;23(2):85-94..

Dos profissionais que fazem uso do laser, a maioria utiliza o recurso cotidianamente. Considerando as três principais aplicações clínicas apontadas pelos pesquisados, todas elas já foram abordadas em estudos anteriores, com respostas positivas. O recurso do LBP se mostrou uma boa abordagem para o tratamento da disfagia, evidenciado principalmente no tratamento de pacientes com câncer33. El Mobadder M, Farhat F, Nammour S. Photobiomodulation Therapy in the treatment of chronic dysphagia post hormonal therapy in a breast cancer patient. Dent J (Basel). 2019;7(2):53.. Também foram obtidos resultados satisfatórios na recuperação da paralisia facial, com melhora na fala e mastigação, sendo eficaz para o tratamento dessa patologia devido à capacidade de modificar parâmetros clínicos e funcionais em curto espaço de tempo1717. Poloni MM, Marques NP, Ribeiro Junior NV, Sperandio FF, Hanemann JAC, de Carli ML. Bell's palsy treated with photobiomodulation in an adolescent: rare case report and review of the published literature. Int J Paediatr Dent. 2018;28(6):658-62.,1818. Ferrera MT, Hernández ZMS, Risset CL, Castro CV. Evaluación clínica y funcional de pacientes con parálisis de Bell tratados con láserClinical and functional evaluation of patients with Bell´s palsy treated with laser. MEDISAN [journal on the internet]. 2015 [accessed on 2020 Sep 23];19(12):1459-65. Available at: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1029-30192015001200004&lng=es.
http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=s...
. Apesar da sialorreia/hipersalivação ter sido uma das aplicações mais indicadas para o uso do LBP pelos profissionais que responderam ao questionário, notou-se uma carência de estudos na literatura científica que comprovassem a sua eficácia, identificando-se apenas estudos de caso1919. Cunha LO, Silva DCC, Pedra EFP, Alves VMN, Vicente LCC. Efeitos da fotobiomodulação na produção de saliva e no disparo de deglutição: relato de caso. In: Anais do XXVII Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. 2019 Oct; 09-12. Belo Horizonte..

Por se tratar de um recurso que propõe ação de analgesia imediata, anti-inflamatória e regenerativa, a fotobiomodulação com a aplicação do laser de baixa potência merece um olhar diferenciado e uma maior exploração, tendo em vista os benefícios que a mesma pode trazer, como nos casos citados anteriormente77. Lizarelli RFZ. Protocolos clínicos odontológicos: uso do laser de baixa intensidade. 4 ed. São Paulo: MM Optics Ltda; 2010.. No presente estudo, mais da metade dos profissionais que utilizam o laser não apontaram seus efeitos terapêuticos, o que demonstra falta de conhecimento deles a respeito desse aspecto fundamental a ser considerado na intervenção. Já o restante dos profissionais elencou como principal efeito terapêutico a analgesia e a biomodulação, corroborando os estudos da área55. Batista SL, Coêlho JF, Almeida LNA, Spinelli-Pessoa L, Vasconcelos ML, Alves GAS. Oral amplitude and orofacial pain in patients with temporomandibular dysfunction submitted to lasertherapia and a miofacional orofacial therapy. Rev. bras. ciênc. saúde. 2019;23(2):85-94.,2020. Borges RMM, Cardoso DS, Flores BC, da Luz RD, Machado CR, Cerveira GP et al. Effects of different photobiomodulation dosimetries on temporomandibular dysfunction: a randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. Lasers in Medical Science. 2018;33(9):1859-66..

Nesse sentido, pesquisas realizadas trouxeram a analgesia como um dos principais efeitos terapêuticos do LBP, os resultados da intervenção proporcionaram alívio da dor e conforto em pacientes com quadro de DTM55. Batista SL, Coêlho JF, Almeida LNA, Spinelli-Pessoa L, Vasconcelos ML, Alves GAS. Oral amplitude and orofacial pain in patients with temporomandibular dysfunction submitted to lasertherapia and a miofacional orofacial therapy. Rev. bras. ciênc. saúde. 2019;23(2):85-94.,2020. Borges RMM, Cardoso DS, Flores BC, da Luz RD, Machado CR, Cerveira GP et al. Effects of different photobiomodulation dosimetries on temporomandibular dysfunction: a randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. Lasers in Medical Science. 2018;33(9):1859-66.. Um desses trabalhos trouxe resultados significantes sobre o efeito da biomodulação, auxiliando em um aumento da amplitude oral, tendo em vista sua ação nos processos celulares e teciduais55. Batista SL, Coêlho JF, Almeida LNA, Spinelli-Pessoa L, Vasconcelos ML, Alves GAS. Oral amplitude and orofacial pain in patients with temporomandibular dysfunction submitted to lasertherapia and a miofacional orofacial therapy. Rev. bras. ciênc. saúde. 2019;23(2):85-94.. A regeneração também é um dos efeitos do LBP, este é utilizado para potencializar a intervenção, com o objetivo de acelerar o processo de recuperação do nervo em determinados casos2121. Buchaim RL, Andreo JC, Barraviera B, Ferreira Junior RS, Buchaim DV, Rosa Junior GM et al. Effect of Low-Level Laser Therapy (LLLT) on peripheral nerve regeneration using fibrin glue derived from snake venom. Injury. 2015;46(4):655-60..

A maioria dos profissionais faz uso deste recurso no início da terapia, tal aspecto pode estar relacionado aos objetivos terapêuticos propostos com a intervenção, visto que o laser pode promover efeitos benéficos imediatos, facilitar o processo de reabilitação e a utilização das técnicas empregadas na fonoterapia convencional, favorecendo o alcance de resultados mais efetivos.

Dos profissionais pesquisados, um pouco mais da metade não utiliza a fotobiomodulação na prática clínica. Contudo, a quase totalidade dos pesquisados concordou com a utilização do laser de baixa potência como recurso terapêutico fonoaudiológico. Isso pode decorrer dos avanços das discussões na área, dos ganhos que vêm sendo observados com a utilização da técnica, e da aprovação da resolução do CFFa. O estabelecimento de uma regulamentação específica, que orienta e ratifica a utilização deste recurso pelos fonoaudiólogos, legitima o seu uso na prática profissional e desperta interesses, bem como traz perspectivas de uma maior adesão dos profissionais e uma disseminação do uso da técnica na área da Fonoaudiologia.

Outro aspecto importante é que a maior parte dos participantes conhece as normas de biossegurança para utilização do equipamento. Vale destacar que o terapeuta precisa ter cautela em relação às normas de biossegurança que envolvem o profissional e o paciente, utilizando vestuários devidos e equipamentos de proteção individual, como o uso de óculos de proteção que protegem os olhos da radiação que pode atingir a retina77. Lizarelli RFZ. Protocolos clínicos odontológicos: uso do laser de baixa intensidade. 4 ed. São Paulo: MM Optics Ltda; 2010..

Considerando apenas os profissionais que utilizam o laser na prática clínica, a grande maioria deles teve acesso as recomendações do CFFa, existindo uma associação estatisticamente significante, um aspecto importante, pois demonstra que tais profissionais estão devidamente informados sobre as orientações e recomendações oficiais a respeito da atuação com o recurso na área.

Bem como, a quase totalidade dos fonoaudiólogos que utilizam o laser na prática clínica fez alguma formação/capacitação sobre fotobiomodulação, o que representa um interesse e busca por qualificação na área, promovendo o alcance de boas práticas e condutas clínicas adequadas.

Como também, foi verificado que existe uma associação significante entre a principal especialização profissional e o uso do laser na prática clínica, com tendências opostas, visto que os profissionais das áreas de Motricidade Orofacial, Disfagia e Voz utilizam clinicamente o laser, já os profissionais das áreas de Audiologia e Linguagem não fazem uso cotidiano de tal aplicação. Tal aspecto pode estar relacionado ao perfil de atuação e às especificidades de cada área.

A Motricidade Orofacial é uma das áreas da Fonoaudiologia voltada para os aspectos estruturais e funcionais relacionados ao sistema estomatognático2222. Susanibar F, Santos R, Marchesan I. International Orofacial Motricity Day "Tongue-tie, affected orofacial functions". Rev. CEFAC. 2017;19(1):3-6.. Estudos nessa área identificaram efeitos satisfatórios do laser associado à terapia convencional44. Machado BCZ, Mazzetto MO, Da Silva MAMR, De Felício CM. Effects of oral motor exercises and laser therapy on chronic temporomandibular disorders: a randomized study with follow-up. Lasers in Medical Science. 2016;31(5):945-54.,55. Batista SL, Coêlho JF, Almeida LNA, Spinelli-Pessoa L, Vasconcelos ML, Alves GAS. Oral amplitude and orofacial pain in patients with temporomandibular dysfunction submitted to lasertherapia and a miofacional orofacial therapy. Rev. bras. ciênc. saúde. 2019;23(2):85-94.,2323. Nampo FK, Cavalheri V, Soares FS, Ramos SP, Camargo EA. Low-level phototherapy to improve exercise capacity and muscle performance: a systematic review and meta-analysis. Lasers Med Sci. 2016;31(9):1957-70.. Na Disfagia, especialidade direcionada para as dificuldades/alterações que acontecem durante o processo de deglutição, estudos internacionais sobre o efeito da fotobiomodulação verificaram a eficácia do laser no tratamento de alterações associadas à terapia de câncer 33. El Mobadder M, Farhat F, Nammour S. Photobiomodulation Therapy in the treatment of chronic dysphagia post hormonal therapy in a breast cancer patient. Dent J (Basel). 2019;7(2):53.,1111. Zecha JA, Raber-Durlacher JE, Nair RG, Epstein JB, Elad S, Hamblin MR et al. Low-level laser therapy/photobiomodulation in the management of side effects of chemoradiation therapy in head and neck cancer: part 2: proposed applications and treatment protocols. Support Care Cancer. 2016;24(6):2793-805.,2424. El Mobadder M, Farhat F, El Mobadder W, Nammour S. Photobiomodulation Therapy in the treatment of oral mucositis, dysphagia, oral dryness, taste alteration, and burning mouth sensation due to cancer therapy: a case series. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(22):4505.,2525. Reolon LZ, RIGO L, Conto F, Cé LC. Impacto da laserterapia na qualidade de vida de pacientes oncológicos portadores de mucosite oral. Rev. odontol. UNESP. 2017;46(1):19-27..

Já no campo da voz, o laser vem sendo sugerido para o tratamento da fadiga vocal, repercutindo positivamente1515. Kagan LS, Heaton JT. The effectiveness of Low-Level Light Therapy in attenuating vocal fatigue. J Voice. 2017;31(3):384.e15-384.e23.. Apesar de existirem poucas pesquisas relacionando o laser e seus efeitos com a terapia vocal, ele pode vir a ganhar mais espaço e adesão nas práticas terapêuticas.

Na Audiolologia, o laser está sendo estudado como recurso de intervenção em pacientes com zumbido, proporcionando resultados positivos quanto à redução do incômodo que ele traz. Observa-se um quantitativo incipiente de estudos na área, sendo mais específicos em pacientes com perda auditiva e zumbido1212. Lee J, Sehwan K, Jung JA, Lee MY. Applications of photobiomodulation in hearing research: from bench to clinic. Biomed. Eng. Lett. 2019;9(3):351-8.,1313. Choi JE, Lee MY, Chung PS, Jung JY. A preliminary study on the efficacy and safety of low-level light therapy in the management of cochlear tinnitus: a single-blind randomized clinical trial. Int Tinnitus J. 2019;23(1):52-7..

Bem como, na área da Linguagem, os estudos são voltados para aplicações específicas e restritas, como a aplicação de fótons de luz vermelha e infravermelha no couro cabeludo de pacientes com afasia crônica. Nesses casos, um estudo demonstrou que o recurso pode promover melhorias na compreensão e aumento na circulação sanguínea local2626. Neaser AM, Ho M, Martin P. Improved language after scalp application of Red/Near-Infrared Light Diodes: pilot study supporting a new, noninvasive treatment for chronic aphasia. Procedia Soc Behav Sci. 2012;61:138-9.. Contudo, a sua utilização ainda não é tão evidenciada na literatura e o uso clínico dos equipamentos de fotobiomodulação transcraniana ainda não é autorizado no Brasil. Observa-se a necessidade de uma ampliação das pesquisas com a temática, para um melhor entendimento das aplicabilidades do recurso, podendo propiciar uma expansão na sua utilização.

Foi verificado que existe uma associação entre o tempo de formação e o uso do laser na prática clínica, de modo que, os profissionais que apresentaram entre 10 a 20 anos de profissão coincidem com os que mais utilizam o laser. Tal aspecto é notável e inesperado, visto que houve uma tendência de maior utilização do recurso pelos profissionais com mais experiência profissional, que comumente possuem uma preferência por técnicas tradicionais, já consagradas pelo uso. Esse resultado demonstra uma tendência de modificação nas preferências e perfis profissionais, com uma boa aceitação e utilização do laser nos diversos estratos da profissão, apresentando características distintas do encontrado em um estudo anterior, específico da área de MO1414. Matos AS, Berretin-Felix G, Bandeira RN, Lima JAS, Almeida LNA, Alves GAS. Laser therapy applied to orofacial motricity: perception of members of the Brazilian Orofacial Motricity Association - Abramo. Rev. CEFAC. 2018;20(1):61-8..

Diante do exposto, observa-se um interesse do profissional da Fonoaudiologia em inserir mais esse recurso na sua prática clínica, com o conhecimento das normativas profissionais, busca por capacitações na área e reconhecimento dos benefícios alcançáveis com essa técnica. A fotobiomodulação apresenta aplicabilidades clínicas que podem potencializar os ganhos da intervenção fonoaudiológica ofertada, conforme demonstrado em diversos estudos 33. El Mobadder M, Farhat F, Nammour S. Photobiomodulation Therapy in the treatment of chronic dysphagia post hormonal therapy in a breast cancer patient. Dent J (Basel). 2019;7(2):53.,55. Batista SL, Coêlho JF, Almeida LNA, Spinelli-Pessoa L, Vasconcelos ML, Alves GAS. Oral amplitude and orofacial pain in patients with temporomandibular dysfunction submitted to lasertherapia and a miofacional orofacial therapy. Rev. bras. ciênc. saúde. 2019;23(2):85-94.,1010. Vanderlei T, Bandeira RN, Canuto MSB, Alves GAS. Low-level light therapy and peripheral facial paralysis: integrating literature review. Laser therapy and Bell palsy. Distúrb. Comum. 2019;31(4):557-64.

11. Zecha JA, Raber-Durlacher JE, Nair RG, Epstein JB, Elad S, Hamblin MR et al. Low-level laser therapy/photobiomodulation in the management of side effects of chemoradiation therapy in head and neck cancer: part 2: proposed applications and treatment protocols. Support Care Cancer. 2016;24(6):2793-805.

12. Lee J, Sehwan K, Jung JA, Lee MY. Applications of photobiomodulation in hearing research: from bench to clinic. Biomed. Eng. Lett. 2019;9(3):351-8.

13. Choi JE, Lee MY, Chung PS, Jung JY. A preliminary study on the efficacy and safety of low-level light therapy in the management of cochlear tinnitus: a single-blind randomized clinical trial. Int Tinnitus J. 2019;23(1):52-7.

14. Matos AS, Berretin-Felix G, Bandeira RN, Lima JAS, Almeida LNA, Alves GAS. Laser therapy applied to orofacial motricity: perception of members of the Brazilian Orofacial Motricity Association - Abramo. Rev. CEFAC. 2018;20(1):61-8.
-1515. Kagan LS, Heaton JT. The effectiveness of Low-Level Light Therapy in attenuating vocal fatigue. J Voice. 2017;31(3):384.e15-384.e23.,2424. El Mobadder M, Farhat F, El Mobadder W, Nammour S. Photobiomodulation Therapy in the treatment of oral mucositis, dysphagia, oral dryness, taste alteration, and burning mouth sensation due to cancer therapy: a case series. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(22):4505.

25. Reolon LZ, RIGO L, Conto F, Cé LC. Impacto da laserterapia na qualidade de vida de pacientes oncológicos portadores de mucosite oral. Rev. odontol. UNESP. 2017;46(1):19-27.

26. Neaser AM, Ho M, Martin P. Improved language after scalp application of Red/Near-Infrared Light Diodes: pilot study supporting a new, noninvasive treatment for chronic aphasia. Procedia Soc Behav Sci. 2012;61:138-9.
-2727. Alves VMN, Furlan RMMM, Motta AR. Immediate effects of photobiomodulation with low-level laser therapy on muscle performance: an integrative literature review. Rev. CEFAC. 2019;21(4):e12019.. Entretanto, algumas áreas ainda não dispõem de estudos que evidenciem a eficácia da utilização do recurso, com carência de publicações. Atualmente, após a aprovação da resolução do CFFa, a atuação, os estudos e as pesquisas na área são ainda mais possíveis, podendo trazer avanços e aprimoramentos.

Nesse sentido, este estudo é relevante por apresentar um levantamento do perfil profissional no uso desse recurso terapêutico, podendo contribuir para uma reflexão, formulação e implementação de estratégias que visem disseminar o uso da técnica a nível nacional. Destaca-se a importância de um incentivo na formação de recursos humanos e uma inserção de conteúdos relativos a fotobiomodulação como elementos complementares nos componentes curriculares da Fonoaudiologia, considerando os benefícios alcançáveis com a técnica, já evidenciados cientificamente e amplamente discutidos a nível internacional, em diversas profissões da área de saúde.

Conclusão

A maioria dos fonoaudiólogos brasileiros que participou da pesquisa relatou ter informações sobre a fotobiomodulação com LBP e sua utilização na Fonoaudiologia. O perfil dos participantes quanto ao uso do recurso evidenciou que a maioria dos profissionais concorda com a sua utilização terapêutica, tem acesso a um aparelho de laser, porém ainda não o utiliza, bem como, não pesquisa ou publica na área. Ainda, o uso do recurso na prática clínica foi significativamente associado à principal especialização do fonoaudiólogo, ao tempo de profissão, ao acesso às recomendações do CFFa e à realização de capacitação/formação em fotobiomodulação.

REFERENCES

  • 1
    Ordahan B, Karahan AY. Role of low-level laser therapy added to facial expression exercises in patients with idiopathic facial (Bell's) palsy. Lasers Med Sci. 2017;32(4):931-6.
  • 2
    De Freitas LF, Hamblin MR. Proposed mechanisms of photobiomodulation or Low-Level Light Therapy. IEEE J. Sel. Topo. Quantum Electron. 2016;22(3):7000417.
  • 3
    El Mobadder M, Farhat F, Nammour S. Photobiomodulation Therapy in the treatment of chronic dysphagia post hormonal therapy in a breast cancer patient. Dent J (Basel). 2019;7(2):53.
  • 4
    Machado BCZ, Mazzetto MO, Da Silva MAMR, De Felício CM. Effects of oral motor exercises and laser therapy on chronic temporomandibular disorders: a randomized study with follow-up. Lasers in Medical Science. 2016;31(5):945-54.
  • 5
    Batista SL, Coêlho JF, Almeida LNA, Spinelli-Pessoa L, Vasconcelos ML, Alves GAS. Oral amplitude and orofacial pain in patients with temporomandibular dysfunction submitted to lasertherapia and a miofacional orofacial therapy. Rev. bras. ciênc. saúde. 2019;23(2):85-94.
  • 6
    Conselho Federal de Fonoaudiologia [Internet]. Resolução CFFa nº 541, de 15 de março de 2019 [accessed on 2020, Sep 1]; Available at: https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/
    » https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/
  • 7
    Lizarelli RFZ. Protocolos clínicos odontológicos: uso do laser de baixa intensidade. 4 ed. São Paulo: MM Optics Ltda; 2010.
  • 8
    Anders JJ, Lanzafame RJ, Arany PR. Low-level Light/Laser therapy versus photobiomodulation therapy. Photomed Laser Surg. 2013;33(4):183-4.
  • 9
    Gomes CF, Schapochnik A. The therapeutic use of low-intensity laser (LLLT) in some diseases and its relation to the performance in speech therapy. Distúrb. Comun. 2017;29(3):570-8.
  • 10
    Vanderlei T, Bandeira RN, Canuto MSB, Alves GAS. Low-level light therapy and peripheral facial paralysis: integrating literature review. Laser therapy and Bell palsy. Distúrb. Comum. 2019;31(4):557-64.
  • 11
    Zecha JA, Raber-Durlacher JE, Nair RG, Epstein JB, Elad S, Hamblin MR et al. Low-level laser therapy/photobiomodulation in the management of side effects of chemoradiation therapy in head and neck cancer: part 2: proposed applications and treatment protocols. Support Care Cancer. 2016;24(6):2793-805.
  • 12
    Lee J, Sehwan K, Jung JA, Lee MY. Applications of photobiomodulation in hearing research: from bench to clinic. Biomed. Eng. Lett. 2019;9(3):351-8.
  • 13
    Choi JE, Lee MY, Chung PS, Jung JY. A preliminary study on the efficacy and safety of low-level light therapy in the management of cochlear tinnitus: a single-blind randomized clinical trial. Int Tinnitus J. 2019;23(1):52-7.
  • 14
    Matos AS, Berretin-Felix G, Bandeira RN, Lima JAS, Almeida LNA, Alves GAS. Laser therapy applied to orofacial motricity: perception of members of the Brazilian Orofacial Motricity Association - Abramo. Rev. CEFAC. 2018;20(1):61-8.
  • 15
    Kagan LS, Heaton JT. The effectiveness of Low-Level Light Therapy in attenuating vocal fatigue. J Voice. 2017;31(3):384.e15-384.e23.
  • 16
    Costa SAP, Florezi GP, Artes GE, Costa JR, Gallo RT, Freitas PM et al. The analgesic effect of photobiomodulation therapy (830 nm) on the masticatory muscles: a randomized, double-blind study. Braz. oral res. 2017;31:e107.
  • 17
    Poloni MM, Marques NP, Ribeiro Junior NV, Sperandio FF, Hanemann JAC, de Carli ML. Bell's palsy treated with photobiomodulation in an adolescent: rare case report and review of the published literature. Int J Paediatr Dent. 2018;28(6):658-62.
  • 18
    Ferrera MT, Hernández ZMS, Risset CL, Castro CV. Evaluación clínica y funcional de pacientes con parálisis de Bell tratados con láserClinical and functional evaluation of patients with Bell´s palsy treated with laser. MEDISAN [journal on the internet]. 2015 [accessed on 2020 Sep 23];19(12):1459-65. Available at: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1029-30192015001200004&lng=es
    » http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1029-30192015001200004&lng=es
  • 19
    Cunha LO, Silva DCC, Pedra EFP, Alves VMN, Vicente LCC. Efeitos da fotobiomodulação na produção de saliva e no disparo de deglutição: relato de caso. In: Anais do XXVII Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. 2019 Oct; 09-12. Belo Horizonte.
  • 20
    Borges RMM, Cardoso DS, Flores BC, da Luz RD, Machado CR, Cerveira GP et al. Effects of different photobiomodulation dosimetries on temporomandibular dysfunction: a randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. Lasers in Medical Science. 2018;33(9):1859-66.
  • 21
    Buchaim RL, Andreo JC, Barraviera B, Ferreira Junior RS, Buchaim DV, Rosa Junior GM et al. Effect of Low-Level Laser Therapy (LLLT) on peripheral nerve regeneration using fibrin glue derived from snake venom. Injury. 2015;46(4):655-60.
  • 22
    Susanibar F, Santos R, Marchesan I. International Orofacial Motricity Day "Tongue-tie, affected orofacial functions". Rev. CEFAC. 2017;19(1):3-6.
  • 23
    Nampo FK, Cavalheri V, Soares FS, Ramos SP, Camargo EA. Low-level phototherapy to improve exercise capacity and muscle performance: a systematic review and meta-analysis. Lasers Med Sci. 2016;31(9):1957-70.
  • 24
    El Mobadder M, Farhat F, El Mobadder W, Nammour S. Photobiomodulation Therapy in the treatment of oral mucositis, dysphagia, oral dryness, taste alteration, and burning mouth sensation due to cancer therapy: a case series. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(22):4505.
  • 25
    Reolon LZ, RIGO L, Conto F, Cé LC. Impacto da laserterapia na qualidade de vida de pacientes oncológicos portadores de mucosite oral. Rev. odontol. UNESP. 2017;46(1):19-27.
  • 26
    Neaser AM, Ho M, Martin P. Improved language after scalp application of Red/Near-Infrared Light Diodes: pilot study supporting a new, noninvasive treatment for chronic aphasia. Procedia Soc Behav Sci. 2012;61:138-9.
  • 27
    Alves VMN, Furlan RMMM, Motta AR. Immediate effects of photobiomodulation with low-level laser therapy on muscle performance: an integrative literature review. Rev. CEFAC. 2019;21(4):e12019.

Apêndice

Questionário utilizado para a coleta de dados

Pergunta Opções de resposta
Idade* Resposta aberta
Estado de Atuação* AC, AL, AP, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MT, MS, MG, PA, PB, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, RR, SC, SP, SE, TO.
Tempo de Profissão na Fonoaudiologia* Até 1 ano
De 1 ano a 5 anos
De 5 a 10 anos
De 10 a 20 anos
21 anos ou mais
Formação (maior titulação) * Graduação
Especialização concluída
Especialização em andamento
Mestrado concluído
Mestrado em andamento
Doutorado concluído
Doutorado em andamento
Sua principal especialização é em (caso tenha cursado uma pós-graduação): * Não tenho especialização
AUDIOLOGIA
LINGUAGEM
MOTRICIDADE OROFACIAL
SAÚDE COLETIVA
VOZ
DISFAGIA
FONOAUDIOLOGIA EDUCACIONAL
GERONTOLOGIA
FONOAUDIOLOGIA NEUROFUNCIONAL
FONOAUDIOLOGIA DO TRABALHO
NEUROPSICOLOGIA
FLUÊNCIA
Área(s) de atuação * AUDIOLOGIA
LINGUAGEM
MOTRICIDADE OROFACIAL
SAÚDE COLETIVA
VOZ
DISFAGIA
FONOAUDIOLOGIA EDUCACIONAL
GERONTOLOGIA
FONOAUDIOLOGIA NEUROFUNCIONAL
FONOAUDIOLOGIA DO TRABALHO
NEUROPSICOLOGIA
FLUÊNCIA
Local(is) de Trabalho * Clínica
Sala de Aula
Home Care
Hospital
Escola
Outro:
Leciona? (Apenas para docentes) * Graduação
Pós Graduação
Ambos
Não se aplica
Leciona na Pós Graduação (Apenas para docentes) * Lato Sensu
Stricto Sensu
Não
Ambas
Não se aplica
É docente e leciona o conteúdo sobre laser? * Sim
Não
Não se aplica
Sabe o que é LASERTERAPIA/FOTOBIOMODULAÇÃO? * Sim
Não
Você conhece a utilização da laserterapia na Fonoaudiologia * Sim
Não
Você pesquisa ou tem alguma publicação na área de laserterapia? * Sim
Não
Se sim, qual a área da pesquisa ou publicação? * Não pesquisei/publiquei
AUDIOLOGIA
LINGUAGEM
MOTRICIDADE OROFACIAL
SAÚDE COLETIVA
VOZ
DISFAGIA
FONOAUDIOLOGIA EDUCACIONAL
GERONTOLOGIA
FONOAUDIOLOGIA NEUROFUNCIONAL
FONOAUDIOLOGIA DO TRABALHO
NEUROPSICOLOGIA
FLUÊNCIA
Você teve acesso às recomendações do CFFa sobre a utilização da laserterapia pelos fonoaudiólogos? * Sim
Não
Você fez alguma formação/capacitação sobre Laserterapia/Fotobiomodulação em Fonoaudiologia ou em saúde? * Sim
Não
Carga horária do curso em Laserterapia realizado: * Resposta aberta
Na sua graduação, em algum momento, o ensino da laserterapia foi introduzido? * Sim
Não
Na sua pós-graduação, em algum momento, o ensino da laserterapia foi introduzido? * Sim
Não
Não fiz pós-graduação
Você tem/teve acesso a alguma bibliografia relacionada a área de Laserterapia em Fonoaudiologia ou em saúde * Sim
Não
Você tem acesso a um aparelho de Laser de baixa potência? * Sim, tenho um aparelho particular
Sim, de aluguel/empréstimo
Sim, tem um aparelho na Universidade/laboratório
Não tenho acesso
Outro:
Você costuma utilizar o Laser na sua prática clínica? * Sim
Não
Em uma escala de 0 a 5, em que 0 representa “nunca” e 5 representa “sempre”, o quanto você utiliza o laser no seu dia a dia? ** 0
1
2
3
4
5
Quais os principais casos em que você faz mais uso do Laser? Liste no máximo três casos. ** Resposta aberta
Em uma escala de 0 a 5, em que 0 representa “nenhum” e 5 representa “muito”, quanto o uso do laser de baixa potência impacta em uma melhor adesão do paciente? ** 0
1
2
3
4
5
Você tem quanto tempo de formação na área de laserterapia? (em anos) ** Resposta aberta
Há quantos anos você utiliza o laser de baixa potência na sua prática clínica? ** Resposta aberta
Em que momento da terapia usa o laser? ** Início
Meio
Fim
Qual o efeito terapêutico da Fotobiomodulação/laserterapia que você mais utiliza em sua rotina clínica? ** Resposta aberta
Dentre as situações clínicas abaixo, em quais indicações para Laserterapia você faz/faria intervenção? (Apenas para especialistas em Motricidade Orofacial) * Paralisia facial
DTM
Ambas
Caso não seja especialista em MO, não se aplica
Outro:
Você concorda que o fonoaudiólogo especialista em Motricidade Orofacial deve atuar em laserterapia? (Responder apenas se for especialista em Motricidade Orofacial) * Sim
Não
Não se aplica
Você Conhece as normas de Biossegurança para utilização do Laser? * Sim
Não
Você concorda que o fonoaudiólogo pode utilizar o laser de baixa potência como um recurso terapêutico? * Sim
Não
Faça os comentários que você acha pertinente para o levantamento da nossa pesquisa ou aponte alguma observação que você acha importante no questionário: * Resposta aberta
  • Legenda: * resposta obrigatória; ** resposta aplicável apenas aos profissionais que utilizam o recurso na prática clínica.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      12 Abr 2021
    • Data do Fascículo
      2021

    Histórico

    • Recebido
      18 Nov 2020
    • Aceito
      01 Fev 2021
    ABRAMO Associação Brasileira de Motricidade Orofacial Rua Uruguaiana, 516, Cep 13026-001 Campinas SP Brasil, Tel.: +55 19 3254-0342 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: revistacefac@cefac.br