Resumo
O presente artigo analisa a potencialidade do projeto de Reescrita de Decisões Judiciais com Perspectivas Feministas a partir da análise do discurso e da linguagem da literatura. Entende a decisão judicial como repetição de sentidos autorizados por uma formação discursiva dominante no Poder Judiciário, ao passo em que as reescritas com perspectivas feministas têm a potencialidade de deslizar sentidos e apontar para sentidos alocados na dobradura da memória por serem interditados pela matriz discursiva hegemônica. O trabalho também reflete sobre o silêncio no processo de paráfrase da matriz discursiva e indaga se haveria uma linguagem capaz de transpassar a formação discursiva dominante. A literatura de mulheres se apresenta como linguagem capaz de indicar sentidos memoráveis, na medida em que compartilha narrativas de sujeitos subalternizados e desestabiliza a conformação tradicional sobre o que pode ou não ser dito.
Palavras-chave:
Feminismos; Análise do Discurso; Literatura; Decisão Judicial