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Mobilidade internacional estudantil de Enfermagem da Universidade de São Paulo

RESUMO

Objetivo:

Caracterizar as experiências dos estudantes de graduação da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), participantes dos programas de mobilidade internacional, entre janeiro de 2011 e julho de 2017.

Método:

Estudo exploratório, descritivo de abordagem quantitativa, de 68 relatórios. Desses, apenas 38 (56%) foram considerados válidos e submetidos à análise estatística descritiva. Os dados foram apreendidos em aspectos gerais da experiência, institucionais, acadêmicos, culturais e custo de vida.

Resultados:

O principal destino foi Portugal, entre os anos de 2012 e 2013, com permanência média de seis meses, cursando em média três a quatro disciplinas. O principal financiador foi a universidade de origem.

Conclusão:

As atividades acadêmicas limitaram-se a disciplinas teórico-práticas, com pouca inserção na pesquisa. Há necessidade de aumentar o investimento na aprendizagem de outros idiomas e ampliar parcerias com grandes centros de ensino e de pesquisa estrangeiros.

Descritores:
Intercâmbio Educacional Internacional; Educação Superior; Estudantes de Enfermagem; Educação em Enfermagem; Análise Quantitativa

ABSTRACT

Objective:

To characterize the experiences of undergraduate students of the School of Nursing of the University of São Paulo (EEUSP) who participated in international mobility programs between January 2011 and July 2017.

Method:

Exploratory, descriptive study with quantitative approach. Of 68 reports, only 38 (56%) were considered valid and were submitted to descriptive statistical analysis. Data were categorized in general, institutional, academic and cultural aspects and cost of living.

Results:

The main destination was Portugal and the years with most participation were 2012 and 2013. The mean stay was six months and the students took a mean of three to four courses. The main funder was the university of origin.

Conclusion:

Academic activities were limited to theoretical and practical courses, with little insertion in research. There is a need to increase investment in learning other languages and to expand partnerships with larger centers of foreign education and research.

Descriptors:
International Educational Exchange; Education, Higher; Students, Nursing; Education, Nursing; Quantitative Analysis

RESUMEN

Objetivo:

Caracterizar las experiencias de los estudiantes de graduación de la Escuela de Enfermería de la Universidad de São Paulo (EEUSP), participantes de los programas de movilidad internacional, entre enero de 2011 y julio de 2017.

Método:

Se trata de un estudio exploratorio, descriptivo de abordaje cuantitativo, de 68 reportes. De estos, solamente 38 (56%) se consideraron válidos y se sometieron al análisis estadístico descriptivo. Los datos se recogieron según los aspectos generales de la experiencia: institucionales, académicos, culturales y costo de vida.

Resultados:

El destino principal fue Portugal, entre los años 2012 y 2013, con permanencia media de seis meses y cursando, promedio, de tres a cuatro disciplinas. La principal financiadora fue la universidad de origen.

Conclusión:

Las actividades académicas se limitaron a disciplinas teórico-prácticas, sin involucrarse mucho en la investigación. Existe la necesidad de aumentar las inversiones para el aprendizaje de otros idiomas y aumentar los convenios con los grandes centros de enseñanza e investigación extranjeros.

Descriptores:
Intercambio Educacional Internacional; Educación Superior; Estudiantes de Enfermería; Educación en Enfermería; Análisis Cuantitativo

INTRODUÇÃO

A crescente tendência da mobilidade internacional acadêmica, também chamada internacionalização, está associada ao fenômeno da globalização resultante do aumento do fluxo de pessoas, ideias, capital, bens e serviços pelas fronteiras(11 Archanjo R. Globalização e multilingualismo no Brasil: competência linguística e o Programa Ciência Sem Fronteiras. Rev Bras Linguist Apl [Internet]. 2015[cited 2017 Jul 12];15(3):621-56. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbla/v15n3/1984-6398-rbla-15-03-00621.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbla/v15n3/1984...

2 Archanjo R. Saberes sem fronteiras : políticas para as migrações pós-modernas. Delta Doc Estud Linguist Teor Aplic [Internet]. 2016[cited 2017 May 17];15:515-42. Available from: http://www.scielo.br/pdf/delta/v32n2/1678-460X-delta-32-02-00515.pdf
http://www.scielo.br/pdf/delta/v32n2/167...

3 Hammond CD. Internationalization, nationalism, and global competitiveness: a comparison of approaches to higher education in China and Japan. Asia Pacific Educ Rev [Internet]. 2016[cited 2017 Jan 22];17(4):555-66. Available from: https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs12564-016-9459-0.pdf
https://link.springer.com/content/pdf/10...

4 Elharram M, Candidate CM, Dinh T, Lalaude A, Candidate S, Gao S, Noel G. Global health values of a multidirectional near peer training program in surgery, pathology, anatomy, research methodology , and medical education for Haitian, Rwandan , and Canadian medical students. Ann Glob Health [Internet]. 2017[cited 2017 Apr 06];83(2):274-80. Available from: http://www.annalsofglobalhealth.org/article/S2214-9996(17)30601-X/pdf
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-55 Brasil. Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ciências sem Fronteiras: o que é? [Internet]. Brasília; 2016 [cited 2017 Aug 02]. Available from: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/painel-de-controle
http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/w...
).

Esse fenômeno influenciou também mudanças no ensino superior na área da saúde e teve três grandes momentos(33 Hammond CD. Internationalization, nationalism, and global competitiveness: a comparison of approaches to higher education in China and Japan. Asia Pacific Educ Rev [Internet]. 2016[cited 2017 Jan 22];17(4):555-66. Available from: https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs12564-016-9459-0.pdf
https://link.springer.com/content/pdf/10...
). O primeiro se deu no início do século XX, pelo fortalecimento do conhecimento produzido por meio do método científico, o que gerou reforma curricular baseada na ciência. O segundo ocorreu com a mudança para uma perspectiva de técnicas de ensino-aprendizagem, baseada na solução de problemas de realidades das respectivas áreas. O terceiro teve início no século XXI e abrange o momento atual, cujo desafio é melhorar os desempenhos dos sistemas de saúde a partir de competências profissionais em contextos específicos e no conhecimento global(44 Elharram M, Candidate CM, Dinh T, Lalaude A, Candidate S, Gao S, Noel G. Global health values of a multidirectional near peer training program in surgery, pathology, anatomy, research methodology , and medical education for Haitian, Rwandan , and Canadian medical students. Ann Glob Health [Internet]. 2017[cited 2017 Apr 06];83(2):274-80. Available from: http://www.annalsofglobalhealth.org/article/S2214-9996(17)30601-X/pdf
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).

Nesse sentido, os programas de mobilidade estudantil se fortalecem com a exposição intercultural a diferentes estilos de vida, idiomas e sistemas de saúde, o que melhora a capacidade educacional dos estudantes, assim como as experiências, habilidades de comunicação e relação interpessoal(44 Elharram M, Candidate CM, Dinh T, Lalaude A, Candidate S, Gao S, Noel G. Global health values of a multidirectional near peer training program in surgery, pathology, anatomy, research methodology , and medical education for Haitian, Rwandan , and Canadian medical students. Ann Glob Health [Internet]. 2017[cited 2017 Apr 06];83(2):274-80. Available from: http://www.annalsofglobalhealth.org/article/S2214-9996(17)30601-X/pdf
http://www.annalsofglobalhealth.org/arti...
). No Brasil, os programas de intercâmbio buscam promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e da inovação técnico-científica(55 Brasil. Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ciências sem Fronteiras: o que é? [Internet]. Brasília; 2016 [cited 2017 Aug 02]. Available from: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/painel-de-controle
http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/w...
).

O “Programa Ciência Sem Fronteiras (CsF)”, implantado pelo governo federal em 2011 e extinto em 2016, foi uma importante iniciativa com os objetivos de investir na formação de pessoal altamente qualificado para o avanço da sociedade do conhecimento, aumentar a presença de pesquisadores e estudantes de vários níveis em instituições de excelência no exterior e promover a inserção internacional das instituições brasileiras pela abertura de oportunidades semelhantes para cientistas e estudantes estrangeiros(66 Dalmolin IS, Pereira ER, Silva RMCR, Gouveia MJB, Sardinheiro JJ. Intercâmbio acadêmico cultural internacional : uma experiência de crescimento pessoal e científico. Rev Bras Enferm [Internet]. 2013 [cited 2017 Aug 16];66(3):442-7. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v66n3/a21v66n3.pdf
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).

O CsF ampliou os intercâmbios internacionais para estudantes ainda na graduação, pois implementou 92.880 bolsas de estudo no exterior, sendo 73.353 destinadas à graduação. A engenharia e demais áreas tecnológicas foram as que mais receberam recursos, com obtenção de 41.594 bolsas, seguidas pelas ciências biomédicas e da saúde, com 16.076(77 Brasil. Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ciências sem Fronteiras: painel de controle [Internet]. Brasília; 2016 [cited 2017 Jul 14]. Available from: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/painel-de-controle
http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/w...
). Na área da saúde, 66% das bolsas do CsF foram destinadas à graduação e o estado de São Paulo foi o que mais recebeu esse benefício. Os Estados Unidos da América foram os que mais receberam estudantes brasileiros, seguidos por Reino Unido e Austrália. O gênero feminino foi o que mais participou do Programa. A Universidade de São Paulo foi a instituição que mais recebeu bolsas distribuídas nas mais variadas áreas (5541), sendo que 1097 bolsas de estudos foram destinadas à área de biologia, ciências biomédicas e da saúde(77 Brasil. Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ciências sem Fronteiras: painel de controle [Internet]. Brasília; 2016 [cited 2017 Jul 14]. Available from: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/painel-de-controle
http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/w...
).

Na Enfermagem, os programas de estudos no exterior são parte importante da formação de enfermeiros, especialmente com o surgimento da literatura relativa à enfermagem transcultural nos anos 70 e 80(88 Hopkins JL. Monitoring international interest in transnational academic mobility to Australia. Australian Univers Rev[Internet]. 2013[cited 2017 Jan 27];55(2):24-34. Available from: http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1016850.pdf
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-99 Tjoflat I, Razaonandrianina J, Karlsen B, Hansen BS. Complementary knowledge sharing: experiences of nursing students participating in an educational exchange program between Madagascar and Norway. Nurse Educ Today[Internet]. 2017[cited 2017 Jan 10];49:33-8. Available from: http://www.nurseeducationtoday.com/article/S0260-6917(16)30271-4/pdf
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). Estudos sobre mobilidade estudantil na enfermagem evidenciam as oportunidades de ampliar saberes sobre competências culturais, habilidades cognitivas, crescimento pessoal e conhecimentos das várias formas de praticar a enfermagem em um ambiente de aprendizagem culturalmente diferente(88 Hopkins JL. Monitoring international interest in transnational academic mobility to Australia. Australian Univers Rev[Internet]. 2013[cited 2017 Jan 27];55(2):24-34. Available from: http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1016850.pdf
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9 Tjoflat I, Razaonandrianina J, Karlsen B, Hansen BS. Complementary knowledge sharing: experiences of nursing students participating in an educational exchange program between Madagascar and Norway. Nurse Educ Today[Internet]. 2017[cited 2017 Jan 10];49:33-8. Available from: http://www.nurseeducationtoday.com/article/S0260-6917(16)30271-4/pdf
http://www.nurseeducationtoday.com/artic...

10 Kelleher S, Fitzgerald S, Hegarty J. Factors that influence nursing and midwifery students’ intentions to study abroad: a qualitative study using the theory of planned behaviour. Nurse Educ Today[Internet]. 2016[cited 2017 Feb 22];44:157-64. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0260-6917(16)30077-6
https://linkinghub.elsevier.com/retrieve...
-1111 Edmonds ML. The lived experience of nursing students who study abroad : a qualitative inquiry. J Stud Int Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Mar 03];545-68. Available from: http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1028315310375306
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), além de documentar os efeitos desses programas para estudantes, professores e para a profissão(1212 Woldegiorgis ET, Doevenspeck M. Current trends, challenges and prospects of student mobility in the african higher education landscape. High Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Jan 07];4(2):105-15. Available from: http://www.sciedu.ca/journal/index.php/ijhe/article/view/6537/4268
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).

Portanto, a ampla participação da USP no CsF despertou o interesse em sistematizar as informações pessoais, acadêmicas e institucionais concernentes à experiência desse movimento de internacionalização de estudantes de graduação da Escola de Enfermagem da USP (EEUSP) para aprimorar os processos de mobilidade estudantil institucionais.

OBJETIVO

Caracterizar as experiências dos estudantes de graduação da Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) que participaram de programas de mobilidade internacional a partir dos relatórios enviados à Comissão de Cooperação Internacional (CCint) da EEUSP, no período de janeiro de 2011 a julho de 2017.

MÉTODO

Aspectos éticos

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). O aceite em participar do estudo foi precedido pela assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos participantes.

Tipo de estudo, local do estudo e período

Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva e de abordagem quantitativa, realizada a partir de relatórios de estudantes de graduação da EEUSP que participaram da mobilidade internacional no período de janeiro de 2007 a junho de 2017.

População, critérios de inclusão e de exclusão

De 68 relatórios dos estudantes, 38 (56%) foram considerados elegíveis por estarem em conformidade com o formulário da CCint. Trinta (44%) foram considerados inválidos por terem sido feitos em formulários antigos da CCint e não atenderem a todas as variáveis deste estudo, descritas a seguir.

Protocolo do estudo

A CCint disponibilizou o cadastro, os contatos e os relatórios dos estudantes que realizaram intercâmbio. Os relatórios foram disponibilizados em arquivos, que foram analisados minuciosamente conforme os conteúdos e os contextos de produção. Todos os estudantes foram contatados por correio eletrônico, telefone fixo/celular e por mensagens instantâneas de aplicativos.

Os dados coletados foram categorizados, a partir da estrutura dos relatórios entregues e cujo modelo é sugerido pela CCint, nas respectivas variáveis: 1) Aspectos Gerais da experiência - país de destino e idioma, ano e semestre de saída do intercâmbio, duração e financiamento do intercâmbio; 2) Aspectos Institucionais - meio de divulgação do intercâmbio, critérios de escolha da Instituição de Ensino Superior (IES) de destino, processo de seleção, atividade de acolhimento e integração na IES de destino e infraestrutura; 3) Aspectos acadêmicos - número de disciplinas cursadas, realização de estágios e/ou atividade em campo de prática, processo de avaliação das disciplinas, diferenças entre os cursos da IES de origem e a IES de destino e dificuldades e facilidades como idioma; 4) Aspectos culturais - número de países visitados, custo por viagem e meio de transporte mais utilizado para as atividades culturais; 5) Custo de vida - principal gasto, custo de alimentação, habitação e transporte.

Análise dos dados

Os dados dos 38 relatórios (56%) válidos foram lançados no programa Microsoft Excel versão 2007 e submetidos à análise estatística descritiva (percentuais e médias).

RESULTADOS

Aspectos gerais da experiência

O principal destino de 52,6% dos estudantes foi Portugal, seguido de 13,2% para a Inglaterra, 7,9% para a Espanha e Chile, 5,3% para os Estados Unidos da América (EUA), Itália e Irlanda cada um e 2,6% para Austrália e Canadá cada um. Isso significa dizer que apenas 29% dos estudantes fizeram intercâmbio em países de língua anglo-saxônica e 71% em países de língua originadas do Latim, com destaque para a portuguesa.

A distribuição dos estudantes segundo o ano de saída para o intercâmbio somados os anos de 2007 até 2011 foi de 10,5%. Já no período de 2012 a 2016 foi de 89,5%, com destaque para os anos de 2012 (36,8%) e 2013 (23,7%) como os de maior participação. Desse quantitativo, 34,2% saíram no sexto semestre do curso, 21,1% no sétimo, 18,4% no oitavo e 18,4% no quinto, 5,3% no quarto e 2,6% no segundo período.

O tempo de duração do intercâmbio predominante foi de seis meses para 55,3% e de doze meses para 21,1% dos estudantes, conforme Tabela 1. A principal forma de financiamento foi o Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para os Alunos de Graduação da USP (38%), seguido por CsF (29%) e Programa de Bolsas do Santander Universidades (24%). Para 5,3%, houve financiamento próprio.

Tabela 1
Distribuição do número de estudantes segundo o tempo de experiência no exterior, São Paulo, Brasil, 2017

Aspectos Institucionais

Os estudantes tiveram conhecimento dos Programas principalmente por correio eletrônico institucional (44,7%), pelo compartilhamento de informações entre estudantes do curso (26,3%), pela televisão (10,5%), pela internet (7,9%) e por meio de professores e impressos na escola (2,6% cada). Do total, 21,1% dos estudantes não responderam.

Para 44,7% dos estudantes, o principal critério de escolha da instituição foi a disponibilidade da IES de destino em recebê-los. A escolha também se deu pelo país para 26,3%, incentivo da IES de origem para 23,7%, infraestrutura para 18,4%, ranking web universities e facilidade na prova de proficiência para 5,3% cada. Apenas 2,6% informou a escolha por ser próximo ao Brasil e outros 2,6% para fins de pesquisa, sendo mesmo percentual correspondente aos que não responderam.

O processo de seleção adotado pelos Programas deu-se principalmente por carta de aceite da IES de destino (44,7%), prova de proficiência de idiomas (23,7%), rendimento acadêmico (18,4%), análise curricular (7,9%), relação com o grupo de pesquisa (5,3%) e 28,9% não responderam.

Nas IES estrangeiras, os estudantes relataram participação em atividades de acolhimento (81,6%) e de integração (73,7%). Quanto à infraestrutura, os recursos disponibilizados mais citados foram: biblioteca (73,3%); restaurante, acesso à internet e computador (68,4% cada); e impressora (55,3%).

Aspectos acadêmicos

Para 52,6% dos estudantes, foram realizadas de três a quatro disciplinas teóricas, enquanto que para 34,2% de cinco a onze. Um estudante não cursou disciplina, uma vez que realizou atividade de pesquisa, conforme mostra Tabela 2.

Tabela 2
Distribuição do número de disciplinas cursadas durante o intercâmbio, São Paulo, Brasil, 2017

Quanto à realização de atividades em campos de prática, 47,4% conheceram apenas um, 15,8% dois, 7,9% três e apenas 2,6% quatro. Destaca-se 26,3% que não desenvolveram qualquer tipo de atividade em campo de prática por questões legais do país de destino.

Quanto à avaliação nas disciplinas cursadas, 68,4% foram submetidos a mais de um tipo de avaliação, tais como prova escrita, oral, laboratório e trabalhos, seguidos de 47,4% que foram avaliados por meio de prova escrita, 39,5% tiveram um único momento de avaliação e 10,5% relataram avaliação continuada.

As principais diferenças apontadas entre os cursos de Enfermagem foram: tempo de duração do curso menor que o das universidades brasileiras (23,7%), conteúdos voltados para procedimentos técnicos (21,1%), preparação do estudante antes das aulas contabilizada na carga horária da disciplina (15,8%), diferença na estrutura curricular (10,5%) e diferenças culturais (2,6%). Não responderam à pergunta 26,3%.

Quanto ao idioma, 63,2% dos estudantes referiram facilidades, 34,2% tiveram dificuldades eventuais e 2,6% não responderam. Acredita-se que esse dado esteja relacionado ao fato de que 52% dos estudantes tiveram como destino IES portuguesas.

Aspectos culturais

Os estudantes que usufruíram de atividades culturais somente no próprio país de destino correspondem a 18,4%, enquanto 28,9% visitaram de um a três países, 15,8% de quatro a seis países, 7,9% visitaram mais de sete países. Ressalta-se que 28,9% não responderam a esse item.

O custo médio por viagem foi de US$78.15, independentemente da moeda dos países visitados. Os estudantes utilizaram várias moedas, tais como libra esterlina, euro, dólar e real. Porém, para apresentar os resultados deste estudo optou-se por utilizar apenas o dólar. A cotação do dólar no mês de julho de 2017, no Brasil, era de R$ 3,31.

Os meios de transportes mais utilizados pelos estudantes nas viagens foram: ônibus/taxi/Uber/carro (60,5%), metrô/trem (57,9%) e avião (52,6%). Entretanto, 23,7% não responderam ao item.

Custo de vida

O maior gasto no país de destino foi com habitação. O custo do aluguel foi superior a US$302.11 por mês, conforme Tabela 3. O custo mensal com alimentação variou de US$57.38 a US$91.23 para 26,3% dos estudantes. Destacam-se os percentuais elevados de estudantes que não responderam aos itens relativos aos custos de passagens aéreas (36,8%), de aluguel (39,5%) e de alimentação (36,8%).

Tabela 3
Distribuição do custo mensal com aluguel durante o intercâmbio, São Paulo, Brasil, 2017

DISCUSSÃO

Portugal foi o principal destino dos participantes, possivelmente pela facilidade com o idioma e localização no continente europeu. Resultado semelhante foi encontrado com estudantes africanos na França, que representavam 43% dos estrangeiros em 2011, sendo que apenas 3% eram provenientes de países não francófonos(1313 Khawaja NG, Chan S, Stein G. The relationship between second language anxiety and international nursing students stress. J Int Students[Internet]. 2017[cited 2017 Aug 25];7(3):601-20. Available from: http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1140540.pdf
http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1140...
). Os resultados se assemelham a países que foram colônias de exploração de países europeus, uma vez que mesmo depois da independência ainda seguem os laços da língua colonial como África francófona, anglófona e lusófona, representando importante influência na mobilidade internacional de estudantes(1313 Khawaja NG, Chan S, Stein G. The relationship between second language anxiety and international nursing students stress. J Int Students[Internet]. 2017[cited 2017 Aug 25];7(3):601-20. Available from: http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1140540.pdf
http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1140...
).

Esse fato pode também estar relacionado ao pouco preparo ou ao desconhecimento dos brasileiros de outras línguas, tais como o inglês, francês, alemão. Estudo realizado com 152 estudantes de 20 universidades na Austrália que utilizavam o inglês como segundo idioma evidenciou que a ansiedade da segunda língua, com destaque para o seu aspecto falado, gera fatores de marginalização e segregação significativos, especialmente no cotidiano acadêmico(1414 Brasil. República Federativa do Brasil. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasil; 1996.).

Um menor percentual de estudantes realizou intercâmbio em países de língua espanhola, sendo o Chile o único destino na América Latina. É possível perceber o isolamento continental do Brasil devido ao idioma, já que praticamente todos os seus vizinhos latinoamericanos usam o espanhol. Ressalta-se que o ensino de um idioma estrangeiro tornou-se obrigatório no Brasil apenas em 1996, através da Lei nº 9.394, em seu §5º do Art. 26, que estabelece a obrigatoriedade da oferta de pelo menos uma língua estrangeira moderna a partir da quinta série da educação básica(1515 Brasil. República Federativa do Brasil. Lei No 13.415 de 16 de fevereiro de 2017 [Internet]. Brasil: DOU no 35, sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017, Seção 1, Páginas 1/3; 2017[cited 2017 Sep 05]. p. 7. Available from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13415.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_at...
). Apenas em 16 de fevereiro de 2017, através da Lei nº 13.415, no §4 do Art. 35-A, tornou-se obrigatório o ensino do inglês nas escolas de ensino médio, juntamente com a oferta de outra língua estrangeira, preferencialmente o espanhol. Entretanto, este é colocado como optativo e submetido à disponibilidade da instituição de ensino(1616 Huják J. Study Abroad Programs as tools of internationalization: which factors influence hungarian business students to participate? J Teach Int Bus[Internet]. 2015[cited 2017 Sep 05];26(1):56-76. Available from: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/08975930.2014.956973
http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.10...
).

Essa realidade é diferente da experiência europeia, onde a mobilidade estudantil entre os países é de 73% e a proximidade geográfica é um fator que torna os programas de mobilidade mais atraentes aos estudantes(1717 Wende M. International Academic Mobility: towards a concentration of the minds in Europe. CSHE Res Pap Ser[Internet]. 2015[cited 2017 Apr 16];23:70-88. Available from: https://www.cambridge.org/core/services/aop-cambridge-core/content/view/2104E80DE15774CB79DC81C4C7BA8B1E/S1062798714000799a.pdf/international-academic-mobility-towards-a-concentration-of-the-minds-in-europe.pdf
https://www.cambridge.org/core/services/...
). Ou seja, a diversidade de idioma entre os europeus não é um fator que os afasta dessas experiências. Além disso, há políticas públicas de incentivo à mobilidade, como a aprovação no Parlamento Europeu em 2014, que permitem que estudantes internacionais possam trabalhar (sem restrição de horas) durante os estudos e permaneçam até um ano e meio depois de formados para procurar emprego e criar empresas(1818 Brasil. Ministério da Ciência Tecnologia. Saiba Mais: inglês sem fronteira [Internet]. 2017 [cited 2017 Jun 14]. Available from: http://www.myenglishonline.com.br/
http://www.myenglishonline.com.br/...
).

Os anos de 2012 e 2013 foram os de maior intensidade de mobilidade, o que coincide com a elevada procura por países de língua portuguesa do CsF(1919 Spears E. O valor de um intercâmbio: mobilidade estudantil brasileira, bilateralismo & internacionalização da educação. Rev Eletr Educ [Internet]. 2014 [cited 2017 Apr 23];151-63. Available from: http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/1026/320
ttp://www.reveduc.ufscar.br/index.php/re...
). O crescimento significativo de mobilidade acadêmica internacional no Brasil nesse período ocorreu em razão das mudanças na direção de implementação de políticas públicas de governo relacionadas à educação superior(2020 Oliveira AL, Freitas ME. Relações Internacionais na vida univevrsitária: experiências de mobilidade internacional de docentes e discentes.Rev Bras Educ [Internet]. 2017[cited 2018 Jan 28];22(70):774-801. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v22n70/1809-449X-rbedu-22-70-00774.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v22n70/18...
).

A experiência deu-se principalmente entre o terceiro e quarto ano de curso, o que também foi identificado nos EUA, um dos países que mais recebeu estudantes em mobilidade estudantil, sendo que 31% cursavam os dois últimos semestres da graduação(2121 Universidade de São Paulo. International Cooperation Office-AUCANI U. Instituições Conveniadas [Internet]. 2017 [cited 2017 Jun 2]. Available from: http://www.usp.br/internationaloffice/index.php/co
http://www.usp.br/internationaloffice/in...
). Em um programa de treinamento entre pares, com graduandos de medicina do Haiti e Ruanda, em uma universidade no Canadá, 51% dos estudantes do quinto e do sexto ano do curso participaram da experiência e a avaliaram como propiciadora de avanços no desenvolvimento da carreira(44 Elharram M, Candidate CM, Dinh T, Lalaude A, Candidate S, Gao S, Noel G. Global health values of a multidirectional near peer training program in surgery, pathology, anatomy, research methodology , and medical education for Haitian, Rwandan , and Canadian medical students. Ann Glob Health [Internet]. 2017[cited 2017 Apr 06];83(2):274-80. Available from: http://www.annalsofglobalhealth.org/article/S2214-9996(17)30601-X/pdf
http://www.annalsofglobalhealth.org/arti...
). Portanto, esse fator pode estar relacionado com a proximidade da conclusão do curso, bem como com a preocupação com a vida profissional e sua inserção no mundo do trabalho.

O tempo da experiência pode estar relacionado também com a proximidade da conclusão do curso e, por esse motivo, não optaram por ficar mais tempo, mesmo a Instituição permitindo até quatro semestres de tempo de permanência (Resolução 4974/02).

Um estudo que avaliou o impacto das experiências culturais de estudantes australianos na Tanzânia mostrou que em um período de 10 a 16 semanas já há crescimento pessoal, na tomada de decisão, de valores e nas crenças pessoais(88 Hopkins JL. Monitoring international interest in transnational academic mobility to Australia. Australian Univers Rev[Internet]. 2013[cited 2017 Jan 27];55(2):24-34. Available from: http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1016850.pdf
http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1016...
). Além disso, estudos de experiências de até 10 dias quando bem conduzidos podem ser significativos para sensibilização e aproximação do cuidado cultural(1212 Woldegiorgis ET, Doevenspeck M. Current trends, challenges and prospects of student mobility in the african higher education landscape. High Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Jan 07];4(2):105-15. Available from: http://www.sciedu.ca/journal/index.php/ijhe/article/view/6537/4268
http://www.sciedu.ca/journal/index.php/i...
). Portanto, o período de um semestre parece ser significativo para a formação pessoal e profissional.

A USP foi a principal financiadora da experiência, o que está associado ao fato do Programa de Mobilidade Internacional da Universidade existir desde 1998 (Res. nº 4605/1998), além da universidade ter 1363 convênios de diversas naturezas(2121 Universidade de São Paulo. International Cooperation Office-AUCANI U. Instituições Conveniadas [Internet]. 2017 [cited 2017 Jun 2]. Available from: http://www.usp.br/internationaloffice/index.php/co
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). A EEUSP tem acordo de cooperação técnica com a Austrália e os Estados Unidos da América e convênio acadêmico com a Áustria, Canadá e Portugal(2121 Universidade de São Paulo. International Cooperation Office-AUCANI U. Instituições Conveniadas [Internet]. 2017 [cited 2017 Jun 2]. Available from: http://www.usp.br/internationaloffice/index.php/co
http://www.usp.br/internationaloffice/in...
). Assim, essa experiência em acordos e parcerias internacionais favorece seu programa interno de mobilidade estudantil.

O conhecimento dos programas se deu por meio de correio eletrônico institucional e contato com os amigos, o que corrobora com outro estudo que revela terem 59,7% dos estudantes sabido da existência do programa por intermédio de amigos e 24,3% descoberto pela web(2222 Martinez KL. Ciência sem Fronteiras na UFSC: universitários atendidos e percepção dos alunos e das alunas em perspectiva sociológica. Universidade Federal de Santa catarina; 2016.-2323 Brecher DB. The Use of Skype in a community hospital: inpatient palliative medicine consultation service. J Palliat Med[Internet]. 2013[cited 2017 Jun 04];16(1):110-12. Available from: http://online.liebertpub.com/doi/pdf/10.1089/jpm.2012.0022
http://online.liebertpub.com/doi/pdf/10....
), evidenciado que as formas de interação social e divulgações de informações transitam entre os mecanismos modernos (web) e tradicionais (rede de amigos). O resultado desta pesquisa pode ser comparável aos de um estudo na Austrália sobre o uso da rede mundial de computadores. Por meio desse fator, verifica-se que as pessoas estão usando cada vez mais a internet para explorar, desenvolver e fazer escolhas de suas carreiras(99 Tjoflat I, Razaonandrianina J, Karlsen B, Hansen BS. Complementary knowledge sharing: experiences of nursing students participating in an educational exchange program between Madagascar and Norway. Nurse Educ Today[Internet]. 2017[cited 2017 Jan 10];49:33-8. Available from: http://www.nurseeducationtoday.com/article/S0260-6917(16)30271-4/pdf
http://www.nurseeducationtoday.com/artic...
). Além disso, em experiências no Canadá o uso da internet foi identificado como principal ferramenta para comunicação entre pessoas e de ampliação ao acesso a informações(2424 Lima MC, Riegel V. Mobilidade acadêmica made in South: refletindo sobre as motivações de estudantes brasileiros e colombianos. Rev Int Investig Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Apr 14];8:109-32. Available from: http://www.redalyc.org/pdf/2810/281042327007.pdf
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).

A escolha da instituição deu-se pela segurança com o idioma do país de destino, o que converge com um estudo sobre intercâmbio entre estudantes colombianos e brasileiros, no qual para os brasileiros a razão principal para a escolha da instituição foi o idioma do país e as condições relativas à infraestrutura da universidade de destino(2525 Brown M, Appiah E, Evans C. Should I stay or should I go? a systematic review of factors that influence healthcare students’ decisions around study abroad programmes. Nurse Educ Today [internet]. 2016[cited 2017 Apr 28];39:63-71. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0260-6917(16)00013-7
https://linkinghub.elsevier.com/retrieve...
).

Os programas utilizam, como principal instrumento de seleção e direcionamento para IES estrangeiras, a proficiência de língua estrangeira. Como o principal destino foram as universidades portuguesas, a carta de aceite da instituição foi mais importante e a proficiência de idioma apareceu em segundo lugar, haja vista sua irrelevância. A insegurança com o idioma estrangeiro é compreensível, pois estudos com acadêmicos apontam que, embora muitos já tivessem conhecimento de mais de um idioma, 44,3% enfrentaram dificuldades com o idioma no exterior(11 Archanjo R. Globalização e multilingualismo no Brasil: competência linguística e o Programa Ciência Sem Fronteiras. Rev Bras Linguist Apl [Internet]. 2015[cited 2017 Jul 12];15(3):621-56. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbla/v15n3/1984-6398-rbla-15-03-00621.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbla/v15n3/1984...
,1111 Edmonds ML. The lived experience of nursing students who study abroad : a qualitative inquiry. J Stud Int Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Mar 03];545-68. Available from: http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1028315310375306
http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1...
). Portanto, a competência linguística, ou a falta dela, é definidora da própria natureza da mobilidade. O fato é que os estudantes de enfermagem candidatos a bolsas de estudo no exterior têm dificuldade em atender aos critérios mínimos de proficiência linguística exigidos pelos países parceiros dos programas de mobilidade(22 Archanjo R. Saberes sem fronteiras : políticas para as migrações pós-modernas. Delta Doc Estud Linguist Teor Aplic [Internet]. 2016[cited 2017 May 17];15:515-42. Available from: http://www.scielo.br/pdf/delta/v32n2/1678-460X-delta-32-02-00515.pdf
http://www.scielo.br/pdf/delta/v32n2/167...
,1111 Edmonds ML. The lived experience of nursing students who study abroad : a qualitative inquiry. J Stud Int Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Mar 03];545-68. Available from: http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1028315310375306
http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1...
,2626 European Commission. Strategic Plan 2016-2020: education and culture [Internet]. 2016[cited 2018 Jan 29]. 49p. Available from: https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/strategic-plan-2016-2020-dg-eac_march2016_en.pdf
https://ec.europa.eu/info/sites/info/fil...
).

O programa CsF deu oportunidade aos graduandos de estudar um idioma estrangeiro até seis meses antes de entrar no cenário de aprendizagem, o que não é facultado pelo Programa da USP e demais Programas. Com o fim do CsF para a graduação, diminuiu-se a oportunidade de melhorar os resultados nos testes de proficiência e, consequentemente, do estudante de graduação em enfermagem ter acesso às melhores universidades.

Por reconhecer que mesmo depois de concluir a graduação muitos estudantes ainda não têm competência e habilidades suficientes no idioma inglês, universidades australianas têm reduzido os padrões acadêmicos para ajudar aqueles com pouca proficiência na língua inglesa. Os estrangeiros representam 20% das matrículas no ensino superior na Austrália e constituem uma injeção de capital significativo às IES(88 Hopkins JL. Monitoring international interest in transnational academic mobility to Australia. Australian Univers Rev[Internet]. 2013[cited 2017 Jan 27];55(2):24-34. Available from: http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1016850.pdf
http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1016...
). Outra experiência é a cooperação através do Tratado sobre o funcionamento da União Europeia (artigos 165º e 166º TFUE e artigo 180º), em que a ação da União visa desenvolver a educação europeia através do incentivo a mobilidade estudantil, promover a cooperação entre estabelecimentos de ensino, desenvolver intercâmbio de informações e experiências sobre os sistemas educativos dos Estados-Membros. Para estimular a formação e a mobilidade dos investidores na União, 15% dos estudantes que se formam nas escolas desses países estudarão no exterior por pelo menos 10 semanas(2626 European Commission. Strategic Plan 2016-2020: education and culture [Internet]. 2016[cited 2018 Jan 29]. 49p. Available from: https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/strategic-plan-2016-2020-dg-eac_march2016_en.pdf
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), apontando verdadeiros comprometimento e cooperação internacional entre as instituições.

Os estudantes indicaram boas condições de recepção, integração e acolhimento, sendo os principais recursos identificados nas universidades: biblioteca, restaurante, computador, internet e impressora. Contudo, grande parte das IES não oferece moradia na própria universidade, o que tem grande impacto financeiro durante o período de estudos. Um estudo irlandês, que avaliou os fatores que influenciaram os estudantes de enfermagem no planejamento e eleição de um programa de estudos no exterior, indicou três fatores na seguinte ordem de determinação: financeiros, pessoais e organizacionais(2626 European Commission. Strategic Plan 2016-2020: education and culture [Internet]. 2016[cited 2018 Jan 29]. 49p. Available from: https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/strategic-plan-2016-2020-dg-eac_march2016_en.pdf
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). Os fatores organizacionais estão relacionados à disponibilidade da instituição estrangeira em organizar um programa de estudos, à estrutura para orientação, ao apoio e à acomodação na universidade(1111 Edmonds ML. The lived experience of nursing students who study abroad : a qualitative inquiry. J Stud Int Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Mar 03];545-68. Available from: http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1028315310375306
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).

Em função do convênio já solidificado com as universidades portuguesas, os aspectos acadêmicos e institucionais foram um facilitador para a prática, diferentemente do que acontece com outros países, pois não existia uma relação interinstitucional anterior ao programa CsF. Além disso, muitos estudantes da EEUSP realizaram a mobilidade no período em que já tinham cursado disciplinas que os habilitavam a se inserirem em campos de prática, o que se assemelha a estudos realizados nos Estados Unidos da América, Dominica e Irlanda, onde os estudantes desenvolveram mais suas atividades na área hospitalar e o aprendizado prático da enfermagem em outro país constituiu-se uma das principais motivações para estudar no exterior(1111 Edmonds ML. The lived experience of nursing students who study abroad : a qualitative inquiry. J Stud Int Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Mar 03];545-68. Available from: http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1028315310375306
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-1212 Woldegiorgis ET, Doevenspeck M. Current trends, challenges and prospects of student mobility in the african higher education landscape. High Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Jan 07];4(2):105-15. Available from: http://www.sciedu.ca/journal/index.php/ijhe/article/view/6537/4268
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).

Entre os processos de avaliação das disciplinas, foram predominantes os que utilizaram mais de um momento ou instrumento. A principal diferença entre os cursos de enfermagem foi o tempo de formação menor que as universidades brasileiras oferecem e o tempo de preparação para as aulas contabilizar a carga horária da parte teórica, o que representa um avanço no modelo de ensino-aprendizado, mais dialogado e participativo. Em contrapartida, percebe-se que ainda há processo de avaliação cristalizado em um único momento, sob a forma de provas teóricas.

Estudo que fez avaliação do CsF em outra universidade brasileira mostrou que os estudantes avaliaram comparativamente a infraestrutura, entre a universidade brasileira e a do exterior, como muito melhor(2222 Martinez KL. Ciência sem Fronteiras na UFSC: universitários atendidos e percepção dos alunos e das alunas em perspectiva sociológica. Universidade Federal de Santa catarina; 2016.), o que expõe ainda mais as já sabidas necessidades das IES públicas quanto às condições estruturais, mas também revela um certo desinteresse pelos aspectos pedagógicos institucionais.

Outro aspecto que se sobressai é o fato de apenas um estudante ter realizado o intercâmbio para fins de pesquisa, o que pode representar pouco proveito da oportunidade, haja vista que 10% dos “pesquisadores europeus da super elite” produzem quase metade do resultado total de pesquisas, sendo a orientação e a colaboração internacional o conjunto mais importante de variáveis que prevê a alta produtividade da pesquisa(1818 Brasil. Ministério da Ciência Tecnologia. Saiba Mais: inglês sem fronteira [Internet]. 2017 [cited 2017 Jun 14]. Available from: http://www.myenglishonline.com.br/
http://www.myenglishonline.com.br/...
). O intercâmbio de conhecimentos por meio de atividades de pesquisa colaborativa atrai talentos internacionais e é uma das estratégias para aumentar o fluxo de conhecimento global(55 Brasil. Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ciências sem Fronteiras: o que é? [Internet]. Brasília; 2016 [cited 2017 Aug 02]. Available from: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/painel-de-controle
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,1313 Khawaja NG, Chan S, Stein G. The relationship between second language anxiety and international nursing students stress. J Int Students[Internet]. 2017[cited 2017 Aug 25];7(3):601-20. Available from: http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1140540.pdf
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-1414 Brasil. República Federativa do Brasil. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasil; 1996.).

A mobilidade estudantil durante a formação inicial proporciona grande oportunidade de inserção em cenários multiculturais e multilinguísticos, definidos como cenários de “superdiversidade”. Tais experiências são extremamente significativas, tanto do ponto de vista linguístico-discursivo, quanto cultural e ideológico, com efeitos nas relações interpessoais e profissionais(22 Archanjo R. Saberes sem fronteiras : políticas para as migrações pós-modernas. Delta Doc Estud Linguist Teor Aplic [Internet]. 2016[cited 2017 May 17];15:515-42. Available from: http://www.scielo.br/pdf/delta/v32n2/1678-460X-delta-32-02-00515.pdf
http://www.scielo.br/pdf/delta/v32n2/167...
). Portanto, o intercâmbio cultural precisa ser também considerado como um fator de grande influência na formação profissional.

As experiências culturais são tão importantes para estudantes em mobilidade que na Inglaterra metade da carga horária total do intercâmbio é dividida entre as atividades acadêmicas, sendo a outra metade em tempo disponível para atividades culturais livres e passeios turísticos(1212 Woldegiorgis ET, Doevenspeck M. Current trends, challenges and prospects of student mobility in the african higher education landscape. High Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Jan 07];4(2):105-15. Available from: http://www.sciedu.ca/journal/index.php/ijhe/article/view/6537/4268
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). Percebeu-se que um percentual significativo de estudantes omitiu a informação sobre quantos países visitaram durante o intercâmbio. Nesse sentido, nota-se um receio de serem interpretados como descomprometidos com o acadêmico, ou que este tenha sido o único motivador para a experiência, o que pode ter influenciado 18,4% dos estudantes não terem visitado países vizinhos aos do destino do intercâmbio.

Os meios de transporte mais usados para conhecer outros países se assemelham a resultados de um estudo qualitativo em que estudantes expressaram sua autoconfiança com o domínio do sistema de transporte durante suas experiências, assim como demonstraram o quão confiantes se sentiram ao viajar por conta própria em países estrangeiros(1212 Woldegiorgis ET, Doevenspeck M. Current trends, challenges and prospects of student mobility in the african higher education landscape. High Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Jan 07];4(2):105-15. Available from: http://www.sciedu.ca/journal/index.php/ijhe/article/view/6537/4268
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).

O valor da bolsa de estudos foi considerado suficiente para assumir os custos de vida no país estrangeiro. Esse resultado corrobora outro estudo com intercambistas brasileiros, no qual 92,7% declararam que o valor da bolsa foi suficiente para sua manutenção no exterior e apenas 7,3% informaram ser insuficiente(2323 Brecher DB. The Use of Skype in a community hospital: inpatient palliative medicine consultation service. J Palliat Med[Internet]. 2013[cited 2017 Jun 04];16(1):110-12. Available from: http://online.liebertpub.com/doi/pdf/10.1089/jpm.2012.0022
http://online.liebertpub.com/doi/pdf/10....
). Os resultados relacionados aos custos com passagem aérea, aluguel e alimentação podem ser correlacionados a um estudo que avaliou os custos de vida no país estrangeiro e mostrou a despesa com acomodação ser o principal gasto(77 Brasil. Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ciências sem Fronteiras: painel de controle [Internet]. Brasília; 2016 [cited 2017 Jul 14]. Available from: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/painel-de-controle
http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/w...
). Portanto, o fator financeiro é um dos principais motivos que dificultam ou impedem a experiência de mobilidade estudantil internacional(1212 Woldegiorgis ET, Doevenspeck M. Current trends, challenges and prospects of student mobility in the african higher education landscape. High Educ[Internet]. 2015[cited 2017 Jan 07];4(2):105-15. Available from: http://www.sciedu.ca/journal/index.php/ijhe/article/view/6537/4268
http://www.sciedu.ca/journal/index.php/i...

13 Khawaja NG, Chan S, Stein G. The relationship between second language anxiety and international nursing students stress. J Int Students[Internet]. 2017[cited 2017 Aug 25];7(3):601-20. Available from: http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1140540.pdf
http://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1140...
-1414 Brasil. República Federativa do Brasil. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasil; 1996.,1717 Wende M. International Academic Mobility: towards a concentration of the minds in Europe. CSHE Res Pap Ser[Internet]. 2015[cited 2017 Apr 16];23:70-88. Available from: https://www.cambridge.org/core/services/aop-cambridge-core/content/view/2104E80DE15774CB79DC81C4C7BA8B1E/S1062798714000799a.pdf/international-academic-mobility-towards-a-concentration-of-the-minds-in-europe.pdf
https://www.cambridge.org/core/services/...

18 Brasil. Ministério da Ciência Tecnologia. Saiba Mais: inglês sem fronteira [Internet]. 2017 [cited 2017 Jun 14]. Available from: http://www.myenglishonline.com.br/
http://www.myenglishonline.com.br/...

19 Spears E. O valor de um intercâmbio: mobilidade estudantil brasileira, bilateralismo & internacionalização da educação. Rev Eletr Educ [Internet]. 2014 [cited 2017 Apr 23];151-63. Available from: http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/1026/320
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-2020 Oliveira AL, Freitas ME. Relações Internacionais na vida univevrsitária: experiências de mobilidade internacional de docentes e discentes.Rev Bras Educ [Internet]. 2017[cited 2018 Jan 28];22(70):774-801. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v22n70/1809-449X-rbedu-22-70-00774.pdf
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,2525 Brown M, Appiah E, Evans C. Should I stay or should I go? a systematic review of factors that influence healthcare students’ decisions around study abroad programmes. Nurse Educ Today [internet]. 2016[cited 2017 Apr 28];39:63-71. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0260-6917(16)00013-7
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26 European Commission. Strategic Plan 2016-2020: education and culture [Internet]. 2016[cited 2018 Jan 29]. 49p. Available from: https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/strategic-plan-2016-2020-dg-eac_march2016_en.pdf
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-2727 Woldegiorgis ET. Conceptualizing harmonization of higher education systems: the application of regional integration theories on higher education studies. High Educ Stud[Internet]. 2013[cited 2017 May 16];3(2):12-23. Available from: http://www.ccsenet.org/journal/index.php/hes/article/view/24852/16016
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), havendo necessidade de estudos futuros.

Limitações do estudo

Trata-se de um estudo cujas informações partem de um instrumento que se apoia na realidade da EEUSP.

Contribuições para a área da enfermagem, saúde ou política pública

Sugere-se maior investimento para a aprendizagem do idioma anglo-saxônico, de forma a criar aos estudantes oportunidades e favorecer às escolas parcerias com grandes centros de pesquisa, além de fortalecer as redes de trabalho em Enfermagem. O estudo possibilita reflexões para melhoria dos programas de mobilidade de estudantes, ainda na graduação, tendo em vista o avanço na condução do aprendizado e da experiência no exterior.

CONCLUSÃO

A relação interinstitucional já solidificada entre a USP e as universidades portuguesas, que é anterior ao CsF, foi determinante tanto no campo de prática assistencial da enfermagem quanto para a única experiência de pesquisa. As experiências dos graduandos nas disciplinas cursadas no exterior foram exitosas, especialmente com novas metodologias, conforme constam nos registros dos relatórios apresentados, mas também são claras as limitações nos processos de avaliação da aprendizagem.

As características da experiência dos estudantes de graduação da EEUSP revelaram atividades predominantemente em disciplinas teórico-práticas e insuficientes experiências no campo da pesquisa e da prática de enfermagem.

O receio da interpretação equivocada de pouco comprometimento acadêmico pode atrapalhar a experiência sociocultural e limitar a ampliação da autonomia. A vivência tem suas limitações financeiras e coloca os programas de financiamento da própria IES como importante financiadora, incentivadora e protagonista da experiência da mobilidade internacional estudantil na graduação.

O governo brasileiro deve investir no financiamento de mobilidade estudantil internacional, a exemplo do Programa CsF, de modo a proporcionar aos jovens brasileiros experiências exitosas em IES estrangeiras. Resta desenvolver futuras pesquisas para avaliar o impacto de tais experiências da mobilidade estudantil no desenvolvimento do país e, particularmente, na área da saúde, na Enfermagem e na vida profissional dos jovens enfermeiros que participaram de programas de mobilidade estudantil internacional.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2018

Histórico

  • Recebido
    25 Out 2017
  • Aceito
    20 Fev 2018
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