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A sub-reação a recompras de ações no mercado aberto* * Trabalho apresentado no 13º Encontro Brasileiro de Finanças, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, julho de 2013. ,** ** Os autores agradecem o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do GV Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas ao projeto que originou esta pesquisa. Agradecem, também, aos revisores anônimos da Revista Contabilidade & Finanças e a Lucas Barros, Ariovaldo dos Santos, Paulo Terra, Orlando Vilar, Fábio Frezatti e participantes do 13º Encontro Brasileiro de Finanças, do Fórum de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (PPGCC/FEA-USP) e do Seminário de Pesquisa em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo-Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV), pelas contribuições para o aperfeiçoamento do trabalho.

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar o desempenho de longo prazo de uma estratégia de investimento subsequente aos anúncios de programas de recompra de ações ocorridos no mercado brasileiro entre 2003 e 2014. Recomprar ações de emissão da própria empresa é um dos mecanismos utilizados para distribuir caixa aos acionistas. Dentre os motivos que podem explicar o interesse de uma empresa em readquirir suas próprias ações estão ajustar sua estrutura de capital, reduzir o excesso de caixa, como forma alternativa ao pagamento de dividendo ou como sinalização ao mercado, a fim de reduzir a assimetria de informação entre empresa e investidores. Sendo a hipótese de sinalização de desvalorização verdadeira, investir nas ações de empresas que fazem anúncios de recompra gera retornos anormais de longo prazo. A pesquisa fornece evidências de que os anúncios de programas de recompra de ações no mercado aberto sinalizam que o preço da ação da empresa anunciante está subavaliado, sendo possível obter retornos anormais com essa estratégia de investimento. Ao mesmo tempo, os resultados são inconsistentes com a hipótese de eficiência de mercado na forma semiforte, que diz que não é possível obter retornos anormais a partir de informação publicamente disponível. Os retornos anormais foram estimados por capital asset pricing model (CAPM) e pelo modelo de três fatores de Fama e French. Adicionalmente, estimamos os resultados subdividindo a amostra entre empresas de valor e de crescimento. Carteiras formadas por empresas que anunciaram programas de recompra apresentaram retornos anormais anuais de 5,4 a 7,9% para um horizonte de investimento de até três anos após o anúncio. Os retornos anormais das empresas de valor (mais suscetíveis a recomprar ações devido à subavaliação) são de até 11,5% ao ano.

Palavras-chave
recompra de ações; retornos anormais; informação; underreaction; retornos de longo prazo

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