O Balanced Scorecard (BSC) é uma metodologia que possibilita aos gestores definir e implementar um conjunto de indicadores, financeiros e não financeiros, de forma balanceada para avaliação do desempenho de uma organização sob quatro perspectivas. Muitas empresas que investem em sua implantação não obtêm o êxito esperado, situação essa que pode ser atribuída a diferentes fatores, como: problemas estratégicos, falhas no planejamento, definição de objetivos e metas mal formuladas. Entretanto, parcela do insucesso pode ser atribuída a não institucionalização de hábitos e rotinas. Nesse sentido, neste trabalho, objetiva-se, com base na Teoria Institucional, verificar, na obra "A Estratégia em Ação - Balanced Scorecard", se existem evidências de que o modelo do BSC proposto pelos autores (Kaplan & Norton) possui elementos que favoreçam a sua institucionalização. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica qualitativa. Identificaram-se 404 evidências, classificadas conforme processos inerentes à institucionalização desenvolvidos por Tolbert e Zucker e à legitimação / legitimidade proposta por Scott. Com base nesses achados, depreende-se que a obra tem preocupação prioritária em legitimar o artefato junto às organizações, apresentando-o como um instrumento consagrado de gestão. Os aspectos para suporte ao estágio de semi-institucionalização (26% dos achados) e ao estágio de total institucionalização (10% dos achados) permitem concluir que os autores se preocupam em propor um artefato sem o foco efetivo em sua institucionalização, o que pode, de certa forma, justificar a grande dificuldade encontrada por muitas empresas que investem na implantação dessa metodologia.
BSC; Teoria Institucional; Gestão; Estratégia