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Investigação de cefaleia em trovoada em angioma cavernoso: quando a ressonância magnética faz a diferença. Relato de caso* * Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A ressonância magnética cerebral é um exame importante na investigação da cefaleia em trovoada, após a exclusão de hemorragia subaracnoidea. O objetivo deste estudo foi relatar um caso de angioma cavernoso (cavernoma) no tronco cerebral, em que a apresentação clínica e tomografia computadorizada sugeriram uma hemorragia intraventricular.

RELATO DO CASO:

Paciente do gênero feminino, 55 anos, foi encaminhada ao hospital com uma história de cefaleia nova há 10 dias. A dor teve início súbito, do tipo pressão, de forte intensidade, localizada na região occipital com irradiação para toda a cabeça, acompanhada de fotofobia intensa, náuseas, diplopia e visão turva. O exame neurológico revelou anisocoria, oftalmoplegia completa e ptose palpebral à direita. Tomografia computadorizada de crânio mostrou sangue no terceiro ventrículo. Arteriografia cerebral convencional não apresentou aneurisma, malformação arteriovenosa ou trombose de seios venosos. Na punção lombar, uma pressão de 45cm de água de abertura foi encontrada e a análise do líquido cefalorraquidiano foi normal. A ressonância de crânio revelou lesão oval (1,0x1,0x0,6cm) de aspecto exofítica na cisterna interpeduncular e terceiro ventrículo compatível com cavernoma de tronco cerebral.

CONCLUSÃO:

No caso descrito, a ressonância magnética foi essencial para o diagnóstico, uma vez que os exames de rotina (tomografia de crânio, punção de líquor e arteriografia) não conseguiram defini-lo. Maiores estudos são necessários para esclarecer como a realização de ressonância magnética impacta a investigação.

Hemangioma cavernoso do sistema nervoso central; Ressonância magnética; Transtornos secundários da cefaleia


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